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Renealmia L.f.: aspectos botânicos, ecológicos, farmacológicos e agronômicos
NEGRELLE, R.R.B
Laboratório OIKOS, Departamento de Botânica, Universidade Federal do Paraná. Cx. Postal 19031, 81531-990.
Curitiba, Paraná, Brasil. negrelle@ufpr.br
RESUMO: Renealmia L.f. é um gênero de Zingiberaceae com inúmeros usos, entre eles:
ornamental, medicinal e alimentício. Visando ressaltar a importância deste gênero como
potencial fonte de recursos agroeconômicos apresenta-se esta revisão sobre aspectos
botânicos, ecológicos, farmacológicos, e agronômicos. De um universo de 87 espécies
formalmente inseridas em Renealmia, registrou-se indicação de uso popular para 18 destas.
Em sua maior parte as indicações de uso estiveram associadas a R. alpinia, R. exaltata e R.
guianensis englobando, principalmente, os usos ornamental, alimentício e medicinal. Dentre as
14 espécies com indicação de uso popular medicinal, registram-se pesquisas farmacológicas
para apenas quatro: R. alpinia, R. exaltata, R. nicolaioides e R. thyrsoidea. Entretanto, estas
pesquisas evidenciam um amplo espectro de bioatividade, com ênfase na ação anticancerígena
e antiofídica, especialmente de R. alpinia. Apenas seis espécies foram avaliadas quanto a
composição química (R. loribunda, R. guianensis, R. alpinia, R. chrysotricha, R. exaltata e R.
nicolaioides), identiicando-se peril químico que corrobora a potencialidade anticancerígena e
antiofídica para os representantes deste gênero. Evidenciou-se grande lacuna no que se refere
ao conhecimento cientíico ou técnico para o cultivo de espécies de Renealmia. Isto pode se
conigurar num impedimento importante na utilização destas espécies como recurso econômico.
Palavras-chave: pacová, planta alimentícia, planta medicinal, planta ornamental, Zingiberaceae.
ABSTRACT: Renealmia L..f.: botanical, pharmacological and agronomical aspects. The
Renealmia L.f. is a genus that belongs to the Zingiberaceae with several applications, including
the ornamental, medicinal and food ones. Aiming to emphasize the importance of this genus as
a potential agro-economic resource, a review of its botanical, pharmacological and agronomic
aspects is presented. From 87 species formally inserted in the Renealmia, 20 were registered
with popular uses. In general, these popular uses were associated with R. alpinia, R. exaltata
and R. guianensis, mainly including the ornamental, nourishing and medicinal uses. Among 14
species with indication of popular medicinal use, pharmacological studies were registered for
only four: R. alpinia, R. exaltata, R. nicolaioides and R. Thyrsoidea. However, these studies
show a large bioactivity range, with emphasis in the anti-carcinogenic and antiophidic action,
especially for R. alpinia. Only six species were analyzed in terms of chemical composition (R.
loribunda, R. guianensis, R. alpinia, R. chrysotricha, R. exaltata and R. nicolaioides). Their
chemical proiles corroborate the anti-carcinogenic potential for the representatives of this genus.
There is a great scientiic or technical gap on the cultivation of Renealmia species. This can be
an important limiting factor in the use of these species as economical resource.
Keywords: red ginger, edible food plant, medicinal plant, ornamental plant, Zingiberaceae.
ASPECTOS BOTÂNICOS
Classiicação botânica
O gênero Renealmia foi descrito em 1782,
por Carl Von Linné Filho, tendo como espécie
typus Renealmia exaltata L. f. (Publicado em
Supplementum Plantarum 7, 79. 1781[1782]. (Apr
1782) (Suppl. Pl.). O gênero está incluído em
Zingiberaceae, família que reúne 53 gêneros e 1.200
espécies pantropicais concentradas especialmente
no sudeste da Ásia (Kress, 1990). Esta família,
classiicada como Monocotiledônea - Comelinidea
(Stevens, 2013), inclui apenas representantes
herbáceos rizomatosos.
Recebido para publicação em 25/04/2013
Aceito para publicação em 14/07/2014
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
10.1590/1983-084X/ 13_049
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O autor do gênero, também chamado de
Carolus Linnaeus Filius ou Carl von Linné Le Jeune
(1741 -1783), foi um naturalista sueco, ilho do
famoso sistemático de mesmo nome Carl von Linné
ou Carolus Linnaeus (1707-1778). O nome deste
gênero foi uma homenagem ao botânico francês
Paul de Reneaulme (1560-1624) (Merriam-Webster,
2013).
Atualmente, há 151 espécies associadas a
Renealmia, sendo 87 destas formalmente aceitas
(The Plant List, 2013). Botanicamente (Tropicos,
2013), este gênero está assim classiicado:
• Classe: Equisetopsida C. Agardh
• Subclasse: Magnoliidae Novák ex Takht.
• Superordem: Lilianae Takht.
• Ordem: Zingiberales Griseb.
• Família: Zingiberaceae Martinov
• Subfamília: Alpinioideae Link
• Gênero: Renealmia L.f.
Conforme Jannes (2008), a atual
classiicação das espécies deste gênero é baseada
em características morfológicas e dividida de acordo
com sua distribuição neotropical e africana. As
espécies neotropicais estão divididas nos seguintes
grupos de espécies: grupo Renealmia cernua;
grupo Renealmia alpinia; grupo Renealmia acreana
e grupo Renealmia aromatica. Três espécies
isoladas (Renealmia jamaicensis (Gaertn) Horan;
R. pyramidalis (Lam.) Maas, and R.variegata Maas
& Maas) também estão inseridas entre as espécies
neotropicais (Maas & Maas, 1987; 1990).
Na África, o gênero é dividido em dois
principais complexos de espécies: complexo
Renealmia africana e complexo Renealmia
congoensis. Adicionalmente, há onze espécies
fora destes complexos: Renealmia battenbergiana
Cummins ex Baker, R. bracteata de Wild. &
T.Durand, R. cincinnata (K. Schum.) Baker, R.
densispica J.Koechlin, R. engleri K. Schum., R.
A
B
longifolia K. Schum., R. maculata Stapf., R. mannii
Hook.f., R. polyantha K. Schum., R. polyantha K.
Schum., R. polypus Gagnep., and R. sancti-thomae
I.M.Turner. (Jannes, 2008).
Caracterização Botânica
Renealmia está inserido em Alpinioideae, a
segunda maior subfamília de Zingiberaceae, que se
distingue morfologicamente das outras subfamílias
principalmente por dois atributos: 1. folhas dísticas
de disposição transversa em relação ao rizoma
(Figura 1A); 2. lores com dois estaminódios laterais
muito reduzidos ou ausentes Figura 1B) (Jannes,
2008).
Renealmia se distingue dos demais
representantes da sub-família Alpinoide, assim
como de Aframomum K. Schum., o gênero mais
próximo, devido a ter a corola mais comprida do
que o cálice e pela presença de pelos estelares na
lâmina foliar (Maas, 1977; Jannes, 2008) (Figura
1C).
É notável a diversidade de caracteres
morfológicos registrada para as espécies de
Renealmia, especialmente no que concerne ao porte,
especialização dos ramos lorais, inlorescências,
lores e síndromes lorais assim como em relação
ao indumento e folhas. Entretanto, não há grande
variação na morfologia polínica (Maas, 1977). Quase
nada se sabe sobre a variação de outros órgãos e
partes como, por exemplo, das sementes (Ospina–
González, 2011).
Conforme Maas (1977), os representantes
de Renealmia são plantas terrestres (1-3 m de
altura, podendo chegar a 6 m), herbáceas com
rizoma de ramificação simpodial, geralmente
espesso e de textura quase lenhosa, com raízes
carnosas muito inas. Apresentam caules foliáceos
eretos dispostos em touceiras densas; folhas
dísticas com bainha aberta, lígula, pecíolo às vezes
C
D
FIGURA 1. Renealmia L.f.: A-B) detalhe da disposição foliar dística, transversa ao rizoma; C) detalhe da lor:
1- cálice tubular; 2- antera e estilete; 3- petaloide ereta e labelo 3-lobado; 4- bractéola tubular; 5-corola. D) pelo
estelar das folhas. (Fonte: Jannes, 2008).
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pouco evidente e lamina linear peniparalelinérvia
orientada verticalmente. A estrutura da bainha é
um importante caráter de identiicação taxonômica
das espécies. As inflorescências podem ser
terminais nos ramos eretos ou em escapos lorais
independentes que emergem da base da touceira.
As lores são bissexuadas, zigomorfas, diclamídeas
e heteroclamídeas; cálice trímero e gamossépalo;
corola trímera, gamopétala. Apresenta dois
principais tipos de lores: 1. inteiramente tubular e 2.
base tubular com labelo aberto horizontalmente. Os
frutos são geralmente capsulas globosas a elípticas
(3-40 mm comprimento) de paredes espessas, com
deiscência (loculicida e longitudinal) da base para o
ápice. Em algumas espécies, os frutos são coroados
por um cálice persistente.
O número de sementes por fruto (1200) também é uma característica taxonômica
importante. As sementes (2-5 mm de diâmetro)
são elípticas a globosas, amarronzadas, com hilo
amarelado bem desenvolvido e amplo arilo lacerado
(branco, amarelo ou laranja) (Maas,1977).
FIGURA 2. Renealmia petasites Gagnep.: a- folha; b- inlorescência; c- infrutescência; d- lor; e- labelo e estame;
f- estigma visto de dois lados; g- glândulas nectárias. (Fonte: Maas, 1977).
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Nomes vulgares
Dependendo do país onde se encontram,
genericamente os representantes de Renealmia
são popularmente conhecidos por distintos nomes
vulgares, incluindo Mishqui panga (Perú), no
dialeto quéchua onde “mishqui” signiica saborosa
e “panga” quer dizer folha (Tabela 1).
ASPECTOS ECOLÓGICOS
A quase totalidade de espécies do gênero está
coninada às regiões de loresta tropical úmida
desde o nível do mar até cerca de 2.500 metros.
TABELA 1. Nomes vulgares associados a representantes especíicos de Renealmia L.f., em distintos países.
Espécie
Nome vulgar
País
Referência
Colômbia
Acero (1979)
matandrea
Colômbia
Otero (2000a)
jazmín de monte
ink plant
kuruwatti
krawatee
krowatti
masoesa.
ixquihit [nahua]
cargamomo
x’quijit [totonaco]
Guatemala
Guiana
Standley & Steyermark (1952)
Deilipps et al. (2004)
Guiana Francesa
México
Deilipps et al. (2004)
Martínez Alfaro et al. (1995)
Villalobos Contreras (1994)
guaiporé [kurripaco]
naiku [tikuna]
pintura negra
sictia [tukano]
sieunka [puinave]
R. alpinia
R. asplundii
R. cernua
caña de cristo
chírica
mishqui panga
masusa
mardi gras
murusi
tntmo
ginger
pacová
R. exaltata
R. pyramidale
masusa
pacová
bosmasoesa
kapasi
masoesa.
Koruati
ko-no-pyia-ray-yik
ka-no-piya-yik.
vendicá
vindica
gingembre-bois gingembre-cochon
millepis
quatre-epices
mishqui panga enano
puerto rican ginger
red renealmia
bijao
bihao
narciso
pacová
pacová captchú
balisier genipa
R. thyrsoidea
teentemo
R.cf. loribunda
R. loribunda
R. guianensis
R. krukovii
R. occidentalis
R. petasites
México
Nicarágua
Panamá
Peru
Suriname
Trinidad
Venezuela
Equador
Brasil (SP; GO)
Coe (2008)
Macía (2003)
Sachavacay (2013)
Deilipps et al. (2004)
Lans et al. (2001)
Gomez-Beloz (2002)
Davis & Yost (1983)
Tropilab (2013)
Justo et al. (2009)
Vila Verde et al. (2003)
Plantamed (2013)
Suriname
Deilipps et al. (2004)
Guiana
Deilipps et al. (2004)
Brasil (AP)
Silva (2002)
Guiana Francesa
Deilipps et al. (2004)
Puerto Rico, USA
Cosmeo (2013)
Tropical Flower (2013)
Montoso Gardens (2013)
Brasil (PR)
Guiana Francesa
Lopes (2010)
Frutas Raras (2013)
Deilipps et al. (2004)
Equador
Davis & Yost (1983)
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Nestes ambientes, normalmente ocupam áreas
abertas ou margem de rios (Maas, 1977).
A polinização das lores tubulares é feita por
beija-lores e das lores de labelo exposto é feita por
abelhas (Maas, 1977)
Dentre os poucos registros que existem
sobre o processo de dispersão deste gênero,
sabe-se que R. alpinia apresenta frutos bi-coloridos
(vermelhos quando imaturos e roxos quando
maduros) característicos de plantas cujas sementes
são dispersas por aves diurnas. Entretanto,
foram registrados roedores (Oecomys bicolor e
O. concolor) como frugívoros oportunistas desta
espécie (Bizerril & Gastal, 1997). Conforme Maas
(1977), alguns nomes vulgares associados às
espécies de Renealmia são indicativos de potenciais
dispersores e/ ou consumidores de frutos: comida
de veado (Brasil); tamay de puerco (porco) (México),
fruto de mono (macaco) (Colômbia).
Distribuição
A maioria das espécies de Renealmia é
neotropical, distribuindo-se desde o norte do México
(ca. 22o N lat.), Cuba e Bahamas até o norte da
Bolívia e Sul do Brasil (ca. 30o S lat.), não ocorrendo
no Paraguai, Argentina ou Uruguai (Maas, 1977).
Cerca de apenas 20 espécies são encontradas na
África (Renner, 2004).
Poucos gêneros de Angiospermas
compartem este padrão aniatlântico de distribuição
(Renner, 2004). De acordo a Särkinen et al. (2007),
este é um padrão muito interessante do ponto de vista
biogeográico evolutivo. Supõe-se que Renealmia
se originou na África e colonizou a América do Sul
TABELA 2. Espécies de Renealmia L.f. nativas do Brasil (organizada a partir de Maas & Maas, 2013) (*= espécie
endêmica do Brasil).
Espécies
Renealmia acreana Maas
Renealmia alpinia (Rottb.) Maas
Domínio Fitogeográico
Amazônia
Amazônia e Mata Atlântica
Distribuição geográica
Norte (Pará, Amazonas, Acre)
Norte (Roraima, Pará, Amazonas, Rondônia),
Nordeste (Ceará, Bahia), Centro-Oeste (Mato
Grosso, Goiás, Distrito Federal), Sudeste
(Mwinas Gerais, Espírito Santo)
Sudeste (Espírito Santo)
Norte (Roraima), Centro-Oeste (Mato Grosso)
Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo)
Norte (Pará, Amazonas, Acre, Rondônia),
Renealmia angustifolia K.Schum.*
Renealmia aromatica (Aubl.) Griseb.
Renealmia brasiliensis K.Schum.*
Renealmia breviscapa Poepp. & Endl.
Mata Atlântica
Amazônia
Mata Atlântica
Amazônia
Renealmia cernua (Sw. ex Roem. &
Amazônia
Schult.) J.F.Macbr.
Renealmia chrysotricha Petersen*
Renealmia dermatopetala K.Schum.
Renealmia loribunda K.Schum.
Mata Atlântica
Cerrado
Amazônia
Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro)
Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás)
Norte (Roraima, Pará, Amazonas, Acre,
Renealmia guianensis Maas
Amazônia
Rondônia)
Norte (Amapá, Pará, Amazonas), Nordeste
Renealmia krukovii Maas
Renealmia matogrossensis Maas*
Amazônia
Amazônia
(Pernambuco, Bahia)
Norte (Amazonas, Acre)
Norte (Pará), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato
Amazônia
Amazônia
Amazônia
Mata Atlântica
Grosso do Sul)
Norte (Amazonas)
Norte (Roraima, Pará, Amazonas, Acre)
Norte (Acre)
Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São
Renealmia microcalyx Maas & H.Maas
Renealmia monosperma Miq.
Renealmia nicolaioides Loes.
Renealmia petasites Gagnep.*
Centro-Oeste (Mato Grosso)
Norte (Amazonas, Acre, Rondônia)
Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa
Renealmia pycnostachys K. Schum.*
Renealmia reticulata Gagnep.*
Renealmia thyrsoidea (Ruiz & Pav.)
Poepp. & Endl.
Renealmia urbaniana Loes.
Mata Atlântica
Mata Atlântica
Amazônia
Amazônia
Catarina)
Sudeste (Minas Gerais)
Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro)
Norte (Amazonas, Acre)
Norte (Amazonas, Acre)
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
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por dispersão oceânica de longo alcance durante
o Mioceno ou Plioceno (15.8-2.7 milhões de anos
atrás), de onde começou uma rápida diversiicação,
inluenciada pela orogênese andina. Aparentemente,
a especiação foi praticamente simultânea nos dois
lados do Atlântico.
No Brasil, Renealmia é o único gênero
nativo de Zingiberaceae (SOUZA & LORENZI,
2005). Há registro de 21 espécies de Renealmia
nativas (7 endêmicas), distribuídas nas distintas
regiões do País: Norte (Roraima, Amapá, Pará,
Amazonas, Acre, Rondônia), Nordeste (Ceará,
Pernambuco, Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso,
Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul),
Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,
Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina) (Maas
& Maas, 2013) (Tabela 2).
Estado de Conservação
Maas (1977) lista um conjunto de espécies
de Renealmia tidas como raras e de ocorrência
em ambientes sujeitos a elevado grau de deterioro
ambiental sendo, portanto, consideradas como
ameaçadas de extinção, a saber: R. chiiriquina, R.
helenae (Panamá); R. densilora (Haiti); R. sylvestris
(Jamaica); R. alticola, R. caucana, R. chacochlora
e R. ferruginea (Colombia); R. oligotricha e R.
dolichocalyx (Equador); R. pallida e R. wurdackii
(Peru). No que concerne às espécies encontradas
no Brasil, lista como ameaçadas R. braziliensis; R.
chrysotricha e R. reticulata e como provavelmente
extinta cita R. pycnostachys, espécie representada
apenas pelo typus coletado em Minas Gerais.
Minas Gerais (1997; 2008) reporta o estado
de conservação para duas espécies de Renealmia
no contexto brasileiro:
Renealmia brasiliensis K. Schum. =
Categoria: vulnerável; Critério: poucas coleções
Renealmia petasites Gagnep. = Categoria:
provavelmente extinta; Critério: sem coleta nos
últimos 30 anos
USOS ETNOBOTÂNICOS
Registrou-se indicação de uso popular
para 18 espécies de Renealmia, englobando
principalmente os usos ornamental, alimentício e
medicinal, entre outros. Em sua maior parte, estas
indicações de uso estão associadas a R. alpinia,
R. exaltata e R. guianensis. As indicações de uso
abrangem todas as partes do organismo vegetal,
com ênfase na planta toda, rizoma e sementes.
No que concerne ao uso como planta
ornamental, R. cernua, R. exaltata, R. jamaicensis,
R. mexicana e R. occidentalis têm reconhecida
importância comercial tanto como lores de corte,
plantas envasadas, rizomas ou sementes (Ayala-
Silva et al., 2007; Miceli et al., 2008; Aloha Tropicals,
2013; Montoso Gardens, 2013; Tropical Flower,
2013; Tropilab, 2013).
No que tange ao uso alimentício, as
folhas frescas de algumas espécies de Renealmia
são empregadas como envoltório para cozinhar
peixe (patarashca) e, quando secas e moídas,
servem como condimento (Rainforest, 2013).
Especificamente, registra-se para R. alpinia o
emprego das folhas frescas como envoltório
de tamales e empanadas, lhes conferindo um
sabor peculiar e picante (Macía, 2003). As folhas
aromáticas de R. battenbergiana são usadas como
condimento na preparação de vários pratos como
sopas e molhos, enriquecendo seu sabor. Também
são utilizadas industrialmente para aromatizar óleos
vegetais (Ofosu et al., 2012).
Os frutos frescos de R. petasites e R. alpinia
são considerados comestíveis, especialmente pela
presença de arilo em suas sementes (Otero et
al. 2000a; Macía, 2003; Frutas Raras, 2013). As
sementes marrom-amareladas de R. exaltata são
utilizadas como condimento e corante alimentício,
especialmente em pratos com arroz (Tropilab,
2013). As sementes de R. petasites também são
usadas como tempero ou condimento (Frutas Raras,
2013). O óleo obtido das sementes de R. alpinia
tem emprego culinário (Maas, 1977; Acero, 1979;
Villalobos Contreras, 1994; Martínez Alfaro et al.,
1995; Macía, 2003).
Há uma ampla variedade de uso medicinal
popular associada a espécies de Renealmia, que
incluem o emprego da planta toda, folhas, lores,
frutos e/ou sementes associados a distintos modos
de utilização como infusos, decocto, banhos,
extratos e pastas, conforme detalhado a seguir.
O infuso das folhas e rizomas de R. alpinia,
R.guianensis ou de R. monosperma é considerado
abortifaciente (Deilipps et al., 2004).
A ingestão oral do produto da decocção
ou infusão das folhas de R. alpinia, R. asplundii,
R.brasiliensis, R. cincinnata ou R. guianensis é tida
como de efeito analgésico contra dores de cabeça
e musculares (Milliken & Albert, 1996; Silva, 2002;
Coe, 2008; Coelho-Ferreira, 2009; Valadeau et al.,
2009; Patiño et al., 2012).
O decocto das folhas e rizomas de R.
alpinia administrado oralmente é tido como de efeito
antiácido para gestantes (Coe, 2008).
O infuso das sementes trituradas de R.
exaltata é indicado para o tratamento antibruxismo
(Justo et al., 2009).
O decocto das folhas de R. alpinia (Deilipps
et al., 2004) assim como a infusão das sementes
de R. petasites são referidos como de efeito
antidisentérico (Lopes, 2010).
Os frutos de R. alpinia são tidos como de
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
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efeito antiemético e antinauseante (Maas, 1977;
Acero, 1979; Villalobos Contreras, 1994; Martínez
Alfaro et al., 1995; Macía, 2003).
O banho com o decocto dos ramos e folhas
de R. guianensis e R. monosperma é citado para o
tratamento antifadiga (Deilipps et al., 2004).
Para tratamento antilatulência, indica-se
o uso das inlorescências de R. guianensis e R.
monosperma (Deilipps et al., 2004) assim como a
decocção das folhas e rizomas de R. alpinia e das
sementes e rizomas de R. exaltata (Plantamed,
2013).
O suco do fruto de R. floribunda tem
emprego medicinal como antifúngico (Deilipps et
al., 2004).
A inalação do vapor da decocção de R. cf.
loribunda assim como o xarope ou suco do rizoma
de R. alpinia são considerados como de efeito
antigripal (Deilipps et al., 2004).
A ingestão oral do rizoma de R. alpinia
macerado e fervido em água é tida de efeito antihemorrágico, sendo especialmente benéica em
casos de hemorragias ginecológicas (Valadeau et
al., 2009).
Há registro histórico do uso de R.
dominguensis como anti-hemorroidas, pela
civilização Maia (Usher,1974).
O suco dos frutos de R. loribunda é citado
como indicado para tratamento de antiherpes
genital e aftas (Deilipps et al., 2004).
O infuso das folhas de R. alpinia é citado
como de uso popular como antihipertensivo
(Deilipps et al., 2004).
O infuso das sementes de R. petasites é
citado como medicamento popular anti-infertilidade
(Lopes, 2010).
Tanto o decocto das folhas e rizomas de
R. brasiliensis como de R. alpinia (Coe, 2008) são
considerados como de efeito anti-inlamatório.
O decocto dos rizomas de R. loribunda, R.
guianensis ou R. monosperma é tido como de efeito
antimalarial (Deilipps et al., 2004).
A ingestão oral do decocto e/ou banhos
com o extrato etanólico de rizomas de R. alpinia
são considerados de efeito antiofídico (Otero,
2000a). O suco elaborado com frutos de R. alpinia
e Costus scaber é indicado no tratamento antiofídico
veterinário, para cães (Lans et al., 2001). A pasta
feita com água e folhas e rizomas triturados de R.
alpinia, R. asplundii, R. brasiliensis, R. guianensis
ou de R. thyrsoidea é colocada sobre picada de
cobras, especialmente Bothrops atrox e B. asper.
O chá das folhas destas espécies é utilizado para
aliviar o inchaço provocado pela picada de cobra
(Davis & Yost, 1983; Silva, 2002; Patiño et al., 2012).
O decocto de frutos e folhas de R. alpinia é
usado em banhos para cães como antipediculose
(Lans, 2001).
Banhos com o decocto das folhas e
rizomas de R. alpinia, R. asplundii, R. cincinnata,
R. loribunda, R. guianensis, R. monosperma ou R.
pedicelaris (Altschul, 1973; Milliken & Albert, 1996;
Zhou et al., 1997; Deilipps et al., 2004; Patiño et
al., 2012) assim como o extrato alcoólico de R.
alpinia (Otero et al., 2000a) são tidos como de efeito
antipirético. Folhas maceradas de R. thyrsoides são
referenciadas como para aliviar os sintomas febris
da malária (Schultes & Raffauf, 1990).
O suco do fruto de R. loribunda é utilizado
para tratamento antipruridos (Deilipps et al., 2004).
O uso dos rizomas R. pyramidale macerados
e misturados com rum ou vermute é tido como de
efeito antirreumático (Deilipps et al., 2004). São
apontados também com este efeito: a infusão das
folhas e rizomas de R. brasiliensis (Milenar Terapias,
2013); das sementes de R. petasites (Cesarino &
Negrelle, 2012) e o decocto ou garrafada com rizomas
e folhas de R. exaltata (Vila Verde et al., 2003).
A ingestão assim como banhos com o
decocto das folhas de R. alpinia e de R. guianensis
são citados como de efeito calmante (Silva, 2002;
Deilipps et al., 2004).
O infuso de lores de R. guianensis (SILVA,
2002) assim como o decocto, xarope e suco do
rizoma de R. alpinia (Deilipps et al., 2004) são tidos
como cardiotônico.
A ingestão do infuso de folhas, sementes,
lores e/ou rizomas de R. alpinia, R. asplundii, R.
brasiliensis, R. cincinnata, R. exaltata, R. guianensis,
R. orinocensis e R. petasites é apontada como de
efeito carminativo (Milliken & Albert, 1996; Silva,
2002; Vila Verde et al., 2003; Deilipps et al., 2004;
Lopes, 2010; Cesarino & Negrelle, 2012).
As sementes de R.exaltata são referidas
como de ação cicatrizante (Plantamed, 2013).
O banho com o decocto de rizoma e
folhas de R. guianensis ou de R. monosperma
são considerados como de ação desinfetante de
feridas associadas à Leishmaniose (Deilipps et
al., 2004).
A polpa dos frutos de R. orinocensis é
utilizada como inseticida para exterminar formigas
cortadeiras (Atta sp.) (Van Andel, 2000)
O infuso da flor de R. guianensis é
considerado como de efeito laxante (Silva, 2002).
O suco dos frutos de R. exaltata (Tropilab,
2013) assim como o decocto dos rizomas de R.
alpinia (Deilipps et al., 2004) são citados como
medicamentos oftálmicos.
O infuso de sementes de R. petasites é tido
como vermígugo (Lopes, 2010).
Enquanto a uso místico, cita-se os
banhos com decocto das folhas de R. alpinia como
complemento do ritual Ayahuasca (Sachavacay,
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
281
2013) assim como o banho com decocto das folhas
de R. guianensis para tirar feitiçaria, mau-olhado e
trazer sorte no amor e na proissão (Silva, 2002).
Uma porção do talo herbáceo foliar de R.
alpinia é colocada na cova de semeadura de milho,
como controle biológico associado a este cultivo,
visando afugentar roedores e aves frugívoras
(Macía, 2003).
A partir da maceração dos frutos maduros
roxos e das raízes amarelas das espécies de
Renealmia obtêm-se corantes naturais (Rainforest,
2013). Especiicamente, cita-se esta possibilidade
a partir do exocarpo carnoso do fruto de R. alpinia
(Maas, 1977; Acero, 1979; Villalobos Contreras,
1994; Martínez Alfaro et al., 1995; Macía, 2003).
R. battenbergiana é reportada como
lavorizante industrial, especialmente na indústria
farmacêutica, cosmética e de perfumaria (Ofosu et
al., 2012).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Poucas espécies inseridas no gênero
Renealmia tem sido objeto de estudo quanto à sua
composição química. O conhecimento disponível
sobre a composição química destas espécies é
apresentado a seguir:
R. alpinia
O óleo das sementes de R. alpinia foi
analisado quanto a presença de glicerídeos e
esteróis, evidenciando-se triacilglicerol como o
principal constituinte glicerídico. A análise dos ácidos
graxos (GLC) revelou a presença de 14 compostos.
O fracionamento da porção não saponificável
apontou a presença de esteróis, metilesterois
e álcool triterpênico. As análises GCMS e GLC
evidenciaram colesterol, campesterol, estigmasterol,
β-sitosterol, como principais moléculas esterólicas
(Lognay et al., 1989).
Outro estudo da composição química das
sementes de R. alpinia revelou a presença de
14% de óleo-resina marrom-escura. Na análise
desta, combinando-se técnicas de cromatograia e
espectrometria, evidenciou-se entre os compostos
voláteis (4.4% da oleoresina), a predominância de
monoterpenos (β-pineno 22.3%, limoneno 18.4%
e β-felandreno 38.0%). O fracionamento da óleoresina revelou a presença de β-caroteno, nerolidol e
manol. O principal constituinte (45%) foi identiicado
como 8(17),12(E)-labdadieno-15,16-dial (Lognay et
al., 1991).
A pesquisa de Lognay et al.(1991) também
reporta a presença de β –caroteno em R. alpinia.
Na sequência, Zhou et al. (1997) isolaram,
a partir do extrato foliar de R. alpinia, dois novos
diterpenos labdanos (11-hydroxy-8(17),12(E)-
labdadieno-15,- 16-dial 11,15-hemiacetal e 16-oxo8(17), ácido 12(E)-labdadieno-15-oico) assim como
o diterpeno 8(17),12(E)-labdadieno-15,16-dial, já
conhecido.
Yang et al. (1999), a partir do extrato
foliar de R. alpinia, isolaram dois diterpenoides
já conhecidos assim como um novo labdano
diterpenoide (C20H30O4).
De acordo a Deilipps et al. (2004), R. alpinia
contém protocianina.
Boukouvalas et al. (2006) reportam que o
labdano diterpenoide, previamente isolado por Yang
et al. (1999) para R. alpinia, possui estrutura idêntica
ao diterpenoide (+)-zerumin B, isolado por Xu et
al. (1996) para a planta chinesa Alpinia zerumbet
(Figura 3).
O óleo essencial das folhas de R. alpinia
foi analisado por GC e GC-MS, evidenciando-se 35
constituintes com predominância de β-carioileno
(22.9%), β-pineno (12.0%), espatulenol (10.0%),
alloaromadendreno (8.3%), ς-cadineno (5.3%) e
germacreno D (5.1%). Trinta e dois componentes
foram identificados no óleo de ramos, com
predominância de alloaromadendreno (15.7%),
espatulenol (12.1%), germacreno D (9.9%),
β-pineno (9.5%), g-cadineno (9.1%), epi-cubebol
(5.3%) and β-carioileno (5.1%). Dentre os trinta
e oito constituintes identiicados no óleo do fruto,
β-felandreno (60.4%) e β-pineno (19.8%) resultaram
como os principais compostos (Maia et al., 2007)
(Tabela 3)
Silva (2008) isolou 2,4-di-hidroxi-6(fenileteno)-benzoato de metila e 2,4-di-hidroxi-6(feniletano)-benzoato de metila, a partir do extrato
hexânico da folha de R. alpinia.
Alarcón et al. (2008) evidenciaram a
presença de cumarinas no tecido foliar de plântulas
de R. alpinia obtidas a partir de propagação in vitro.
Marchese (2009), a partir do fracionamento
químico do extrato hexânico de folhas de R. alpinia,
isolou dois compostos inéditos para a espécie:
FIGURA 3. Estruturas químicas originalmente
assignadas para (+)-zerumin B (1) e para o
diterpenoide isolado de R. alpinia (2) (Fonte:
Boukouvalas et al.,2006).
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
282
TABELA 3. Constituintes voláteis identiicados no
óleo de distintas partes de R. alpinia
constituintes
a-thujene
a-pinene
sabinene
b-pinene
myrcene
para-mentha-1(7),8-diene
a-phellandrene
limonene
b-phellandrene
g-terpinene
trans-pinocarveol
trans-pinene hydrate
trans-verbenol
pinocarvone
cis-pinocamphone
terpinen-4-ol
a-terpineol
myrtenal
myrtenol
trans-pinocarvyl acetate
a-terpinyl acetate
α-copaeno
β-bourboneno
β-caryophylleno
α-humuleno
allo-aromadendreno
trans-cadina-1(6), 4-dieno
γ-muuroleno
germacreno d
biciclogermacreno
epi-cubebol
trans-β-guaieno
α-muuroleno
γ-cadineno
cubebol
δ-cadineno
cis-calameneno
(e)-nerolidol
espatulenol
oxido carioileno
viridilorol
humuleno epoxide ii
1-epi-cubenol
carioila-4(14),8(15)dien-5-α-ol
pi-α-cadinol
epi-α-muurolol
α-muurolol
α-cadinol
total
folha
0,1
1,7
0,4
12
0,3
0,1
0,1
% óleo
ramo
1,4
0,1
9,5
0,2
0,3
fruto
3,9
0,4
19,8
1,4
0,9
0,9
60,4
0,2
0,1
0,1
0,1
Tr
0,1
0,1
0,1
0,1
0,2
0,1
0,1
0,1
0,1
Tr
0,2
0,5
22,9
2,7
8,3
0,8
0,4
0,2
0,1
5,1
0,5
15,7
0,9
0,1
2,2
1,4
9,9
1,8
0,1
0,5
5,1
2,1
5,3
0,3
0,8
5,3
1
0,8
0,4
2,4
10
8,6
1,6
0,5
0,6
0,4
0,3
0,3
1
91,4
9,1
3,9
0,9
2,1
12,1
0,4
1
1
1
1
2,5
2,3
0,3
88
1,5
0,6
0,1
0,7
0,8
0,2
0,2
0,2
0,2
98,8
2,4-di-hidroxi-6-(fenileteno)-benzoato de metila e
do 2,4-di-hidroxi-6-(feniletano)-benzoato de metila,
elucidados por meio de técnicas espectrométricas
de ressonância magnética nuclear de uma dimensão
(1D) (1H e 13C) e bidimensional (2D) (COSY, HSQC
e HMBC) e de infra-vermelho (IV).
R. chrysotrycha
A partir da análise das folhas de R.
chrysotrycha, Kaplan et al. (2000) reportam o
isolamento do álcool sesquiterpênico identiicado
como ledol conjuntamente com três outros compostos
(aromadendreno, cis-calameneno e palustrol).
R. exaltata
A partir de sementes de R. exaltata,
Sekiguchi et al. (2001) isolaram três novos labdanos
diterpenoides, as pacovatinas A (C 20H 30O 3), B
(C20H30O4) e C (C20H28O4) (Figura 4).
Sekiguchi et al. (2002) reportam o
isolamento, a partir também de sementes de
R. exaltata, de dois novos diarilheptanoides, as
renealtinas A (C21H24O7) e B (C21H24O) (Figura 5).
Gowravaram et al. (2007) reportam o
isolamento de dois diarilheptanoides, as renealtinas
A e B (Figura 6), a partir de sementes de R. exaltata.
R. loribunda
Um dos trabalhos pioneiros da caracterização
da composição química de representantes de
Renealmia foi relativo ao óleo essencial obtido a
partir de folhas de R. loribunda, apresentada em Luz
et al. (1984). Neste, evidenciou-se a predominância
do monoterpeno β-pineno, entre outros compostos
(Tabela 4).
TABELA 4. Constituintes do óleo essencial das
folhas de Renealmia loribunda
Composto
β-Pineno
myrtenal
trans-pinocarveol
α-pineno
limoneno
terpenyl acetato
p-cymeno
peryllaldehydo
1.8-cineol
carvona
isobornyl acetato
β-bourboneno
trans- β-bergamoteno
verbenona
trans-carveol
linalol
α-thujona
(Fonte: Luz et al., 1984)
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
% óleo
27,89
5,74
5,11
2,60
1,52
0,68
0,37
0,22
0,19
0,16
0,15
0,15
0,14
0,12
0,11
0,10
0,10
283
FIGURA 4. Labdanos diterpenoides identiicados em R. exaltata (Fonte: Sekiguchi et al., 2001)
FIGURA 5. Renealtinas A (1) e B (2) identiicados em R. exaltata (Fonte: Sekiguchi et al., 2002)
FIGURA 6. Diarilheptanoides identiicados em R. exaltata (Fonte: GOWRAVARAM et al., 2007)
Defilipps et al. (2004) reiteram que o
principal constituinte do óleo essencial de R.
loribunda é o β-pineno.
Renealmia guianensis
Ramiandrasoa et al. (1986) isolaram o
terpeno labda-8(17),12-diene-15,16-dial de folhas
de R. guianensis.
R. mexicana
Segundo Miceli et al. (2008), R. mexicana
é fonte de curcuminoides.
R. nicolaioides
A partir do extrato metanólico do rizoma
de R. nicolaioides, foram isoladas três novas
dihidrochalconas preniladas, as nicolaioidesinas
A, B, e C (1-3). Também foi identiicado o produto
natural 5- estirilfuraona-2- ácido metil éster
carboxílico (4), juntamente com os compostos,
2’-hidroxi-4’,6’-dimetoxichalcona (5), (+/-) -5-hidroxi7-metoxiflavanona (6), (+/-) -5-hidroxi-7,4’dimetoxilavanona e panduratin A (Gu et al., 2002).
De acordo a Jung & Lee (2008), as
nicolaioidesinas A, B e C reportadas em Gu et al.
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
284
panduratin A
nicolaioidesin A
nicolaioidesin B
nicolaioidesin C
FIGURA 7. Dihidrochalconas naturais, conforme Jung & Lee (2008)
(2002) são isômeros de panduratin A (Figura 7).
Renealmia sp.
Leclercq et al. (2000) reportam a análise do
óleo essencial das folhas de espécie não identiicada
de Renealmia encontrada no Peru, citando β-pineno,
1,8-cineol e cânfora como constituintes mais
expressivos (Tabela 5)
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS
De um universo de 87 espécies formalmente
reconhecidas, incluindo pelo menos 14 com
indicação de uso popular medicinal, registram-se
pesquisas farmacológicos para apenas quatro destas
espécies: R. alpinia, R. exaltata, R. nicolaioides e R.
thyrsoidea.. Entretanto, estas pesquisas evidenciam
um amplo espectro de bioatividade, com ênfase na
TABELA 5. Constituintes do óleo essencial de folhas
de Renealmia sp.
Composto
%
β-pineno
31,9
1, 8 cineol
21,3
cânfora
10,5
metil (E)-cinnamato
6,7
α-pineno
4,8
α-terpineol
3,4
canfeno
limoneno
borneol
3
3
2,8
linalol
2,2
p-cimen-8-ol
2,2
terpineno-4-o1
2
dihidroedulam
1,7
trans-pinocarveol
1,6
Hidrato de canfeno
1,6
isobornil acetato
1,3
não identiicado
0,1
(Fonte: Leclercq et al., 2000)
ação anticancerígena e antiofídica, especialmente
de R. alpinia, conforme detalhado a seguir.
Analgésico
Patiño et al. (2012), registraram efeito
analgésico da fração de metanol obtida das folhas
de R. alpinia em ratos submetidos a injeção
intraperitoneal de agente causador de dor (2-fenil1,4-benzoquinona ou fenilquinona). A dose de 100
mg/kg determinou até 98% de proteção contra o
estímulo doloroso, efeito comparável a dose de 75
mg/kg de ibuprofeno.
Anticancerígeno
Zhou et al. (1997), utilizando labdanos
diterpenoides isolados do extrato das folhas de R.
alpinia, identiicaram atividade antitumoral in vitro,
em ensaio com células de carcinoma pulmonar.
Gu et al. (2002) identiicaram os compostos
2´-hidroxi-4´,6´-dimetoxichalcona e (+/-)-5-hidroxi7-metoxiflavanona, isolados de R. nicolaioides,
como indutores de quinona redutase, uma enzima
anticarcinogênica, em teste com células de
hepatoma de ratos.
Kang & Pezzuto (2004) reiteram a
capacidade de R. nicolaioides de induzir a quinona
redutase, dada a presença de chalconas em sua
composição química.
Cuendet et al (2006), avaliando mais de
2600 extratos de plantas, reforçam a capacidade
de representantes de Renealmia induzir a quinona
redutase, sendo ativos na prevenção anticâncer.
Segundo Cragg et al. (2006), devido aos
seus constituintes químicos lábdano diterpênicos, R.
alpinia é considerada como planta anticancerígena,
com potencial para tratamento de leucemia.
De acordo a Gowravaram et al (2007),
as renealtinas A e B evidenciadas em R. exaltata
são diarelheptanoides caracterizados por um anel
tetrahidrofurano. A presença destes compostos
químicos confere à esta espécie uma alta
potencialidade de ação antitumoral.
Conforme Majumdar et al. (2011), os
compostos naturais panduratin A e nicolaiodesin
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
285
C identificados como ciclohexenil chalconas,
encontrados nos rizomas de R. nicolaioides, inibem
a catepsina, uma protease da cisteína que possui
relação fundamental com o desenvolvimento,
invasão e metastase de tumores humanos.
Antichagásico
Rangel (2010) identificou atividade do
extrato diclorometânico do rizoma de R. alpinia sobre
formas epimastigotas de Trypanosoma cruzi (IC50=
50 μg/mL). Esta atividade foi próxima ao benznidazol
ou benzonidazol (Rochagan®, Rodanil®) (IC= 46 μg/
mL), medicamento referência do teste e usado para
a quimioterapia especíica da doença de Chagas.
Antifúngico
Segundo Rangel (2010), o extrato
diclorometânico do rizoma de R. alpinia foi ativo
sobre Candida krusei LMGO 174 (CIM de 31,5 μg/
mL), C. parapsilosis ATCC 22019 e C. glabrata
LMGO 44 (ambos com CIM de 125 μg/mL).
Igualmente registrou-se atividade deste extrato
sobre Cryptococcus neoformans var. gattii (CIM de
32,5 μg/mL) e C. neoformans var. neoformans (CIM
de 7,81 μg/mL).
Silva (2008) evidenciou 100% de inibição
do desenvolvimento de Trichophytum rubrum com a
utilização do extrato hexânico de folhas de R.alpinia
(10 e 20mg/mL).
Anti-inlamatório
Segundo Wohlmuth et al. (2010), a presença
dos compostos diarilheptanoides nos representantes
de Renealmia lhes confere potente propriedade
anti-inlamatoria.
Antileishmaniose
Marchese (2009) identiicou a atividade
do extrato hexânico das folhas de R.alpinia sobre
formas promastigotas de Leishmania (Leishmania)
amazonenses (IC 50 = 40,58 μg/mL). O extrato
hexânico de folhas juntamente com rizomas desta
mesma espécie apresentou atividade sobre formas
promastigotas de Leishmania (Leishmania) chagasi
(IC50= 22,81 μg/mL).
Valadeau et al. (2009) evidenciaram
interessante atividade leishmanicida sobre
Leishmania (Leishmania) amazonenses testando
o extrato etanólico do rizoma de R. alpinia (IC50 <
10 μg/mL).
Rangel (2010) registrou a atividade do
extrato diclorometânico do rizoma de R. alpinia
sobre as formas amastigotas de L. (L.) chagasi e L.
(L.) amazonensis, com IC50 de 6,03 e 11,58 μg/mL,
respectivamente. Para as células de mamíferos,
esse extrato apresentou IC50 de 235,38 μg/mL, com
índice de seletividade de 39 para L. (L.) chagasi.
Antimalárico
De acordo a Gowravaram et al (2007),
a presença de renealtinas A e B evidenciadas
em R. exaltata confere à esta espécie uma alta
potencialidade de ação antimalárica.
Valadeau et al. (2009) evidenciaram que
o extrato etanólico do rizoma de R. thyrsoidea
apresentou boa atividade contra Plasmodium
falciparum resistente a cloroquina (IC50 < 10 μg/ mL).
Antiofídico
Otero et al. (2000b) evidenciaram que o
extrato etanólico de rizomas de R. alpinia apresentou
100% de capacidade neutralizadora, dentro de 48 h,
do efeito letal do veneno de Bothrops atrox quando
injetado em cobaias (0.5–4.0 mg/rato; LD50=99.3
mg).
Otero et al. (2000c) reportam que o extrato
etanólico de rizoma de R. alpinia apresentou
moderada capacidade de neutralização (37±8%; 4
mg/rato) do efeito hemorrágico gerado pelo veneno
de B. atrox.
Núñez et al. (2004a), utilizando extrato
etanólico de folhas de R. alpinia, evidenciaram
neutralização parcial do edema (66±3%; 100 μg/
cobaia) e 100% redução dos efeitos deibrinante
e coagulante causados pelo veneno de B. asper.
Núñez et al. (2004b) registraram total
neutralização dos venenos dos ofídios Lachesis
muta, Crotalus durissus cumanensis e Micrurus
mipartitus com injeção intrapeitoral de extrato
etanólico de R. alpinia em cobaias pré-incubadas
(1,5 LD50)
Fernández et al. (2010) avaliaram a
capacidade inibidora dos extratos etanólicos de
folhas e rizomas e frações obtidas por cromatograia
em coluna de R. alpinia, cultivada in vitro, sobre os
efeitos hemolítico indireto, proteolítico e coagulante
induzidos pelo veneno de Bothrops asper. A atividade
hemolítica indireta foi maiormente inibida pela fração
7-8 (47,3 ± 2,20%), seguida pelos extratos do rizoma
(32,6 ± 6,90%) e folhas (24,2 ± 4,43%) de origem
in vitro e folhas ex vitro (16,2 ± 3,88%). A atividade
proteolítica foi fortemente inibida pelos extratos
foliares tanto produzidos in vitro como ex vitro,
sem diferenças signiicativas. Contra a atividade
coagulante, foi registrada uma maior neutralização
com o extrato de rizomas produzidos in vitro (81,73
± 9,94s). Foi descartado um potencial mecanismo
de ação proteolítico sobre o veneno de B. asper
dado que não se produziram variações nos padrões
eletroforéticos do veneno. Segundo os autores,
estes resultados viabilizam a aplicação de R.alpinia
como coadjuvante no tratamento de acidente ofídico
e sustentam a utilidade da micro propagação para a
produção massiva de componentes ativos.
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
286
Patiño et al. (2012) evidenciaram que o
extrato etanólico das folhas de R. alpinia apresentou
efeito inibitório total (100%) do efeito letal do veneno
de B. asper, em experimento in vivo com ratos
tratados previamente com 225 mg/kg deste extrato.
Registraram também efeito inibitório deste extrato
sobre a atividade hemolítica indireta assim como
sobre a atividade coagulante e atividade proteolítica
sobre azocaseína, associadas ao acidente ofídico.
Antioxidante
De acordo a Deilipps et al. (2004), R. alpinia
é fonte de protocianina, antioxidante natural que
previne a peroxidação lipídica e homeostase.
Antiparasitário
Conforme Gowravaram et al (2007), as
renealtinas A e B evidenciadas em R. exaltata
confere à esta espécie uma alta potencialidade de
ação anti-helmíntica.
Xavier et al. (2008) não evidenciaram
atividade antiparasitária de R. exaltata frente a
Haemonchus contortus em ovinos. Para este
teste, foram utilizadas sementes R. exaltata secas,
pulverizadas e veiculadas em gel de hidroxietil
celulose (HEC), nas concentrações de 50 mg/Kg
e 100 mg/Kg de peso corpóreo, administradas via
oral a ovinos.
Moluscicida
Santos & Sant´Ana (2000) registraram
que o extrato crú de folhas de R. exaltata
apresentou signiicante atividade moluscicida contra
Biomphalaria glabrata (adulto DL50= 28,03 ppm; ovo
DL50= 21,67 ppm)
Toxicidade
Patiño et al. (2012) não evidenciaram
qualquer tipo evidência de toxicidade ou morte de
ratos cobaias, durante 14 dias de tratamento com
extrato etanólico de folhas de R. alpinia, com dose
de 2000 mg/kg.
ASPECTOS AGRONÔMICOS
Há uma grande lacuna no que se refere a
conhecimento cientíico ou técnico sobre o cultivo
de espécies de Renealmia. Em sites comerciais de
venda de plantas envasadas, sementes ou rizomas
de Renealmia spp., registram-se orientações simples
de cultivo. Dentre estes, Rainforest (2013) indica
que as espécies de Renealmia são de fácil cultivo
mas requerem condições úmidas e solos férteis.
De acordo a Hawaiian Tropical Plants (2013), estas
plantas crescem bem mesmo quando envasadas e
preferem solos levemente ácidos e com alto teor de
matéria orgânica. Podem ser cultivadas a pleno sol
ou meia sombra, devendo ser mantido solo úmido.
R. petasites tem sido regularmente cultivada
por pequenos agricultores na região litorânea do
Paraná (Mun. Guaratuba), a partir de formação
de mudas por propagação vegetativa (rizomas).
Este cultivo é em associação com outros cultivos
locais, especialmente nos entremeios de plantios de
banana. Não há registro de requerimentos especiais
para o cultivo desta espécie (Cesarino, 2013).
No entanto, segundo Macía (2003),
especialmente R. alpinia apresenta germinação
seminal pouco exitosa e propagação dependente
da continua geração de brotos a partir do rizoma.
Frente a esta diiculdade de produção de mudas via
germinação ou propagação vegetativa, Alarcón et al.
(2008) propõem o cultivo in vitro como alternativa
para a produção da espécie. Segundo estes
autores, a adição de 6- Bencilaminopurina (3 mg/L)
promove a propagação desta espécie vegetal, com
taxa de velocidade de multiplicação (TVM) de 1.39
brotos/semana, enquanto que a indução de tecido
indiferenciado é favorecida pela exposição dos
explantes foliares a combinação de 2,4-D (2 mg/L)
y BA (1mg/L).
COMÉRCIO
Os principais segmentos de comercialização
de espécies de Renealmia são o de plantas
ornamentais e de plantas medicinais e menos
expressivamente, o alimentício. Vários sites de
venda de plantas ornamentais oferecem espécies de
Renealmia, num contexto de mercado internacional.
Dentre estes, o Hawaiian Tropical Plant (2013)
oferece representantes deste gênero por US$17,00
a unidade. As variedades “freed red” e “yellow spike”
de R. cernua são também comercializadas como
plantas ornamentais, tanto envasadas como na
forma de unidade reprodutiva (rizomas), com preços
entre US$ 12,00 a 25,00 (Aloha Tropicals, 2013). O
site E*Species Tropical Seeds oferece o cento de
sementes de R. aromática a US$7,95. Os rizomas
de R. exaltata são oferecidos pelo Tropilab (2013)
a US$ 9,75 cada.
De acordo com Miceli et al. (2008), R.
mexicana é comercializada como planta ornamental
no sul do México. Entretanto, o mercado desta planta
é problemático dada a sua baixa capacidade de
propagação e germinação em condições naturais.
O comércio representante de Renealmia
no segmento de plantas medicinais parece ser
mais regionalizado ou em nível local. Segundo
Zaroni et al. (2004), R. exaltata - A identiicação
desta espécie deve ser conirmada, dado que a
mesma não é nativa no Brasil (ver Maas & Maas,
2012) - tem sido produzida no Mun. Pinhais (PR) e
comercializada como planta medicinal. Entretanto,
Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.2, p.274-290, 2015.
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através de análise de amostras deste cultivo
evidenciou-se baixa qualidade microbiológica
deste produto especialmente devido a presença de
enterobactérias e outras bactérias Gram negativas
assim como contagens elevadas de aeróbios,
bolores e leveduras. Os frutos de R. petasites
cultivada por agricultores da Colônia Castelhanos
(mun. Guaratuba, PR), são comercializados
como recurso medicinal (Cesarino, 2013). R.
loribunda, apesar de ser considerada planta rara, é
comercializada como planta medicinal no Suriname,
a partir de coleta extrativista (Van Andel & Havinga,
2008). Alguns sites de venda de produtos naturais
e plantas medicinais também oferecem espécies de
Renealmia. Na Milenar Terapias (2013), anuncia-se
pacote de 80g de folhas e rizomas desidratados de
R. brasiliensis, marca comercial Flor do Campo,
por R$ 6,20.
As folhas aromáticas de R. battenbergiana
têm sido, há várias décadas, o principal recurso
econômico de algumas comunidades rurais de
Gana envolvidas com seu extrativismo. Estas
folhas são usadas tanto como condimento como
para aromatizar óleos vegetais (Ofosu et al., 2012).
Os frutos frescos de R. petasites e R. alpinia,
considerados comestíveis, são comercializados com
tal inalidade (Otero et al. 2000a; Macía, 2003; Frutas
Raras, 2013). Conforme Macía (2003), na região de
Puebla (México), a venda dos frutos de R. alpinia
representa um ingresso econômico complementar
para as famílias. No auge da colheita registrou-se o
valor de US$ 1,1 / Kg para este produto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Renealmia é um gênero que engloba
87 espécies amplamente distribuídas na região
neotropical e algumas com ocorrência também na
África. No Brasil, está representado por 21 espécies,
sendo registrado em todas as regiões do País.
Vários usos populares são atrelados a estas
espécies, ressaltando-se os usos alimentício (4
espécies), ornamental (5 espécies) e medicinal (14
espécies). Em sua maior parte, estas indicações de
uso estão associadas a R. alpinia (18 indicações),
R. guianensis (11) e R. exaltata (8). As indicações
de uso abrangem todas as partes do organismo
vegetal, com ênfase na planta toda, rizoma e
sementes. No que se refere ao uso medicinal, a
maior diversidade de usos é registrada para R.
alpinia (17), R. guianensis (11) e R. monospema (7).
Entretanto, poucas espécies inseridas
no gênero Renealmia tem sido objeto de estudo
quanto à sua composição química. De um total de
17 pesquisas identiicadas sobre esta temática, 47%
enfocavam R.alpinia, 18% eram sobre R. exaltata
e 35% referiam-se a seis outras distintas espécies.
Nestas pesquisas, registrou-se relativa similaridade
na composição química das espécies estudadas.
Dentre os compostos comumente encontrados
nestas espécies, citam-se o β-pireno e os lábdanos
diterpenoides.
Igualmente escassa é a pesquisa
sobre aspectos farmacológicos das espécies de
Renealmia. Das 14 espécies reportadas como de
uso etnobotânico, apenas quatro foram analisadas
quanto as suas propriedades farmacológicas: R.
alpinia, R. exaltata, R. nicolaoides e R. thyrsoidea.
Interessante notar, entretanto, que há pouca
coincidência entre o reportado como uso etnobotânico
e os enfoques de pesquisa farmacológica sobre
estas espécies. No geral, a grande maioria das
indicações de etnobotânicos carecem de pesquisas
que as respaldem.
A maior parte das pesquisas farmacológicas
enfoca R. alpinia, especialmente no que se refere
a conirmação das propriedades anticancerígena,
antichagásica, antileishmaniose e antimalária. Estas
propriedades, no entanto, não são referenciadas nas
indicações de uso etnobotânico.
Em linhas gerais, há um vasto universo
de conhecimento químico e farmacológico a ser
desvendado no que se refere a Renealmia, mas com
interessante perspectiva de aplicação no tratamento
de importantes enfermidades humanas.
Outra importante lacuna de conhecimento
merece atenção no sentido de otimizar o uso e
aplicação das espécies de Renealmia. Apesar
de haver referência de comercialização de
representantes de Renealmia, tanto para fins
alimentícios e ornamentais assim como medicinal,
o conhecimento sobre o cultivo destas espécies
é ainda escasso. A sustentabilidade do uso e
conservação das espécies de interesse comercial
são diretamente afetadas pela disponibilidade deste
recursos em sistemas produtivos adequados e
eicientes. A ampliação da base de conhecimento
agronômico é, portanto, imprescindível nesta
perspectiva.
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