17/10/2015 10h00 - Atualizado em 17/10/2015 10h00

Reserva florestal no Norte do ES é pólo de pesquisa de novas espécies

Mais de 90 espécies já foram descobertas na reserva.
Reserva tem 23 mil hectares.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta

A Reserva Natural Vale, localizada nos municípios de Linhares, Sooretama e Jaguaré, na região Norte do Espírito Santo, já apresentou mais de 90 descobertas de novas espécies de planta desde a década de 1980. Só no primeiro semestre de 2015, três espécies foram registradas.

A Begonha jaguarensis ganhou o nome em homenagem ao município de Jaguaré. Os registros mostram que o arbusto pode chegar a até 16cm de altura. Até agora a planta só foi vista na região Norte do estado, como conta o curador herbáreo Geovane Siqueira.

"É uma população que está bem restrita à reserva e é encontrada só em ambientes de floresta madura, quando a floresta está intacta, sem interferência do homem. É uma espécie escondida que até então não se conhecia na ciência", explica Geovane.

Pé de araçá cheiroso pode alcançar até 3 metros de altura (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Pé de araçá cheiroso pode alcançar até 3 metros
de altura (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Já a espécie Eugenia hipidiflora ganhou o nome popular de araçá cheiroso e tem um fruto semelhante ao araçá, só que alaranjado. A árvore alcança até 3 metros de altura e a frutificação acontece de janeiro a fevereiro. Ela já foi encontrada em Linhares, dentro da reserva, e em Camacan, município do Sul da Bahia.

A espécie Eugenia cataphyllea ganhou o nome de batinga melosa e é encontrada somente em Sooretama, na área da reserva. A árvore atinge os 3 metros e frutifica de outubro a novembro.

As três espécies foram publicadas em revistas especializadas, o que reitifica a descoberta. "Essas ultimas três espécies foram publicadas em revistas norte americanas e uma na Suíça. Nós precisamos que sejam publicadas para ter reconhecimento também na flora do Brasil e de maneira que a sociedade possa conhecer essas plantas", explica Geovane.

Ela ainda diz que o estudo sobre as novas espécies pode beneficiar a sociedade. "Pode trazer grandes benefícios a sociedade, que pode descobrir algo medicinal que possa contribuir para a cura de doenças. Plantas que tenham princípios ativos", diz o curador.

As primeiras mostras foram coletadas na reserva ainda na década de 1970. A primeira publicação de espécie descoberta nos 23 mil hectares de área protegida data de 1981.

*Com colaboração de Kaio Henrique, da TV Gazeta Norte

Begonia só foi encontrada na área da reserva (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Begonia só foi encontrada na área da reserva (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
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