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A família tem aproximadamente 500 espécies em 2 gêneros, Diospyros e Euclea. Euclea está restrita à África, com 12 espécies. Diospyros tem uma distribuição pantropical (regiões tropicais e subtropicais), sendo representada por 94 espécies na África continental, 100 em Madagáscar, cerca de 200 na Ásia tropical e no Pacífico, e aproximadamente 80 espécies na América, das quais 35 na Amazônia. Apenas algumas espécies ocorrem em regiões temperadas. Na Reserva ocorrem 7 espécies. E B E N A C E A E 332 Ebenaceae Existem poucos estudos sobre a biologia floral da família, mas observações preliminares mostram que algumas espécies são noturnas. Em uma espécie foi observado que o odor das flores é mais intenso ao entardecer e a corola cai logo ao amanhecer. Em outra espécie as flores emanam um leve odor de baunilha Diospyros bullata Diospyros cavalcantei E G Diospyros carbonaria E Diospyros manausensis Diospyros capreifolia G Diospyros guianensis E G Diospyros vestita G G Vegetativamente pode ser confundida com Dichapetalaceae pelas folhas alternas e coriáceas, mas exibe característica marcante no campo. Apresenta glândulas evidentes na face abaxial das folhas, irregularmente distribuídas ao longo da nervura central ou na base da lâmina (menos freqüentemente próximo da margem da lâmina ou no ápice), geralmente em pares. São árvores, arvoretas e arbustos dióicos com folhas simples, alternas, inteiras, sem estípulas, com cerne negro. As flores estão dispostas em cimos axilares, às vezes ramifloras, caulifloras ou solitárias. São unissexuais, com rudimentos de cada sexo quase sempre presentes. As flores femininas são geralmente maiores e menos numerosas por inflorescência do que as masculinas. A cor das flores varia de brancas a levemente rosadas ou creme-esverdeadas. O fruto é uma baga globosa a ovóide, pilosa ou glabra, rugosa a lisa. O cálice é acrescente, uma característica marcante em Diospyros com lobos acuminados ou arredondados, envolvendo o fruto apenas no ápice ou até a metade do fruto. Contém até 16 sementes quase sempre envoltas em uma polpa adocicada e gelatinosa. Diospyros manausensis. Arvoreta. Ritidoma negro, ligeiramente fissurado. Lâmina cartácea, glabra com exceção da nervura central; glândulas ao longo dos dois lados da nervura central. Rara. Platô. Arredores de Manaus. Diospyros carbonaria. Árvore. Ritidoma marrom- negro, liso com lenticelas dispersas, esbranquiçadas. Lâmina cartácea, leve serícea na face abaxial. Nervura central proeminente, secundárias broquidódromas. Rara. Vertente. Amazônia Central e Guianas. Diospyros guianensis. Árvore. Ritidoma marrom-negro, com sulcos superficiais. Lâmina estrigosa a glabrescente, com glândulas evidentes na base, abaxialmente; superfície levemente bulada; base revoluta. Ocasional. Platô e vertente. Guianas, Venezuela, Brasil. 200 147 113 E B E N A C E A E 333 Cavalcante, P.B. 1963. Contribuição ao Conhecimento do Gênero Diospyros Dalech. (Ebenaceae) na Amazônia. Bol. Mus. Par. Em. Goeldi, Botanica 20: 1-53. Sothers, C. A. & Berry, P. 1998. Ebenaceae. (eds). Flora of the Venezuelan Guayana, 4: 704-712. Lâmina elíptica,glabra ou com pêlos finos adpressos na face abaxial. 11 e são visitadas por abelhas pela manhã. O gênero Diospyros apresenta uma grande variação quanto ao tipo de corola, indicando uma possível diversidade em polinizadores. A dispersão é por animais. Os frutos produzem uma polpa adocicada, atraente a mamíferos; macacos-prego já foram observados comendo os frutos. O valor econômico da família em nível mundial é alto. A madeira das espécies encontradas na África e na Ásia, conhecida como ébano, são de alta qualidade e usadas para várias finalidades. As espécies mais procuradas em alguns países asiáticos já se encontram em estado de extinção devido a sua grande demanda. Algumas espécies produzem frutos comestíveis, o mais conhecido é Diospyros kaki, o caqui, que é cultivado mundialmente. Outras espécies são usadas ainda como veneno para peixes (D. guianensis na Guiana francesa) e para diversos fins medicinais (Ásia). Diospyros cavalcantei. Árvore. Ritidoma marrom- negro, levemente sulcado. Lâmina com pêlos esparsados, seríceos, densos na margem e nervura central. Venação secundária inconspicuamente broquidódroma. Pecíolo curto, base da lâmina arredondada. Freqüente. Platô e vertente. Amazonas, Pará, e Guianas. Diospyros vestita. Árvore. Ritidoma marrom-negro, sulcado, desprendimento em placas quadradas. Lâmina denso-serícea. Nervura central proeminente, secundárias inconspicuamente broquidódromas. Pecíolo mais longo do que D. cavalcantei; base da lâmina cuneada e revoluta. Rara. Platô e vertente. Pará, Amapá, Amazonas e Guianas. 81 57 350122 Lâmina lanceolada, obviamente pilosa ou esbranquiçada na face abaxial. E B E N A C E A E 334 Diospyros capreifolia. Árvore. Ritidoma marrom-negro, desprendendo em placas finas; lenticelas às vezes presentes. Lâmina abaxial com pêlos eretos esparsos, ferrugíneos, passando a glabrescente; superfície cerosa, esbranquiçada; glândulas ao longo dos dois lados da nervura central. Ocasional. Platô, vertente e campinarana. América do Sul. Diospyros bullata. Arvoreta. Ramos escandentes, ramificando do ápice do tronco. Ritidoma marrom- escuro a negro, com fissuras superficiais. Folhas fortemente buladas, densamente hirsutas na face abaxial. Seiva translúcida presente ao corte. Freqüente. Vertente, platô, campinarana e baixio. Amazonas. 22 Diospyros bullata E G Styrax discolor. Árvore. Lâmina cartácea, discolor, pilosidade curta, de pêlos estrelados na face abaxial. O material tipo só tem tricomas sésseis nas veias e não é áspero. Rara. Platô. 122 Representada por 12 gêneros e cerca de 200 espécies. Ocorre nas zonas quentes da América, Ásia oriental e nas regiões mediterrâneas. O gênero Styrax tem 160 espécies distribuídas nas regiões tropicais e temperadas. Styrax discolor e Styrax squamulosa foram descritas em coletas feitas na Reserva. Styrax guianensis ocorre nos arredores de Manaus. Vegetativamente pode ser confundida com Chrysobalanaceae. No campo os botões florais se assemelham a frutos imaturos de algumas Lauraceae. São árvores ou arbustos, freqüentemente com pêlos estrelados ou escamoso-peltiformes. As folhas são alternas, simples, inteiras ou com margem denteada. A inflorescência é terminal ou axilar, os racemos às vezes reduzidos a um cimo, fascículo ou flores solitárias. Flores S T Y R A C A C E A E 335 Spichiger, R. et al. 1990. Styracaceae. In: Contribucion a la Flora de la Amazonia Peruana II. Los Arboles del Arboretum Jenaro Herrera. Boissiera, 44: 409-411. Styrax guianensis. Árvore. Folha extrememente áspera abaxialmente, com pêlos sésseis ou, estrelados, principalmente na venação. Glabra na face superior, com venação plana até impressa. Pecíolo com pubescência estreladas, densa castanha. Arredores de Manaus. bissexuais, raro dióicas, actinomorfas, tetrâmeras ou pentâmeras. As sépalas são unidas com 4-5 dentes ou lobos pequenos; as pétalas são unidas, geralmente 4-5-lobadas, com os lobos mais longos do que o tubo. Os estames possuem o dobro do número de lobos corolinos, raramente igual ou mais que o dobro, dispostos na base da corola. Os filetes são unidos na base. As anteras são oblongas e biloculares. O ovário é súpero, semi-ínfero ou ínfero. O estigma é inteiro ou lobado. Os frutossão secos ou carnosos, às vezes drupáceos ou capsulares. De algumas espécies extraem-se bálsamos aromáticos e resinosos que são empregados na medicina, perfumaria e como incenso em cerimônias tradicionais e religiosas (S. officinale, o bálsamo, e S. benzoin, o benjoim). Styracaceae 235
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