nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
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79 Número de táxons

79 Espécies Distintas

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Hemarthria altissima
Hemarthria altissima (Poir.) Stapf & C.E.Hubb.
 
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Olyra ciliatifolia
Olyra ciliatifolia Raddi
 
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Mesosetum chaseae
Mesosetum chaseae Luces
 
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Dichanthelium sabulorum
Dichanthelium sabulorum (Lam.) Gould & C.A. Clark
 
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Paspalum jesuiticum
Paspalum jesuiticum Parodi
 
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Aulonemia aristulata
Aulonemia aristulata (Döll) McClure
 
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Filgueirasia cannavieira
Filgueirasia cannavieira (Silveira) Guala
 
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Olyra retrorsa
Olyra retrorsa Soderstr. & Zuloaga
 
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Ischaemum minus
Ischaemum minus J.Presl
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Hemarthria altissima Hemarthria altissima (Poir.) Stapf & C.E.Hubb.
Plantas perenes, glabras, colmos ramosos decumbentes de 30-80cm, comprimidos, disticamente foliados; inovações extravaginais, lígula ciliada; espigas glabras, axilares, de 6-10cm de comprimento, 1-3 por axila e ápice; espiguetas aos pares: uma séssil bissexuada de 5-6mm de comprimento, com a gluma I coriácea, estriada, lanceolada, aplanada, debilmente mucronada; gluma II navicular, carenada e soldada à ráquis escavada, lemas estéril e fértil papiráceas, pálea hialina, mútica, incluída nas glumas; espigueta pedicelada do mesmo comprimento da séssil, porém mais subulada, aderida pela gluma superior à ráquis escavada. Anteras de 2,3mm de comprimento.
Cultivada na Índia e Ilha Reunião, possui excelente valor alimentício (Burkart, 1969). Segundo Scheffer-Basso et al. (2003), possui valor de proteína bruta (PB) de 13,3% e nutrientes digestíveis totais (NDT) de 60,69%. H. altissima é reconhecida entre as gramíneas subtropicais como tolerante ao frio. Dentre os 25 acessos testados, dois são recomendados para serem usados como pastagens estratégicas de inverno (Altuve & Pallarés, 1998). Encontrada em áreas inundadas, pântanos e lagos, tolerante a solos ácidos (pH abaixo de 4,5), mas desenvolve-se melhor em solos de pH entre 5,5 e 6,5. (Tropical Forages, 2014). Pode ser considerada moderadamente resistente ao sombreamento, o qual torna as folhas mais finas e tenras (Schreiner, 1987).
Boldrini, I.I. <em>Hemarthria altissima</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 315-316.Filgueiras, T.S.; Rodrigues, R.S. Hemarthria altissima. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 629-632.
Olyra ciliatifolia Olyra ciliatifolia Raddi
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999). O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966). A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. Bambusoideae. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Mesosetum chaseae Mesosetum chaseae Luces
Plantas perenes. Colmo estolonífero, 0,65-1 metro de comprimento. Lâminas lanceoladas, subinvolutas, pilosas a glabras. Sinflorescência com 1 ramo terminal, 3-9cm de comprimento; ráquis sinuosa, brevemente alada. Espiguetas imbricadas; glumas subiguais, glabras a ciliadas nas margens, a inferior mucronada ou aristulada (arístula até 2mm de comprimento), a superior mucronada, sublobada a dentada; antécio superior cartáceo a submembranáceo (Filgueiras, 1989).
Diversos autores relatam a importância e o potencial desta espécie para a composição de pastagens nativas no Brasil Central, principalmente na região do Pantanal, como alternativa para a recuperação e preservação de áreas de campos menos produtivos e pastagens degradadas. Trata-se de uma espécie-chave para a garantia de produtividade durante os períodos de seca extrema neste ambiente (Santos et al., 2002; 2004; 2007; Pinheiro et al., 2005; Silva, 2008). Experimentos conduzidos por Silva (2008) demonstraram que houve maior produção de perfilhos reprodutivos em áreas com precipitação média de 300mm mensais. Nesta condição, as sementes apresentaram maiores taxas de germinação, embora este índice de precipitação tenha afetado a viabilidade das sementes.
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Mesosetum chaseae</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 641-644.
Dichanthelium sabulorum Dichanthelium sabulorum (Lam.) Gould & C.A. Clark
Planta perene decumbente, com rizomas curtos geralmente formando touceiras arredondadas junto ao solo, de 20-70cm de altura; nós claros ou escuros, glabros ou pilosos, tricomas esparsos a densos; prefoliação convoluta. Bainhas foliares não quilhadas, glabras ou hirsutas, tricomas tuberculados, margem pilosa; apresenta dimorfismo foliar: lâminas foliares dos colmos principais maiores que as das ramificações, lâminas foliares linear-lanceoladas a lanceoladas, de base atenuada a cordada, pubescentes a hirsutas de 2,2-12,5cm x 0,4-1,7cm. Panícula laxa, 4-12cm de comprimento, ramos inferiores alternos. Espiguetas unifloras de 1,9-2,9mm x 0,8-1,5mm, elípticas a ovais, estramíneas a esverdeadas, gluma inferior 1,1-2,0mm de comprimento, base abraçando a gluma superior, gluma superior 2,0-2,9mm de comprimento; antécio inferior neutro ou com flor estaminada; lema 2,1-2,8mm de comprimento; pálea presente, 1,5-2,0mm de comprimento; antécio superior 1,6-2,3 x 0,7-1,4mm, coriáceo, papiloso, estramíneo na maturação; lema glabro.
Forrageira de boa qualidade, que possibilita pastejo prolongado (Rosengurtt, 1979). Segundo Boldrini (dados não publicados), a espécie foi analisada em estádio vegetativo e apresentou 61% de digestibilidade e 10,8% de proteína bruta.
Boldrini, I.I. <em>Dichanthelium sabulorum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 311-312.
Paspalum jesuiticum Paspalum jesuiticum Parodi
Planta perene rasteira, estolonífera, com inovações intravaginais que nascem de nós radicantes formando vegetação densa; colmos floríferos ascendentes, de 30-60cm de altura; 2 a 3 nós glabros; prefoliação convoluta. Bainhas foliares comprimidas, soltas, as inferiores pubescentes e as superiores quase glabras; lâminas foliares 8-30cm x 0,7-0,8cm, lineares, planas, glabras, tenras e suculentas; lígula membranosa, ocrácea 3-4mm de comprimento. Inflorescência com 7 a 15 ramos unilaterais espiciformes alternos, esverdeados de 3-6cm de comprimento; ráquis dos ramos parcialmente glabros, de 1,6 a 1,8mm de largura. Espiguetas de 2,8 x 1,5mm, ovado- lanceoladas, glabras; gluma inferior ausente; gluma superior e lema inferior estéril 3-nervadas, apenas mucronadas e de igual comprimento que o antécio frutífero; antécio estramíneo, rígido, elíptico, de 2,5mm de comprimento.
Pastagem densa, verdejante, produtiva e muito bem aceita pelos animais. Cultivada entre os pequenos produtores do Litoral Norte através de mudas e tem apresentado ótimos rendimentos (Barreto, 1974). Segundo Araújo (1971), esta espécie é digna de ser experimentada em grande escala e possivelmente será superior a muitas cultivadas. De acordo com informação de Brandenburg (dados não publicados) da Epagri de Lages, SC, a espécie apresentou uma produção de matéria seca (MS) de 858kg/ha, proteína de 6,9% e digestibilidade in vitro da matéria orgânica de 67,10%.
Boldrini, I.I. <em>Paspalum jesuiticum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 332-333.
Aulonemia aristulata Aulonemia aristulata (Döll) McClure
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999).Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth </em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999).O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966). A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Aulonemia aristulata (Döll) McClure apresenta hábito pendente a escandente, apresenta potencial ornamental e é recomendada para o enriquecimento de florestas em processo de restauração, ou seja, em estágios mais avançados de desenvolvimento (Shirasuna et al., 2013). Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. Bambusoideae. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Filgueirasia cannavieira Filgueirasia cannavieira (Silveira) Guala
Bambu perene, formando touceiras vigorosas e populações frequentemente densas. Rizomas do tipo paquimorfo (simpodial). Colmos eretos, 2-4m x 0,5-1,5cm, fistuloso; complemento de ramo com 1-3 ramos primários vegetativos ou 1-8 reprodutivos. Folhas do colmo persistentes; lâminas 5-11 mm de largura (Guala, 2003).
O Pesquisador Tarciso de Souza Filgueiras, transplantou (por volta de 1993) mudas provenientes do Distrito Federal e do município de Niquelândia - GO, para a área da Reserva Ecológica do IBGE, DF, onde, até o ano de 2016, prosseguiam em estádio vegetativo. Estas são as únicas plantas da espécie conhecidas sob cultivo. A espécie apresenta boa resistência às queimadas frequentes, sendo que o fogo, pode ser uma das prováveis causas da antecipação da floração na espécie (Silva-Filho, 2006).
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Filgueirasia cannavieira</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 626-628.
Olyra retrorsa Olyra retrorsa Soderstr. & Zuloaga
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999).O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966). A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. Bambusoideae. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Ischaemum minus Ischaemum minus J.Presl
Plantas perenes, 5-20cm altura, estoloníferas; prefoliação convoluta. Lâminas foliares, 3,5-15,0cm x 0,6-0,9cm, oblongo-lanceoladas, de base estreitada, glabras; lígula membranosa de 1-2mm. Inflorescência formada por dois ramos floríferos conjugados de 2-4cm, rosado-vináceos. Espiguetas sésseis e pediceladas semelhantes, de 5-6mm, com o antécio inferior masculino e o superior bissexuado ou feminino, glabras, múticas ou curtamente aristadas; glumas endurecidas, lanceoladas, envolvem completamente os antécios; gluma inferior lustrosa, lisa no dorso; gluma superior mútica ou com arista reta de 1-3mm; lemas e páleas hialinas.
Muito frequente, preferencialmente nos campos arenosos úmidos do litoral, onde pode formar densos e quase puros agrupamentos (Smith et al., 1982). As folhas de Ischaemum minus analisadas, apresentaram valores altos, tanto de proteína bruta quanto de digestibilidade in vitro da matéria orgânica, 15,8% e 64,5%, respectivamente, segundo dados de Garcia (2005).
Boldrini, I.I. <em>Ischaemum minus</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 317-318.
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