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Convolvulaceae no Alto Capibaribe

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Hoehnea 43(3): 371-386, 5 fig., 2016 http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-31/2016
Convolvulaceae da Microrregião do Alto Capibaribe, PE, Brasil
Silmara Cecília Nepomuceno¹,², Sarah Maria Athiê-Souza¹ e Maria Teresa Buril¹
Recebido: 3.05.2016; aceito: 14.06.2016
ABSTRACT - (Convolvulaceae from the Microregion of Alto Capibaribe, Pernambuco State, Brazil). Convolvulaceae is a 
widely distributed family, most diverse in the Neotropics. 19 genera and 209 species occur in Northeastern Brazil, where 
this family has only recently been studied. The present study aims to increase the knowledge about Convolvulaceae in the 
region, focusing on the Microregion of Alto Capibaribe, Pernambuco State. Twenty species of the following genera are 
found in the area: Evolvulus (two species), Ipomoea (eight), Jacquemontia (five), Merremia (three), Operculina (one), and 
Turbina (one). Half of the species are new records to the area. Descriptions, taxonomic and distribution notes, illustrations, 
and a key for identification are presented.
Keywords: Floristics, Ipomoea, taxonomy, vines
RESUMO - (Convolvulaceae da Microrregião do Alto Capibaribe, PE, Brasil). Convolvulaceae apresenta distribuição 
cosmopolita com maior diversidade nos Neotrópicos. No Nordeste do Brasil, onde os estudos sobre a família são recentes, 
são encontrados 18 gêneros e 209 espécies. Sendo assim, este trabalho objetivou ampliar os estudos de Convolvulaceae 
na região, enfocando a microrregião do Alto Capibaribe em Pernambuco. A família é representada na área por 20 espécies 
incluídas nos gêneros Evolvulus (duas spp.), Ipomoea (oito spp.), Jacquemontia (cinco spp.), Merremia (três spp.), Operculina 
(uma sp.) e Turbina (uma sp.). Metade das espécies são novos registros para área. São apresentadas descrições, comentários 
taxonômicos e de distribuição, ilustrações e uma chave de identificação.
Palavras-chave: Florística, Ipomoea, taxonomia, trepadeiras
1. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de Botânica, 52171-900 Recife, PE, Brasil
2. Autor para correspondência: silmaracnepomuceno@gmail.com
Introdução
 Convolvulaceae compreende 58 gêneros e cerca 
de 1.880 espécies (Staples 2012) encontradas por 
todo o globo, mas predominantemente diversas nos 
neotrópicos (Mabberley 1987, Austin 1998, Staples 
& Brummitt 2007). Para o Brasil são reportadas 401 
espécies em 21 gêneros as quais podem ser encontradas 
em todos os Estados e domínios fitogeográficos (BFG 
2015). Ocorrem principalmente em fitofisionomia de 
savana e para o Nordeste do Brasil são registradas 
mais de 50% das espécies conhecidas no país (209 
espécies em 18 gêneros).
 As convolvuláceas são geralmente trepadeiras, 
arbustos, ervas, raramente holoparasitas (Cuscuta L.), 
com folhas geralmente simples, alternas, sem estípulas, 
com inflorescências cimosas, flores bissexuadas, 
diclamídeas, actinomorfas, cálice e corola 5-mero, 
sépalas livres, corola gamopétala com prefloração 
convoluta, isostêmones, com estames assimétricos 
e epipétalos e anteras com deiscência longitudinal, 
ovário súpero, bicarpelar e bilocular, contendo um ou 
dois óvulos por lóculo, estilete terminal e placentação 
axial ou ereta (Austin 2004, Souza & Lorenzi 2005).
 Diversas espécies da família destacam-se pelo 
potencial econômico. Ipomoea batatas (L.) Lam. 
(batata-doce) é amplamente consumida na África e 
América do Sul (Silva & Simão-Bianchini 2012). 
Espécies de Cuscuta são holoparasitas de plantas 
cultivadas, ornamentais, silvestres e de outras 
plantas daninhas latifoliadas (Pereira 1998). Ipomoea 
asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. e I. carnea Jacq. 
são tóxicas para os animais (Chaves 2009, Gotardo 
2009). Embora ainda pouco explorado no Brasil, 
diversas espécies possuem potencial ornamental 
(Simão-Bianchini 1998).
 No Nordeste, os estudos com a família têm se 
intensificado a partir de 2011, com a publicação da 
Flora da Usina São José (Buril & Alves 2011a), dos 
Cariris Paraibanos (Buril et al. 2013) e do Parque 
Nacional Vale do Catimbau (Delgado et al. 2014). 
372 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
Estes trabalhos revelaram que o número de espécies 
encontradas nestas localidades era o dobro do que 
se conhecia previamente a partir de levantamentos 
florísticos. É ainda importante destacar que com o 
aumento de especialistas na família nos últimos anos, 
a descoberta de novas espécies foi ampliada, e muitas 
destas são endêmicas ou ocorrem no Nordeste. Três 
espécies de Evolvulus foram descritas por Silva & 
Simão-Bianchini (2014), e entre 2011 e 2013 foram 
publicadas seis novas espécies de Jacquemontia (Buril 
& Alves 2011b, Buril & Alves 2012a, b, Buril et al. 
2012, Buril & Alves 2013). Várias destas espécies 
já foram descritas sob o status de vulneráveis ou 
ameaçadas de extinção.
 Apesar do recente esforço em melhorar o 
conhecimento da família nesta região do país, algumas 
regiões ainda carecem de informações. Em poucos 
anos, várias espécies novas de Convolvulaceae foram 
descritas, demonstrando que essa região merece 
atenção especial, e deve ser mais estudada. Sendo 
assim, este trabalho teve como objetivo, ampliar os 
estudos da família no Nordeste brasileiro, com ênfase 
na microrregião do Alto Capibaribe, uma área de 
ecótono entre Caatinga e Mata Atlântica.
Materiais e métodos
Área de estudo - O estudo foi realizado no período 
de julho de 2014 a junho de 2015 nos municípios 
de Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga do Norte 
e Vertentes, os quais situam-se na microrregião do 
Alto Capibaribe. Essa área está inserida no agreste 
de Pernambuco, especificamente no Planalto da 
Borborema e compreende também os municípios de 
Casinhas, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, 
Surubim, Toritama e Vertentes do Lério (CONDEPE/
FIDEM 2006). A microrregião ocupa uma área com 
relevo ondulado a forte ondulado e, algumas vezes 
constituído por vales profundos e estreitos. O clima 
enquadra-se no tipo BSh, ou seja, semiárido quente 
e seco, segundo a classificação de Köppen (Andrade 
& Lins 1965) com temperatura média de 25 °C. As 
chuvas são mal distribuídas ao longo do ano e se 
concentram no período de fevereiro a março com 
precipitação pluviométrica anual média em torno 
de 431,8 - 648,7 mm. A vegetação é representada, 
predominantemente, por Caatinga hiperxerófila, com 
trechos de florestas subcaducifólias e caducifólias 
(CPRM 2005).
Levantamento de dados - O presente trabalho 
foi baseado na análise das coleções depositadas 
nos herbários HST, HUEFS, HVASF, IPA, JPB, 
NY, PEUFR e UEC (acrônimos segundo Index 
Herbariorum, http://sweetgum.nybg.org/ih/), sendo 
o material do NY consultado através de imagens 
de alta definição e as demais presencialmente, e na 
observação de populações em campo, seguindo os 
métodos usuais em taxonomia vegetal para as coletas 
e herborização do material (Mori et al. 1985). Os 
vouchers coletados foram depositados no Herbário 
PEUFR, com duplicatas encaminhadas para os 
herbários SP e K. A identificação foi baseada na 
comparação com materiais previamente identificados, 
coleções-tipo quando disponíveis on-line, e na 
consulta à bibliografia especializada (Simão-Bianchini 
1998, Buril & Alves 2011a, Buril et al. 2013, Delgado 
et al. 2014). A terminologia adotada é a proposta por 
Harris & Harris 2001.
Resultados e Discussão
 Na microrregião do Alto Capibaribe (PE) 
foram registradas 20 espécies de Convolvulaceae 
distribuídas em cinco gêneros (Evolvulus, Ipomoea, 
Jacquemontia, Merremia e Turbina). Ipomoea foi o 
gênero mais diverso contendo oito espécies, seguido 
de Jacquemontia (cinco spp.), Merremia (três spp.), 
Evolvulus (duas spp.) e Operculina e Turbina com 
apenas uma espécie cada. Essas espécies foram 
encontradas em áreas de Caatinga hiperxerófila 
a hipoxerófila e em Brejo de Altitude, a maioria 
associada a ambientes antropizados.
Chave de Identificação das Espécies de Convolvulaceae Ocorrentes na Microrregião 
do Alto Capibaribe, Pernambuco
1.Folhas compostas, digitadas
2. Pecíolos alados;corola > 6 cm compr. ...................................................................... 19. Operculina macrocarpa
2. Pecíolos não alados; corola < 5 cm compr.
3. Folhas glabras; cálice com sépalas acrescentes ......................................................... 18. Merremia macrocalyx
3. Folhas glabrescentes, ciliadas a pubescentes; cálice não acrescente
4. Folhas com margem denteada; cálice pubescente; corola com fauce do tubo vinácea ... 17. Merremia cissoides
4. Folhas com margem discretamente sinuosa; cálice hirsuto; corola branca ......... 16. Merremia aegyptia
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 373
1. Folhas simples, inteiras a lobadas
5. Subarbustos prostrados ou eretos a arbustos
6. Folhas até 1,4 cm compr.
7. Inflorescência em glomérulo congesto; indumento das folhas velutino ................. 2. Evolvulus glomeratus
7. Inflorescência com flores solitárias, indumento das folhas pubescente .......................... 1. Evolvulus filipes
6. Folhas a partir de 2,5 cm compr.
8. Subarbusto prostrado; folhas reniformes ................................................................... 4. Ipomoea asarifolia
8. Arbusto ereto; folhas lanceoladas .................................................................................. 6. Ipomoea carnea
5. Trepadeiras herbáceas a lianas
9. Ramos aculeados .......................................................................................................... 9. Ipomoea parasitica
9. Ramos inermes
10. Ramos com tricomas estrelados
11. Sépalas com ápice arredondado ............................................................... 14. Jacquemontia nodiflora
11. Sépalas com ápice agudo a acuminado
12. Sépalas glabras, ápice reflexo ................................................................. 13. Jacquemontia martii
12. Sépalas com indumento, ápice reto
13. Folhas pubescentes .................................................................... 15. Jacquemontia pentanthos
13. Folhas velutinas
14. Bractéolas lineares ............................................................. 11. Jacquemontia corymbulosa
14. Bractéolas setosas ............................................................... 12. Jacquemontia mucronifera
10. Ramos com tricomas simples
15. Sépalas com indumento denso, hirsutos, velutinas a tomentosas, nunca ciliadas
16. Cálice hirsuto ......................................................................................................... 8. Ipomoea nil
16. Cálice velutino a tomentoso
17. Corola hipocrateriforme, sépalas externas repandas ................................ 10. Ipomoea tubata
17. Corola infundibuliforme, sépalas externas inteiras .................................. 20. Turbina cordata
15. Sépalas glabras a glabrescentes, raro ciliadas
18. Cálice liso ................................................................................................. 7. Ipomoea grandifolia
18. Cálice verrucoso ou rostrado
19. Folhas glabras, ovadas; sépalas internas lisas ................................ 3. Ipomoea aristolochiifolia
19. Folhas ciliadas, glabrescentes, lanceoladas; sépalas rostradas ............... 5. Ipomoea bahiensis
Evolvulus L., Species Plantarum 1 391. 1762.
 Subarbustos eretos de 30 cm a 40 cm de alt. 
Ramos inermes, pubescentes, tricomas simples. 
Folhas simples, inteiras, pubescentes a velutinas. 
Inflorescência em flores solitárias ou glomérulos 
congestos. Flores com pedicelos ausentes a 5 mm 
compr., sépalas não acrescentes, iguais entre si, 
pubescentes. Corola rotácea, azul ou branca. Estames 
de tamanhos diferentes, 2,5-6 mm compr., anteras retas 
após antese. Estilete bífido, estigmas 2, filiformes. 
Fruto cápsula.
1. Evolvulus filipes Mart., Flora 24 (2, Beibl.): 100. 
 1841. 
Figura 1a
 Subarbustos eretos, ca. 30 cm alt. Ramos 
pubescentes, tricomas simples, entrenós 0,3-1 cm 
compr. Látex ausente. Folhas simples, lanceolada, 
0,2-2,3 × 0,2-0,7 cm, base cuneada, ápice cuspidado 
a obtuso, margem inteira, pubescentes em ambas as 
faces, concolores, veias secundárias não perceptíveis, 
pecíolo 0-1 mm compr. Inflorescência uniflora, 
pedúnculo 1-4 cm, bractéolas lineares, ca. 1-2 mm 
compr., pubescentes, pedicelo 1-5 mm compr. 
Cálice com sépalas iguais entre si, lanceoladas, 
ca. 4 × 0,7 mm, pubescentes, ápice acuminado, lisas, 
não acrescentes. Corola ca. 4 mm compr., glabra, 
branca. Estames ca. 2,5 mm compr., anteras 1 mm 
compr. Estilete ca. 1 mm compr. Fruto globoso, seco 
indeiscente, ca. 3 mm compr. Sementes glabras, 
ca. 1 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Surubim, 
16-X-1941, L.P. Xavier JPB375 (JPB).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Fazenda 
Nova, 19-VI-1997, M.B. Costa e Silva 1214 (PEUFR); 
Caruaru, 18-IV-1997, V. Santos 7 (PEUFR).
374 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
Figura 1. a. Evolvulus filipes. Ramo fértil. b-d. Evolvulus glomeratus. b-c. Ramo fértil. d. Estiletes bífidos. e. 
Ipomoea aristolochiifolia. Sépalas externas à esquerda e internas à direita. f-g. Ipomoea asarifolia. f. Ramo 
fértil. g. Sépalas externas à esquerda e internas à direita. h-i. Ipomoea bahiensis. h. Sépalas externas à esquerda 
e internas à direita. i. Vista lateral do cálice.
Figure 1. a. Evolvulus filipes. Fertile branch. b-d. Evolvulus glomeratus. b-c. Fertile branch. d. Bifid styles. e. 
Ipomoea aristolochiifolia. Outer sepals (left), inner sepals (right). f-g. Ipomoea asarifolia. f. Fertile branch. 
g. Outer sepals (left), inner sepals (right). h-i. Ipomoea bahiensis. h. Outer sepals (left), inner sepals (right). i. 
Lateral view of calyx.
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 375
 Ocorre desde a América Central ao Paraguai. 
No Brasil é amplamente distribuída, não ocorrendo 
apenas nos Estados do Acre, Amapá, Rondônia, 
Santa Catarina e Rio Grande do Sul (BFG 2015). 
É facilmente reconhecida pelo hábito ereto e flores 
diminutas (cerca de 4 mm).
2. Evolvulus glomeratus Nees & C. Mart., Novorum 
 Actorum Academiae Caesareae Leopoldinae- 
 Carolinae Naturae Curiosorum 11(1): 81. 1823.
Figuras 1b-d
 Subarbustos eretos, ca. 40 cm alt. Ramos 
pubescentes, tricomas simples, entrenós 0,1-2 cm 
compr. Látex ausente. Folhas simples, ovadas, 
2-7 × 3-14 mm, base cuneada, ápice cuspidado a 
obtuso, margem inteira, velutino em ambas as faces, 
concolores, veias secundárias não perceptíveis, 
pecíolo 0-1 mm compr. Inflorescência em glomérulos 
congestos, pedúnculo ausente, bractéolas lanceoladas, 
ca. 5 mm compr., pubescentes, pedicelo ausente. 
Cálice com sépalas iguais entre si, lanceoladas, 
ca. 1 × 1-5 mm, pubescentes, ápice arredondado, 
lisas, não acrescentes. Corola ca. 1 cm compr., 
glabra, azul. Estames ca. 6 mm compr., anteras 1 mm 
compr. Estilete ca. 8 mm compr. Fruto globoso, seco 
indeiscente, ca. 0,3 cm compr. Sementes glabras, 
ca. 1,5 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1067 
(PEUFR); Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. 
Buril 1069 (PEUFR).
 A espécie é amplamente distribuída por todo o 
Brasil, não havendo registros de ocorrência apenas 
nos Estados do Amapá e Tocantins (BFG 2015). 
Na microrregião do Alto Capibaribe foi coletada 
no município de Taquaritinga do Norte, em área 
de transição entre Caatinga e Brejo de Altitude 
e, em afloramentos rochosos. Diferencia-se pelas 
inflorescências em glomérulos congestos.
Ipomoea L., Species Plantarum 1: 159. 1753.
 Trepadeiras herbáceas, lianas, arbustos prostrados 
ou eretos. Ramos glabros a pubescentes, tricomas 
simples, raro aculeados. Folhas inteiras a trilobadas, 
glabras ou pubescentes, com indumento variado. 
Inflorescência, em geral, cimeira dicasial, raro 
umbeliforme, corimbulosa ou monocasial, 2-11 flora. 
Flores pediceladas, sépalas não acrescentes, iguais 
ou desiguais, glabras ou pubescentes, indumento 
variável, tricomas simples, lisas, raramente rostradas 
ou verrucosas. Corola infundibuliforme, raro 
hipocrateriforme, rósea ou lilás, raramente azul ou 
branca. Estames de tamanhosdiferentes, anteras retas 
após antese. Estilete inteiro, estigmas 2, globosos. 
Fruto cápsula geralmente globoso. Sementes de 
glabrescentes a velutinas.
3. Ipomoea aristolochiifolia G. Don., A General 
 History of the Dichlamydeous Plants 4: 277. 1838.
Figura 1e
 Trepadeira herbácea. Ramos glabros, inermes, 
sulcados, entrenós 3,5-10,5 cm compr. Látex 
ausente. Folhas ovadas, 4,3-8,1 × 4,3-8,7 cm, base 
cordada, ápice acuminado, margem discretamente 
sinuosa, glabras, levemente discolores com face 
adaxial mais escura, 6-7 pares de veias secundárias, 
pecíolo 2,8-10,3 cm compr. Inflorescência cimeira, 
2-3-flora, pedúnculo 1,4-3,8 cm compr., bractéolas 
ausentes, pedicelo 4-8 mm compr. Cálice com sépalas 
desiguais, externas lanceoladas, ca. 6 × 4 mm, glabras, 
ápice acuminado, verrucosas, internas obovadas, 
ca. 8 × 4 mm, glabras, ápice agudo, lisas. Corola 
infundibuliforme, 1,7-2,7 cm compr., glabra, rosa. 
Estames 1-1,5 cm compr., anteras 1-2 mm compr. 
Estilete 1,2-1,3 cm compr. Fruto globoso, ca. 7 mm 
compr. Sementes glabrescentes, ca. 5 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, 25-IX-2014, M.T. Buril 1074 
(PEUFR).
 É largamente distribuída nas Américas ocorrendo 
desde o México até o Peru (Austin & Huaman 1996). 
No Brasil ocorre em todas as regiões, entretanto, 
no Norte, há registro apenas no Estado do Pará 
(BFG 2015). Pouco frequente na área de estudo, a 
espécie foi coletada no munícipio de Santa Cruz do 
Capibaribe em área antropizada e pode ser identificada 
principalmente por suas sépalas verrucosas.
4. Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult., 
 Systema Vegetabilium 4: 251. 1819.
Figuras 1f-g
 Subarbusto prostrado. Ramos glabros, inermes, 
entrenós 1,5-8 cm compr. Látex leitoso. Folhas 
reniformes, 3,8-7,7 × 2,8-8,2 cm, base cordada a 
auriculada, ápice obtuso, margem inteira, glabras, 
discolores com face adaxial mais escura; 8-9 
pares de veias secundárias, pecíolo 1,7-5,6 cm 
compr. Inflorescência cimeira monocasial, 2-8-flora, 
pedúnculo 2,1-4,9 cm compr., bractéolas lanceoladas, 
1-1,7 × 0,5-0,9 cm, glabras, pedicelo 0,9-1,2 cm 
376 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
compr. Cálice com sépalas desiguais, externas 
obovadas, ca. 9 × 4 mm, glabras, ápice obtuso, 
lisas, internas espatuladas a obovadas, 1,5 × 0,8 cm, 
glabras, ápice redondo, lisas. Corola infundibuliforme, 
5,2-6,7 cm compr., glabra, rosa. Estames 2,2-3,5 cm 
compr., anteras 5-7 mm compr. Estilete 2,1-2,4 cm 
compr. Fruto globoso, ca. 1 cm compr. Sementes não 
vistas.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, 25-IX-2014, M.T. Buril 1060 
(PEUFR).
Material adicBFG(PEUFR).
 Espécie amplamente distribuída nas Américas, 
ocorrendo desde o Panamá até o Paraguai (Austin & 
Huaman 1996). No Brasil, é citada com frequência 
desde a região Norte ao Rio de Janeiro (BFG 2015). Na 
região do Alto Capibaribe foi encontrada no município 
de Santa Cruz do Capibaribe em área antropizada. É 
facilmente identificada devido ao hábito prostrado e 
as folhas reniformes.
5. Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult., 
 Systema Vegetabilium 4: 789. 1819.
Figuras 1h-i
 Trepadeira herbácea. Ramos glabros, inermes, 
entrenós 3-15,5 cm compr. Látex ausente. Folhas 
lanceoladas, 4,7-11,8 × 1-3,2 cm, base sagitada, raro 
cordada, ápice acuminado com múcron, margem 
ciliada discretamente sinuosa a inteira, glabrescentes 
na face abaxial, face adaxial com tricomas apenas nas 
nervuras, discolores com face adaxial mais escura, 
6–8 pares de veias secundárias, pecíolo 1,5-6 cm 
compr. Inflorescência cimeira dicasial, 4-11-flora, 
pedúnculo 1,5-12 cm compr., bractéolas lanceoladas, 
ca. 1,5-4 mm compr., pubescentes, pedicelo 0,5-1 cm 
compr. Cálice com sépalas desiguais, externas elípticas, 
ca. 7 × 4 mm, glabras, ápice agudo, rostrada, com 
pontos pretos, internas cordadas, 7 × 2 mm, glabras, 
ápice obtuso, rostradas. Corola infundibuliforme, 
ca. 4 cm compr., glabra, lilás. Estames 1,3-1,8 cm 
compr., anteras 2-3 cm compr. Estilete ca. 2 cm compr. 
Fruto globoso, ca. 5 mm compr. Sementes velutinas, 
ca. 4 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1059 
(PEUFR); Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. 
Buril 1063 (PEUFR).
 A espécie é endêmica do Brasil (Austin & Huaman 
1996) e ocorre desde a região Norte ao Sudeste do País 
(BFG 2015). Encontrada com frequência na região 
do Alto Capibaribe, desde áreas bem preservadas a 
áreas antropizadas. É facilmente reconhecida por suas 
sépalas rostradas.
6. Ipomoea carnea Jacq., Enumeratio Systematica 
Plantarum, quas in insulis Caribaeis 13. 1760.
Figuras 2a-c
 Arbusto ereto, ca. 1,5 m de altura. Ramos 
glabrescentes a pubescentes, inermes, entrenós 
2-7 cm compr. Látex ausente. Folhas lanceoladas, 
11,5-12,5 × 2,5-5 cm, base cordada, ápice acuminado, 
margem inteira, pubescentes a glabras, discolores 
com face adaxial levemente mais escura, ca. 9 pares 
de veias secundárias, pecíolo 3,5-5,5 cm compr. 
Inflorescência cimeira dicasial, ca. 6-flora, pedúnculo 
1,5-7 cm compr., bractéolas ausentes, pedicelo 
0,5-2 cm compr. Cálice com sépalas iguais, redondas, 
ca. 0,7 × 0,7 cm, pilosas, ápice arredondado, 
lisas. Corola infundibuliforme, ca. 6,5 cm compr., 
pubescente, rosa. Estame não observado. Estilete 
ca. 3 cm compr. Frutos e sementes não observados. 
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Vertentes, 
1-I-2000, L.P. Xavier s.n. (JPB439).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Brejo da 
Madre de Deus, 11-VI-1998, V. Santos 122 (PEUFR).
 Nas Américas ocorre principalmente na costa 
oeste, desde os Estados Unidos até o Peru (Austin 
& Huaman 1996). Amplamente distribuída por 
todo Brasil, só não há registro da espécie no Estado 
de Rondônia (BFG 2015). Na área de estudo, é 
mencionada para os municípios de Taquaritinga do 
Norte (Caatinga) e Vertentes. Diferencia-se das demais 
espécies de Convolvulaceae nesta área por apresentar 
hábito arbustivo ereto.
7. Ipomoea grandifolia (Dammer) O’Donell, Arquivos 
 do Museu Paranaense 9: 222. 1952
Figuras 2d-e
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
inermes, entrenós 5-14 cm compr. Látex ausente. 
Folhas trilobadas, ca. 5 × 4,5 cm, base cordada, 
ápice acuminado, margem discretamente sinuosa, 
glabrescentes em ambas faces, discolores com face 
adaxial mais escura, 8-9 pares de veias secundárias, 
pecíolo 3,1-8,1 cm compr. Inflorescência cimeira 
corimbiforme, 3-6-flora, pedúnculo 2,5-11 cm compr., 
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 377
Figura 2. a-c. Ipomoea carnea. a. Ramo fértil. b. Flor. c. Botão. d-e. Ipomoea grandifolia. d. Sépalas externas 
à esquerda e internas à direita. e. Ramo fértil. f-g. Ipomoea nil. f. Ramo fértil. g. Sépalas externas à esquerda e 
internas à direita.
Figure 2. a-c. Ipomoea carnea. a. Fertile branch. b. Flower. c. Bud. d-e. Ipomoea grandifolia. d. Outer sepals 
(left), inner sepals (right). e. Fertile branch. f-g. Ipomoea nil. f. Fertile branch. g. Outer sepals (left), inner 
sepals (right).
378 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
bractéolas lineares, ca. 4 mm compr., pubescentes, 
pedicelo 3-9 mm compr. Cálice com sépalas iguais, 
lanceoladas, ca. 1 cm, pubescentes, ápice acuminado, 
lisas. Corola infundibuliforme, 1,5-2 cm compr., 
glabra, branca com centro roxo. Estames 1-1,2 cm 
compr., anteras 1-1,5 mm compr. Estilete ca. 1 cm 
compr. Fruto globoso, ca. 8 mm compr. Sementes 
hirsutas, ca. 4 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1058 
(PEUFR).
 Pode ser encontrada desde os Estados Unidos 
até o Peru (Austin & Huaman 1996). No Brasil, é 
amplamente distribuída, ocorrendo em quase todos os 
Estados, com exceção de Alagoas, Amapá, Maranhão, 
Pará e Sergipe (BFG 2015). Na região alvo deste 
estudo, foi encontrada em área com baixa atividade 
antrópica. Pode ser reconhecida, geralmente, por 
apresentar folhas trilobadas e sépalas pubescentes.
8. Ipomoea nil (L.) Roth, Catalecta Botanica 1:36. 
 1797.
Figuras 2f-g
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
inermes, entrenós 13,5-21 cm compr. Látex ausente. 
Folhas ovadas, inteiras a 3-lobadas, 3,5-8 × 3,5-7,5 cm, 
base cordada, ápice acuminado a cuspidado, margem 
discretamente sinuosa, pubescentes, face abaxial 
com tricomas adensados nas nervuras, hirsutos, 
discolores com face adaxial escura, 6-7 pares de veias 
secundárias, pecíolo 2-6,2 cm compr. Inflorescência 
cimeira dicasial, 3-5-flora, pedúnculo 3-8 cm compr., 
bractéolas lineares, 3-7 mm compr., hirsutas, pedicelo 
0,3-2,6 cm compr. Cálice com sépalas subiguais, 
externas lanceoladas, 2,5 × 0,2 cm, hirsutas, ápice 
longo acuminado, lisas, internas lineares, 2 × 0,3 cm, 
hirsutas, ápice longo acuminado, lisas. Corola 
infundibuliforme, 3,5-4 cm compr., glabra, azulada 
com a fauce do tubo branca ou raramente branca. 
Estames 2,1-2,7 cm compr., anteras ca. 1 mm compr. 
Estilete ca. 2,2 cm compr. Fruto globoso ca. 0,7 cm 
compr. Sementes não vistas.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1061 
(PEUFR); Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. 
Buril 1065 (PEUFR); Santa Cruz do Capibaribe, 
25-IX-2014, M.T. Buril 1073 (PEUFR).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Afrânio, 
21-IV-1971, E.P. Heringer et al. 2014 (PEUFR).
 Ocorre em todo continente Americano, desde os 
Estados Unidos até a Argentina (Austin & Huaman 
1996). No Brasil é amplamente distribuída e referida 
em todas as regiões do país, excetuando-se os estados 
do Amapá e Roraima. Na região estudada foram 
coletadas em centros urbanos e em áreas com baixo 
impacto antrópico. Ipomoea nil pode ser identificada 
por suas sépalas longo-acuminadas, hirsutas e suas 
corolas, na maioria das vezes, azuladas com a fauce 
do tubo branca.
9. Ipomoea parasitica (Kunth) G. Don., A General 
 History of the Dichlamydeous Plants 4: 275. 1838. 
Figuras 3a-c
 Liana. Ramos glabrescentes, aculeados, 
entrenós 11-21 cm compr. Látex ausente. Folhas 
ovadas, 7,5-17 × 6,5-16,8 cm, base cordada, ápice 
acuminado, margem discretamente sinuosa a 
ondulada, glabrescentes na face adaxial e glabras 
na face abaxial, discolores com face adaxial mais 
escura, 9-10 pares de veias secundárias, pecíolo 
5-20 cm compr. Inflorescência cimeira umbeliforme, 
2-4-flora, pedúnculo 1,5-12 cm compr., bractéolas 
lineares, ca. 0,4 cm compr., glabras, pedicelo 1-3 cm 
compr. Cálice com sépalas subiguais, externas ovadas, 
ca. 7 × 5 mm, glabras, ápice acuminado mucronado, 
rugosas, internas ovadas a rotundas, ca. 7 × 6 mm, 
glabras, ápice acuminado mucronado, lisas. Corola 
infundibuliforme 4,5-5 cm compr., pubescentes, 
azulada. Estames 2,4-2,8 cm compr., anteras 2-3 mm 
compr. Estilete ca. 1,9 cm compr. Fruto globoso, 
ca. 2 cm compr. Sementes pubescentes, ca. 0,9 cm 
compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1057 
(PEUFR).
 Espécie registrada nas Américas, com 
predominância na América Central (Austin & Huaman 
1996). No Brasil, ocorre nas regiões Nordeste, Centro-
Oeste e Sudeste, desde o Maranhão até Minas Gerais 
em áreas de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica 
(BFG 2015). Na microrregião do Alto Capibaribe foi 
encontrada em áreas de Brejo, podendo ser facilmente 
reconhecida por ser a única com ramos aculeados.
10. Ipomoea tubata Nees, Flora 4: 301.1821.
Figuras 3d-e
 Liana. Ramos pubescentes, inermes, entrenós 
3,5-8 cm compr. Látex não observado. Folhas ovadas, 
1,5-6 × 3-9 cm, base cordada, ápice acuminado, 
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 379
Figura 3. a-c. Ipomoea parasitica. a. Ramo fértil. b. Detalhe do caule com acúleos. c. Fruto. d-e. Ipomoea tubata. 
d. Ramo fértil. e. Flor. f-g. Jacquemontia corymbulosa. f. Sépalas externas à esquerda e internas à direita. g. Ramo 
fértil. h-k. Jacquemontia mucronifer. h. Botão com bractéolas. i. Ramo fértil. j. Inflorescência. k. Indumento foliar.
Figure 3. a-c. Ipomoea parasitica. a. Fertile branch. b. Detail of aculeate stem. c. Fruit. d-e. Ipomoea tubata. 
d. Fertile branch. e. Flower. f-g. Jacquemontia corymbulosa. f. Outer sepals (left), inner sepals (right). g. 
Fertile branch. h-k. Jacquemontia mucronifer. h. Bud with bracteoles. i. Fertile branch. j. Inflorescence. k. Leaf 
indumentum.
380 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
margem inteira a sinuosa, discolores, face adaxial 
mais escura e glabrescentes e abaxial mais clara e 
velutina, 9-11 pares de veias secundárias, pecíolo 
0,5-3 cm de compr. Inflorescência em cimeira, 
3-flora, pedúnculo 1-4 cm compr., bractéolas elípticas, 
ca. 7 × 2 mm compr., pubescentes, pedicelo 0,5-3 cm 
compr. Cálice com sépalas desiguais, externas ovadas, 
ca. 1,2 × 0,5 cm, tomentosas, ápice arredondado, lisas, 
margem repanda, internas ovadas, ca. 1,5 × 0,7 cm, 
tomentosas, ápice arredondado, lisas, margem 
repanda. Corola hipocrateriforme, ca. 6 cm de compr., 
pubescente, rosa. Estames, 1,7-2 cm compr., anteras 
ca. 5 mm compr. Estilete ca. 2 cm compr. Fruto 
deiscente. Sementes não vistas.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 4-VI-1992, A.M. Miranda 
492 (PEUFR).
 Espécie endêmica do Brasil (Austin & Huaman 
1996), distribuída principalmente na região central do 
país, numa faixa que vai desde Rondônia até a Paraíba, 
se estendo ao Sudeste até o Estado de São Paulo (BFG 
2015). Na área de estudo, foi coletada em Taquaritinga 
do Norte em Brejo de Altitude. Diferencia-se das 
demais espécies do gênero, encontradas na região, 
por apresentar corola hipocrateriforme, enquanto as 
demais apresentam corola infundibuliforme, além das 
sépalas com margem repanda muito distintas.
Jacquemontia Choisy, Mémoires de la Société de 
 Physique et d’Histoire Naturelle de Genève 6(2): 
 476. 1834.
 Geralmente trepadeiras herbáceas, raro lianas. 
Ramos com indumento variável, tricomas estrelados 
com 3 ramos, inermes. Folhas inteiras, glabrescentes, 
pubescentes ou velutinas. Inflorescência cimeira 
corimbiforme ou umbeliforme, 3-20 flora. Flores com 
pedicelos de ausentes a 11 mm compr., sépalas não 
acrescentes, iguais, subiguais ou desiguais, glabras a 
velutinas, lisas, sépalas com ápice reto, raro reflexo 
(J. martii). Corola infundibuliforme, lilás ou azul, 
raramente branca. Estames de tamanhos diferentes, 
0,3-1 cm compr., anteras retas. Estilete inteiro, 
estigmas 2, ovais-planos. Fruto seco, geralmente 
globoso, deiscentes. Sementes glabras.
11. Jacquemontia corymbulosa Benth., The Botany 
 of the Voyage of H.M.S. Sulphur 137. 1844[1845].
 Figuras 3f-g
 Liana. Ramos velutinos, entrenós 0,7-8,5 cm 
compr. Látex ausente. Folhas ovadas a lanceoladas, 
2,7-12,5 × 1,3-7,5 cm, base cordada, ápice acuminado, 
margem discretamente sinuosa, velutinas, discolores 
com face adaxial mais escura, 6-8 pares de veias 
secundárias, pecíolo 0,3-5,6 cm compr. Inflorescência 
cimeira corimbiforme, 3-20-flora, pedúnculo 
1,1-7,8 cm compr., bractéolas lineares, ca. 1 cm 
compr., pubescentes, pedicelo 0-0,3 mm compr. 
Cálice com sépalas desiguais, externas lanceoladas, 
ca. 7 × 2 mm, pubescentes, côncavas, ápice acuminado, 
lisas, internas ovadas, ca. 5 × 2 mm, tricomas restritos 
à porção central, côncavas, ápice acuminado, lisas. 
Corola 0,7-1 cm compr., glabra, azul. Estames 6-7 cm 
compr., anteras ca. 1 mm compr. Estilete ca. 6,5 mm 
compr. Fruto globoso ca. 4 mm compr. Sementes 
glabras, ca. 2 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, distrito do Pará, Serra do Pará, 
24-IX-2014, M.T. Buril 1031 (PEUFR); Taquaritinga 
do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1056 (PEUFR).
 Ocorre no Peru, Equador e no Brasil nos Estados 
da Bahia, Paraíba e Pernambuco, em áreas de 
Caatinga (sensu stricto) e Cerrado (sensu lato) (Buril 
2013). Entretanto, no Alto Capibaribe, a espécie foi 
encontrada em áreas de Caatinga hiperxerófila e em 
áreas de Brejo. Pode ser confundida com J. pentanthos 
que também ocorre na área, diferenciando-se dessa por 
apresentar bractéolas lineares (vs. lanceoladasem J. 
pentanthos).
12. Jacquemontia mucronifera (Choisy) Hallier 
 f., Botanische Jahrbücher für Systematik, 
 Pflanzengeschichte und Pflanzengeographie 16: 
 543. 1893.
Figuras 3h-k
 Trepadeira herbácea. Ramos velutinos, entrenós 
0,9-7,5 cm compr. Látex ausente. Folhas lanceoladas, 
1-3,5 × 1,5-5,5 cm, base cordada, ápice acuminado, 
mucronado, margem discretamente sinuosa, velutina 
em ambas faces, discolores com face adaxial ferrugínea 
mais escura, 7-9 pares de veias secundárias, pecíolo 
0,4-2,5 cm compr. Inflorescência corimbiforme, 
ca. 16 flores, pedúnculo 1,1-6,5 cm compr., bractéolas 
setosas, 5-8 mm compr., pubescente, pedicelo ausente 
até 9 mm compr. Cálice com sépalas desiguais, 
externas lanceoladas, ca. 1 × 0,3 cm, pubescentes, 
ápice acuminado reto, e internas lanceoladas, 
ca. 5 × 2 mm, glabras, ápice acuminado. Corola 
ca. 1-1,3 cm compr., glabra, lilás. Estames 3-5 mm 
compr., anteras ca. 1 mm compr. Estilete 7 mm compr. 
Fruto globoso, ca. 5 mm compr. Sementes glabras, 
ca. 3 mm compr.
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 381
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, distrito do Pará, Serra do Pará, 
24-IX-2014, M.T. Buril 1030 (PEUFR); Taquaritinga 
do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1068 (PEUFR).
 Espécie conhecida apenas no Brasil, desde o 
Ceará até o Paraná (BFG 2015) em áreas de Mata 
Atlântica, Cerrado e Caatinga (Buril 2013). Na 
região estudada, foi encontrada em Caatinga e Brejo 
de Altitude. Pode ser reconhecida pelas bractéolas 
setosas e pelo indumento foliar velutino, denso e 
de coloração ferrugínea. Geralmente é confundida 
com Jacquemontia pentanthos e J. corymbulosa. 
Contudo, diferencia-se destas duas pelo formato das 
bractéolas (lanceoladas em J. pentanthos e filiformes 
em J. corymbulosa) e pelo indumento das folhas 
(pubescentes em J. pentanthos).
13. Jacquemontia martii Choisy, Prodromus 
 Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 9: 398. 
 1845.
Figuras 4a-c
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
entrenós 5,5-11 cm compr. Látex ausente. Folhas 
ovadas a lanceoladas, 5,5-7,7 × 2,5-5 cm, base 
cordada, raro arredondada, ápice acuminado, 
margem discretamente sinuosa, pubescentes, mais 
adensados na face abaxial, discolores com face 
adaxial mais escura, 7-8 pares de veias secundárias, 
pecíolo 1,7-3 cm compr. Inflorescência cimeira 
umbeliforme, 3-20-flora, pedúnculo 2,5-7 cm compr., 
bractéolas lineares, ca. 3 mm compr., pubescentes, 
pedicelo 8-11 mm compr. Cálice com sépalas iguais, 
lanceoladas, ca. 6 × 2 mm compr., glabras, ápice 
acuminado reflexo. Corola 2-2,5 cm compr., glabra, 
azul. Estames 0,5-1 cm compr., anteras ca. 1 mm 
compr. Estilete 0,8-1 cm compr. Fruto globoso 
ca. 5 mm compr. Sementes glabras, ca. 3 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1055 
(PEUFR).
 Espécie endêmica do Brasil, distribuída nas 
regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste 
(Buril 2013). No Alto Capibaribe, foi coletada apenas 
em Taquaritinga do Norte em área de Brejo com baixo 
impacto antrópico, e pode ser facilmente identificada 
pelas sépalas glabras com ápice reflexo.
14. Jacquemontia nodiflora (Desr.) G. Don., A 
 General History of the Dichlamydeous Plants 4: 
 283. 1838.
Figuras 4d-e
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
entrenós 2-5 cm compr. Látex ausente. Folhas 
lanceoladas a ovadas, 2-4 × 0,9-3 cm, base de cordada 
a arredondada, ápice de acuminado a emarginado, 
margem sinuosa, face adaxial glabrescente e 
abaxial pubescente, concolores, ca. 5 pares de veias 
secundárias, pecíolo 1-1,5 cm compr. Inflorescência 
cimeira corimbiforme, 6-8-flora, pedúnculo 0,1-1,2 cm 
compr., bractéolas lanceoladas, ca. 1 mm compr., 
pilosas, pedicelo 0,3-0,6 cm compr. Cálice com sépalas 
iguais, ca. 3 × 2 mm, rotundas, ápice arredondado, 
pubescentes. Corola 1-1,5 cm, glabra, branca. Estames 
ca. 6 mm compr., anteras ca. 1 mm compr. Estilete 
ca. 1,2 mm compr. Fruto globoso, ca. 5 mm compr. 
Sementes glabras, ca. 1,5 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, Distrito do Pará, Serra do Pará, 
24-IX-2014, M.T. Buril 1032 (PEUFR).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco : 
Parnamirim, 14-XII-1988, M.L. Guedes 1611 
(PEUFR).
 Ocorre desde o México até o Brasil, em 
vegetação de Caatinga e de Cerrado, entretanto, há 
maior predominância dessa espécie no primeiro tipo 
vegetacional (Buril 2013). No Brasil, é registrada em 
todo o Nordeste, com exceção do Maranhão, Goiás, 
Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na 
região estudada, é pouco frequente e está comumente 
associada à vegetação de Caatinga. É facilmente 
diferenciada das demais espécies do gênero ocorrentes 
na área, pelas sépalas de ápice arredondado.
15. Jacquemontia pentanthos (Jacq.) G. Don., A 
 General History of the Dichlamydeous Plants 4: 
 283 Gen. Hist. 4: 283. 1838. 
Figura 4f
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
entrenós 1,5-7,5 cm compr. Látex ausente. Folhas 
ovadas a cordadas, 4-7,3 × 3-5 cm, base cordada, ápice 
acuminado, raro arredondado, margem discretamente 
sinuosa a inteira, pubescente, tricomas mais adensados 
na face abaxial, discolores com face adaxial mais 
escura, 4-6 pares de veias secundárias, pecíolo 
1,1-3 cm compr. Inflorescência cimeira umbeliforme, 
5-11-flora, pedúnculo 1,5-12,7 cm compr., bractéolas 
lanceoladas, ca. 1 cm compr., pubescentes, pedicelo 
ausente a ca. 1 mm compr. Cálice com sépalas desiguais, 
externas lanceoladas, ca. 7 × 2 mm, pubescentes, ápice 
acuminado reto, internas lanceoladas, ca. 4 × 1 mm, 
382 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
Figura 4. a-c. Jacquemontia martii. a. Vista lateral do cálice. b. Ramo fértil. c. Sépalas internas à esquerda e 
externas à direita. d-e. Jacquemontia nodiflora. d. Fruto. e. Ramo fértil. f. Jacquemontia pentanthos. Inflorescência. 
g-h. Merremia aegyptia. g. Anteras e estilete. h. Ramo fértil. i. Merremia cissoides. Ramo fértil.
Figure 4. a-c. Jacquemontia martii. a. Lateral view of calyx. b. Fertile branch. c. Inner sepals (left), outer sepals 
(right). d-e. Jacquemontia nodiflora. d. Fruit. e. Fertile branch. f. Jacquemontia pentanthos. Inflorescence. g-h. 
Merremia aegyptia. g. Anthers and style. h. Fertile branch. i. Merremia cissoides. Fertile branch.
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 383
pubescentes, ápice acuminado. Corola 1,1-1,3 cm 
compr., glabra, lilás. Estames 5-8 cm compr., anteras 
0,5-1 mm compr. Estilete 7 mm compr. Fruto globoso, 
ca. 5 mm compr. Sementes glabras, ca. 3 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1062 
(PEUFR); Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. 
Buril 1064 (PEUFR).
 Presente desde os Estados Unidos até a Argentina. 
No Brasil ocorre nas regiões Norte, Nordeste, 
Centro-Oeste e Sudeste (Buril 2013). Frequente em 
Taquaritinga do Norte. Pode ser confundida com 
J. corymbulosa e J. mucronifer como já foi referido 
na descrição destas espécies.
Merremia Dennst. ex Endl., Gen. Pl. 18: 1403. 1841.
 Trepadeiras herbáceas. Ramos inermes, lisos, 
glabrescentes a pubescentes, tricomas simples. 
Folhas compostas, digitadas, 5-folioladas, glabras 
a pubescentes. Inflorescência em cimeira ou flores 
solitárias, 1-18 flora. Flores com pedicelos ausentes 
a 4 cm compr., sépalas raro acrescentes, subiguais 
ou desiguais, glabras a hirsutas, lisas, com ápice reto 
ou reflexo. Corola infundibuliforme, frequentemente 
branca, raro com fauce do tubo vinácea. Estames 
de tamanhos diferentes, 1,2-2 cm compr., anteras 
retorcidas após antese. Estilete inteiro, estigmas 
2, globosos. Fruto seco, globoso ou quadrangular, 
deiscente.
16. Merremia aegyptia (L.) Urb., Genera Plantarum 
 18: 1403. 1841.
Figuras 4g-h
 Trepadeira herbácea. Ramos hirsutos , 
entrenós 8,7-11,2 cm compr. Látex ausente. Folhas 
digitadas n-folioladas; folíolos lanceolados, 
1,5-6,9 × 0,6-2,7 cm, base atenuada, ápice agudo, 
margem ciliada e discretamente sinuosa,pubescentes, 
tricomas mais adensados na face adaxial, 9-10 pares 
de veias secundárias, sésseis, pecíolo 1-2,7 cm compr., 
não alado. Inflorescência cimeira 3-6-flora, pedúnculo 
4,5-5,5 cm compr., bractéolas lineares, ca. 2 mm 
compr., pubescentes, pedicelo 0,7-2,5 mm compr. 
Cálice com sépalas desiguais, externas lanceoladas, 
ca. 1,5-2 × 0,5-0,7 cm, hirsutas, ápice acuminado, 
reflexo, lisas, internas lanceoladas, ca. 9-10 × 5-6 mm, 
glabras, ápice acuminado mucronado, não acrescentes. 
Corola 1,8-2 cm compr., glabra, branca. Estames 
1,2-1,5 cm compr., anteras ca. 5 mm compr. Estilete 
1 cm compr. Frutos globosos, ca. 1,5 cm compr. 
Sementes não observadas.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Cruz do Capibaribe, 25-IX-2014, M.T. Buril 1072 
(PEUFR).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Ibimirim, 
30-VI-1995, K. Andrade 103 (PEUFR).
 Amplamente distribuída nas Américas e, no 
Brasil, não é registrada apenas para região Sul 
(BFG 2015). Foi encontrada em área antrópica na 
microrregião do Alto Capibaribe. Merremia aegyptia é 
facilmente diferenciada das demais espécies do gênero 
pelos ramos e folhas hirsutos.
17. Merremia cissoides (Lam.) Hallier f., Botanische 
 Jahrbücher für Systematik, Pflanzengeschichte 
 und Pflanzengeographie 16(4–5): 552. 1893.
Figura 4i
 Trepadeira herbácea. Ramos pubescentes, 
entrenós 2,5-10 cm compr. Látex ausente. Folhas 
digitadas n-folioladas; folíolos lanceolados, 
1,1-5,1 × 0,4-2,2 cm, base cuneada, ápice agudo, 
mucronado, margem denteada e ciliada, glabrescentes, 
discolores com face adaxial mais escura, 6-7 pares de 
veias secundárias, sésseis, pecíolo 1-4 cm compr., não 
alado. Inflorescência em monocásio ou flor solitária, 
3-4-flora, pedúnculo 0,3-4,2 cm compr., bractéolas 
lanceoladas, ca. 1-2 cm compr., glabrescentes, 
pedicelo 0-1,5 mm compr. Cálice com sépalas iguais, 
lanceoladas, 1,1-1,5 × 0,2-0,4 cm, pubescentes, ápice 
acuminado, retos, não acrescentes. Corola 2,5-3 cm 
compr., glabra, branca com fauce do tubo vinácea. 
Estames 1,3-1,7 cm compr., anteras 0,4-0,5 cm compr. 
Estilete ca. 1,5 mm compr. Frutos e sementes não 
observados.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 25-IX-2014, M.T. Buril 1070 
(PEUFR).
 Espécie distribuída nas Américas, desde o México 
até a Argentina (Ferreira & Miotto 2013). Amplamente 
distribuída em todas as regiões brasileiras (BFG 2015). 
No Alto Capibaribe, foi encontrada em região de Brejo 
e pode ser facilmente diferenciada de M. aegyptia pelo 
indumento pubescente e margem das folhas serreada 
(vs. tricomas hirsutos e margem denteada e ciliada e 
discretamente sinuosa).
18. Merremia macrocalyx (Ruiz & Pav.) O’Donell, 
 Lilloa 6 (2): 506–511. 1941. 
Figuras 5a-c
 Trepadeira herbácea. Ramos glabrescentes, 
entrenós 8-10,5 cm compr. Látex ausente. Folhas 
384 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
Figura 5. a-c. Merremia macrocalyx. a. Vista lateral da flor. b. Ramo fértil. c. Fruto com sépalas acrescentes. 
d-e. Operculina macrocarpa. d. Flor. e. Hábito. f-i. Turbina cordata. f. Face adaxial da folha. g. Face abaxial da 
folha. h. Folha. i. Botão.
Figure 5. a-c. Merremia macrocalyx. a. Lateral view of flower. b. Fertile branch. c. Fruit with accrescent sepals. 
d-e. Operculina macrocarpa. d. Flower. e. Habit. f-i. Turbina cordata. f. Adaxial leaf surface. g. Abaxial leaf 
surface. h. Leaf. i. Bud.
Nepomuceno et al.: Convolvulaceae Alto Capibaribe 385
digitadas n-folioladas; folíolos oblanceolados, 
2-8 × 1-4 cm, base cuneada, ápice acuminado, 
mucronado, margem sinuosa, glabra, discolores 
com face adaxial mais escura, 10-14 pares de veias 
secundárias, pecíolo 3,5-4,5 cm compr., não alado. 
Inflorescência em cimeira, 10-18-flora, pedúnculo 
7-10,5 cm compr., bractéolas ausentes. Cálice com 
sépalas subiguais, externas elípticas, 1,4 × 0,7 cm, 
glabras, ápice arredondado, lisas, acrescentes, internas 
elípticas, ca. 2,1 × 1 cm, glabras, ápice arredondado, 
lisas, acrescentes. Corola ca. 4 cm compr., glabra, 
branca. Estames 1,5-2 cm compr., anteras 3-6 mm 
compr. Estilete ca. 2 cm compr. Fruto quadrangular, 
ca. 2 cm compr. Sementes velutinas, ca. 3 mm compr. 
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Vertentes, 
21-IV-2015, N. Brasil 5 (PEUFR).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Bonito, 
1-VIII-2001, A.G. Silva 479 (PEUFR).
 Ocorre dos Estados Unidos até a Argentina 
(Ferreira & Miotto 2013). No Brasil, é referida para 
todos os Estados, excetuando Piauí e Rio Grande do 
Sul (BFG 2015). No Alto Capibaribe, foi coletada na 
borda de mata em área de Brejo de Altitude. Pode ser 
reconhecida pelas sépalas longas (ca. 1 cm compr.), 
glabras e que são acrescentes nos frutos.
19. Operculina macrocarpa (L.) Urb., Symbolae 
 Antillanae seu Fundamenta Florae Indiae 
 Occidentalis 3: 343. 1902.
Figuras 5d-e
 Liana. Ramos glabros, inermes, entrenós 8-14 cm 
compr. Látex leitoso. Folhas digitadas, 5-folioladas, 
lanceoladas, 2,5-8 × 1-3,2 cm, base cuneada, ápice 
agudo, levemente sinuosa, glabrescente em ambas 
faces, concolores, 10-12 pares de veias secundárias, 
pecíolo 3-5 cm compr., alado. Inflorescência em 
cimeira, 1-2-flora, pedúnculo 7-8 cm compr., 
bractéolas oblongas, 0,8-1,2 cm compr., glabras, 
pedicelo 1,5-3 cm compr. Cálice com sépalas iguais, 
rotundas, ca. 2,5 × 2,6 cm, glabras, ápice arredondado, 
lisas. Corola infundibuliforme ca. 8 cm compr., 
pubescente nas nervuras mesopétalas, branca. Estames 
de tamanhos diferentes, ca. 4 cm compr., anteras 
retorcidas após a antese, ca. 5 mm compr. Estilete 
inteiro, ca. 6 mm compr, estigmas 2, globosos. Frutos 
cápsulas operculadas, globosos, deiscentes, ca. 2 cm 
compr. Sementes glabras, ca. 8 mm compr.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Vertentes, 
30-X-1941, L.P. Xavier JPB430 (JPB).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Santa 
Maria da Boa Vista, 3-V-1971, E.P. Heringer 469 
(PEUFR); Santa Maria da Boa Vista, 4-V-1971, 
T. Ramos 17 (PEUFR); Afrânio, 23-IV-1971, E.P. 
Heringer 301 (PEUFR). bahia: Jequié, 23-IV-2004, 
G.E.L. Macedo 751 (PEUFR).
 No Brasil ocorre em quase todos os Estados do 
Nordeste, em todo Sudeste, nos Estados de Goiás até 
Paraná, além do Distrito Federal (BFG 2015). Assim 
como Merremia, apresenta anteras retorcidas, mas são 
facilmente diferenciadas pelos pedúnculos e pedicelos 
alados (vs. lisos em Merremia).
20. Turbina cordata (Choisy) D.F. Austin & Staples, 
 Journal of the Arnold Arboretum 64: 488. 1983.
Figuras 5f-i
 Trepadeira. Ramos vilosos, tricomas simples, 
inermes, entrenós 2-6,5 cm compr. Látex não observado. 
Folhas simples, cordadas, 3-9 × 2-8 cm, base cordada, 
ápice acuminado, mucronado, margem ciliada, 
levemente sinuosa, face adaxial glabrescente, com 
tricomas restritos às nervuras, face abaxial densamente 
vilosa, discolores com face adaxial mais escura, 7-9 
pares de veias secundárias, pecíolo 2,5-4,5 cm compr. 
Inflorescência em cimeira, 10-16-flora, pedúnculo 
4-10 cm compr., bractéolas lanceoladas, 0,8-1,5 cm 
compr., face abaxial pubescente e adaxial glabra, 
pedicelo 0,3-1,5 cm compr. Cálice com sépalas 
iguais, ovadas, ca. 1,2 × 0,8 cm, velutinas, ápice 
arredondado mucronado, lisas, margem inteira. Corola 
infundibuliforme 5,2-6,7 cm, pubescente, lilás a rósea. 
Estames de tamanhos diferentes, ca. 4 cm compr., 
anteras retas, ca. 5 mm compr. Estilete ca. 7 mm 
compr,, estigma 2 globosos. Frutos elipsoides, 
secos, indeiscentes, ca. 1,5 cm compr. Sementes não 
observadas.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: 
Taquaritinga do Norte, 18-IV-1997, V. Santos 2 
(PEUFR).
Material adicional: BRASIL. Pernambuco: Fazenda 
Nova, 11-VIII-1998, L.S. Figuerêdo 415 (PEUFR).
 Espécie endêmica do Brasil, com ampla 
distribuição no país (BFG 2015). Bastante similar 
a Ipomoea, distingue-se das demais espécies por 
apresentar folhas com indumento glabrescente com 
tricomas restritos às nervuras na face adaxial, e face 
abaxial com indumento densamente viloso, além do 
fruto indeiscente.
386 Hoehnea 43(3): 371-386, 2016
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