Catasetum saccatum

 

Hoje vou falar de uma planta espetacular pertencente a um dos gêneros mais cultivados e reverenciados em nosso país, e que motivou a criação de vários grupos específicos em redes sociais do Brasil e mundo afora. Uma planta que desperta curiosidade pelo formato exótico de suas flores e por suas particularidades. Uma planta repleta de admiradores e fãs entre os quais me incluo. Uma planta que encanta pelas ousadas formas e obscuras cores de suas flores. Estou me referindo ao estupendo Catasetum saccatum

 

… uma joia de região norte da América do Sul

 

Catasetum (abreviatura: Ctsm.), é um gênero da família Orchidaceae, composto por mais de 150 espécies originárias da grande área que se estende desde a região sul do México até a região norte da Argentina, sendo que mais da metade podem ser encontradas em territórios brasileiros. Em nosso país as espécies de Catasetum são encontradas com mais frequência na floresta amazônica, principal reduto do gênero, e no cerrado de Mato Grosso e Brasília.

 

Catasetum saccatum - ocorrencia genero JPG

Catasetum  –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
http://www.imagui.com/a/imagenes-de-el-mapa-de-las-3-americas-cyEao8Exo

 

 

Este gênero foi descrito em 1822 pelo renomado botânico alemão Karl Sigismund Kunth (1788 – 1850), que se celebrizou pelo trabalho pioneiro no estudo da sistemática das plantas dos continentes americanos.

 

Catasetum saccatum - Kunth JPG

Karl Sigismund Kunth

Imagem retirada da internet – Site:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Sigismund_Kunth

 

 

Kunth dedicou mais de 20 anos de sua vida à tarefa de classificar as mais de 70.000 espécies de plantas, que tinham sido recolhidas nas Américas pelos coletores Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt (alemão), e Aimé Jacques Alexandre Goujaud Bonpland (Francês).

A obra mais famosa de Kunth é um marco da literatura botânica, e foi publicada em sete volumes. O nome é fácil: “Nova genera et species plantarum quas in peregrinatione ad plagam aequinoctialem orbis novi collegerunt Bonpland et Humboldt”. Decoraram?

A planta “tipo” da espécie, que motivou Kunth a criar o gênero, é o Catasetum macrocarpum.

 

Catasetum saccatum - Catasetum macrocarpum JPG

Catasetum macrocarpum

Imagem retirada da internet – Site:
http://www.seidel.com.br/produto/catasetum-macrocarpum/

 

 

O nome Catasetum deriva da latinização do grego: kata, que significa “para baixo”, e seta, que significa “cerdas”, em referência ao formato da coluna do labelo.

 

As plantas deste gênero possuem hábito predominantemente epífita, com raras adaptações para vida rupícula e/ou terrestre. Possuem pseudobulbos bem diferenciados, grandes e com o formato típico de “charuto”. Suas folhas são grandes, finas, nervuradas e de formato elíptico, e suas inflorescências brotam das gemas existentes normalmente nos nós da base dos pseudobulbos. Planta realmente encantadora e com alto poder de sedução. Na figura abaixo mostro as citadas estruturas da planta:

 

Catasetum saccatum - Catasetum pileatum JPG

Catasetum pileatum

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

As plantas do gênero Catasetum são exóticas e tem algumas particularidades muito interessantes:

 

Particularidade 1:

Diferente dos demais gêneros, em que as flores são todas hermafroditas, os Catasetum possuem flores masculinas, femininas e raramente hermafroditas. Inflorescência com flores de ambos os sexos é um caso raro. Normalmente as hastes florais tem todas flores femininas, ou todas masculinas ou ainda todas hermafroditas. Isto também ocorre com os gêneros Mormodes e Cycnoches.

 

Catasetum saccatum - simbolos JPG

 

As flores hermafroditas são estéreis, ou seja, não produzem sementes férteis. Para que ocorra a reprodução é necessário transferir polínias de uma flor masculina para o estigma de uma flor feminina. Somente assim poderemos gerar sementes férteis.

 

 

Particularidade 2:

As flores femininas de todas as espécies de Catasetum são muito parecidas, com forma arredondada e ampla predominância da cor verde. Já as masculinas normalmente são maiores, bem coloridas e bem diferentes entre as diversas espécies. É através das flores masculinas que podemos distinguir as distintas espécies deste gênero. Ilustro o tema com um comparativo entre as flores de um Catasetum fimbriatum.

 

Catasetum saccatum - masculino e feminino JPG

Foto da esquerda retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/diihloddgess/6465937307
Foto da direita retirada da internet – Site:
https://orchids.fandom.com/wiki/Catasetum_fimbriatum

 

 

Particularidade 3:

Acredita-se que a quantidade de iluminação a qual a planta é submetida, modifica o sexo das flores de Catasetum. As femininas costumam aparecer nas partes mais elevadas das árvores, que recebem iluminação intensa, e as masculinas aparecem nas porções inferiores dos hospedeiros, onde recebem menos luminosidade. Como as flores masculinas são mais valorizadas, por seu colorido, o cultivador de plantas deste gênero deverá reduzir a luminosidade do seu orquidário.

 

Catasetum saccatum - luminosidade JPG

 

 

Particularidade 4:

No século XIX, o inglês Charles Darwin, conhecido mundialmente por sua teoria da evolução das espécies, documentou que algumas orquídeas possuem truques eficazes para fazer a polinização. No caso do gênero Catasetum, sua fundamental peculiaridade é “atacar” os agentes polinizadores, garantindo sua preservação.

 

Catasetum saccatum - Darwin JPG

Charles Darwin

Foto retirada da internet – Site:
www.infoescola.com/biografias/charles-darwin/

 

As flores masculinas de Catasetum possuem a capacidade de disparar suas polínias sobre as costas dos insetos, quando estimuladas pelas vibrações geradas pelos passeios dos mesmos sobre seu labelo. Algumas espécies conseguem arremessar as polínias a mais de 2 metros de distância. Depois que as polínias se fixam no dorso do inseto, é só esperar pela sorte. Uma visitinha a uma flor fêmea é o suficiente para iniciar o processo reprodutivo. Apenas como curiosidade, sugiro que vejam no site abaixo um exemplo deste processo (muito interessante):

https://www.youtube.com/watch?v=DgMRQzBEClE

 

 

Particularidade 5:

Outro fato muito interessante que ocorre com as espécies de Catasetum, é a capacidade de redução do metabolismo quando expostas à condições desfavoráveis, como os longos períodos de secas típicos de suas regiões de ocorrência. Assim em certos períodos as folhas caem e a planta reduz significativamente o volume de absorção de água e nutrientes. Depois desta fase de dormência recomeça o processo de crescimento com a emissão de novas raízes, bulbos e folhas.

 

Catasetum saccatum - catasetum matogrossense JPG

Catasetum matogrossense

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Particularidade 6:

Mais um fato interessante envolvendo este gênero. Além das conhecidas raízes grossas e cobertas de tecido velame, que acumulam as funções de fixação, absorção de nutrientes e fotossíntese, a maioria dos Catasetum produzem também finas raízes que crescem para cima, formando uma malha sobre o substrato. Estas raízes tem a função de aumentar a capacidade de absorção de água, e servir como anteparo para “agarrar” mais matéria orgânica do meio. Este fato também é possível verificar nas espécies dos gênero Cyrtopodium e Grammatophyllum.

 

Catasetum saccatum - raizes JPG

Catasetum trulla

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Existe uma grande lista de híbridos naturais (1*) envolvendo espécies do gênero Catasetum. Abaixo listo apenas alguns destes:

(1*) Híbrido natural: termo utilizado para designar híbridos gerados pela polinização feita por insetos, pássaros, vento, ou outros agentes naturais, sem interferência do homem.

Catasetum x dasilvae = Catasetum denticulatum x Catasetum tigrinum.

Catasetum x evangelistae = Catasetum socco x Catasetum triodon.

Catasetum x guianense = Catasetum longifolium x Catasetum macrocarpum.

Catasetum x intermedium = Catasetum spitzii x Catasetum taguariensis.

Catasetum x lucasianum = Catasetum fimbriatum x Catasetum lanciferum.

Catasetum x perazolianum = Catasetum ariquemense x Catasetum denticulatum.

Catasetum x tapiriceps = Catasetum macrocarpum x Catasetum pileatum.

Catasetum x violascens = Catasetum discolor x Catasetum incurvum.

 

Exemplifico com umalinda foto de Catasetum x tapiriceps, que na minha opinião é um dos mais belos.

 

Catasetum saccatum - Catasetum tapiriceps JPG

Catasetum x tapiriceps

Foto retirada da internet – Site:
http://bluenanta.com/orchid/35640/hybrid_detail/?tab=sum

 

 

Além dos citados existe ainda uma lista bem maior de híbridos artificiais (2*), gerados por cruzamentos entre diferentes espécies de Catasetum, como o Catasetum Mary Spencer (Catasetum socco x Catasetum pileatum), ou por cruzamentos entre plantas deste gênero com outras orquídeas compatíveis, dando origem a orquídeas como:

(2*) Híbrido artificial: termo utilizado para designar híbridos gerados pela polinização feita pelo homem.

Catamodes = Catasetum x Mormodes

Catanoches = Catasetum x Cycnoches

Catasandra = Catasetum x Galeandra

Clowesatum = Catasetum x Clowesia

 

Ilustro com imagem de um Catanoches Jumbo Chastity, híbrido intergenérico obtido do cruzamento de uma Cycnoches Jumbo Dragon com um Catasetum pileatum.

 

Catasetum saccatum - Catanoches Jumbo Chastity JPG

Catanoches Jumbo Chastity

Foto retirada da internet – Site:
https://passiflora.ru/index.php/cPath/3251_3576_4306/products_id/309173

 

 

Também existem cruzamentos envolvendo três ou mais gêneros compatíveis, como é o caso das plantas chamadas de Monnierara, que é um gênero de orquídeas criado pela hibridização de Catasetum com Cycnoches e Mormodes.

Ilustro agora com uma foto da espetacular Monnierara Millennium Magic, híbrido premiado mundialmente e oriundo do cruzamento de uma Catanoches Midnight Gem com uma Mormodes sinuata. Só por curiosidade, pelo fato das flores desta planta serem de uma tonalidade muito escura de marrom, muitas pessoas a chamam de “orquídea negra”.

 

Catasetum saccatum - Monnierara JPG

Monnierara Millennium Magic

Foto retirada da internet – Site:
http://catasetinaecanada.weebly.com/monnierara-monn.html

 

 

E para aqueles que desejam se aventurar na arte da hibridação, informo abaixo os gêneros pertencentes à subtribo Catasetinae, à qual pertence Catasetum: Clowesia, Cycnoches, Cyanaeorchis, Dressleria, Galeandra, Grobya, Mormodes e seus híbridos.

 

E agora finalmente vamos ao estudo da planta do dia, o Catasetum saccatum, descrito em 1840 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865).

Lindley, como já comentado inúmeras vezes, foi o maior orquidólogo de todos os tempos. Descreveu centenas de gênero e espécies, publicou muitos artigos e livros científicos, participou da fundação da revista Gardener’s Chronicle, e em 1857 foi agraciado com a Medalha Real, homenagem da Real Sociedade de Londres para pessoas com importantes contribuições para o avanço do conhecimento da natureza.

 

Catasetum saccatum - Lindley JPG

John Lindley

Imagem retirada da internet – Site:
https://www.britannica.com/biography/John-Lindley

 

 

Entre suas obras destacam-se os seguintes trabalhos:

  • An Outline of the First Principle of Horticulture – 1832,
  • An Outline of the Structure and Physiology of Plants – 1832,
  • Nixus Plantarum – 1833,
  • A Natural System Botany – 1836,
  • Flora Medica – 1838,
  • Theory oh Horticulture – 1840,
  • The Vegetable Kingdom – 1846,
  • Folia Orc
  • hidaceae – 1852 e
  • Descriptive Botany – 1858.

 

Trata-se de uma planta de hábito epífita, originária da região norte da América do Sul, abrangendo países como Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, principal centro de dispersão desta planta.

 

Catasetum saccatum - ocorrencia especie JPG

Catasetum saccatum  –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
https://www.todamateria.com.br/paraguai/

 

 

Em nosso país o Catasetum saccatum pode ser encontrado nos estados de Roraima, Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá, Pará e Mato Grosso, onde vegeta em terras de elevado índice de umidade, em regiões pantanosas, em matas de igapós (3*) e matas de galeria (4*).

(3*) Mata de igapó: vegetação característica da floresta amazônica. Situa-se em terrenos baixos, ao longo de rios e áreas que são frequentemente inundadas.

 

Catasetum saccatum - igapo JPG

Mata de igapó

Foto retirada da internet – Site:
http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/amazonas/igapo-mata-que-fica-alagada-no-periodo-das-cheias/

 

 

(4*) Mata de galeria: são matas que formam corredores ao longo dos rios e áreas úmidas.

 

Catasetum saccatum - mata de galeria JPG

Floresta de galeria

Foto retirada da internet – Site:
http://picdeer.com/tag/floradobrasil

 

 

Saccatum o nome da espécie, é um epíteto latino que significa “com bolsa”, em referência ao formato do labelo da flor desta planta.

 

Sinonímia: Catasetum baraquinianum; Catasetum christyanum; Catasetum christyanum var. chlorops; Catasetum christyanum var. obscurum; Catasetum colossus; Catasetum cruciatum; Catasetum histrio; Catasetum japurense; Catasetum saccatum var. chlorops; Catasetum saccatum var. christyanum; Catasetum saccatum var. eusaccatum; Catasetum saccatum var. pliciferum; Catasetum saccatum var. typum; Catasetum secundum e Catasetum stupendum.

 

Existe um híbrido natural para a orquídea do dia, uma linda planta descrita em 2009 pelo renomado botânico brasileiro Marcos Antonio Campacci, junto com o americano George Francis Carr Jr. Trata-se de uma orquídea batizada com o nome de Catasetum x macedoi, oriunda do cruzamento de um Catasetum macrocarpum com um Catasetum saccatum. Esta planta foi encontrada no estado de Roraima, onde as duas espécies coexistem.

 

Catasetum saccatum - Catasetum x macedoi JPG

Catacetum x macedoi

Foto retirada da internet – Site:
https://www.orchidspecies.com/catmacedoi.htm

 

 

Outra espécie, muito parecida com a orquídea do dia, que é o Catasetum incurvum, frequentemente é citado como sinônimo do Catasetum saccatum. Porém, por possuir diferença no tamanho das flores e na forma do labelo, devem ser mantidas como espécies diferentes.

 

Catasetum saccatum - Catasetum incurvum JPG

Catasetum incurvum

Foto retirada da internet – Site:
http://orchids.la.coocan.jp/Catasetum/Catasetum%20incurvum/Catasetum%20incurvum.htm

 

 

Os principais agentes polinizadores desta orquídea, e de quase todas as espécies do gênero Catasetum, são as abelhas masculinas da tribo Euglossini, da família Apidae. As abelhas desta tribo são conhecidas como abelhas-das-orquídeas. São facilmente reconhecidas por conterem uma pigmentação metalizada, geralmente em tons de verde e/ou azul.

 

Catasetum saccatum - Abelhas Euglossini JPG

Abelha da tribo Euglossini

Foto retirada da internet – Site:
https://www.pinterest.pt/pin/822892163138246811/?lp=true

 

 

É uma planta robusta, com forma de crescimento simpodial, que apresenta rizoma curto, grossas raízes cobertas por tecido velame e finas raízes para captação de nutrientes. Seus pseudobulbos são grandes, grossos e fusiformes, distribuídos de forma aglomerada sobre o rizoma. Formato típico de “charuto” e tamanho que pode chegar a 25cm de comprimento por 4,5cm de diâmetro, propício para acúmulo de grandes reservas de nutrientes, visando poder suportar a longos períodos de dormência.

As folhas se originam na parte terminal dos pseudobulbos, em grupos de 4 a 7 unidades. São grandes, finas, lanceoladas e nervuradas. Em termos dimensionais estas folhas podem ter entre 15 e 43cm de comprimento por 4 a 10cm de largura.

As inflorescências brotam da base dos pseudobulbos. Longas hastes arqueadas que podem passar de meio metro de comprimento, suportando entre 4 e 25 lindas flores ressupinadas e perfumadas.

As flores são bem grandes, estando entre as maiores do gênero com diâmetro médio de 10cm. As sépalas são um pouco mais compridas e largas do que as pétalas, que se sobrepõem à sépala dorsal, dando a impressão de se tratar de uma única estrutura. No vistoso labelo destaque para as interessantes e charmosas pilosidades.

Na foto abaixo mostro de forma detalhada as estruturas florais de um Catasetum saccatum:

 

Catasetum saccatum - flor JPG

Catasetum saccatum – Estruturas da flor

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

E nesta foto, da parte traseira da flor, mostro de forma bem ampliada as pilosidades existentes na extremidade inferior do labelo.

 

Catasetum saccatum - pilosidades JPG

Catasetum saccatum – Pilosidades do labelo

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Em termos de colorido muito difícil definir a orquídea do dia. Existem muitas variedades, com predominância de cores que vão desde o verde até tonalidades tão escuras de marrom que chegam a parecer negras. Destaque também, para as pintas existentes nas estruturas florais, principalmente nas pétalas e no labelo. Sem dúvida uma flor linda, exótica e cativante.

 

A seguir relaciono algumas dicas básicas para o cultivo desta orquídea:

  • Como todas as plantas epífitas Catasetum saccatum pode ser cultivado em cascas ou troncos de árvores. Recomendo cascas enrugadas e cujo período de deterioração seja bem longo. A casca de Peroba é uma ótima opção.
  • Pode também ser cultivado em vasos ou caixetas, com substrato confeccionado com partes iguais de carvão vegetal, pedra brita e casca de pinus, adicionando ainda um pouco de esfagno para aumentar o tempo de retenção de umidade.
  • Muitos produtores utilizam garrafas PET cortadas ao meio e com furos no fundo para cultivo desta planta. O fato da garrafa ser transparente ajuda a planta a realizar a fotossíntese pelas raízes. Recomendo.
  • Cuidado com água acumulada no fundo. O substrato deve ser arejado e drenar a água rapidamente.
  • A rega é a parte mais critica no cultivo desta orquídea. Após a florada as folhas caem e inicia-se o período de dormência da planta. Nesse momento devemos suspender a rega e não deixar no tempo, sujeita a chuvas, sob pena de perder a mesma por apodrecimento. Se você perceber que os bulbos tem aparência ressecada, borrife apenas um pouquinho de água em suas raízes. Quando a planta cessa o repouso e entra em atividade, com emissão de brotos e raízes, é hora de regar e adubar em abundância. Importante: regue apenas as raízes da planta, evitando molhar bulbos e folhas.
  • Evite enterrar o rizoma da planta. Este deve ficar aparente, rente ao substrato.
  • Esta orquídea precisa de uma boa sombra. Sugiro cultivo com sombreamento entre 50 e 60%.
  • Em termos de temperaturas recomendo cultivo entre 15 e 35 graus. Proteja a planta nos dias mais rigorosos do inverno e nunca exponha este Catasetum à incidência de raios solares diretos.
  • Outra questão muito importante é a circulação de ar. Ambientes fechados e abafados representam um irrecusável convite para pragas como cochonilhas, pulgões e percevejos, que perfuram as diversas estruturas da planta abrindo passagem para a entrada de fungos, bactérias e vírus. Manter a planta em local ventilado é fundamental para o sucesso no seu cultivo.
  • Não esqueça de adubar periodicamente.
  • Com certa frequência esta planta produz keikis (5*), que podem ser destacados e cultivados separadamente.
  • Aliás. Pelo fato acima é possível fazer a produção de mudas pelo processo de estaquia. Para tanto basta retirar bulbos velhos da planta que, acomodados sobre uma “cama de esfagno”, rapidamente começarão a produzir novas plantas.

 

(5*) Keiki é uma palavra havaiana que significa bebê. Este é o nome dado às mudas aéreas que surgem nos bulbos de algumas orquídeas, principalmente em diversas espécies de Dendrobium e Epidendrum. Os keikis se formam nas gemas (nós) dos bulbos, onde existe uma grande concentração de células-tronco. Por este fato, as futuras flores que este keiki vai gerar serão idênticas à planta–mãe.

O processo de reprodução por estaquia, comentado em aulas anteriores, nada mais é do que um estímulo para a geração de keikis.

Quando estes keikis tiverem pelo menos três raízes já podemos retirá-los para fazer novas mudas, ou então podemos deixá-los presas à planta mãe, aumentando o tamanho da touceira.

Importante frisar que estes keikis já são plantas adultas e que florescerão em breve (um a dois anos), diferente da reprodução via sementes que demora muitos anos para gerar flores.

E, por último, a dúvida mais comum. Excesso de keikis em uma planta é um bom sinal? Se o seu objetivo é fazer mudas, então é bom. Porém, se o seu objetivo é obter lindas florações, então a presença de keikis é um mau sinal. Na realidade a planta produz keikis quando não está submetida a condições ideais para desenvolvimento. Ou seja, sabiamente a planta prefere gerar novos indivíduos na luta pela preservação da espécie. Avalie as condições de cultivo, procurando fornecer adubo, água, temperatura e luminosidade apropriadas para a orquídea em questão.

 

Catasetum saccatum - keiki JPG

Dendrobium nobile – Keiki em destaque

Planta de minha coleção

Créditos fotográficos:  Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

Apesar de sua vasta área de ocorrência, pelo avanço da especulação imobiliária, pela expansão das fronteiras agrícolas, pelas queimadas e, principalmente pela ação predatória do homem com a coleta irregular de exemplares para fins ornamentais e comerciais, Catasetum saccatum é mais uma das tantas orquídeas pertencentes ao temido rol das plantas com alto risco de extinção, entrando no Apêndice II da CITES (inglês: Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora –  português: Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção).

 

Catasetum saccatum - CITES JPG

CITES – Logotipo

Imagem retirada da internet – Site:
https://mondodeirettili.blogspot.com/2012/04/cites-che-cose.html

 

Aqui na região sul do Brasil floresce normalmente no início do Outono, e sua floração dura em torno de 20 dias.

 

A seguir ilustro o tema começando com um par de lindas fotos enviadas por um casal de queridos amigos orquidófilos que muito estimo, a Neida e o Paulo. Estas fotos mostram cultivo da planta do dia em garrafa PET.

 

Catasetum saccatum - Paulo Gilberto de Oliveira e Neida T K de Oliveira - mai2019 (2)

Catasetum saccatum – Cultivo em garrafa PET

Propriedade e créditos fotográficos: Neida T. K. de Oliveira e Paulo Gilberto de Oliveira (Curitiba – PR)

 

 

Catasetum saccatum - Paulo Gilberto de Oliveira e Neida T K de Oliveira - mai2019 (1)

Catasetum saccatum – Cultivo em garrafa PET

Propriedade e créditos fotográficos: Neida T. K. de Oliveira e Paulo Gilberto de Oliveira (Curitiba – PR)

 

 

Agora relaciono algumas fotos ilustrativas de exemplar de minha coleção:

 

 

Catasetum saccatum - abr2019 (3)

Catasetum saccatum

Propriedade e créditos fotográficos: Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

 

Catasetum saccatum - abr2019 (1)

Catasetum saccatum

Propriedade e créditos fotográficos: Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

 

Catasetum saccatum - abr2019 (6)

Catasetum saccatum

Propriedade e créditos fotográficos: Juan Pablo Heller (Curitiba – PR)

 

 

E para finalizar mais algumas imagens, estas retiradas da internet:

 

 

Resultado de imagem para Catasetum saccatum

Foto retirada da internet – Site:
https://orquidariosantabarbara.com/lojavirtual/_catasetum_saccatum_6116.html

 

 

Resultado de imagem para Catasetum saccatum

Foto retirada da internet – Site:
https://cooperorchids.com/produto/catasetum-saccatum-r/

 

 

Resultado de imagem para Catasetum saccatum

Foto retirada da internet – Site:
http://bluenanta.com/orchidlite/species_detail/35609/

 

 

 

Resultado de imagem para Catasetum saccatum

Foto retirada da internet – Site:
https://orchidaceaeatlanticae.wordpress.com/catasetum/

 

 

Resultado de imagem para Catasetum saccatum

Foto retirada da internet – Site:
http://forum.orchideenforum.eu/index.php?media/catasetum-saccatum.552/

 

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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IMAGES: GOOGLE search

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