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Bromeliaceae da Serra
da Mantiqueira:
distribuição geográfica
e conservação
Thaís Trindade de Lima
São Paulo
Verão - 2008
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Ficha Catalográfica elaborada pela Seção de Biblioteca do Instituto de Botânica
Lima, Thais Trindade de
L732b Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira: distribuição geográfica e conservação / Thais
Trindade de Lima -- São Paulo, 2008.
357 p.il.
Dissertação (Mestrado) -- Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, 2008
Bibliografia.
1. Bromeliaceae. 2. Taxonomia . 3. Catálogos . I. Título
CDU : 582.564
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THAÍS TRINDADE DE LIMA
BROMELIACEAE DA SERRA DA
MANTIQUEIRA:
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E
CONSERVAÇÃO
Dissertação apresentada ao Instituto de Botânica
da Secretaria do Meio Ambiente, como parte dos
requisitos exigidos para a obtenção do título de
MESTRE em BIODIVERSIDADE VEGETAL E
MEIO AMBIENTE, na Área de Concentração de
Plantas Vasculares em Análises Ambientais.
ORIENTADORA: DRª. MARIA DAS GRAÇAS LAPA WANDERLEY
Fotos da capa, da esquerda para a direita:
1. Afloramentos rochosos Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro.
2. Pôr-do-sol visto da estrada para o Pico do Gavião, São Tomé das Letras, Minas Gerais.
3. Cachoeira, em formação de Campo Rupestre, Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais.
4. Vista do Complexo - Serras Negras, a partir do Burro de Ouro (Serra do Funil), Minas Gerais.
5. Pedra das Flores e Pedra Cume, vistas da Pedra dos Cabritos, Extrema, Minas Gerais.
6. Pico da Bandeira, Parque Nacional do Caparaó, Espírito Santo.
7. Floresta Ombrófila Densa Montana, Camanducaia, Minas Gerais.
8. Pico dos Marins, Piquete, São Paulo.
Fotos: 1, 4, 8: S.E. Martins; 2: E.M.C. Leme; 3, 5, 7: T. Trindade-Lima, 6: L.M. Versieux.
À minha MÃE,
meu anjo da guarda na Terra.
Por me amar incondicionalmente,
cuidar de mim, me guiar e
me ensinar tudo que eu precisava saber.
Dedico.
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Fernando Pessoa
À Maria das Graças Lapa Wanderley
Nos cântico III dos Lusíadas, no século XVI, já aparece a famosa expressão “Tal pai, tal filho,
tão simples e ao mesmo tempo tão profunda, inferindo sobre as características mais peculiares
de um ser, o gene, mas também apontando para os fatores ambientais, de convivência, para a
formação de um indivíduo. Hoje adaptamos esta expressão para outros fins, como “Tal
orientador, tal orientando” e aqui estou eu me guiando por mais uma virtude sua, escrevendo,
para tentar por meio da ordenação de palavras, expressar o quanto você é importante para
mim.
Começarei do “começo”. A vida é um mistério e dá voltas, tal qual um estigma conduplicado
espiralado, e nos leva a caminhos que não poderíamos supor existir. Uma paixão se inicia, sem
muitas explicações, não há razão, um dia de repente passamos a perceber de modo diferente o
que está a nossa volta, e sentimos a força da transformação, como num passe de mágica, “de luz
em açúcar”, e um mundo maravilhoso se abre, e dentro deste paraíso descobrimos seres ainda
mais especiais, gentis, fornecendo água e abrigo a uma infinidade de outros seres, as
Bromeliaceae.
Esta descoberta conduz diretamente a uma nova descoberta, também surpreendente, VOCÊ.
Sinônimo de alegria, bondade, sabedoria.
E iniciamos uma nova trilha, atravessamos caminhos quase intransponíveis, repletos de
Bromelia antiacantha, com seus espinhos retrorsos e antrorsos, impiedosos em qualquer
direção, resistimos e prosseguimos, porque a vida não é nada fácil mesmo, e a Tillandsia
usneoides nos ensina uma bélissima lição, sem raiz, “sem caule”, não tendo como se segurar,
exceto pela união, dando as mãos umas às outras, formando um emaranhado, e ainda assim
propondo-se a servir de ninho a um pássaro qualquer.
E começamos a perceber que não importa ter escamas super especializadas ou tanques
desenvolvidos, o fundamental é estarmos no lugar certo, de nada adianta sermos perfumadas,
quando somente os beija-flores alcançam nosso néctar.
A cada novo passo aumentamos um pouco mais nossa bagagem, mas é uma bagagem que não
incomoda e que será sempre carregada com prazer.
Espero poder continuar trilhando este caminho ao seu lado, para que me ajude a atravessar os
tortuosos caminhos sem muitas marcas.
Nada é por acaso, a terceira lei de Newton diz, que toda ação tem uma reação, o céu é azul
porque o mar é verde. Desejo que nosso encontro possa produzir bons frutos, não importa se
forem bagas, ou cápsulas, o importante é que as sementes germinem.
AGRADECIMENTOS
A palavra agradecer é originária do termo latino gratescere e significa ser grato por;
demonstrar gratidão. Gratidão do latim gratidutine, é reconhecimento por benefício recebido.
Reconhecimento, o ato ou efeito de reconhecer. Por fim, reconhecer, do latim recognoscere, é
considerar ou admitir que (alguém ou algo) possui legítima ou verdadeiramente certa qualidade
ou condição.
Assim, meus agradecimentos são as pessoas especiais, que cruzaram o meu caminho
durante esta trajetória e de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Se estas páginas estivessem sendo escritas quando ainda se utilizava penas e nanquim,
certamente não seriam legíveis. A restrospectiva de todas as fases e a lembranças das pessoas,
que fizeram, e muitas, ainda fazem, parte desta jornada, emocionam. E as lágrimas certamente
manchariam o papel.
Não organizei os agradecimentos por ordem de “importância”, a aleatoriedade induz o ser
humano à busca por padrões. Aqui, eles podem existir, e ficarão por conta da imaginação.
Peço antecipadamente desculpas, caso deixe as emoções guiarem as palavras e me
extenda demais, limitar sentimentos não é tarefa fácil. Nas próximas linhas, expresso da maneira
mais resumida possível, meu muito obrigada.
À minha doce e pequena princesa Thalia, minha irmã caçula. Como poderia ter concluído
este trabalho sem a dedicação dela, que atenciosamente me ouviu falar da Mantiqueira, vibrou
comigo ao descobrirmos juntas uma bromélia em uma árvore qualquer e, foi minha “secretária”
particular nos momentos finais da dissertação, me ajudando com a organização dos materiais e
em tudo que era necessário. Pelas muitas vezes, em que sem reclamar, esteve disposta a realizar
pedidos meus (buscar um copo de água). Pela alegria ao me ver chegar e pelas lágrimas nas
despedidas, que me impulsionavam a fazer sempre o melhor. Por alegrar e movimentar minha
vida. Pelo amor, carinho e inspiração.
À Suzana E. Martins, por seu maravilhoso sorriso de todos os momentos. Que me
possibilitou, ainda na graduação, ter acesso à importantíssima obra de Smith & Downs (exemplar
da sala da Graça). Pela prestatividade em todos, os muitos momentos, em que requisitei sua
opnião, bibliografias, máquina fotográfica, pen drive, roupas, mochila, etc. Se pelo menos 1/3
das pessoas possuíssem o bom humor da Suzana, a convivência, de uma maneira geral, seria
muito mais divertida.
Ao Júnior (Jú), sem o qual, certamente eu teria sofrido de inanição. Pelos nossos jantares,
piadas, conversas e apoio em todos os momentos de confinamento. Pela revisão das referências
bibliográficas e sugestões para a apresentação da dissertação.
Às pessoas que trabalham nas instituições de fomento a pesquisa e na Pós-Graduação do
Instituto de Botânica, que indiretamente tornam possível a realização de trabalhos como este.
À minha irmã Thalice, sempre alegre, inoscente e prestativa, que esteve ao meu lado,
disposta a tudo que pudesse para me ajudar. Pelas milhares de vezes que me interrompeu durante
o trabalho para me falar do seu dia a dia na escola, e com isso permitiu que eu desse um tempo
para o descanso mental e retornasse com maior vigor. Pela torcida, carinho e amor.
Ao eminente pesquisador Leonardo Versieux, fonte de inspiração da presente dissertação.
Pelas conversas esclarecedoras, compartilhamento de conhecimentos e empréstimo de materiais.
Pela maravilhosa expedição às montanhas de Minas Gerais e do Espírito Santo. Por efetivamente
contribuir com idéias, comentários e conceitos para este trabalho.
À minha vózinha do coração, Manoelina. Pelas orações de todos os dias, em especial,
passar na prova, conseguir a bolsa e concluir o trabalho. Por me achar “importante” e me
fortalecer com seus elogios. Pelo amor, carinho e compreensão.
Aos curadores dos herbários consultados, pela atenção dispensada, em especial ao Lúcio
Leoni, do herbário GFJP, pela receptividade e simpatia, e pela ajuda na análise dos materiais.
À Lara, Brida e a minha caçula Pandora, minhas paixões, pelo amor incondicional,
dedicação integral e exclusiva. Por tornarem minha vida mais leve.
Ao Rafael, meu irmão de orientação, que iniciou na mesma fase que eu esta empreitada e
que apesar das oscilações da nossa eterna situação de “amor e ódio”, esteve muito presente nesta
caminhada. Por todos os favores e empréstimos, pelas longas e interessantes conversas na escada
sobre as Bromeliaceae. Pelo apoio, nos momentos difíceis e pelos muitos momentos de alegria
compartilhados.
À Pesquisadora Dr.ª Fátima Salimena, Luiz Menini, Pedro Viana, Carolina Matozinhos e
Najara Alves, equipe da Universidade Federal de Rio Preto, por me apresentarem a Serra do
Funil, um paraíso encantado, repleto de bromeliáceas. Pela positividade, companhia durante as
viagens a Rio Preto e fornecimento de informações e materiais da região.
À Cristiane de Oliveira (furmiga), pelo bom humor e risadas ilimitadas, pelos encontros
casuais às 5h da manhã, e o desejo de boa noite, ou “bom dia”. Por compartilhar as alegrias e
frustrações da iniciação a música e, quanto a dissertação,...hum....por...ah!...me lembrar, muitas
vezes, que eu estava “um pouquinho atrasada” e me fazer parar de caminhar e correr.
Aos funcionários, estagiários e pesquisadores do Instituto de Botânica de São Paulo, pela
convivência, prestatividade nos serviços, favores e sugestões para o desenvolvimento do
trabalho.
Ao “botânico de coração” Elton Leme, pelos maravilhosos livros de sua autoria, que
desde o início me acompanharam e me permitiram conhecer melhor e me apaixonar ainda mais
pelo fascinante universo das Bromeliaceae. Pelas calorosas discussões taxonômicas, éticas e
ecológicas via e-mail, pela sugestão e acompanhamento à expedição realizada a São Tomé das
Letras, local surpreendente, onde foram feitas observações muito interessantes. Pela prontidão
com que atendeu meus pedidos para envio de imagens e bibliografias. Pelo exemplo de vida,
como disse Pablo Picasso pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela,
mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol”.
À Gisele, que apesar do gênio “forte” mostrou-se uma companheira inigualável. Pelas
confidencias de todas as naturezas e riquíssimas discussões botânicas. Por todos os momentos
em que se preocupou comigo, mesmo que demonstrasse isso através de críticas. Pela inestimável
ajuda na organização da viagem e consulta aos herbários do Rio de Janeiro, sem seu apoio eu
não teria conseguido. Pela contribuição na revisão do texto na fase final da dissertação.
Às pessoas com quem tive o prazer de coletar e compartilhar descobertas, Elton,
Leonardo, Graça, Suzana, Letícia, Vitorino, Fátima, Pedro, Catarino, Olga, Luís, Denílson,
Otávio, Cláudio, Najara, Carolina, Alice, Túlio, Eveline, Leila, Tiago e Renan. Pelas histórias
mirabolantes contadas nas trilhas e os ensinamentos sobre outras famílias botânicas.
Á Marta, minha amiguinha do coração, que me apresentou os caminhos da pesquisa, e
que apesar de distante sempre esteve presente. Pelo apoio na aula de qualificação, crucial para o
desenvolvimento e principalmente apresentação da mesma. Por acreditar e me confortar nos
momentos difíceis com palavras meigas. Por aceitar me ajudar na revisão final do texto, apesar
de se tratar de um tema completamente distinto da sua especialidade.
Aos professores que ministraram as disciplinas cursadas, pelas experiências e conteúdos
apresentados, que possibilitaram que eu expandisse meus conhecimentos, Carlos E.M. Bicudo,
Fábio de Barros, Jefferson Prado, Maria das Graças L. Wanderley, Inês Cordeiro, Luiz Mauro
Barbosa, Henrique Forero, Catarina Nievolla e Vivian Tamaki.
Às minhas grandes amigas de Extrema, Elaine e Erica, por não se esquecerem de mim,
mesmo nos momentos em que toda minha atenção estava completamente voltada às
Bromeliaceae.
À Marília C. Duarte, pela companhia e ajuda durante a consulta a alguns dos herbários de
Minas Gerais, e no maravilhoso “tur” a fascinante cidade de Ouro Preto.
Ao meu irmão David, sério, às vezes sarcástico, mas muito inteligente. Por estar sempre
disposto a responder a uma pergunta minha. Pelos momentos de raciocínio lógico. Pelas muitas
vezes que disponibilizou seu computador para que eu pudesse trabalhar. Pela ajuda na
organização das imagens da dissertação e por estar ao meu lado, contribuindo com as questões
de formatação nos momentos finais do trabalho. Pela torcida, respeito e carinho.
Ao Anderson, uma pessoa mais que especial que, literalmente me ajudou do início ao fim
da dissertação, mesmo no começo, quando ainda me achava “chata e metida”. Seria impossível
listar todos os “serviços” prestados, mas certamente tudo o que fez ficará guardado para sempre
em minha mente. Pela maravilhosa companhia durante as noites na seção, regadas de muito
trabalho e muitíssimas risadas. Pela cumplicidade quando éramos alojados, que tornou nossa
estadia altamente divertida. Pela atenção, carinho, cuidado, amizade. Por tudo.
Aos membros da banca do exame de qualificação, Fábio de Barros, Paulo Sano e
Margarida de Mello, pelas valiosas sugestões. À Margarida, em especial, pela positividade e
deslumbramento com o projeto.
À Raquel Monteiro pelo envio do trabalho realizado na Serra do Ibitipoca (antes da
publicação), as informações extraídas foram de grande valia para os comentários da dissertação.
Ao excelentíssimo Prof. Dr. George Shepherd, pela disponibilização do mapa, e ao seu
aluno Leonardo Meirelles, pela troca de informações referentes a Serra da Mantiqueira.
Ao Gianm, pelas poesias e pelas fantásticas viagens ao mundo da subjetividade. Por
participar de todos os meus anseios e tornar a conclusão deste trabalho menos traumática. Pela
agilização do processo gráfico. Por ter conseguido escanear as imagens quando eu não tinha
mais expectativas.
Ao Denílson Peralta, por se prontificar a solucionar problemas com o Brahms, durante
períodos cruciais para o desenvolvimento do trabalho, inquestionavelmente sua colaboração foi
crucial para a continuidade deste trabalho.
A todos os meus tios, tias, primos, primas e “agregados” por serem à base dos meus
valores. Em especial a família do meu tio Wanderley (Simone, Leonardo, Leley, Luciana, Ana
Paula e Gabriela), por trazerem alegria a minha vida e apesar de não entenderem bem o que faço,
estarem sempre dispostos a me ouvir. Por todo o carinho e estímulo.
À Neuraci e ao João, por oferecer estádia em São Paulo no ínicio do projeto. Pelo apoio,
carinho e compreensão dispensada.
À “galera do aloja” por todos os momentos vivenciados, muitas festas, alguns confrontos,
que certamente muito me ensinaram sobre a convivência em grupo. Em especial a Maria, Erica,
Kleber, Ferdz, Cati, Daniela e Juçara, pessoas mais próximas, pela troca de experiências, atenção
e carinho.
À equipe do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Extrema, pela
infra-estrutura oferecida, idéias compartilhadas e por aguardar a finalização da dissertação para o
meu regresso às atividades profissionais.
À minha mãe Beth, que pela grandiosidade, torna inexpressável meu reconhecimento e
gratidão. Por ser exatemente como é, minha fonte de inspiração e força para prosseguir. TE
AMO.
Certamente há muitos outros que a sobrecarga da memória, no fim da dissertação, não me
permitiu lembrar. A estes, peço desculpas pelo esquecimento, mas afirmo com absoluta certeza,
que também foram essenciais.
Muito “agradecida”!
Minha princesa, mais princesa
Como pensar em amanhã se sei que não mais verei seus olhos brilharem para mim
Como me conformar com as intempéries da existência,
se não a tenho ao meu lado para me consolar
Meu pequeno raio de sol, iluminou e aqueceu minha vida pela sempre presença
Trocava tudo pelos meus carinhos (menos a bolinha), eu trocaria quase tudo para tê-la de
novo
Erlichia,,
que direito tem ela de leva-la de mim?
Só me resta indagar sobre o sentido de tudo, a dissertação foi feita, os resultados
apresentados e você não está mais aqui comigo
Não pude perceber minha lindinha que você já apresentava sinais de que algo não estava
bem, será que eu poderia ter influenciado o fluxo do destino?, não sei
Só sei que te adoro muito e as lembranças
da sua passagem continuarão sempre vivas
Para minha eterna nenêm preferida,
Brida (apelidos carinhosos, Bida, Bi. Bibi, branquela)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
2.
ESCOLHA
DO
TEMA
&
OBJETIVOS.................................................................................3
3.
A
FAMÍLIA
BROMELIACEAE............................................................................................. 4
3.1.
U
M BREVE HISTÓRICO
............................................................................................................... 4
3.2. A
SPECTOS EVOLUTIVOS
...................................................................................................... 5
3.2.1. Relações entre as subfamílias................................................................................... 6
3.3.
C
ARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA
..................................................................................... 7
3.3.1. Porte.......................................................................................................................... 7
3.3.2. Raízes ....................................................................................................................... 8
3.3.3. Caule......................................................................................................................... 8
3.3.4. Folhas ....................................................................................................................... 8
3.3.5. Inflorescência ........................................................................................................... 9
3.3.6. Escapo......................................................................................................................10
3.3.7. Flores.......................................................................................................................11
3.3.8. Frutos.......................................................................................................................12
3.3.9. Sementes..................................................................................................................12
3.3.10. Hábito....................................................................................................................13
3.4.
I
NTERAÇÕES ECOLÓGICAS
.................................................................................................13
3.5.
P
OLINIZAÇÃO E AGENTES POLINIZADORES
.........................................................................15
3.6.
A
SPECTOS ECONÔMICOS
....................................................................................................17
3.6.1. Importância alimentícia...........................................................................................17
3.6.2. Industrial..................................................................................................................17
3.6.3. Ornamental..............................................................................................................18
3.6.4. Medicinal.................................................................................................................18
3.6.5. Saúde pública...........................................................................................................19
4. CATÁLOGOS .........................................................................................................................20
5. METODOLOGIA ...................................................................................................................23
5.1.
ÁREA DE ESTUDO
...............................................................................................................27
5.2.
ESTUDO DE CAMPO
.............................................................................................................33
5.2.1. Serra do Lopo..........................................................................................................34
5.2.2. Complexo – Serra Negra.........................................................................................37
6. RESULTADOS & DISCUSSÃO............................................................................................39
6.1.
C
ATÁLOGO DAS ESPÉCIES DE
B
ROMELIACEAE DA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
...........................39
6.2.
C
ONSIDERAÇÕES TAXONÔMICAS
.....................................................................................222
6.2.1.
A redescoberta de Billbergia pohliana Mez..........................................................222
6.2.2. Uma nova espécie de Vriesea dos Campos Rupestres de Minas Gerais...............228
6.3.
B
ANCO DE DADOS E COLEÇÕES BOTÂNICAS
.....................................................................231
6.3.1.
Coleção viva ..........................................................................................................236
6.4.
D
IVERSIDADE E ENDEMISMO
............................................................................................238
6.5.
D
ISTRIBUIÇÃO
&
HABITAT DAS ESPÉCIES NA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
..........................247
6.6.
CONSERVAÇÃO DAS
B
ROMELIACEAE OCORRENTES NA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
...........254
7. CONSIDERAÇÕES
FINAIS................................................................................................265
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................268
A
PÊNDICE
I
L
ISTA DAS ESPÉCIES
...............................................................................................297
A
PÊNDICE
II
L
ISTA DE MUNICÍPIOS
............................................................................................301
A
PÊNDICE
III
L
ISTA DE
C
OLETORES
..........................................................................................302
A
PÊNDICE
IV
F
OTOGRAFIAS DOS TIPOS
.....................................................................................319
A
PÊNDICE
V
F
OTOGRAFIAS DAS ESPÉCIES
.................................................................................329
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Distribuição geográfica da família Bromeliaceae..........................................................2
Figura 2. Mapa físico da Serra da Mantiqueira............................................................................32
Figura 3. Mapa demonstrando as variações altitudinais da Serra da Mantiqueira.......................32
Figura 4. Imagem de satélite da porção sul da Serra da Mantiqueira ..........................................35
Figura 5. A Visão tridimensional Serra do Lopo. B Demarcação da Trilha da Pedra das
Flores.............................................................................................................................................35
Figura 6. Ambientes e vegetação da Serra do Lopo.....................................................................36
Figura 7. Ambientes da Serra do Funil, Rio Preto – Minas Gerais..............................................38
Figura 8. Ilustração Billbergia pohliana Mez. e Billbergia reichardtii Wawra ........................223
Figura 9. A. Espécime de Billbergia pohliana B. Holótipo de Billbergia reichardtii Wawra..226
Figura 10. Foto de Billbergia pohliana Mez..............................................................................227
Figura 11. Foto de Billbergia reichardtii Wawra ......................................................................227
Figura 12. Foto de Vriesea sp. nova...........................................................................................228
Figura 13. Número total de espécimes de Bromeliaceae depositados nos herbários.................234
Figura 14. Fotos da coleção viva................................................................................................237
Figura 15. Porcentagem do número de espécies ocorrentes em cada subfamília ......................241
Figura 16. Representatividade do total de espécies endêmicas para cada uma das três
subfamílias de Bromeliaceae na Serra da Mantiqueira...............................................................241
Figura 17. Número total de gêneros, espécies e espécies endêmicas das três subfamílias de
Bromeliaceae ocorrentes na Serra da Mantiqueira......................................................................246
Figura 18. Hábitos dos táxons de Bromeliaceae ocorrentes na Serra da Mantiqueira...............248
Figura 19. Número de táxons de Bromeliaceae X hábitats em que ocorrem na Serra da
Mantiqueira .................................................................................................................................249
Figura 20. Municípios que apresentaram os maiores números totais de coletas de Bromeliaceae
da Serra na Serra da Mantiqueira................................................................................................250
Figura 21. Municípios da Serra da Mantiqueira para os quais são referidas mais de 20 espécies
.....................................................................................................................................................251
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1. Herbários consultados ..................................................................................................24
Tabela 2. Riqueza e endemismos apresentados pelos diferentes gêneros de Bromeliaceae
ocorrentes na região da Serra da Mantiqueira.............................................................................239
Tabela 3. Número de gêneros e espécies encontrados em diferentes catálogos elaborados para a
família Bromeliaceae...................................................................................................................243
Tabela 4. Distribuição dos táxons de Bromeliaceae endêmicos nos diferentes ambientes da Serra
da Mantiqueira.............................................................................................................................249
Quadro 1. Algumas característica morfológicas de Billbergia pohliana Mez e Billbergia
reichardtii Wawra.......................................................................................................................225
Quadro 2. Unidades de conservação da Serra da Mantiqueira ..................................................262
RESUMO
O estudo aqui apresentado é resultado do levantamento das Bromeliaceae ocorrentes na região da
Serra da Mantiqueira. Bromeliaceae é considerada a maior família de fanerógamas de
distribuição neotropical, sendo a Mata Atlântica brasileira um dos principais centros de
diversidade e endemismo. A Serra da Mantiqueira é um dos principais núcleos deste bioma e
diante da constatação de que o conhecimento das Bromeliaceae, nesta serra, ainda é incipiente e
tendo em vista a importância ecológica desta família, o presente estudo objetivou a produção de
um catálogo, contendo dados ecológicos, informações sobre a distribuição geográfica,
conservação e comentários taxonômicos das espécies ocorrentes na região. A reunião das
informações contidas na literatura, banco de dados e trabalho de campo, resultaram no
reconhecimento de 220 táxons, sendo 192 espécies e 28 táxons infra-específicos, distribuídos em
20 gêneros. É apresentada uma discussão acerca de uma espécie redescoberta durante este estudo
e a descrição de uma nova espécie para a Serra da Mantiqueira. Ao todo foram examinadas 2189
coleções. Cerca de 1/3 destas estavam depositadas no Herbário RB. A maioria das coletas
procedem de menos de 20% do total de municípios da Serra da Mantiqueira. As áreas de Mata
Atlântica abrigam a maioria das espécies (59%), seguida pelas espécies que habitam tanto a Mata
Atlântica quanto os Campos Rupestres (12%) e espécies que são encontradas na Mata Atlântica,
Campos Rupestres e Campos de Altitude (6%). Do total de táxons, 37 (17%), são endêmicos da
região da Serra da Mantiqueira. Uma parcela significativa dos táxons (40%) não ocorre em
unidades de conservação. Os dados obtidos neste projeto ampliaram o conhecimento da
diversidade e distribuição das Bromeliaceae ocorrentes na Serra da Mantiqueira e poderão
subsidiar a adoção de medidas conservacionistas.
Palavras chave: Bromeliaceae, Serra da Mantiqueira, catálogos, distribuição geográfica,
conservação.
ABSTRACT
The present study is the result of a research made on Bromeliaceae found in Serra da
Mantiqueira montain region. Bromeliaceae is considered the largest family fanerogamics of
neotropical distribution, and the Brazilian Atlantic Forest one of the main centers of its diversity
and endemism. Though the Serra da Mantiqueira region is one of main centers of this biome,
we´ve identified a lack of knowledge and information about the Bromeliaceae incidence in these
mountains. Bearing in mint the ecological importance of this family, this study aim to produce a
catalogue containing ecological data, information on the geographical distribution, conservation
and taxonomic comments about occurring species in the region. Based on information gathered
from literature, database and the fieldwork, we´re able to recognize 220 taxa, being 192 species
and 28 taxa infraespecific, distributed in 20 genera. This study presents a rediscovered species
during research and also a description of a new species from the Serra da Mantiqueira. There
were 2189 collections examined, of which a third had been deposited at the Herbarium RB. Most
of the collection comes from less than 20% of all towns of the Serra da Mantiqueira region. The
areas of Atlantic Forest shelter many of the species (59%), followed by the species that in habit
both the Atlantic Forest and rock fields (Campos Rupestres) (12%) and species that are found in
the Atlantic Forest, rock fields (Campos Rupestres) and highlands (Campos de Altitude) (6%).
From all taxa, 37 (17%) are endemic in Serra da Mantiqueira region. A significant portion of
taxa (40%) does not occur in conservation units. The figures obtained in this project have
expanded the knowledge of the diversity and distribution of Bromeliaceae occurring in the Serra
da Mantiqueira and may subsidize the adoption of conservation measures.
Keywords: Bromeliaceae, Serra da Mantiqueira, catalogues, geographic distribution,
conservation.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
1
Introdução
1. INTRODUÇÃO
....e no terceiro dia Deus disse: "produza a Terra a relva,
ervas que dêem sementes e árvores frutíferas
que dêem frutos segundo a sua espécie".
A origem das Bromeliaceae tem sido abordada em poucos trabalhos ao longo dos anos.
Gómez (1972) propôs um táxon pré-histórico de Bromeliaceae, datado de 36 milhões de anos, o
qual denominou de Karatophyllum bromelioides Gómez. Givnish (2004) indica que a família
teria se originado no período Mioceno, cerca de 23 milhões de anos, no Escudo das Guianas,
irradiando-se posteriormente para o continente americano. Leme et al. (2005) analisaram um
fóssil relacionado às Bromeliaceae descoberto na Chapada do Araripe, Ceará e estimaram que o
material tenha cerca de 100 milhões de anos.
Atualmente os representantes da família estão distribuídos por todos os ecossistemas
compreendidos entre o sul dos Estados Unidos, o leste do Brasil e a região central da Argentina e
do Chile (Leme & Marigo 1993).
Apenas uma espécie, Pitcairnia feliciana (A. Chev.) Harms e Mildbr. é referida para o
continente africano (Smith & Downs 1974, Reitz 1983, Judd et al. 2002). Givnish et al. (2004)
sugerem que esta disjunção é decorrente de um processo de dispersão a longa distância, que teria
ocorrido aproximadamente 12 milhões de anos. Os resultados obtidos por Leme et al. (2005)
indicam que a família pode ter se originado anteriormente à separação total dos continentes sul-
americano e africano, gerando novos questionamentos.
Considerada a maior família de fanerógamas de distribuição neotropical (Gilmartin
1973), Bromeliaceae reúne 57 gêneros e cerca de 3.086 espécies (Luther 2006), que ocorrem
desde o nível do mar até altitudes superiores a 4.000m, em regiões de elevada precipitação ou em
áreas semi-áridas e até mesmo desérticas (Dalghren 1985, Lima 1996).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
2
Introdução
A família apresenta três grandes centros de diversidade e dispersão de espécies: os
Andes, com prolongamentos em direção ao México e Antilhas, o Planalto das Guianas e o leste
brasileiro (Smith & Downs 1974).
Figura 1. Distribuição geográfica da família Bromeliaceae (Imagem: Heywood).
Estima-se que mais de 50% das espécies e 80% dos gêneros ocorram no Brasil, sendo,
cerca de 22%, endêmicos do país, que se destaca por ser um dos mais biodiversos para a família
(Leme 2003, Forzza 2005).
Os remanescentes de Mata Atlântica, entre os estados de Santa Catarina e Bahia,
apresentam a maior riqueza de espécies, grande parte restrita a esta formação (Reitz 1983).
A Serra da Mantiqueira é uma das maiores cadeias de montanhas do leste sul-americano e
ocupa uma extensa área da região Sudeste do Brasil, sendo um dos principais núcleos da Mata
Atlântica brasileira (Rizzini 1997).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
3
2. ESCOLHA DO TEMA & OBJETIVOS
“Vai-se às estrelas e não se sabe o que acontece
no morro à nossa frente...”
Jean Giono
Pelas peculiaridades e riqueza florística, a Serra da Mantiqueira foi recentemente
considerada como área prioritária para a proteção de mananciais e de importância biológica
especial (Conservation Internacional et al. 2000, MMA 2002, Drummond 2005, Menezes &
Giulietti 2000, Martinelli 1996).
Apesar do crescente mero de trabalhos sobre Bromeliaceae elaborados na última
década, na Serra da Mantiqueira as informações são muito incompletas ou encontram-se
dispersas em fontes de difícil acesso.
Além disso, esta família vem sofrendo perda contínua de suas populações naturais, tanto
pela extração ilegal de exemplares nativos, como pela degradação dos ecossistemas onde vivem
seus representantes, o que pode levar ao desaparecimento de táxons ainda desconhecidos.
Diante da constatação de que o conhecimento das Bromeliaceae na Serra da Mantiqueira
ainda é incipiente e tendo em vista sua importância ecológica, com o intuito de reunir e
complementar os estudos com a família nesta área, o presente trabalho objetivou a produção de
um catálogo contendo dados ecológicos, informações sobre a distribuição geográfica e
comentários taxonômicos das espécies ocorrentes na região.
O catálogo elaborado poderá auxiliar em ações que visem à conservação das
Bromeliaceae, pois facilita o reconhecimento das espécies ocorrentes na Serra da Mantiqueira e
apresenta dados relativos a distribuição, taxas de endemismo e grau de proteção das espécies.
O estudo proposto, além de permitir o conhecimento da diversidade de Bromeliaceae da
Serra da Mantiqueira, ampliou as coleções de herbários, por meio de novas coletas e forneceu
informações que poderão auxiliar na resolução de problemas taxonômicos na família.
Escolha do tema & Objetivos
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
4
A família Bromeliaceae
3. A FAMÍLIA BROMELIACEAE
“...elas estão sempre ligadas à vida...
são ilhas ao inverso, pois cercam as águas...”
Roberto Burle Marx
3.1.
U
M BREVE HISTÓRICO
A história das Bromeliaceae remonta a 1493, ano em que Cristóvão Colombo realizou a
sua segunda viagem ao novo mundo. Colombo teria visto na Ilha de Guadalupe, no mar das
Antilhas, populações de Ananas comosus, o popular abacaxi. O navegador ficou tão
impressionado com o aroma e sabor de seus frutos que presenteou a rainha da Espanha da época,
Isabel de Castela, com uma dessas plantas (Padilla 1977, Hayward 1956 apud Leme & Marigo
1993).
O reconhecimento das Bromeliaceae como um grupo botânico data do final do século
XVII. O nome bromélia é atribuído ao padre explorador francês Charles Plumier, que
percorrendo a região das Antilhas conheceu um conjunto de plantas que os nativos denominavam
de “karatas”. Este padre denominou-as de Bromelia, em homenagem ao botânico sueco Olaf
Bromel (Padilla 1977, Isley 1987 apud Leme & Marigo 1993).
Linnaeus, em 1753, utilizando-se do nome criado por Plumier estabeleceu o gênero
Bromelia, ao qual atribuiu 14 espécies. Jussieu, em 1789, considerando o gênero Bromelia, criou
a família, que denominou “Bromeliae”.
Entre 1850 e 1890 foram realizados diversos estudos taxonômicos sobre a família (Beer
1857, Wawra 1879-1880 e Baker 1889), que aumentaram consideravelmente o número de
espécies conhecidas e ampliaram o interesse por esta família característica da região neotropical.
Mez (1891-1894) elaborou uma importante monografia, publicada na obra Flora
Brasiliensis”, na qual descreveu 381 espécies. Posteriormente, o mesmo autor publicou o
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
5
A família Bromeliaceae
tratamento total da família em Monographiae Phanerogamarum (1896) e Das Pflazenreich
(1934 – 1935).
Smith e Downs (1974, 1977, 1979) publicaram o mais recente e completo estudo sobre as
Bromeliaceae, lançando os três volumes da série Flora Neotropica, que contribuiu
significativamente para o conhecimento taxonômico do grupo, sendo, ainda hoje, uma obra de
referência para trabalhos relativos à taxonomia do grupo.
3.2.
A
SPECTOS FILOGENÉTICOS
Devido às características peculiares, a família Bromeliaceae foi considerada por muitos
autores em uma ordem à parte, Bromeliales (Cronquist 1981, Brown & Gilmartin 1983,
Dahlgreen et al. 1985). Com base na morfologia, foi tratada como um grupo próximo de
Velloziaceae, Rapateaceae, Zingiberales, sem haver um consenso (Givnish et al. 1990).
Atualmente está incluída na ordem Poales, dentro das Comelinóides, tendo como grupo
irmão Thyphaceae e Sparganiaceae (APG 2003, Linder & Rudall 2005).
A família é monofilética, sustentada por sinapomorfias moleculares, morfológicas e
citogenéticas (Chase et al. 2000, Givnish et al. 2004, Barfuss et al. 2005). Dentre as
sinapomorfias pode-se citar:
- linhas estigmáticas na porção distal dos lobos dos estigmas, que são especializados.
- escamas (tricomas) foliares adaptados à absorção de água e nutrientes, estas estruturas
estão presentes em todas as bromeliáceas conhecidas, com exceção de uma espécie do gênero
Navia (Benzing 1976). A presença de tricomas foliares confere alta capacidade de
estabelecimento e sobrevivência sob condições adversas (Benzing 1976, 1990).
- número básico de cromossomos (x = 25), embora ocorram variações em alguns gêneros,
sugere-se que as discrepâncias sejam resultados de processos de aneuploidia e poliploidia.
(Marchant 1967, Brown & Gilmartin 1983).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
6
A família Bromeliaceae
3.2.1. Relações entre as subfamílias
A divisão infrafamiliar em Bromeliaceae tem sido motivo de muitas controvérsias ao
longo da história taxonômica e filogenética da família. Harms (1930) foi o primeiro autor a
propor a divisão da família em quatro subfamílias: Bromelioideae, Tilladsioideae,
Pitcairnioideae e Navioideae. Mez (1934) incluiu Navioideae em Pitcairnioideae, aceitando
apenas três subfamílias, sendo estas divididas em tribos. Smith & Downs (1974, 1977, 1979)
também adotaram as três subfamílias, porém sem a divisão em tribos.
Apesar da concordância de muitos autores sobre a divisão em três subfamílias alguns
gêneros como Brocchinia, Navia e Glomeropitcairnia sempre foram objetos de dúvidas quanto
aos seus posicionamentos (Brown, 2000).
Gilmartin & Brown (1987) baseados em análises cladísticas de caracteres morfológicos
consideraram Pitcairnioideae como o grupo basal e Tillandsioideae e Bromelioideae como
táxons irmãos.
Dados moleculares têm sido utilizada para geração de hipóteses sobre os relacionamentos
filogenéticos de angiospermas. Em Bromeliaceae estudos com base em dados moleculares têm
sido conduzidos abordando principalmente as relações subfamiliares (Brown 2000).
Um dos primeiros trabalhos com este enfoque foi realizado por Ranker et al. (1990),
utilizando dados de restrição de DNA do cloroplasto de dez espécies de Bromeliaceae (cinco
Tillandsioideae, três Pitcairnioideae e duas Bromelioideae). Estes autores concluem que
Bromelioideae e Pitcairnioideae (considerada parafilética) são táxons-irmãos e que com exceção
Glomeropitcairnia, a subfamília Tillandsioideae é o grupo basal da família. Glomeropitcairnia,
segundo estes autores, poderia ser considerado um gênero pertencente a uma subfamília
monotípica.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
7
A família Bromeliaceae
Givnish et al. (1990) também usaram dados de sítios de restrição de DNA de cloroplasto,
apontando Pitcairnioideae com táxon-irmão de Tillandsioideae, e Bromelioideae ocupando a
posição basal na família.
Terry et al. (1997), utilizando o gene de cloroplasto ndhf, desenvolveram o
seqüênciamento de DNA para 52 espécies de Bromeliaceae (15 Bromelioideae, oito
Pitcairnioideae e seis Tillandsioideae). Estes autores concluíram que Bromelioideae seria o
táxon-irmão de Pitcairnioideae (parafilética) e Tillandsioideae seria o táxon mais basal do grupo,
assim como os resultados obtidos por Ranker et al. (1990). No entanto, indicaram
Glomeropitcairnia como um grupo basal de Tillandsioideae.
Estudos recentes com base em evidências moleculares propõem a subdivisão das
Bromeliaceae em oito subfamílias, passando a família a ser constituída pelas subfamílias
Bromelioideae, Tillandsioideae, Pitcairnioideae, Hechtioideae, Puyoideae, Lindmanioideae,
Brochinioideae e Navioideae, onde Bromelioideae e Tillandsioideae são mantidas e consideradas
monofiléticas e Pitcairnioideae é dividida em mais cinco subfamílias (Givnish et al. 2004,
Thorne & Reaveal 2006).
3.3.
C
ARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA
3.3.1. Porte
A família Bromeliaceae é constituída por plantas predominantemente herbáceas. Apenas
o gênero Puya possui representantes lenhosos, como Puya raimondii Harms, dos Andes
Peruanos, que pode atingir mais de dez metros de altura. Os menores representantes pertencem
ao gênero Tillandsia, como Tillandsia bryoides Grisebach ex Baker, que quando florida atinge
cinco centímetros (Leme & Marigo 1993, Reitz 1983).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
8
A família Bromeliaceae
3.3.2. Raízes
De uma maneira geral, as Bromeliaceae apresentam sistema radicular reduzido, estrutural
e funcionalmente (Braga 1977), que atuam mais especificamente na fixação da planta ao
substrato, principalmente nas espécies que crescem como rupícolas ou epífitas. Em algumas
espécies como Tillandsia usneoides (L.) L., devido ao desenvolvimento de um eficiente sistema
de tricomas de absorção e hábito diferenciado (longos ramos pendentes), as raízes podem estar
ausentes. No entanto, em espécies terrícolas, as raízes exercem papel crucial na absorção de água
e nutrientes e podem atingir grandes comprimentos (Reitz 1983).
3.3.3. Caule
Diversos autores (Beer 1857, Baker 1889, Mez 1894, 1896, 1934, Smith 1955, Smith &
Downs 1974, 1977, 1979, Holst 1997) referiram-se às Bromeliaceae como acaulescentes, por
estas apresentarem, comumente, caules curtos encobertos, na maioria das vezes, pelas bainhas
foliares,. Caules evidentes podem ser visualizados em alguns representantes da família, como no
gênero Tillandsia.
Outras estruturas caulinares como estolões, rizomas e escapos podem ser observadas em
bromeliáceas. Estas características são algumas vezes utilizadas na delimitação de alguns táxons.
3.3.4. Folhas
As Bromeliaceae possuem folhas de disposição alterna, dística ou polística. Geralmente
com uma porção alargada na base, denominada bainha, que pode ou não ser distinta do restante
da folha, chamado de limbo ou lâmina. As folhas podem apresentar variadas cores e
pigmentações, bem como diferentes formas, tamanhos e texturas, características que podem
variar de acordo com a exposição solar a qual a planta está submetida.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
9
A família Bromeliaceae
Existem algumas espécies de Pitcairnia que possuem folhas decíduas, também casos
de heterofilia, com as folhas basais completamente diferentes das demais.
Apesar de ser um caráter variável, influenciado pelas condições ambientais, algumas
espécies são facilmente conhecidas pelo padrão de coloração das folhas, como Vriesea
hieroglyphica (Carrière) E. Morren, que apresenta faixas transversais semelhantes à escrita
egípcia.
A roseta foliar pode formar um reservatório de água e detritos orgânicos, conhecido como
cisterna ou tanque, que comumente abriga grupos variados de seres vivos, formando a
fitotelmata.
A terminologia empregada para a designação das margens foliares pode variar entre
autores.
Leme (1997, 1998 e 2000) subdivide as margens que apresentam espinhos em:
espinulosas, serruladas e serradas de acordo com o tamanho e densidade em que os espinhos
estão presentes.
Holst (1997) caracteriza as margens como sendo inteiras, espinescentes ou serrilhadas.
Wanderley & Martins (2007) também utilizam esta designação.
A presença ou ausência de espinhos nas folhas é um dos caracteres utilizado para a
separação das subfamílias de Bromeliaceae.
A margem foliar é inteira, na subfamília Tillandisoideae, e serrilhada ou espinescente em
Bromelioideae e Pitcairnioideae s.l. Em algumas espécies de Pitcairnioideae (gênero Pitcairnia)
e de Bromelioideae (gênero Nidularium) podem ocorrer folhas com margens inteiras.
3.3.5. Inflorescência
Nota-se grande variação quanto aos padrões de inflorescência na família Bromeliaceae,
que podem ser simples, em racemo ou espiga, ou composta (paniculada e corimbiforme), com
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
10
A família Bromeliaceae
ramificações de 1ª a ordem, podendo ser capituliforme, estrobiliforme piramidal, cilíndrica,
globosa até linear (Wanderley & Martins 2007).
A forma, comprimento do eixo da inflorescência e das ramificações são amplamente
variáveis na família, ainda assim são bastante importantes para a separação genérica e
infragenérica, apesar da possibilidade de diferenças em um mesmo táxon.
3.3.6. Escapo
A grande maioria das espécies de Bromeliaceae conhecidas apresenta escapo terminal,
que se desenvolve a partir do centro da planta. Apenas Dyckia possui escapo lateral (com apenas
algumas exceções). Este caráter é utilizado na separação deste gênero, com outro afim,
Encholirium, que possui escapo terminal.
O escapo pode ser desde longo até muito curto. representantes na família que não
apresentam escapo desenvolvido e a inflorescência fica total ou parcialmente imersa na roseta
foliar. Podem ocorrer variações no comprimento do escapo de uma mesma espécie, como em
Canistrum giganteum, cuja inflorescência pode apresentar-se pouco distanciada até distintamente
elevada acima da roseta foliar.
Associadas ao escapo ocorrem brácteas, que podem ser coriáceas, membranáceas ou
estramínias, revestidas por escamas ou glabras, com margens inteiras ou portando espinhos,
muito mais curtas até maiores que os entrenós e algumas vezes caducas (Wanderley & Martins
2007).
As brácteas podem ser vistosas, como na grande maioria das espécies do gênero
Billbergia. Neste gênero a coloração da inflorescência fenece em poucos dias, mas em algumas
Vriesea e Aechmea pode durar meses (Leme & Marigo 1993).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
11
A família Bromeliaceae
Em muitas espécies, as brácteas do escapo são as únicas estruturas da planta fortemente
coloridas, certamente atuando na atração do polinizador. Em alguns casos podem estar
relacionadas a dispersão de frutos e sementes (Benzing 2000).
Brácteas não vistosas também são observadas. No gênero Tillandsia, por exemplo, em
muitas espécies o escapo apresenta brácteas pouco desenvolvidas, semelhantes às folhas.
3.3.7. Flores
A variedade de formas, tamanho e coloração das brácteas florais é uma das características
mais utilizadas taxonomicamente, apesar deste caráter ser variável dentro de um mesmo táxon.
As flores das Bromeliaceae são sésseis ou pediceladas, actinomorfas ou levemente
zigomorfas, bissexuadas, raramente funcionalmente unissexuadas, diclamídeas e
heteroclamídeas. O cálice é formado por três sépalas livres ou unidas, simétricas ou assimétricas,
com morfologia e dimensões muito variáveis. A corola é constituída por três pétalas livres ou
conatas, de coloração em geral vistosa.
Associados às pétalas, podem ocorrer dois apêndices membranáceos com forma e
tamanho diversos, possivelmente com função de proteção e armazenamento de néctar (Cronquist
1981, Dahlgreen 1985).
O androceu é constituído por seis estames, dispostos em dois verticilos, um oposto às
pétalas e outro oposto às sépalas, apresentando-se exsertos ou inclusos na corola, livres entre si
ou formando um anel pétalo-estamínico. Os filetes são delicados ou carnosos, cilíndricos ou
laminados, eretos ou recurvos, retos ou plicados, possuem anteras lineares, lanceoladas, oblongas
ou sagitadas, dorsifixas, raramente basifixas, bitecas, com deiscência rimosa e introrsa.
Os grãos de pólen variam em relação ao tamanho, número, ornamentação da exina e
padrão de abertura, ocorrendo grãos inaperturados, monocolpados, porados ou sulcados
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
12
A família Bromeliaceae
(Wanderley & Melhem 1991, Halbritter 1992 apud Benzing 2000). Características polínicas são
bastante relevantes e contribuem para a delimitação de gêneros e espécies.
O gineceu é gamocarpelar, formado por um ovário trilocular, com três placentas axilares,
variando de súpero à ínfero, com nectários septais em geral desenvolvidos. O estilete é terminal,
tubular ou trígono, de comprimento variável. O estigma trífido, é em geral espiral-conduplicado,
com três lobos expandidos ou raramente pouco desenvolvidos, eretos ou cupulados, com linhas
estigmáticas papilosas marginais geralmente presentes (Brown & Gilmartin 1984, 1989,
Wanderley & Martins 2007). Os óvulos podem ser numerosos ou escassos, anátropos, ou
raramente campilótropos, providos ou não de apêndices.
A disposição do ovário é utilizada na separação das subfamílias de Bromeliaceae, sendo
considerado para a subfamília Bromelioideae a presença de ovário ínfero, para Tillandsioideae,
ovário súpero e para Pitcairnioideae, ovário súpero ou semi-ínfero.
3.3.8. Frutos
Nas espécies que apresentam ovário ínfero, formam-se frutos carnosos/bagas,
indeiscentes, que necessitam da ação de animais para a sua dispersão, como em Bromelia
antiacantha, também chamada de banana-do-mato, cujos frutos também são utilizados por
humanos. Os índios bororós do Mato Grosso, segundo Hoehne (1951), costumavam coletar seus
frutos durante o dia e passavam a noite degustando-os crus, cozidos ou torrados.
Frutos do tipo cápsulas são produzidos pelas espécies que possuem ovário súpero ou
semi-ínfero, estes, são deiscentes e não necessitam da ação de agentes dispersores.
No gênero Ananas ocorre fruto composto, originário da concrescência de várias flores de
uma inflorescência.
3.3.9. Sementes
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
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A família Bromeliaceae
As sementes de Bromeliaceae, ao contrário da maioria das monocotiledôneas, apresentam
os dois tegumentos após a maturação, testa (externo) e tegma (interno). O endosperma é
amiláceo, típico da ordem Poales.
Os apêndices das sementes são utilizados para a delimitação das três subfamílias
tradicionalmente aceitas, sendo plumosos nas Tillandsioideae, alados nas Pitcairnioideae e
ausentes nas Bromelioideae.
3.3. 10. Hábito
Quanto ao hábito, a família pode ser dividida em terrícolas, epífitas, rupícolas ou
saxícolas. Pittendrigh (1948) sugere algumas características ecofisiológicas associadas aos
diferentes tipos de hábito.
Terrestres - desenvolvem-se diretamente sobre o solo. Podem ser classificadas como,
solo-dependentes: espécies que possuem raízes funcionais e são desprovidas de tanque;
protanques: espécies que formam tanques rudimentares, possuem poucos tricomas escamiformes
e têm raízes ativas; tanque-dependentes: que caracterizam-se por possuírem tanques bem
desenvolvidos com grande quantidades de tricomas, raízes com pouca capacidade de absorção.
Epífitas - desenvolvem-se sobre forófitos, mas as raízes atuam somente como elemento
de fixação. Neste grupo, ocorrem espécies tanque-dependentes e atmosféricas: que não formam
tanque, mas apresentam um eficiente sistema de tricomas absorventes nas folhas, capazes de
absorver até mesmo vapor d’água.
Rupícolas ou saxícolas - podem ser atmosféricas ou tanque-dependentes, desenvolvendo-
se sobre rocha nua, ou fendas e depressões, onde alguma disponibilidade de matéria orgânica.
As espécies que crescem sobre rocha nua são importantes componentes nos processos de
sucessão destes locais, atuando como pioneiras, contribuindo para o acúmulo de matéria
orgânica e possibilitando o conseqüente desenvolvimento de espécies mais exigentes.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
14
A família Bromeliaceae
3.4.
I
NTERAÇÕES ECOLÓGICAS
As espécies de Bromeliaceae que formam cisternas são componentes importantes de
diversos ecossistemas, servindo como fonte de alimento e hábitat para uma grande diversidade
de animais (Souza & Couto 2001).
Diversos estudos demonstram a utilização de bromeliáceas como fonte de recursos para
vertebrados superiores. Pizo & Oliveira (1999) observaram a utilização de sementes de espécies
de Aechmea por primatas (Cebus apella). Brown & Zunino (1990) ao analisarem a dieta desta
mesma espécie, em ambiente extremos, constataram a utilização de seis espécies de bromélias
como recurso alimentar, durante períodos desfavoráveis. Fragaszy et al. (1990) relataram a
utilização de folhas de bromeliáceas por primatas desta espécie.
Callithrix geoffroy, sagüi-de-cara-branca, permanece parte do seu dia vasculhando rosetas
de Bromeliáceas a procura de animais, a fim de complementar sua dieta protéica. Leontopetheus
rosalea, mico-leão-dourado e espécies congêneres, todas ameaçadas de extinção, apresentam o
mesmo hábito (Leme & Marigo 1993).
Outros vertebrados como os anfíbios, geralmente anuros, encontram nas cisternas um
ambiente úmido ideal para o seu desenvolvimento e reprodução (Teixeira et al., 2002). Alguns
répteis, como serpentes e largatixas, baseiam sua dieta em anfíbios e insetos que habitam a planta
(Britto-Pereira et al. 1988).
Quanto aos invertebrados, diversas classes se beneficiam direta ou indiretamente do
micro ambiente proporcionado pelas bromélias. Algumas ordens de insetos, como dípteros,
coleópteros, odonatas e lepidópteros, utilizam-se da planta para fins reprodutivos (Marrero et al.,
1996).
Diversas espécies de crustáceos, moluscos e nematóides, por necessitarem de ambientes
úmidos, encontram na planta um habitat favorável (Wittman 2000). Aracnídeos geralmente estão
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
15
A família Bromeliaceae
associados às bromélias por estas abrigarem grande quantidade de alimento. Comumente existem
espécies de ácaros vivendo no meio aquático gerado pelas plantas (Figueira 1989).
Outras interações interessantes têm sido reportadas para representantes da família.
Ramalho et al. (2004) relatou que Xylocopa (Monoxylocopa) abbreviata Hurd & Moure nidifica
nas hastes de inflorescências de Encholirium spectabile Martius ex Schultes f.. Leme & Marigo
(1993) relataram, dentre outros exemplos, a relação de Tillandsia usneoides, com o Guaxe
(Cacicus haemorrhous) que utiliza os ramos emaranhados da planta para a construção de seus
ninhos, e “em troca” atuam na dispersão da espécie, transportando (aderidos ao corpo) pequenos
ramos da planta para locais diversos.
foi observada a coabitação entre bromeliáceas e orquidáceas. As orquídeas introduzem
suas raízes entre as folhas das bromélias obtendo um suprimento perene de água e nutrientes.
Espécies de Araceae são frequentemente encontradas desenvolvendo-se em tanques de
Bromeliaceae (Reitz 1983), como Anthurium bromelicola que vive exclusivamente no interior de
bromélias-tanque de Pernambuco e Alagoas (Siqueira-Filho et al. 2006).
Nas comunidades neotropicais, a família Bromeliaceae desempenha função biológica de
enorme importância (Benzing 2000), atuando na manutenção de processos chave nos
ecossistemas, como polinização e dispersão (Martinelli 1994, Buzato et al. 2000, Sazima et al.
2000).
Mestre et al. (2001) concluíram em seu trabalho que o microhabitat bromelícola é de
fundamental importância, tanto para as comunidades que nele se desenvolvem como para a
manutenção da diversidade da floresta atlântica.
Rocha et al. (2004) relatam que a degradação de habitats reduz acentuadamente a
abundância e a diversidade de bromélias em várias regiões, o que leva a perda de diversas formas
de vida que possuem ciclo “dependente” das Bromeliaceae, resultando na conseqüente redução
da diversidade biológica do ecossistema.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
16
A família Bromeliaceae
3.5.
P
OLINIZAÇÃO E AGENTES POLINIZADORES
O processo de auto-fecundação em Bromeliaceae, parece ser raro, pois as flores em geral
são protândricas. Na maioria dos casos há zoogamia. A antese ocorre mais frequentemente
durante o dia. Algumas espécies dos gêneros Vriesea e Aechmea apresentam flores com antese
noturna. A duração da antese pode variar de poucas horas a cerca de três dias, o mais comum é
durar um dia (Reitz 1983, Leme & Marigo 1993).
A direção de abertura das flores comumente segue um padrão, nas espécies de
inflorescência nidular é centrífuga, em outros tipos de inflorescência pode variar da base para o
ápice, ou do centro subindo ou descendo em ordem, mas em uma mesma espécie o padrão é
mantido.
A floração seqüencial foi reportada para espécies simpátricas de Bromeliaceae e pode
ser interpretada como resultado evolutivo da competição por um mesmo polinizador. A
manutenção da oferta de néctar ao longo de um período mantém o agente polinizador e favorece
as espécies envolvidas (Araújo et al. 1994).
Em Bromeliaceae, a polinização pode ser realizada por uma ampla gama de agentes.
Nesta família, a polinização por vertebrados é predominate sobre a polinização por insetos, ao
contrário da maioria das Angiospermas (Sazima et al. 1989).
Cerca de 85 % das espécies da Floresta Atlântica são polinizadas por beija-flores (Fischer
1994, Varassin 2002). Entre as principais características apresentadas pelas bromélias ornitófilas
destacam-se as brácteas florais com tonalidades vermelhas, flores amarelas, tubulares, alta
produção de néctar com concentração de açucares e antese diurna.
A co-evolução entre Bromeliaceae e beija-flores, tem sido sugerida ao longo dos anos.
Piacentini (2006) estudou a relação entre a floração de bromeliáceas e uma comunidade de beija-
flores no Sul do Brasil e concluiu em seu trabalho não haver relações especialistas entre os
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
17
A família Bromeliaceae
grupos estudados. O autor aponta que existe uma carência de dados para melhor avaliação da
questão de co-evolução.
Polinização por morcegos ocorre principalmente no gênero Vriesea, em especial no
subgênero Xiphion. De uma maneira geral, os representantes polinizados por estes agentes,
apresentam pétalas com coloração que varia de branco-amarelada a vermelho-acastanhada,
corola tubular alargada, antese noturna, grande quantidade de néctar e odor desagradável.
Também relatos de polinização por morcegos para espécies de Alcantarea, Encholirium e
Puya (Reitz 1983, Leme & Marigo 1993).
Insetos são polinizadores menos comuns, quando ocorre a polinização é realizada por
abelhas ou borboletas. As espécies polinizadas por estes agentes normalmente apresentam
pétalas azuis, inflorescências densamente congestas, flores com tubo estreito e nectários ocultos,
quando presentes.
3.6.
A
SPECTOS ECONÔMICOS
3.6.1. Importância alimentícia
Destaca-se o abacaxi, uma das frutas tropicais mais conhecidas. Atualmente praticamente
todos os Estados brasileiros cultivam o abacaxi (Borges et al., 2004).
Outra bromeliácea utilizada para fins alimentícios é a Bromelia laciniosa Martius ex
Schultes f., a famosa macambira do nordeste brasileiro, que décadas é utilizada na
alimentação do gado e do homem. Das bainhas foliares é extraída uma farinha, para o preparo de
pão e mingau, que apresenta teor protéico três vezes maior que a farinha de mandioca e 15 vezes
mais cálcio que o leite (Leme & Marigo 1993).
Na região Sul, as bagas produzidas por algumas espécies de Aechmea, são consumidas
pelas crianças que as denominam de “chupe-chupe” (Reitz 1983).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
18
A família Bromeliaceae
3.6.2. Industrial
A fibra extraída de Ananas lucidus, o curauá, uma espécie amazônica, é utilizada pela
indústria em substitutição a fibra de vidro, dentre outros fins. A planta vem sendo utilizada
pelas populações locais para a confecção de diversos produtos artesanais (Monteiro et al. 2006,
Mothé & Araújo 2004).
Neoglaziovia variegata chamada popularmente de caroá, também é fornecedora de fibras
e no passado foi bastante utilizada pela indústria têxtil da região Nordeste. Hoje sua utilização é
modesta e apenas as populações rurais continuam a explorar o caroá, para confecção de cordas,
redes e tapetes (Leme & Marigo 1993).
3.6.3. Ornamental
Benzing (1980) relata que em 1776 Guzmania lingulata (L.) Mez foi introduzida como
planta ornamental na Europa, e que a partir daí houve crescente interesse de colecionadores e
comerciantes por estas plantas do novo mundo. Billbergia pyramidalis (Sims) Lind. também
figura entre as primeiras Bromeliaceae levadas para a Europa (Leme 1995a).
Em 1811, o Royal Botanical Garden contava com uma coleção de 16 espécies. No Brasil,
o comércio de Bromeliáceas foi iniciado na década de 70, com a exploração de Aechmea fasciata
(Lind.) Baker, espécie nativa do Rio de Janeiro, hoje essa é uma das espécies mais observadas
em arranjos de floriculturas (Coffani-Nunes 1997).
O uso ornamental destas plantas tem se tornado cada vez mais popular, sendo as
bromeliáceas muito utilizadas em projetos paisagísticos modernos. Roberto Burle Max, por
exemplo, revolucionou o conceito de estética dos jardins, ao utilizar plantas brasileiras,
destacando sempre representantes da família em suas criações, como verdadeiras esculturas
vivas. O fácil acesso às plantas no ambiente natural tem levado a extração de milhares de
exemplares da natureza mesmo em unidades de conservação (Leme & Marigo 1983).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
19
A família Bromeliaceae
Miranda (2001) indica a utilização de Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker para a
composição de jardins públicos e privados na região Centro-oeste.
3.6.4. Medicinal
De uso cientificamente comprovado pode-se citar a bromelina, uma enzima produzida
pela planta para a defesa química contra larvas de insetos. Em seres humanos a enzima atua
sobre algumas proteínas sendo utilizada para diversos fins.
Nidularium innocentii Lem. é utilizado com antiinflamatório, analgésico, anti-helmíntico
e diurético (Chedier et al., 2000).
Bromelia antiacantha Bertol. é popularmente utilizada pelas propriedades anti-
helmínticas e antitussígenas, também relatos de utilização no tratamento de feridas,
especialmente aftas e afecções da mucosa.
Tillandsia usneoides (L.) L. conhecida como barba-de-velho ou barba-de-pau, misturada
à manteiga de cacau ou banha é utilizada como supositórios para casos de hemorróidas.
Tillandsia stricta, cravo-do-mato é utilizada como medicamento diurético (Reitz 1983).
3.6.5. Saúde pública
Convém ressaltar a importância das bromeliáceas que apresentam tanques com relação às
questões sanitárias. Estas plantas seriam possíveis criadouros para mosquitos transmissores de
doenças como a malária e a dengue. No entanto, não conclusões precisas sobre a relevância
das bromélias em casos de epidemias. .
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
20
Catálogos
4. CATÁLOGOS
"Um jardim como a vida, precisa ser visto na sua totalidade.
Se nos detivermos na beleza de um detalhe, todo o resto parecerá feio."
Paulo Coelho
A palavra catálogo foi utilizada neste trabalho como sinônimo do termo inglês checklist.
A importância dos catálogos de espécies em ações conservacionistas tem sido destacada
por diversos autores, uma vez que estes estudos contribuem significativamente para o
conhecimento da biodiversidade de áreas específicas.
Estas listagens podem ser utilizadas na inferência de centros de diversidade e
endemismos e na formulação de questões acerca da origem e história evolutiva dos grupos. Além
disso, otimizam o processo de identificação das espécies de uma determinada região e podem ser
úteis em comparações da diversidade entre localidades. Embora necessitem de atualizações
constantes, os catálogos documentam em um determinado momento da história o volume de
informações sobre as espécies (Boggan et al. 1993).
O Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA) possui um projeto
denominado CHECK LIST que: (...) dedica-se a publicar listas de espécies, mapas de
distribuição geográfica e notas sobre a distribuição geográfica de quaisquer táxons”. Esse tipo
de estudo tem sido negligenciado por ser considerado "muito básico" ou "não tendo uma
aplicação relevante.” No entanto, esforços para preservar os remanescentes naturais de
espécies são fundamentais para a perpetuação da vida como ela tem evoluído. O primeiro passo
para se conseguir isso é manter o registro da distribuição das espécies.”
(http://www.cria.org.br/projetos, acessado em 25/10/2007).
Nota-se um aumento considerável de publicações referentes a checklist ou catálogos,
envolvendo desde áreas relativamente restritas, como municípios, parques e estados, até países
ou grandes regiões fitogeográficas.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
21
Catálogos
Diferentes metodologias têm sido adotadas nos trabalhos propostos. Alguns autores
baseiam-se apenas na literatura ou nos herbários como fonte de dados, enquanto outros associam
dados de herbários à literatura. Poucos utilizam conjuntamente a literatura, os herbários e o
trabalho de campo.
Fontoura et al. (1991) realizaram o checklist das Bromeliaceae do estado do Rio de
Janeiro, no Brasil. O levantamento das espécies baseou-se na literatura e nas coleções dos
herbários. As autoras discutem a distribuição geográfica dos táxons no Estado, considerando as
diferentes tipologias vegetais ocorrentes no Rio de Janeiro.
Holst (1994) fornece um checklist das Bromeliaceae da Venezuela, incluindo dados sobre
a distribuição das espécies e níveis de endemismo. Este autor utilizou informações contidas na
literatura e dados de herbários.
Betancur & Jaramillo (1998) estudaram a distribuição da família Bromeliaceae nas
vertentes andinas do sul da Colômbia. As informações sobre as espécies da região se basearam
no trabalho de campo, consulta à literatura e análise dos espécimes depositados em herbários. Os
autores forneceram uma listagem das espécies, dados sobre as afinidades florísticas, altitude e
formas de vida dos táxons.
Krömer et al. (1999) elaboraram o checklist das Bromeliaceae da Bolívia com base em
informações da literatura e materiais dos herbários. São apresentados os nomes aceitos para as
espécies, sinônimos (quando pertinentes), amplitude de altitude, distribuição por estados e
indicações sobre os táxons endêmicos.
Espejo-Serna et al. (2004) realizaram uma sinopse das Bromeliaceae do México,
baseando-se exclusivamente na análise de materiais herborizados. Os autores apresentam
informações sobre os espécimes-tipo, distribuição por estado e municípios e informações sobre
endemismos.
Pulido-Esparza et al. (2004), elaboraram um catálogo da flora bromeliológica do Estado
de Guerrero, no México, baseados na análise de materiais herborizados e revisão bibliográfica. O
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
22
Catálogos
trabalho apresenta chaves de identificação para gêneros e espécies e uma análise detalhada da
distribuição das espécies.
Versieux & Wendt (2006), basearam-se na análise de materiais herborizados, revisão
bibliográfica e trabalho de campo para elaborar um catálogo para as espécies de Bromeliaceae do
estado de Minas Gerais, no Brasil. É fornecida uma listagem, com dados de distribuição
geográfica e estado de conservação das espécies.
Versieux et al. (dados não publicados) realizaram o levantamento das Bromeliaceae
ocorrentes na Cadeia do Espinhaço nos Estados da Bahia e Minas Gerais. A listagem foi
preparada a partir do levantamento das coleções e consulta a literatura especializada. Os autores
fornecem dados referentes à distribuição dos táxons (na Serra do Espinhaço) e taxas de
endemismos.
Espejo-Serna et al. (2007) levantaram as Bromeliaceae de Oaxaca, um estado do México,
com base na análise de materiais herborizados e dados da literatura. Os autores compararam a
flora Bromeliológica de Oaxaca com a de Chiapas, Guerrero, Puebla e Vera Cruz.
Espejo-Serna et al. (2004) indicam que no México o exame das coleções botânicas tem
gerado importantes informações a respeito das Bromeliaceae locais, em decorrência das
constantes incorporações de novos materiais.
O desenvolvimento de um elevado contingente de pesquisas botânicas nas últimas
décadas tem levado ao incremento das coleções de herbários. Em alguns casos, são incorporados
às coleções exemplares procedentes de estudos florísticos gerais, envolvendo diversas famílias
botânicas, e a não avaliação dos exemplares por especialistas pode resultar em identificações
imprecisas ou ausência de identificação. Informações relevantes a respeito das áreas de
ocorrência dos táxons, ou mesmo a descoberta de novas espécies, pode ser mascarada nesses
estudos mais generalistas, o que ressalta a importância da realização de catálogos de espécies
especializados.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
23
Metodologia
5. METODOLOGIA
"O rio atinge seus objetivos
porque aprendeu a contornar obstáculos."
Lao-Tzu
A etapa preliminar do presente estudo constou da revisão e compilação dos dados
bibliográficos relacionados à família Bromeliaceae na Serra da Mantiqueira. Foram examinadas
as grandes monografias referentes à família: Mez (1894, 1896, 1901), Baker (1889), Beer
(1857), Smith & Downs (1955, 1974, 1977, 1979), e publicações mais recentes que abordassem
o tema em questão.
Os maiores herbários da região Sudeste do Brasil foram inventariados (Tabela 1).
Também foram extraídos dados disponíveis no site do CRIA, das instituições (UEL, MBLM,
NY, SPSF) e das coleções dos herbários disponíveis na web (NY, U e Z). Além disso, foram
utilizadas informações do banco de dados elaborado pelo pesquisador Leonardo de Mello
Versieux que analisou, além dos herbários (BHCB, CESJ, HB, RB, R, SP e VIC) consultados
neste trabalho, as coleções (MBM, HBR, RFA, SEL e US). Embora o banco de dados deste
pesquisador contivesse dados referentes apenas às espécies ocorrentes em Minas Gerais,
considerou-se relevante incluir as informações neste trabalho.
Foi elaborada uma lista com os municípios situados na região da Serra da Mantiqueira
(Apêndice II) para possibilitar a triagem dos espécimes nos herbários, uma vez que raramente
encontram-se referidas nas etiquetas das exsicatas informações específicas sobre as localidades,
sendo comumente citados, apenas o estado e município onde o material foi coletado.
Para as coleções que mencionavam somente o nome da unidade de conservação e/ou
serra onde o espécime foi coletado, optou-se por manter a localidade referida, considerando que
na maioria dos casos havia mais de um município associado à área.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
24
Metodologia
As exsicatas referentes à área de estudo foram fotografadas e as informações contidas nas
etiquetas foram transcritas para um banco de dados elaborado com o programa Brahms –
Botanical Research and Herbarium Management System – versão 5.55 da Universidade de
Oxford. Os espécimes indeterminados foram, quando possível, identificados de acordo com
bibliografia especializada.
Tabela 1: Herbários consultados. Siglas de acordo com Holmgren et al. 1990.
Sigla Instituição
ESA Universidade de São Paulo, SP.
HRCB Universidade Estadual Paulista, SP.
UEC Universidade Estadual de Campinas, SP.
IAC Instituto Agronômico de Campinas, SP.
SP Instituto de Botânica, SP.
SPF Universidade de São Paulo, SP.
BHCB Universidade Federal de Minas Gerais, MG.
CESJ Universidade Federal de Juiz de Fora, MG.
OUPR Universidade Federal de Ouro Preto, MG.
GFJP Universidade do Estado de Minas Gerais, MG.
ESAL Universidade Federal de Lavras, MG.
VIC Universidade Federal de Viçosa, MG.
HME Herbário Prefeitura Municipal de Extrema, MG.
RB Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ.
R Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ.
HB Herbarium Bradeanum, RJ.
Para cada táxon foram levantados os seguintes dados: nome e autor da espécie;
publicação; basiônimo; material-tipo; hábitat; amplitude de altitude na qual o táxon se insere na
Serra da Mantiqueira; hábito (epífita, terrícola, rupícola e saxícola) e comentários (dados
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
25
Metodologia
fenológicos, distribuição das espécies no Brasil e nos limites da área de estudo e informações
taxonômicas e referentes a conservação).
As indicações do hábito, hábitat, altitude, fenologia e distribuição das espécies na Serra
da Mantiqueira, foram baseadas essencialmente nos dados extraídos das etiquetas das exsicatas
examinadas. Para espécies que haviam sido abordadas em outros trabalhos na área de estudo,
quando pertinente, utilizaram-se os dados fornecidos pelos autores que, nestes casos, foram
citados nos comentários.
Os dados referentes à distribuição geográfica no Brasil foram obtidos principalmente da
Flora Neotropica (Smith & Downs 1974, 1977 e 1979). Nos casos em que as espécies foram
revisadas ou descritas posteriormente adotou-se a distribuição considerada nas publicações.
Uma vez que este trabalho consiste no levantamento das espécies ocorrentes na Serra da
Mantiqueira, a determinação do estado de conservação das espécies poderia ser falha, já que não
informações sobre toda a amplitude de ocorrência dos táxons. Sendo assim, foi indicado o
estado de conservação para as espécies endêmicas da Serra da Mantiqueira, seguindo a
classificação da IUNC (2001). Para espécies ocorrentes na Serra da Mantiqueira, que foram
revisadas, foi indicada a categoria apresentada pelos autores dos respectivos trabalhos.
Foi indicada para cada táxon nos comentários, a ocorrência dentro de unidades de
conservação de uso integral, segundo o SNUC (Lei 9.985, de 18 de julho de 2000). Os dados
referentes às unidades de conservação foram extraídos essencialmente dos seguintes trabalhos:
Minas Gerais-Camargos (2001); Espírito Santo IPEMA (2005); São Paulo Brito et al. -
(http//:www.biota.org.br) e Rio de Janeiro (FBDS 3, 2000). Na seção 6.6 são listadas as unidades
de conservação situadas na Serra da Mantiqueira, com indicação da área e municípios
abrangidos.
Optou-se por apresentar os materiais examinados de forma completa, visando fornecer o
maior número possível de informações, facilitar a busca por espécimes e a análise das áreas com
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
26
Metodologia
maior concentração de coletas, bem como, permitir uma interpretação histórica, baseada nas
datas em que os espécimes foram coletados.
Os materiais examinados foram apresentados da seguinte forma: Material examinado,
ESTADO: Município, localidade, coletor e número de coleta, data da coleta do espécime
(sigla do/dos herbários onde o material está depositado). Estados, municípios e coletores são
listados em ordem alfabética. Os coletores são citados pelo último sobrenome, separado por
vírgula das iniciais do nome e sobrenome. Em exemplares que não indicavam número de
coleta, foi mencionado após a sigla do herbário, o número de registro do material no respectivo
herbário.
No apêndice IV são apresentados os espécimes-tipo examinados. Considerou-se como
“examinados” os materiais-tipo analisados nos herbários visitados e as imagens obtidas através
da consulta eletrônica ou disponibilizada por outros pesquisadores.
Foram reunidas no apêndice V, fotografias das espécies de Bromeliaceae ocorrentes na
Serra da Mantiqueira (geralmente no ambiente), tiradas durante o presente trabalho ou
disponibilizadas por outros pesquisadores.
A nomenclatura usada para os táxons segue Luther (2006), as abreviaturas de autores
estão de acordo com Brummit e Powell (1992). As obrarum princeps são citadas conforme as
abreviaturas de Stafleu e Cowan (1976-1988) para os livros e Lawrence et al. (1968) para
periódicos.
Foram consideradas as espécies, variedades e formas citadas por Govaerts (2005) em
“World Checklist of Bromeliaceae” e as indicadas na listagem de Luther (2006). No caso de
espécies descritas ou revisadas posteriormente a estas datas, utilizaram-se as concepções aceitas
nos respectivos trabalhos, quando estes foram devidamente publicados.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
27
Metodologia
5.1.
Á
REA DE ESTUDO
A Serra da Mantiqueira é uma das maiores cadeias de montanhas do leste sul-americano e
ocupa uma extensa área da região Sudeste do Brasil, se estendendo pelos estados de Minas
Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo (Mendes Junior et al. 1991, Meirelles 1991,
Hucke 1972) (Figura 2 e 3).
Pertence ao domínio da Mata Atlântica, considerado pelo Decreto Federal 750/93 como o
conjunto de formações florestais e ecossistemas associados, com as respectivas delimitações
estabelecidas pelo mapa de vegetação do Brasil elaborado pelo IBGE em 1988.
De uma maneira geral, a Serra da Mantiqueira apresenta formações florestais que variam
de floresta estacional semidecidual a florestas ombrófilas montana e alto-montana (Veloso et al.
1991). A área apresenta desníveis altitudinais consideráveis refletindo em sub-tipologias
relacionadas à fisionomia das comunidades florestais nela presente (Rizzini 1997, Moreira &
Camelier 1977).
Os topos mais elevados (1700-2890 m) estão nas bordas do Planalto de Campos do
Jordão e das serras do Itatiaia e Caparaó e apresentam formas morfológicas bastante
contrastantes com o relevo não tão vigoroso adjacente, dominados por encostas, vertentes-
terraços e terraços. Possíveis origens para tal relevo estão nos processos morfogenéticos
ocorridos no Quaternário, na última glaciação, quando condições climáticas peculiares desses
topos mais altos favoreceriam a desagregação mecânica das rochas, em razão da ação do gelo e
degelo, processo também conhecido como glaciação quaternária de altitude. Tal processo seria o
responsável pelas paisagens exóticas observadas nos maciços das Agulhas Negras e Prateleiras,
no Itatiaia, entre outras (Azevedo 1972, CETEC 1983).
A superfície que corresponde ao Rebordo Ocidental da Serra da Mantiqueira está inserida
em uma área planáltica, que foi denominada por Ross (1996) como “Planaltos e serras do
Atlântico leste-sudeste”, um local que tem “sua gênese vinculada a vários ciclos de dobramentos
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
28
Metodologia
acompanhados de metamorfismos regionais, falhamentos e extensas intrusões”. Para o autor, o
processo epirogenético se manteve no pós-cretáceo até o Terciário Médio, desenvolvendo
soerguimentos da plataforma sul-americana, que “[...] reativou falhamentos antigos e produziu
escarpas acentuadas, como as das serras da Mantiqueira e do Mar [...]”.
Possui características marcantes, destacando-se principalmente pelo fato de ser quase
inteiramente constituída de rochas pré-cambrianas (Almeida & Litwinski 1984, Machado-Filho
et al. 1983).
A Serra da Mantiqueira constitui o segundo degrau do Planalto Brasileiro, representando
o orobioma mais frio ao leste da América do Sul (Moreira & Camelier 1977, Safford 1999). Em
conjunto com a Serra do Mar, constituem o sistema montanhoso com a mais destacada feição
orográfica da borda atlântica sul-americana (Almeida & Carneiro 1998).
Tanto a escarpa da Mantiqueira, como a da Serra do Mar são consideradas pelos
geomorfológos, como uma falha que ocorreu no relevo e/ou o resultado da ação de erosões.
Ab’Saber e Bernardes (1958) aceitam as duas hipóteses, ou seja, concluem que ocorreram
grandes falhamentos na parte oriental do Planalto Brasileiro e a erosão foi trabalhando sobre
estes movimentos dando um aspecto ondulado a escarpa, revelando assim, o desgaste realizado
pela erosão.
Num panorama histórico, ficam evidentes as diferentes delimitações propostas para a
serra da Mantiqueira.
Mello & Mello (1909), descrevem tal serra como uma grande cordilheira do interior do
Brasil, que segue na direção sudoeste-nordeste, ao longo do vale do rio Paraíba do Sul, na divisa
dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, correndo a uma distância média de 100
km da serra do Mar, com a qual apresenta certo paralelismo. Esses autores apresentam a
Mantiqueira com prolongamentos para o norte, em Minas Gerais, englobando áreas da hoje
denominada serra do Espinhaço, cujas continuações se estenderiam à chapada Diamantina, na
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
29
Metodologia
Bahia. O seu limite meridional seria a serra da Cantareira, próximo à cidade de São Paulo, como
exposto abaixo:
“Pouco alem da Cantareira, uma cinta de terras altas prende o systema da Mantiqueira
com a Serra do Mar, fazendo a separação das águas dos rios Tiété e Parahyba. O ponto mais
elevado desse contraforte é o Serrote de Itapiti, dois kilômetros à N.W. da cidade de Mogy das
Cruzes á margem direita do Tiété. N’esta direcção a serra da Mantiqueira recebe os seguintes
nomes locaes: Serra da Cantareira ao N.E. de S. Paulo; Serra dos Poncianos a W. de S. José
dos Campos; Pico do Agudo, Serra de São Bento e Serra dos Campos do Jordão a W. e N. de
Pindamonhangaba; Serra do Piquete attingida pela via férrea de Lorena a Bemfica; Pico do
Imbú e Serra do Passa Quatro atravessada pela Estrada de Ferro Minas e Rio; Serra do Jacú;
Serra do Picú; Serra do Itatiaya, o ponto culminante do Brazil; Pedra Sellada; Serra do Passa-
Vinte; Serra do Bom Jardim; Garganta de João Ayres, atravessada pela Estrada de Ferro
Central do Brazil, na linha tronco, território de Minas; Serra do Presídio; Serra de S. Geraldo;
Serra do Soriano; e finalmente Serra dos Aymorés, no território do Estado do Espírito Santo...
Em seu prolongamento para N. a Mantiqueira, penetrando no estado de Minas Geraes, offerece
um ponto elevado, em que se encontram e se entretecem as cabeceiras de três dos maiores rios
do Brazil: a E. as águas do rio Pyranga, affluente do Rio Doce; ao N. o rio Paraopeba, affluente
do S. Francisco; e ao S. o rio Carandahy, tributário do Rio Grande, bacia do Prata...Assim os
termos Serra do Espinhaço, como Serra das Vertentes, que nunca existiram, ficam reduzidos ao
seu verdadeiro valor de simples expressão descriptiva ou figurada, empregada pelo Barão de
Eschwege, para designar o fácies geológico dessa região montanhosa. A sciencia não permitte
que se substituão por expressões figurativas, engendradas no gabinete, os nomes geographicos
de regiões perfeitamente conhecidas pelos habitantes e definitivamente consagradas pelo povo,
unico que pode legislar no assumpto...” Mello & Mello, 1909.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
30
Metodologia
Várzea (1942) relata que a Serra da Mantiqueira estende-se da margem norte do Tiête
(onde se localiza o Pico do Jaraguá) no estado de São Paulo, até o sul da Bahia (onde se localiza
o morro do descobrimento).
Pelo exposto acima, nota-se no início do século XX, certa polêmica na delimitação da
Mantiqueira, que viria a ser constituída por um conjunto de serras com denominações regionais.
Por outro lado, mesmo nos dias atuais, é grande a dificuldade de se delimitar uma serra, visto
existirem regiões limítrofes ou prolongamentos que podem ser considerados “nós-orográficos”,
ou seja, áreas de transição e/ou justaposição entre formações geomorfológicas distintas. Assim, o
estabelecimento de conectividade entre tais prolongamentos deve ser feito após criteriosa
análise geomorfológica.
Em um contexto mais atual, notam-se ainda variações de conceitos no que se refere a
delimitação da Serra da Mantiqueira.
A Serra da Mantiqueira é definida por Abreu (1973) como um acidente geográfico
situado entre Minas Gerais e São Paulo que atua como marco divisório, e recebeu a seguinte
caracterização geomorfológica:
“...localiza-se neste espaço um núcleo de escudo muito complexo soerguido pela
epirogênese positiva e afetado por uma tectônica quebrável ativa s-cretácea, em cujos
rebordos encontramos os melhores exemplos, em nosso país, de montanhas em blocos...”
No diagnóstico ambiental realizado para o estado de Minas Gerais (CETEC 1983) a
Mantiqueira é definida como uma unidade geomorfológica que faz parte do grupo de serras
cristalinas do planalto Atlântico, com terrenos pré-cambrianos, muitas vezes fortemente
erodidos, dissecados, contrastando, em alguns trechos, com áreas muito elevadas e escarpadas
como o pico da Bandeira (2.890 m), na serra do Caparaó, e o pico das Agulhas Negras (2.787
m), na serra do Itatiaia. Estende-se a partir das cabeceiras do rio Camanducaia, no sul do estado
de MG, por entre a fronteira de Minas Gerais com São Paulo e Rio de Janeiro, ao longo da
margem esquerda do rio Paraíba do Sul, e prossegue de modo descontínuo ao longo da divisa
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
31
Metodologia
entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A partir das cabeceiras do rio do Peixe,
afluente do Paraibuna, o bloco maciço da Mantiqueira bifurca-se, sendo que uma faixa de
elevações segue rumo ao município mineiro de Juiz de Fora, enquanto a outra segue até as
proximidades de Santos Dumont, também em Minas Gerais. O limite norte da serra da
Mantiqueira é descontínuo e composto por prolongamentos (i.e. blocos) com formas de relevo
bastante dissecadas, com uma série de topos nivelados entre 800-900 m. Um bloco a nordeste de
Juiz de Fora é interrompido pela Depressão do rio Paraíba do Sul, ressurgindo na região do
município mineiro de Astolfo Dutra, onde é cortado pelo rio Pomba. Ainda mais ao norte surgem
três blocos isolados, sendo o mais oriental, na divisa com estado do Espírito Santo, a serra do
Caparaó, onde se situa o pico da Bandeira. Os dois blocos remanescentes se interrompem (1º) ao
sul de Manhuaçú e (2º) ao sul de Caratinga, ambos, municípios mineiros.
Machado-Filho et al. (1983) indicam que a Serra da Mantiqueira é formada por dois
planaltos principais, um meridional e o outro setentrional. O setor setentrional demarca o limite
natural entre o nordeste paulista do sudoeste mineiro e é constituído pelas unidades dos
Patamares Escalonados do Sul Capixaba, pelos maciços do Caparaó e pela unidade das serranias
da Zona da Mata Mineira. A região da Mantiqueira Meridional se constitui pelo Planalto de
Campos do Jordão e a unidade do Planalto de Itatiaia.
Frente à complexidade e multiplicidade de fatores envolvidos e a discordância observada
em alguns casos na literatura, optou-se neste trabalho em incluir no catálogo de espécies todas as
Bromeliaceae ocorrentes na região da Serra da Mantiqueira, considerando-se a delimitação
proposta por Machado-Filho et al. (1983), os prolongamentos apontados por Várzea (1942) para
a porção ao sul e os limites apresentados por CETEC (1983) para a porção norte da Serra.
Com relação aos limites leste-oeste foram consideradas todas as áreas adjacentes a linha
norte-sul (independentemente da altitude) levando-se em conta menções, em diferentes
trabalhos, para a Serra da Mantiqueira (e.g. Serra de São José, Tiradentes, Minas Gerais, Alves
(1992) indica que a porção oeste e sul refere-se a Serra da Mantiqueira; município de São João
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
32
Metodologia
da Boa Vista, São Paulo, segundo Colabardini (2003) pertence ao Rebordo Ocidental da Serra da
Mantiqueira).
Figura 2: Mapa físico da Serra da Mantiqueira. Fonte: Ecodinâmica – Consultores associados Ltda – Meio Ambiente
estudos e projetos, 2007.
Figura 3: Mapa demonstrando as variações altitudinais da Serra da Mantiqueira. Fonte: George Shepherd.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
33
Metodologia
5.2. Estudo de campo
Pela grande extensão da Serra da Mantiqueira, duas áreas foram selecionadas para
estudos no campo: Serra do Lopo e Serra Negra, ambas no estado de Minas Gerais. A escolha
destas áreas deveu-se ao fato de não haver estudos sobre a família nestas regiões e a infra-
estrutura existente, adequada para uma programação de coleta.
As coletas foram realizadas periodicamente, em trilhas pré-existentes e em outras
estabelecidas durante o presente projeto, visando abranger o maior número possível de
ambientes, bem como explorar áreas menos acessíveis.
Foram coletados preferencialmente indivíduos férteis, com flores e/ou frutos, ou ainda
exemplares estéreis. As plantas que não se encontravam em período de floração foram mantidas
em cultivo na coleção do Bromeliário do Instituto de Botânica de São Paulo e/ou no viveiro da
Prefeitura Municipal de Extrema para o aguarde de florescimento.
Nos indivíduos de médio e grande porte, foram utilizadas para a confecção das exsicatas
a porção reprodutiva (escapo e inflorescência) e geralmente, duas ou três folhas, sendo o restante
do exemplar e quando presentes os brotos, posteriormente cultivados nas coleções vivas citadas
acima.
As exsicatas foram depositadas no Herbário do Instituto de Botânica (SP) e no Herbário
da Prefeitura Municipal de Extrema, e as duplicatas distribuídas a outros herbários brasileiros.
Além do material herborizado, algumas porções reprodutivas foram fixadas em álcool 70% para
análises posteriores.
Durante o trabalho foram realizadas algumas excursões esporádicas ou ocasionais a
outras localidades da Serra da Mantiqueira, visto tratarem-se de áreas relevantes para o
entendimento da taxonomia e distribuição das espécies ocorrentes na Serra da Mantiqueira ou
por serem regiões pouco conhecidas.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
34
Metodologia
Em Minas Gerais foram realizadas expedições ao Parque Estadual do Ibitipoca, Parque
Nacional do Caparaó, distrito de Monte Verde no município de Camanducaia e ao município de
São Tomé das Letras e áreas adjacentes. No Espírito Santo, ao Parque Nacional do Caparaó e
municípios próximos. Em São Paulo, ao município de Piquete e Joanópolis. E no Rio de Janeiro
a região de Raposo.
5.2.1. Serra do Lopo
A Serra do Lopo (Figura 4 e 5) consiste num fragmento parcialmente isolado da Serra da
Mantiqueira, que forma uma divisa entre os estado de São Paulo e Minas Gerais, nos limites dos
municípios de Extrema (MG) e Joanópolis (SP).
Possui altitude nima de 935m e máxima de 1780m (Figura 4). Clima do tipo Tropical
de Altitude, com temperatura média anual de 24ºC. A precipitação é de cerca de 1.800mm
aproximadamente, sendo os meses de janeiro a março os mais chuvosos (Prefeitura Municipal de
Extrema 2003, Departamento Municipal de Meio Ambiente 2002).
Está enquadrada dentro do Domínio da Floresta Atlântica e sua cobertura vegetal é
composta principalmente por Floresta Ombrófila Densa, em estágio secundário de regeneração.
Nos pontos mais altos observa-se uma floresta densa, em estágio avançado de recuperação.
Acima de 1400 m ocorre Floresta Ombrófila Densa Nebular, que torna a vegetação desta região
bastante peculiar (APA Fernão Dias, 1998) (Figura 6).
Nesta Serra, em uma determinada área, a cerca de 1300 m de altitude, uma formação
campestre, que abriga espécies comuns em Campos de Altitude. Também são freqüentes
afloramentos rochosos, geralmente colonizados por uma grande diversidade de táxons.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
35
Metodologia
Figura 4: Imagem de satélite da porção sul da Serra da Mantiqueira, em destaque Serra do Lopo. Fonte: Leila
Yamamoto.
Figura 5: A Visão tridimensional Serra do Lopo. B Demarcação da Trilha da Pedra das Flores, em amarelo,
principais pontos de coleta. Fotos: Leila Yamamoto
A
B
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
36
Metodologia
Figura 6. Ambientes da Serra do Lopo, Extrema Minas Gerais. A: Vista da Pedra Cume. B: Torre da Embratel. C:
Vista da Pedra das Flores e Pedra Cume, a partir da Pedra dos Cabritos. D. Araucária, encontrada em áreas de
Floresta Ombrófila Densa Mista. E: Vriesea bituminosa Wawra, em Floresta Ombrófila Densa Nebular. F. Pedra do
Lopo. G. Trilha para a Pedra Cinco Dedos. H. Vista do reservatório Cantareira a partir da rampa de asa delta. I.
Pedra dos Cabritos. J: Vista a partir da Pedra da Sacerdotiza. L: Lago Negro, a cerca de 1500 m de altitude (Fotos:
Arquivos do Departamento de Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Extrema).
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J L
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
37
Metodologia
5.2.2. Complexo- Serra Negra
O Complexo - Serra Negra localiza-se nos domínios da vertente sul e da porção centro-
oeste do planalto da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, englobando parte dos municípios de
Santa Bárbara do Monte Verde, Rio Preto, Santa Rita de Jacutinga, Olaria e Bom Jardim de
Minas.
Um grupo de pesquisadores e estagiários do herbário da Universidade Federal de Juiz de
Fora, coordenados pela Profª. Dr.ª Fátima Salimena têm realizado trabalhos na região, que até o
momento era pouco conhecida. As informações abaixo consistem essencialmente nos trabalhos
deste grupo e nas observações feitas durante as excursões realizadas a esta área.
Observa-se na área características ímpares com relação a vegetação. A região é marcada
por um relevo montanhoso com escarpas íngremes e vales encaixados, chegando a
aproximadamente 1600m de altitude. A vegetação é representada por Florestas Estacionais
Semideciduais e florestas nebulares, além de formações predominantemente arbustivas e áreas
campestres, relacionada a afloramentos quartzíticos, geralmente em quotas altitudinais mais
elevadas (Figura 7).
Não foi incluída na área de proteção ambiental (APA) Serra da Mantiqueira, apesar de ser
contígua às delimitações da APA. As florestas que dominam a paisagem, vistas como um todo,
formam um grande corredor ecológico, que interliga toda a região sul da Zona da Mata a APA
Mantiqueira, abrangendo o maciço do Itatiaia (Drummond 2005).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
38
Metodologia
Figura 7. Ambientes da Serra do Funil, Rio Preto Minas Gerais. A: Vista da Igreja do Vilarejo do Funil a partir da
Trilha do Cânion. B: Trilha para o Cruzeiro, área campestre com vegetação arbustiva. C. Vista do Burro de Ouro. D:
Área de Campo Rupestre em meio a Floresta Ombrófila Densa Montana. E: Cachoeira Ninho da Égua. F: Gruta
próxima ao Burro de Ouro (Fotos: A, B, D, E – Martins, S.E.; C, F – Viana, P.).
A
B
C
D
E
F
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39
Resultados & discussão
6. RESULTADOS & DISCUSSÃO
Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas
tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter
condições de êxito. Condição de palácio tem qualquer terra larga,
mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?
Fernando Pessoa
6.1.
C
ATÁLOGO DAS ESPÉCIES DE
B
ROMELIACEAE DA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
A Serra da Mantiqueira apresenta 220 táxons, sendo 192 espécies e 28 táxons infra-
específicos, pertencentes a 20 gêneros, distribuídos pelas três subfamílias de Bromeliaceae
(Tabela 2). Cada um dos táxons é tratado individualmente a seguir.
Acanthostachys strobilacea (Schult. f.) Klotzsch in Link, Klotzsch & Otto, Icon. pl. rar. hort.
berol. 1: 21. 1840. Basiônimo: Hohenbergia strobilacea Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg.
7(2): 1252. 1830.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Martius s.n. (Holótipo: M).
Distribuição geográfica: ES, MA, MG, PR, RJ, SP.
Comentários
Espécie com ampla área de distribuição, registrada para o Paraguai, noroeste da
Argentina e especialmente o Sudeste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira ocorre nos estados de
Minas Gerais e São Paulo.
É facilmente reconhecida, tanto no campo, quanto nos herbários pelo aspecto peculiar de
suas folhas, que são poucas, estreitamente lineares e recurvadas e, pela inflorescência estrobilar,
sustentada por um longo escapo cilíndrico, portando duas brácteas foliáceas no ápice.
Cresce exclusivamente como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres,
preferencialmente em locais próximos a cursos d’água, entre 200 e 800 m de altitude. Floresce
entre os meses de julho e fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
40
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Córrego Água Limpa, IX 1993, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 2488). Serra Negra - Serra de Ibitipoca,
Silveira, M. 2937 (R). Além Paraíba, Claussen, A.M. 361 (RB). Barra Longa: Distrito de Dobra, 18 VII 1996,
Paula, C.C. 1138 (VIC). Coimbra: Serra de São Geraldo, 13 XI 1995, Valente, G.E. 155 (VIC). Coronel
Pacheco: fazenda Boa Ventura, 19 II 1942, Heringer, E.P. 943 (VIC). Fazenda Boa Ventura, 19 II 1942, Heringer,
E.P. 943 (SP). Heringer, E.P. s.n. (RB -). Guaraciaba: margem do rio Piranga, I 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC
25934). Jequeri: UHE de Providência, 27 XI 1997, Salino, A. 3809 (BHCB). Leopoldina: Domingos Pisoni, 24 V
1936, Mello Barreto, H. 4424 (BHCB). Domingos Pisoni, 24 V 1936, Mello Barreto, H. 4424 (US) Mello Barreto,
H.L. 4424 (RB). Muriaé: fazenda Barra Alegre, 23 X 1989, Simão-Bianchini, R. 202 (SPF). Ponte Nova: Ilha da
Garça, 4 VIII 2000, Goldschmidt, A. 50 (VIC). Brito, margem do Rio Piranga, 26 VIII 2004, Silva, B.R. 9 (RB).
Silva, C.R. 9 (RB). Porto Firme: estrada entre Porto Firme e Guaraciaba, 12 X 1996, Paula, C.C. 1277 (VIC). Rio
Novo: Ribeirão, IX 1894, Schwacke, W. 11103 (RB). Schwacke, P. 11103 (RB). Herb. Schwacke 11103 (RB). Rio
Preto: U.H.E. de Melo, IX 1998, Brugger, M. s.n. (CESJ 30367). Santo Antônio do Rio Abaixo: 23 III 1966,
Duarte, A.P. 9714 (RB). Tombos: Margem do Rio Carangola, 29 VIII 2006, Saddi, E. 214 (RB). SÃO PAULO.
Amparo: Monte Alegre - Sobre o rio perto da cachoeira, 27 III 1943, Kuhlman, M. 407 (SP). Monte Alegre do
Sul: Kuhlmann, J.G. 407 (RB). Pinhal: Bairro das Três Fazendas, 15 XI 1947, Kuhlman, M. 1559 (SP). São João
da Boa Vista: Mosén, H. 1731 (RB). Kuhlmann, J.G. 1559 (RB).
Aechmea bambusoides L.B. Sm. & Reitz, Bull. Bromeliad Soc. 14 (2): 31. 1964.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, entre Muriaé e Ponte Nova, Seidel, A. 526 (Holótipo: US,
Isótipo: HBR).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Aechmea bambusoides é restrita à região de Além Paraíba, Minas Gerais, no domínio da
Serra da Mantiqueira. Não havia registros para a espécie nos últimos vinte anos, mas foi, em
2006, encontrada em Pirapetinga, município próximo a localidade típica. Versieux (2005) indica
sua ocorrência para o estado do Rio de Janeiro. Entretanto, nas coleções examinadas não foram
encontradas referências para este estado.
Trata-se de um táxon bem delimitado com morfologia bastante distinta das espécies
congêneres, principalmente pelo aspecto peculiar da inflorescência, que se assemelha ao
“bambu”. Esta é sustentada por um longo escapo delicado, recurvado, com ramos curtos,
portando brácteas primárias róseas, maiores que os ramos.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 140 e 210 m de altitude. Floresce
de julho a outubro. Não ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
41
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. 1963, Seidel, A. 526 (US). 1963, Seidel, A. 526 (HBR). Além Paraíba: rodovia BR-116, 16 X
1985, Hatschbach, G. 49859 (MBM). 22 IX 1968, Martinelli, G. 1551 (RB). 22 IX 1968, Martinelli, G. 1551 (US).
22 IX 1968, Braga, P.I.S. 1551 (RB). 3 VIII 1968, Braga, R. 30 (RB). Laranjal: 6 II 1971, Krieger, P.L. 9974
(CESJ). Muriaé: Seidel, A. 526 (RB). VII 1985, Leme, E.M.C. 672 (RB). Pirapetinga: Caminho para a parada, 30
IX 2006, Heron 286 (RB).
Aechmea bocainensis E. Pereira & Leme, Revista Brasil. Biol. 45 (4): 634. 1985.
Tipo: Gurken 9, Parati, Serra da Bocaina próximo à São Paulo, Rio de Janeiro, Brasil,
12.ii. 1976, fl. cult. 10/07/1980 (Holótipo: HB; foto RB).
Distribuição geográfica: RJ, SP.
Comentário
Nas coleções examinadas, não foram vistos materiais de Aechmea bocainensis
procedentes da Serra da Mantiqueira. Wendt (1997) e Martins et al. (2007) citam a ocorrência da
espécie para o município de Campos do Jordão, no estado de São Paulo. Importante salientar que
o material citado Silva 193, segundo a autora, está depositado no herbário do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro (RB) e esta coleção se encontra informatizada, com dados disponíveis no
programa specieslink do CRIA, e o referido material também não se encontra na lista disponível
on-line.
Segundo Pereira & Leme (1985b) e Martins et al. (2007) a espécie relaciona-se
morfologicamente a Aechmea vanhoutteana, ambas pertencentes ao subgênero Pothuava. Wendt
(1997) relata que estes táxons se assemelham apenas pela coloração das brácteas e flores, e que
apresentam diferenças significativas, principalmente na morfologia das brácteas florais, que em
A. bocainensis são glabras, ligeiramente carenadas, côncavas, envolvem o ovário e apresentam
ápice obtuso e terminado em um longo espinho. Em contraste, as brácteas de A. vanhoutteana
são densamente branco lanosas em direção a base, ecarenadas, ligeiramente côncavas e não
envolvem o ovário, sendo o ápice acuminado .
Wendt (1997) indica que a espécie cresce como rupícola ou epífita na Mata Atlântica,
entre 1.100 e 1.300 m de altitude. Martins et al. (2007) coletaram materiais com flores em junho
e outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker var. bromeliifolia in Benth. & Hook. f., Gen. pl. 3: 664.
1883. Basiônimo: Tillandsia bromeliaefolia Rudge, Pl. Guian. 4: 32. 1807.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
42
Resultados & discussão
Tipo: Guiana Francesa, Martin s.n. (Holótipo: BM).
Distribuição geográfica: AM, AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MT, PA, PB, PR, RJ, RO, SC,
SP.
Comentário
Táxon amplamente distribuído. Pode ser encontrado em diversos países da América
Central, no noroeste da América do Sul e em todas as regiões do Brasil. Faria (2006) não cita a
ocorrência para a região sul e não faz nenhum comentário sobre os materiais citados por Smith &
Downs (1979) e Reitz (1983) para esta região. Na Serra da Mantiqueira é registrado por poucas
coletas, apenas para o estado de Minas Gerais, em áreas relativamente distantes umas das outras.
Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia possui uma longa lista de sinônimos,
provavelmente pela morfologia bastante variável, uma vez que os caracteres vegetativos podem
variar em função do ambiente em que se encontram. Faria (2006) relata que o táxon pode ser
caracterizado pelas brácteas florais depresso-ovadas, com ápice truncado ou truncado-
emarginado, densamente cobertas por indumento flocoso e flores de 1,5-1,6 cm de comprimento.
Atualmente são aceitas duas variedades além da variedade típica. Neste trabalho foram
considerados como pertencentes à variedade típica os exemplares que não apresentavam
identificação infra-específica e informações acerca da coloração do escapo e das brácteas
escapais, que são utilizadas na delimitação das variedades.
Cresce como epífita ou terrícola em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre
900 e 1.300 m de altitude, em ambientes sombreados ou completamente expostos, formando
geralmente aglomerados populacionais de indivíduos procedentes de um único rameto. Floresce
no mês de maio.
Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia é referida para o Parque Estadual do Ibitipoca,
no entanto no levantamento realizado recentemente por Monteiro & Forzza (dados não
publicados) não foi reencontrada. Deste modo, o táxon não se encontra protegido em nenhuma
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Barroso: Mata do Baú, 26 VIII 2001, Assis, L.C.S. 180 (CESJ). Mata do Baú, 20 X 2001,
Forzza, R.C. 1931 (CESJ). Mata do Baú, 26 VIII 2001, Assis, L.C.S. 195 (CESJ). Entre Rios de Minas: 5 IX
1970, Krieger, L. 9114 (CESJ). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1474
(HB). Poços de Caldas: 16 II 2005, Reis, J.R.M. s.n. (ESAL 20289). Tiradentes: 11 X 1987, Alves, R.J.V. 61
(RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
43
Resultados & discussão
Aechmea bromeliifolia var. albobracteata Philcox, Ashingtonia 1(8): 92. 1974.
Tipo: Brasil, Mato Grosso (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: MG, MT.
Comentário
Aechmea bromeliifolia var. albobracteata é conhecida principalmente em regiões de
Cerrado dos estados do Mato Grosso e Minas Gerais. Na Serra da Mantiqueira apenas dois
registros para o táxon. Versieux (2005) cita apenas um material, incluído neste levantamento,
para o município de Lambar, mas informa haver uma grande população da espécie no Parque
Estadual do Pico do Itambé. O autor registrou 104 exsicatas para a variedade típica e apenas uma
para esta variedade. Este fato pode ser decorrente da falta de indicação nas etiquetas da
coloração das partes florais. Durante este trabalho, foram encontradas algumas populações no
município de Extrema, Minas Gerais, onde ocorre em áreas próximas ao centro urbano, em
árvores existentes nas praças e áreas arborizadas.
A espécie é caracterizada principalmente pela coloração branca das brácteas escapais, que
são imbricadas e eretas durante a antese. Smith & Downs (1979) não reconhecem este táxon,
citando o material-tipo como material examinado de A. bromeliifolia. Faria (2006) ressalta que,
além da coloração das brácteas escapais, este táxon pode ser caracterizado pelo escapo e brácteas
florais verdes, enquanto na variedade típica o escapo e brácteas florais são vinosos ou atro-
purpúreos.
A variedade cresce como epífita em regiões da Mata Atlântica, a cerca de 900 m de
altitude. Floresce nos meses de julho e agosto. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Extrema: Mata do Parque de Eventos, 24 VII 2004, Trindade-Lima, T. 88 (HME). Lambari: 6
VIII 1967, Pereira, E. 10615 (HB, MBM).
Aechmea bruggeri Leme, Bromélia 3(3): 22. 1996.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Rio Preto, Leme 3404, fl. cult. (Holótipo: HB, Isótipo:
CESJ).
Distribuição geográfica: MG.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
44
Resultados & discussão
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, restrita ao município de Rio Preto, Minas
Gerais, com apenas uma coleta referida para o município de Juiz de Fora, em local relativamente
próximo à área de coleta do material-tipo.
Foi descoberta nas margens do Rio Santa Rita, em uma área destinada à construção de
uma usina hidrelétrica, durante o resgate da flora da região, realizado pelo pesquisador Márcio
Brügger da Universidade Federal de Juiz de Fora (Leme 1996).
Durante as expedições a campo realizadas neste trabalho foram encontradas populações
desta espécie na Serra do Funil, também no município de Rio Preto (localidade típica), em duas
áreas distintas. Alguns exemplares estão sendo cultivados no bromeliário do Instituto de
Botânica de São Paulo.
Aechmea bruggeri caracteriza-se pela propagação por rizomas robustos, formando densos
agrupamentos populacionais, com inflorescência estrobiliforme e flores pequenas, com pétalas
lilases. A coloração das folhas pode sofrer variações, dependendo da exposição solar.
Segundo Leme (1996), assemelha-se a Aechmea vanhoutteana (Van Houtte) Mez, da qual
difere pelo hábito terrestre, folhas diminutamente espinulosas, inflorescência não lanada,
brácteas florais distintamente carenadas, flores menores, pétalas com apêndices basais
fimbriados e óvulos caudados. Wendt (1997) ressalta que estes dois táxons são bastante distintos,
e indica que morfologicamente A. bruggeri apresenta maior similaridade com Aechmea
alopecurus Mez, que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce como terrícola em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre 400 e 1.500
m de altitude, desde ambientes sombreados próximos a cursos d’água até áreas mais abertas, em
formações de quartzito com matas baixas. A floração acontece entre março e agosto. Não ocorre
em unidade de conservação. Segundo Versieux (2005), encontra-se na categoria criticamente em
perigo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Juiz de Fora: cultivada, 26 IX 2000, Faria, A.P.G. 5 (RFA). Rio Preto: área a ser inundada da
valesul S.A., 28 VI 1996, Brugger, M. s.n. (CESJ 3404). cultivada, 15 III 1999, Luther, H.E. s.n. (SEL 80174).
cultivada, 3 VI 1997, Luther, H.E. s.n. (SEL 77372). rio Santa Rita, 28 VI 1996, Brugger, M. s.n. (HB 79628).
U.H.E. de Mello, IX 1996, Pires, F.R.S. s.n. (CESJ 30665). Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1345
(CESJ). Serra do Funil, 20 VIII 2004, Matozinhos, C.N. 28 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006, Wanderley,
M.G.L. 2551 (SP). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2562 (SP).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
45
Resultados & discussão
Aechmea distichantha Lem. var. distichantha, Jard. Fleur. 3: t. 269. 1853.
Tipo: Brasil, São Paulo, serra d’Ypanema, De Jonghe Hortus s.n. (Holótipo: BR?).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Aechmea distichantha var. distichantha apresenta ampla distribuição, ocorrendo no
noroeste da Argentina, Paraguai, Uruguai e leste brasileiro. Martins et al. (2007) indicam a
ocorrência também para a região Centro-Oeste. Na Serra da Mantiqueira é encontrada nos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com grande número de coleções
procedentes das regiões limítrofes entre os referidos estados.
Caracteriza-se pela inflorescência composta, brácteas florais decorrentes, concrescidas
com as paredes do ovário e, parcialmente, com os entrenós. Apresenta grande plasticidade
fenotípica influenciada pela variação das condições ambientais. É comum encontrar indivíduos,
em áreas próximas (sob diferentes graus de luminosidade) completamente distintos, no que se
refere ao tamanho e coloração das folhas e densidade e tamanho dos espinhos. Na Serra da
Mantiqueira não há outras espécies morfologicamente similares a A. distichantha.
Atualmente são aceitas três variedades, além da variedade típica e de uma forma. A
maioria dos materiais examinados não apresentava identificação infra-específica. Entretanto,
uma vez que a delimitação entre as variedades baseia-se principalmente na forma da
inflorescência e morfologia foliar, a análise das exsicatas permite identificar, com relativa
segurança, as variedades.
Cresce como epífita, rupícola ou terrícola em áreas da Mata Atlântica, Campos de
Altitude e Campos Rupestres, entre 800 e 2.200 m de altitude, normalmente formando grandes
populações. Floresce de fevereiro a outubro, predominantemente nos meses de inverno. Ocorre
em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Morro Cavado, 30 IV 1962, Castellanos, A. 23335 (HB). Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000,
Tameirão Neto, E. 2892 (BHCB). Bocaina de Minas: Glaziou s.n. (RB -). Caldas: 5 VII 1941, Viégas, A.P. s.n.
(IAC 6653). Regnel, A. I-437 (RB). Mosén, H. 1729 (RB). Camanducaia: fazenda Melhoramentos, 9 X 2001,
Mota, R.C. 1277 (BHCB). fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1277 (RFA). Entre Camanducaia e
Monte Verde, 27 VII 1988, Vasconcellos, M.B. 20757 (UEC). Caxambú, 6 VIII 1968, Pereira, E. 10816 (HB). 6
VIII 1967, Pereira, E. 10616 (HB). 6 VIII 1967, Pereira, E. 10617 (HB). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pedra
das Flores, 24 VI 2004, Trindade-Lima, T. 53 (HME). Serra do Lopo - Trilha Pedra das Flores, 14 V 2004,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
46
Resultados & discussão
Trindade-Lima, T. 17 (HME). Bairro das Furnas, 24 VI 2004, Trindade-Lima, T. 59 (HME). Serra do Lopo - Trilha
da Sacerdotiza, 26 III 2004, Trindade-Lima, T. 05 (HME). Serra do Lopo - Trilha Torre da Embratel, 26 III 2004,
Trindade-Lima, T. 01 (HME). Ibituruna: Arredores do rio das Mortes, 14 VI 2001, Mota, R.C. 466 (BHCB).
Itamonte: Parque Nacional de Itatiaia, 16 VIII 1969, Sucre, D. 5810 (RB). Paraisópolis: pedra de São Domingos,
22 VI 2000, Kamino, L.H.Y. 77 (BHCB). pedra de São Domingos, 14 X 2000, França, G.S. 179 (BHCB).
Pedralva: Serra da Pedra Branca, 1 VI 2002, Valente, A.S.M. 221 (CESJ). Ponte Nova: rio Piranga, 25 VI 2002,
Paula, C.C. 09 (VIC). Poços de Caldas: Véu da Noiva, 6 XII 1964, Santos, N. 5748 (R). 16 II 2005, Reis, J.R.M.
s.n. (ESAL 20290). Viegas, A.P. 6653 (RB). São João Del Rei: Vale das Águas Santas, 11 VII 1997, Moura, R. 75
(R). Vale das Águas Santas, 11 VII 1997, Moura, R. 73 (R). Tiradentes: Serra de São José, 1997, Brina, A.E. s.n.
(BHCB 39493). Serra de São José, 31 V 1989, Krieger, P.L. 24356 (CESJ). 23 IX 1989, Alves, R.J.V. 729 (RB). 19
VI 1978, Martinelli, G. 4777 (RB). Toledo: Pedra Limpa, 27 III 1999, Stehmann, J.R. 2445 (BHCB). Pedra Limpa,
27 III 1999, Stehmann, J.R. 2445 (SEL). RIO DE JANEIRO. Serra do Itatiaia, 15 VI 1902, Duden, P. 776 (R).
Itatiaia: IX 1934, Brade, A.C. 14053 (RB). Macieira, IX 1934, Brade, A. 14053 (RB). Dusén, P.K.H. s.n. (RB -).
IX 1934, Brade, A.C. 14052 (RB). SÃO PAULO. Amparo: Monte Alegre, 27 III 1943, Kuhlmann 410 (SP).
Atibaia: Pedra Grande, 3 VI 1936, Gehrt, A. s.n. (SP -). Pedra Grande, 6 VII 1993, Coffani, J.V. 048 (SPF). Parque
Municipal da Grota Funda, Bernacci, L.C. 28397 (UEC). Pedra Grande, 22 VIII 1985, Hutchison, P.C. 8945
(UEC). Bernacci, L.C. 28397 (ESA). Campos do Jordão: Parque Estadual Campos do Jordão, 19 IX 1982,
Enweidik, M. 4802 (R). Umuarama, 10 XII 1964, Santos, N. 5751 (R). Fazenda da Guarda (Reserva Florestal)., 26
VII 1967, Mattos, J. 14996 (SP). Horto Florestal Campos do Jordão, 10 IV 1992, Buzato, S. s.n. (SP 253986). 15 IX
1923, Hoehne, F.C. s.n. (SP 8669). Reserva do Instituto Florestal São José, 29 IX 1976, Davis, P.H. 3116 (UEC).
Horto Florestal, 10 IV 1992, Buzato, S. 26845 (UEC). VIII 1993, Barreto, K.D. 1027 (ESA). 29 IX 1976, Davis,
P.H. s.n. (RB 195698). 15 IX 1923, Hoehne s.n. (RB 8669). Itapira: 16 V 1927, Hoehne, F.C. s.n. (SP 8669).
Jundiaí: Serra do Japi - Trilha do Mirante, 18 VII 1995, Pirani, J.R.P. 3631 (SP). Parque Municipal da Serra do
Japi, 19 X 2004, Assis, L.C.S. 1066 (SPF). Serra do Japi, 11 IV 1994, Vasconcellos, M.B. 31373 (UEC). Piquete:
Serra da Mantiquiera, 30 V 1999, Campacci, M.A. 211 (SP).
Aechmea distichantha var. glaziovii (Baker) L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 102.
1943. Basiônimo: Aechmea glaziovii Baker, J. Bot. 17: 133. 1879.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, pico do Itatiaia, Glaziou 8986 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SP.
Comentário
Esta variedade é típica da região do Itatiaia, com ocorrência se estendendo para áreas
adjacentes nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Poucas coletas são citadas para regiões o
pertencentes ao domínio da Serra da Mantiqueira.
Distingue-se da variedade típica pelo menor porte, inflorescência mais curta e ovóide e
pelas folhas com ápice usualmente arredondado e apiculado.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
47
Resultados & discussão
Cresce como epífita, terrícola ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, preferencialmente
em locais úmidos, entre 900 e 2.800 m de altitude. Floresce entre junho e outubro. Ocorre em
unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Delfim Moreira: São Francisco dos Campos, 7 VI 1950, Kuhlmann, M. 2431 (SP). Kuhlmann,
J.G. 2431 (RB). Poços de Caldas, 17 IX 1961, Andrade, A.G. 1239 (R). Sapucaí-Mirim: Serraria Boa Vista, 27 X
1950, Kuhlmann, M. 2606 (SP). Kuhlmann, J.G. 2606 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Smith, L.B. 1474 (RB).
V 1950, Brade, A.C. s.n. (RB 95418). 6 XI 1976, Martinelli, G. 1091 (RB). Estrada Nova, V 1950, Brade, A. s.n.
(RB 95418). Resende, 25 X 1981, Martinelli, G. 7769 (RB). 11 X 1977, Martinelli, G. 3243 (RB). SÃO PAULO.
Atibaia: Gehrt, A. s.n. (RB 35596). 6 VII 1993, Coffani-Nunes, J.V. 48 (RB). Campos do Jordão: Parque Estadual
Campos do Jordão, 25 X 1974, Carauta, P. 1740 (RB). 29 IX 1976, Davis, P.H. 3116 (RB). Itatiaia, 2 VII 1939,
Foster, M.R. 147 (R). Itapira, Hoehne s.n. (RB -). Monte Alegre do Sul, Kuhlmann, J.G. 410 (RB).
Aechmea distichantha var. schlumbergeri E. Morren ex Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 343.
1892.
Tipo: Morren Hortus s.n. (Holótipo: LG, Isótipo: B).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Esta variedade ocorre no Brasil, exclusivamente na porção mais interiorana da Serra da
Mantiqueira, na região de Poços de Caldas, Minas Gerais. Smith & Downs (1979) citam a
ocorrência, além desta região, para a Argentina, Bolívia e Paraguai.
Diferencia-se da variedade típica pela inflorescência mais alongada, com espigas eretas
apresentando poucas flores e da variedade glaziovii pelo maior porte, inflorescência longa,
cilíndrica e folhas usualmente atenuadas.
Cresce mais freqüentemente em áreas de Cerrado e Campos Rupestres, como epífita,
rupícola ou saxícola, entre 800 e 2200 m de altitude. Floresce nos meses de julho, agosto e
setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caldas: 24 VIII 1861, Regnell, A.F. 437 (US). Itamonte: 16 VIII 1969, Sucre, D. 5810 (RB).
Itutinga: 7 VI 1985, Kautsky, R. 880 (RB). Colnago, E. s.n. (RB 235255). Poços de Caldas: Pedra Balão, 7 IX
1978, Carvalho, L.D.F. 1051 (RB). 5 VII 1941, Viégas, A.P. 6653 (SP). 7 IX 1978, Carvalho, Ld´AF 1051 (RB).
Tiradentes, 7 VII 1996, Vieira, C.M. 831 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
48
Resultados & discussão
Aechmea gamosepala Wittm., Bot. Jahrb. Syst. 13(29): 3. 1891.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Schimper 231 (Holótipo: LG).
Distribuição geográfica: MG, PR, RS, SC.
Comentário
A espécie ocorre essencialmente nos estados da região Sul do Brasil. Smith & Downs
(1979) citam o táxon para São Paulo. Entretanto Martins et. al (2007) não indicam sua
ocorrência para este estado. Em Minas Gerais, é reportada apenas para o município de
Manhuaçu, na Serra da Mantiqueira. Versieux (2005) relata que se trata, possivelmente, de uma
indicação errônea. A identificação do material é confirmada neste trabalho, optando-se aqui por
incluir o táxon, visto não haverem outros indícios, além do padrão geral de distribuição da
espécie, que confirmem algum equívoco relacionado à identificação do exemplar.
Aechmea gamosepala caracteriza-se pela inflorescência simples, com muitas flores,
sépalas altamente conadas, apículo conspícuo e pétalas azuis. Não foram encontradas outras
espécies com características similares na Serra da Mantiqueira.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 650 m de altitude. O
espécime analisado apresenta flores, mas não é indicado na etiqueta o mês de coleta. Não ocorre
em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Manhuaçu:1977, Seidel, A. 897 (SEL).
Aechmea lamarchei Mez in Mart. Fl. bras. 3(3): 370. 1892.
Sinônimo: Machrochordion lamarchei (Mez) L.B. Sm. & Kress, Phytologia 66(1): 77. 1989.
Tipo: Lamarche Hortus in Morren Hortus s.n. (Holótipo: LG).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Smith & Downs (1979) indicam que Aechmea lamrchei ocorre da Bahia até o Rio de
Janeiro. Faria (2006) relata que a espécie é encontrada principalmente em áreas do interior do
estado do Espírito Santo e em Minas Gerais, não mencionando nenhum material de outros
estados. Na Serra da Mantiqueira, a maioria das coletas concentra-se na região de Muriaé, em
Minas Gerais, com apenas dois registros para o município de Varre-Sai, Rio de Janeiro.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
49
Resultados & discussão
A espécie pertence ao subgênero Macrochordion, assim como A. bromeliifolia. Faria
(2006), na revisão deste subgênero, não comenta afinidades entres estes táxons. Segundo a
autora, a espécie assemelha-se à A. chlorophylla L.B. Sm. e A. maculata L.B. Sm., espécies
indicadas por Smith (1955) como afins de A. bromeliifolia. Baker (1989) cita um exemplar de A.
lamarchei (ainda não descrita na época, e designada como M. Lamarckii”), em seus
comentários de A. bromeliifolia, relatando que esta planta possuía folhas mais estreitas, espinhos
e flores maiores que A. bromeliifolia. No material herborizado, sem análises detalhadas dos
caracteres florais, A. lamarchei assemelha-se à A. bromeliifolia, principalmente pela disposição
das brácteas escapais.
A espécie caracteriza-se pela roseta infundibuliforme, pelas grandes flores e por formar
agrupamentos populacionais numerosos, crescendo normalmente em ambientes sombreados
próximos a cursos d’água, algumas vezes, em solos encharcados.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como terrícola, raramente epífita ou rupícola, entre
200 e 1.300 m de altitude. Floresce durante todo o ano, com concentração nos meses de inverno,
principalmente agosto. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Mantiqueira, VIII 1894, Silveira, A.A. 5 (R). Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 26
V 1994, Leoni, L.S. 2573 (GFJP). Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 3 IX 1995, Leoni, L.S. 3037 (GFJP).
Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 11 IX 1995, Paula, C.C. 1045 (VIC). Parque Estadual, 19 II
2002, Leoni, L.S. 5050 (GFJP). Carangola: Fazenda do Grama, 4 II 1930, Mexia, Y. 4316 (US). córrego da Água
Limpa, 6 VIII 1989, Leoni, L.S. 832 (RB). APA - Morro da Torre, 8 VII 1994, Leoni, L.S. 2604 (GFJP). Córrego
da Água Limpa., 6 VIII 1989, Leoni, L.S. 812 (GFJP). Alvorada, VII 2001, Leoni, L.S. 4687 (GFJP). Caratinga:
fazenda Montes Claros (T/B), 19 IV 1984, Andrade, P.M. 148 (BHCB). Estação Biológica de Caratinga, 29 VI
1991, Spósito, T.C.S. 72 (BHCB). Coronel Pacheco, 6 VIII 1945, Heringer, E.P. 1968 (SP). Descoberto: Reserva
Biológica da Represa do Grama, 19 VII 2001, Castro, R.M. 531 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama,
23 III 2002, Forzza, R.C. 2114 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 24 VI 2000, Salimena, F.R. 196
(CESJ). 23 III 2002, Forzza, R.C. 2114 (RB). Faria Lemos: Fazenda Monte Castelo, 19 VI 2003, Leoni, L.S. 5402
(GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2172 (SEL). Reserva
Municipal do Córrego da Água Limpa, 18 VIII 1992, Leme, E.M.C. 1948 (SEL). Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 13 IV 1995, Paula, C.C. 1032 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 21 VI 1996, Paula, C.C.
1130 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2172 (HB). 6 VIII 1989, Leoni,
L.S. 832 (RB). Jequeri: UHE de Providência, 19 XI 1997, Salino, A. 3763 (BHCB). Leopoldina, 25 XI 1978,
Seidel, A. 783 (HB). Rio Pomba, 21 VII 1969, Braga, R. 60 (RB). 21 VII 1969, Braga 60 (RB). Viçosa: distrito de
Ilheu, 18 VIII 1930, Mexia, Y. 4972 (VIC). distrito de Ilheu, 18 VIII 1930, Mexia, Y. 4972 (US). entre Porto
Firme e Guaraciaba: vale do rio Piranga, 12 X 1996, Palhais, C.B. 44 (VIC). RIO DE JANEIRO
. Varre-Sai: 8
VII 2004, Pontes, R.A. 77 (RB). 8 VII 2004, Pontes, R.A. 75 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
50
Resultados & discussão
Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. var. nudicaulis, Fl. Brit. W. I. 593. 1864. Basiônimo:
Bromelia nudicaulis L., Sp. pl. 1: 286. 1753.
Tipo: Índias Ocidentais, Plumier s.n. (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Aechmea nudicaulis var. nudicaulis apresenta ampla distribuição, ocorrendo desde o
México até o noroeste da América do Sul e leste do Brasil. Smith & Downs (1979) não citam a
ocorrência desta variedade para o Brasil. Na Serra da Mantiqueira ocorre nos estados de Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, desde a Serra do Caparaó, no norte, até Campos do Jordão,
mais ao sul.
A espécie pertence ao subgênero Pothuava (Baker) Baker. Caracteriza-se por apresentar
inflorescência em espigas laxas e, considerando a totalidade das características, é bem delimitada
e de fácil identificação. Wendt (1997) não considera as variedades na revisão que realizou para o
subgênero Pothuava. A autora relata que devido a ampla distribuição da espécie e ocorrência de
variadas formas, não é possível uma delimitação concisa das variedades de A. nudicaulis.
Atualmente são aceitas sete variedades, além da variedade típica e de uma forma. A
maioria dos exemplares examinados não estava identificada ao nível infra-específico, Deste
modo, os materiais de identificação impossibilitada pela difícil visualização das brácteas florais e
pela ausência de informações nas etiquetas sobre a coloração foram considerados como
pertencentes à variedade típica.
Cresce como epífita, rupícola, terrícola e saxícola em áreas de Mata Atlântica, Campos de
Altitude e Campos Rupestres, entre 400 e 1.500 m de altitude, sendo comum em locais próximos
a cursos d’água. A floração é observada ao longo de todo o ano, com concentração nos meses de
primavera. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto, E. 2888 (BHCB). Alto Capar: Parque
Nacional do Caparaó, 23 VI 1996, Leoni, L.S. 3385 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4
III 1996, Paula, C.C. 1097 (VIC). Caldas, 1865, Regnell, A.F. III-1255 (p.p.) (RB). Camanducaia: fazenda
Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1275 (BHCB). fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1275 (RFA).
Carangola, VI, Seidel, A. 951 (US). Orquidário F. Hoehne, 24 III 1989, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 731).
Carrancas: Serra de Carrancas, afloramento próximo, 8 X 1998, Kinoshita, L.S. 98551 (UEC). Coimbra: Serra
de São Geraldo, 11 X 1995, Valente, G.E. 140 (VIC). Ervália: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 8 XII 1995,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
51
Resultados & discussão
Paula, C.C. 1056 (VIC). Extrema: Serra do Salto, 6 VIII 2004, Trindade-Lima, T. 92 (HME). Jequeri: UHE de
Providência, 19 XI 1997, Salino, A. 3764 (BHCB). Juiz de Fora: distrito de Toledos, 23 XI 1991, Brugger, M. s.n.
(CESJ 26122). Laranjal, 6 II 1971, Marilene 9975 (CESJ). Lima Duarte: Serra de Ibitipoca, VI 1896,
Magalhães, H. 1296 (R). Parque Estadual do Ibtipoca, 19 I 2005, Monteiro, R.F. 48 (SP). 4 II 2004, Monteiro, R.F.
13 (RB). 19 I 2005, Monteiro, R.F. 48 (RB). Rio Novo: Sumidouro, IX 1895, Schwacke, W. 11972 (RB). IX 1895,
? s.n. (RB 112226). IX 1895, Schwacke, P. 11970 (RB). Rio Preto, 29 III 2004, Alves, R.S.C. s.n. (CESJ 42650).
Serra do Funil - Ninho da Égua, 25 IV 2005, Matozinhos, C.N. 182 (CESJ). São Geraldo: Serra de São Geraldo, 22
X 1995, Paula, C.C. 1051 (VIC). Serra de São Geraldo, 22 X 1995, Paula, C.C. 1052 (VIC). o João Del Rei:
Serra do Lenheiro, 11 X 1999, Moura, R. 189 (R). Tiradentes, IX 2002, Chaddad, J.r.; J 79 (ESA). 7 X 1990,
Farney, C. 2454 (RB). Viçosa: fazenda São João, 19 XII 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2014). Kuhlmann, J.G.
s.n. (RB136285). RIO DE JANEIRO. Itaocara: Estrada Batatais - Porto Marinho, 15 V 1995, Paula, C.C. 1039
(VIC). Itatiaia, VII 1959, Strang, H.E. 107 (R). 25 IV 1989, Costa, A. 265 (RB). 7 XI 1992, Wendt, T. 264 (RB).
25 IV 1989, Costa, A. 165 (RB). SÃO PAULO. Campos do Jordão: Horto Florestal, 16 VIII 1992, Buzato, S.
27192 (UEC). Horto Florestal, 28 I 1993, Buzato, S. 28013 (UEC). Horto Florestal, 27 VI 1992, Buzato, S. 26866
(UEC).
Aechmea nudicaulis var. aureorosea (Antoine) L.B. Sm., Smithsonian Misc. Collect. 126: 17.
1955. Basiônimo: Hoplophytum aureo-roseum Antoine, Wiener Ill. Gart.-Zeitung 6: 97. 1881.
Tipo: Vienna Hortus s.n. (nenhum material preservado). A lectotipificação com base na
ilustração original foi sugerida por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentário
Variedade restrita a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Na última é referida para a
porção mais ao norte, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Difere da variedade típica pelas sépalas e pétalas com traços ou completamente
avermelhadas ou vináceas em direção ao ápice e amareladas na base.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre 400 e 1.300
m de altitude. Floresce entre abril e dezembro, com concentração de outubro a dezembro. Ocorre
em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Iúna, 20 XI 1969, EP 11914 (RB). MINAS GERAIS. Carangola: Serra da Araponga -
Fazenda Neblina, VII 1990, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 1260). Serra da Araponga, XII 1989, Cosenza, B. s.n. (GFJP
1023). Coronel Pacheco: fazenda da Liberdade, 3 XII 1942, Heringer, E.P. 1149 (SP). Heringer, E.P. 1149 (RB).
Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 IV 1995, Paula, C.C. 1021 (VIC). Lima Duarte: Parque
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
52
Resultados & discussão
Estadual de Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C. 1488 (HB). Pouso Alegre, 10 VIII 1932, Hoehne, F.C. s.n. (SP
29796). Tiradentes, 16 X 1987, Alves, R.J.V. 177 (RB).
Aechmea nudicaulis var. cuspidata Baker, J. Bot. 17: 234. 1879.
Tipo: Brasil, São Paulo, Burchell 3150 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Variedade amplamente distribuída, ocorrendo na Venezuela, Equador e leste brasileiro.
Na Serra da Mantiqueira é registrada principalmente para a porção sul, em áreas limítrofes dos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Distingui-se da variedade típica pelas brácteas florais triangulares ou elípticas e da
variedade aureorosea por apresentar sépalas e pétalas amarelas.
Cresce em áreas de Mata Atlântica e Campo Rupestre, entre 900 e 1.400 m de altitude.
Não muitas indicações quanto ao hábito nos materiais analisados. Um dos exemplares indica
hábito terrícola e um outro saxícola. Quanto à floração, também indicação em um dos
materiais, que foi coletado com flor no mês de setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caldas, 23 VI 1865, Regnell, A.F. 1255 (US). Regnel, A. III-1258 (p.p.) (RB). Sapucaí-Mirim:
Serraria Boa Vista, 27 X 1950, Kuhlmann, M. 2605 (SP). Kuhlmann, J.G. 2605 (RB). Tiradentes, 3 X 1987, Peron,
M. 316 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, Foster, M.B. 126 (RB). 1949, Lutz, B. s.n. (R 197509). SÃO PAULO.
Atibaia, 6 IX 1939, Foster, M.R. 476 (R). Campos do Jordão: Reserva do Instituto Florestal, 30 IX 1976, Davis,
P.H. 3108 (UEC).
Aechmea organensis Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 116. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Teresópolis, serra dos Órgãos, Wawra II-317 (Holótipo: W,
destruído).
Distribuição geográfica: MG, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
A espécie é referida por Smith & Downs (1979) para os estados acima referidos (exceto
Minas Gerais). Martins et al. (2007) indicam a ocorrência da espécie do Espírito Santo ao
Paraná. Na Serra da Mantiqueira, A. organensis é registrada apenas para Parque Estadual da
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
53
Resultados & discussão
Serra do Brigadeiro, sendo esta a única localidade em que a espécie ocorre em Minas Gerais
(Versieux 2005).
Trata-se de uma espécie polimórfica, onde a inflorescência pode ser desde composta, com
muitas ramificações na base (padrão predominante) até simples. A coloração e o tamanho das
flores também são bastante variáveis. O conjunto formado pelo hipanto, ovário e sépalas pode
variar do alaranjado ao vermelho e as flores podem ter de 21 a 29 mm (Martins et. al 2007).
Assemelha-se a A. coeletis (K. Koch) E. Morren e A. gracilis Lind. , ambas não referidas para a
Serra da Mantiqueira.
Cresce como epífita ou rupícola, em ambientes sombreados ou diretamente exposta a luz
solar, em áreas de Mata Atlântica e Campos de Altitude, entre 1.000 e 1.600 m de altitude.
Floresce de outubro a fevereiro. Paula (1998) indica a floração entre abril e julho. Ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda Neblina, II 1995, Leoni, L.S. 2805 (GFJP). Serra da Araponga -
Fazenda Neblina, 16 V 1993, Leoni, L.S. 2196 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 24 X
1994, Paula, C.C. 1004 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 X 2000, Paula, C.C. s.n. (VIC 25935).
Parque Estadual, 25 II 2006, Leoni, L.S. 6483 (GFJP). Sericita: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 12 I 1996,
Paula, C.C. 1089 (VIC).
Aechmea phanerophlebia Baker, Handb. Bromel. 47: 1889.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Glaziou 16412 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentário
Espécie restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira ocorre quase
exclusivamente no estado de Minas Gerais, com apenas uma coleta referida para o município de
Resende, no estado do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, a espécie distribui-se por diferentes
ambientes, apresentando significativas variações morfológicas, principalmente em relação à
coloração das folhas e conformação da roseta.
Aechmea phanerophlebia caracteriza-se pelo porte robusto, com folhas coriáceas e
inflorescência paniculada, bipinada a tripinada. Baker (1889), na descrição original, indica sua
proximidade com A. distans, táxon atualmente pertencente ao gênero Hohenbergia.
Durante as coletas realizadas neste trabalho foram encontradas algumas populações na
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
54
Resultados & discussão
região de Rio Preto, Minas Gerais, que apresentavam morfologia da inflorescência e flores
discrepantes em relação ao padrão geral da espécie. Estes materiais assemelham-se aos
exemplares coletados no Parque Estadual do Ibitipoca, que foram identificados por Monteiro &
Forzza (dados não publicados) como A. aff. phanerophlebia. Esta autora aponta a possibilidade
de se tratar de uma nova espécie. Ressalta-se a necessidade de estudos mais aprofundados a fim
de uma melhor compreensão deste táxon.
Aechmea phanerophlebia habita áreas de Mata Atlântica e Campo Rupestre, cresce sob
forte insolação ou em ambientes florestais, bastante sombreados. Apresenta habito
predominantemente terrícola, mas também ocorre como rupícola, epífita ou saxícola, em
altitudes que variam de 300 a 2.000 m. A floração acontece de fevereiro a julho, concentrando-se
em junho e julho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual do Ibitipoca, 17 VIII 1996, Gomes, L.N.R. s.n. (CESJ 29571). Aiuruoca: Pico
do Papagaio, 9 VI 1999, Vasconcelos, M.F. s.n. (BHCB 47859). Carangola: rio Carangola, 24 VII 1988, Leoni,
L.S. 304 (RB). rio Carangola, 24 VII 1988, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 304). Faria Lemos: Fazenda Santa Rita, 13 IV
2006, Silva, M.F.B. 113 (GFJP). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 24 VI 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB
13726). Parque Estadual de Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1472 (HB). Serra de Ibitipoca, 29 IX 1970,
Sucre, D. 7306 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G. 15325 (GFJP). Parque Estadual do
Ibitipoca, 29 VI 2004, Assis, L.C.S. 1042 (SP). Martinelli, G. 15325 (RB). 29 VI 2004, Assis, L.C.S. 1042 (RB). 5
VIII 2004, Forzza, R.C. 3505 (RB). 27 X 2004, Monteiro, R.F. 39 (RB). Minduri: Mata Triste, 2 X 1999, Simões,
A.O. 894 (UEC). Muriaé: Pedra do Pontão, 11 VII 2001, Leoni, L.S. 4679 (GFJP). Ponte Nova: rio Piranga, 25 VI
2002, Silva, R.R. 9 (VIC). Rio Novo: Serra do Henrique, IX 1895, Schwacke, W. 11969 (RB). Serra do Henrique,
IX 1895, Schwacke, W. 11972 (RB). Schwacke, P. 11972 (RB). Schwacke, P. 11969 (RB). Rio Preto: Serra Negra -
Trilha para o Burro de Ouro, 18 V 2006, Abreu, N.L. 90 (CESJ). Serra Negra, 22 VIII 2006, Abreu, N.L. 108
(CESJ). Funil - Trilha para a Cachoeira "Marciano", 21 IV 2005, Valente, A. 382 (CESJ). São Geraldo: Serra de
São Geraldo, 15 XI 1996, Paula, C.C. 1269 (VIC). o João da Chapada, Irwin, H.S. 28245 (RB). Viçosa:
Fundão, 2 IV 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 26365). sítio Bom Sucesso, 14 VIII 2002, Silva, R.R. 45 (VIC). Fazenda
da Casca, 7 IX 1957, Emygdio, L. 1288 (R). RIO DE JANEIRO. Resende, 23 IX 1978, Jouvin, P.P. 255 (RB).
Aechmea pineliana (Brongn. ex Planch.) Baker, J. Bot. 17: 232. 1879. Basiônimo:
Echinostachys pineliana Brong. ex Planch., Hort. donat. 25. 1858.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Guanabara, Pinel s.n. (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
55
Resultados & discussão
Aechmea pineliana ocorre com maior freqüência em áreas de restinga, no estado do
Espírito Santo e Rio de Janeiro, com prolongamentos para o interior, sendo a Serra da
Mantiqueira o limite oeste de sua distribuição.
Caracteriza-se pelo longo espinho apical das brácteas florais e pelo coma de brácteas
estéreis no ápice da inflorescência. Embora estas características sejam compartilhadas por outras
espécies congêneres (A. alopecurus Mez e A. triticina Mez), estes táxons não ocorrem na Serra
da Mantiqueira, o que permite o reconhecimento de A. pineliana nas coleções examinadas.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 500 e 1.000 m de altitude. A
floração ocorre entre março e agosto, concentrando-se no final deste período. É encontrada em
unidades de conservação. Wendt (1997) enquadra a espécie na categorial vulnerável, devido a
restrita área de ocorrência. A autora relata que apesar de ocorrer em unidades de conservação no
estado do Rio de Janeiro, que as populações sofrem intensa pressão antrópica e, sendo assim, é
provável que a espécie se torne em perigo de extinção num futuro próximo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Pedra Dourada, VIII 1997, Leoni, L.S. 3709 (GFJP). Parque Estadual do Brigadeiro, 15 VIII
1993, Leoni, L.S. 2234 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 VIII 1993, Leoni, L.S. 2234
(HB). Coronel Pacheco: Água Limpa, 10 VII 1967, Pereira, E. 10600 (HB). Água Limpa, 10 VII 1967, Pereira,
E. 10600 (US). Estação Experimental de Água Funda, Gomes, V. 6 (HB). Fervedouro: Reserva Ecológica -
Córrego Água Limpa, 7 XI 1993, Leoni, L.S. 2350 (GFJP). Rosário da Limeira, III 2001, Paula, C.C. 1345 (VIC).
Aechmea purpureo-rosea (Hook. f.) Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 148. 1880.
Tipo: Nenhum espécime preservado. Tipificada pela descrição e ilustração originais
segundo Smith & Downs (1979).
Distribuição geográfica: MG, RJ, ES.
Comentário
Espécie restrita a região Sudeste do Brasil. Foi registrada para a Serra da Mantiqueira por
Versieux (2005), sendo o táxon conhecido para Minas Gerais, apenas no município de Jequeri.
Segundo este autor, o material indicado por Smith & Downs (1979) para Minas Gerais trata-se
na realidade de Aechmea phanerophlebia.
Aechmea purpureorosea caracteriza-se pela roseta tubular e folhas com textura coriácea
com grandes espinhos marginais negros. A coloração da inflorescência, de uma maneira geral, é
similar a A. distichantha. No entanto, as espécies são morfologicamente distintas.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
56
Resultados & discussão
Cresce como epífita, em áreas de Mata Atlântica, normalmente em matas ciliares, a cerca
de 400 m de altitude. Floresce no mês de março. Não ocorre em unidade de conservação e o
local onde foi coletada, segundo consta na etiqueta da exsicata, é uma área de inundação da
Usina Hidrelétrica de Cachoeira Escura”, o que sugere o potencial risco de desaparecimento
desta espécie na Serra da Mantiqueira e no estado de Minas Gerais.
Material examinado
MINAS GERAIS. Jequeri: UHE Cachoeira Escura, 30 IV 1998, Salino, A. 4193 (BHCB).
Aechmea ramosa Mart. ex Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1272. 1830.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Martius 1036 (Holótipo: M).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Aechmea ramosa é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é encontrada
em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, principalmente na porção noroeste da Serra.
Pertence ao subgênero Aechmea, e apresenta uma variedade além da variedade típica,
referida apenas para áreas não pertencentes ao domínio da Serra da Mantiqueira, no estado do
Espírito Santo (Smith & Downs, 1979). Alguns materiais examinados apresentavam
identificação infra-especifica e devido à área de ocorrência, neste estudo, os demais materiais
foram determinados como pertencentes à variedade típica.
Caracteriza-se pelo porte robusto e estrutura da inflorescência laxamente tripinada, com
raque delicada. A espécie é bem delimitada, não possuindo afinidade próxima com outros táxons
brasileiros. Embora apresente grande plasticidade morfológica, principalmente das folhas, é
facilmente reconhecida mesmo após a herborização. Habita ambientes variados e mostra-se
bastante resistente a áreas perturbadas e urbanizadas.
Versieux (2005) relata que a coloração das pétalas, pode sofrer variações. Para a Serra da
Mantiqueira, não foram observadas discrepâncias com relação à cor da corola, com a totalidade
dos exemplares examinados ostentando pétalas amarelas.
Cresce como epífita, terrícola ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, entre 300 e 1.200
m de altitude. Floresce de março a setembro, com concentração no fim deste período. A maioria
dos materiais analisados encontrava-se em estágio de frutificação. Ocorre em unidade de
conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
57
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Rio Carangola, 25 II 1989, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 679). rio Carangola, 8 X 1996,
Nolasco, P. 03 (GFJP). Caratinga: Serra da Grama, 20 VII 1993, Leoni, L.S. 2221 (GFJP). Estação Biológica de
Caratinga, 6 IX 1998, Lombardi, J.A. 2383 (BHCB). Estação Biológica de Caratinga, 6 IV 1990, Paula, J.A. s.n.
(BHCB 17677). fazenda Montes Claros, 17 III 1984, Lopes, M.A. 43 (BHCB). Coronel Pacheco: Estação
Experimental da Água Funda, 6 III 1968, Pereira, E. 10694 (HB). 15 I 1969, Pereira, E. 10744 (HB). 6 III 1968,
Pereira, E. 10694 (HB). Estação Experimental da Água Limpa, 6 III 1947, Lutz, B. 2 (R). 6 III 1968, Pereira, E.
10694 (NYBG). 6 III 1968, Pereira, E. 10694 (NYBG). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 27
V 2001, Almeida, V.R. 5 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 25 XI 2000, Forzza, R.C. 1680 (CESJ).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 25 XI 2000, Forzza, R.C. 1680 (SPF). 27 V 2001, Almeida, V.R. 5 (RB).
Ewbank da mara, VIII 1896, Magalhães, H. 1645 (R). Faria Lemos: Fazenda Santa Clara, IX 2006, Leoni,
L.S. 6295 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IV 1995, Paula, C.C. 1022 (VIC). Juiz
de Fora: 16 IX 1972, Krieger, P.L. 11817 (RB). 19 IX 1970, Krieger, P.L. 9199 (RB). Fazenda de S. Mateus, 16 IX
1972, Krieger, L. 11817 (BHCB). fazenda de S. Mateus, 16 IX 1972, Krieger, L. 11817 (RB). fazenda de S.
Mateus, 16 IX 1972, Krieger, L. 11817 (SP). Fazenda de S. Mateus, 16 IX 1972, Krieger, L. 11817 (CESJ). Rio
dos Peixes, 19 IX 1970, Krieger, L. 9199 (MBM). Rio dos Peixes, 19 IX 1970, Krieger, L. 9199 (RB). rio dos
Peixes, 19 IX 1970, Krieger, L. 9199 (SPF). Rio dos Peixes, 19 IX 1970, Krieger, L. 9199 (CESJ). rio do Peixe, 19
IX 1970, Urbano, P.L.K. 9199 (CESJ). IX 1972, Krieger, L. 11817 (ESA). Rio Novo: Ribeirão, 24 IX 1894,
Schwacke, W. 11119 (RB). Viçosa: sítio Bom Sucesso, 14 VIII 2002, Silva, R.R. 44 (VIC). Paraibana: Oliveira
s.n. (RB -). RIO DE JANEIRO. Itaocara: 9 IV 1977, Martinelli, G. 1595 (RB). Natividade: 7 VII 2004, Pontes,
R.A. 70 (RB).
Aechmea roberto-anselmoi E. Pereira & Leme, J. Bromeliad Soc. 35: 171 (1985).
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Raposo. Leme, E.M.C. 94. July, 22, 1984. (holótipo: HB,
isótipo, US).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Aechmea roberto-anselmoi é endêmica da Serra da Mantiqueira. Era conhecida apenas
para o norte do estado do Rio de Janeiro, próximo a divisa com os estados do Espírito Santo e
Minas Gerais, recentemente Leoni & Trindade-Lima (2006) registraram sua ocorrência para o
município de Carangola, Minas Gerais.
Pereira & Leme (1985a) indicam afinidades dessa espécie com A. ornata Baker,
diferenciando-as principalmente pelo escapo com cerca de 50-60 cm de comprimento, coberto
densamente por escamas brancas, brácteas escapais curtas e espinescentes, brácteas florais
purpúreas, escuras, densamente branco-flocosas e pelas sépalas livres em A. roberto-anselmoi.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
58
Resultados & discussão
Segundo estes autores, a área de distribuição destes táxons é distinta: A. ornata ocorre do Rio
Grande do Sul ao sul do estado de São Paulo. O material Pontes 72, procedente do município de
Natividade, Rio de Janeiro, estava identificado como A. ornata, mas levando em consideração as
características morfológicas e a área de ocorrência, este espécime foi aqui identificado como A.
roberto-anselmoi.
A espécie cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica, às vezes, próxima a cursos
d’água, a cerca de 500 m de altitude. Nos exemplares analisados há indicações de floração nos
meses de abril e setembro. Não ocorre em unidade de conservação, e uma vez que apresenta
distribuição restrita deve-se estar atento a questão da conservação deste táxon.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Rio Carangola - Fazenda J. Kamil, 15 IX 1993, Leoni, L.S. 2255 (GFJP). Rio
Carangola, IV 2000, Leoni, L.S. 4387 (GFJP). RIO DE JANEIRO. Natividade: 7 VII 2004, Pontes, R.A. 72 (RB).
Aechmea vanhoutteana (Van Houtte) Mez in Mart., Fl. bras. 3(3) 366. 1892. Basiônimo:
Echinostachys vanhoutteana Van Houtte, Catal. 1878.
Tipo: Tipificada pela descrição e ilustração de E. Morren in Belgique Hort. 31: 163 t. 18.
1881 (Smith & Downs 1979).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP, ES (?).
Comentário
Aechmea vanhoutteana ocorre na região Sudeste do Brasil, concentrando-se basicamente
na Serra da Mantiqueira, com poucos registros para o estado do Rio de Janeiro. No Espírito
Santo, a única coleta conhecida, procedente do município de Vitória, é considerada duvidosa por
Wendt (1997).
Segundo Wendt (1997) a espécie é bem delimitada, com algumas características similares
apenas com A. bocainensis, conforme já discutido.
Cresce preferencialmente como rupícola, raramente como epífita ou terrícola, em áreas de
Mata Atlântica, entre 800 e 1.300 m de altitude. Floresce nos meses de agosto, setembro e
outubro.
Ocorre em unidade de conservação. No estado de São Paulo é considerada ameaçada de
extinção por Martins et al. (2007) por não ocorrer em unidade de conservação e apresentar
distribuição restrita.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
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Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 16 X 1988, Brugger, M. 361 (CESJ). Parque
Nacional do Caparaó, 16 X 1988, Brugger, M. 361 (RB). Parque Nacional, 2 VIII 1996, Leoni, L.S. 3401 (HB).
Parque Nacional do Caparaó, 2 VIII 1996, Leoni, L.S. 3401 (GFJP). Parque Nacional do Caparaó, 14 XI 1996,
Molasco, P. 32 (GFJP). Brugger, M. FPNC 361 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 XII
1995, Paula, C.C. 1066 (VIC). fazenda da Mundial, 5 III 1996, Paula, C.C. s.n. (VIC 25939). RIO DE
JANEIRO. Itatiaia: Parque Nacional do Itatiaia, 5 IX 2005, Almeida, V.R. 65 (R). Parque Nacional do Itatiaia, 23
XI 1967, Mattos, J. 15155 (SP). Zerny s.n. (RB -). Resende, 10 X 1977, Martinelli, G. 3215 (RB). 23 IX 1978,
Jouvin, P.P. 233 (RB). SÃO PAULO. Campos do Jordão, Mee, M. 55 (RB). Pindamonhangaba: Eugênio
Lefevre, X 1961, Kuhlman, M. s.n. (SP 59101). Queluz: Beira do Rio Marambaia, 7 IX 2004, Martins, S.E. 870
(SP).
Aechmea weilbachii Didr., Ann. Sci. Nat. Bot. 2: 375. 1854.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Corcovado, Didrichsen s.n. (Holótipo: C).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Esta espécie é conhecida para o estado de Minas Gerais por apenas uma coleta, realizada
no município de Lima Duarte, no Parque Estadual do Ibitipoca. No levantamento das
Bromeliaceae deste Parque realizado recentemente por Monteiro & Forzza (dados não
publicados) o táxon não é citado. A ocorrência da espécie nesta região não é muito compatível
com as localidades citadas por Smith & Downs (1979), que apontam materiais coletados
principalmente em áreas litorâneas.
Aechmea weibachii caracteriza-se pelas folhas com distinção evidente entre as bainhas e
lâminas, brácteas escapais vermelhas, eretas, cobrindo o escapo, inflorescência laxamente
ramificada, glabra, vermelha, espigas com duas a seis flores e brácteas primárias maiores que os
ramos inferiores (Smith & Downs 1979). Na Serra da Mantiqueira não foram observados outros
táxons com características similares a esta espécie.
Cresce como epífita na Mata Atlântica, segundo Versieux (2005) em altitudes inferiores a
730 m. Floresce em junho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 25 VI 2002, Silva, R.R. 6 (VIC).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
60
Resultados & discussão
Alcantarea extensa (L.B. Sm.) J.R. Grant, Trop. Subtrop. Pflanzenwelt 91: 13. 1995.
Basiônimo: Vriesea extensa L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo. 1: 116. 1943.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Cachoeiro do Itapemirim, Foster, M.B. 163 (Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Alcantarea extensa é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira ocorre
somente no estado de Minas Gerais, na porção mais noroeste da Serra, sobre afloramentos
graníticos.
Versieux (2005) relata que este táxon apresenta grande variabilidade morfológica, como
folhagem e eixo da inflorescência totalmente verdes e/ou com manchas vináceas ou totalmente
avermelhados, e variações no comprimento dos ramos da inflorescência, que pode ser simples ou
composta, apontando a necessidade de novos estudos taxonômicos. Na descrição de V. extensa
(= A. extensa) Smith (1943) associa o táxon a V. geniculata (= A. geniculata), dintinguindo-os
“pelos ramos da panícula que são mais longos e pelas brácteas com protuberância próxima do
ápice que se assemelha a giba”.
Cresce como rupícola ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos de Altitude,
entre 400 e 1600 m de altitude. Floresce de dezembro a fevereiro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 2 II 1995, Paula, C.C. 1008 (VIC). Parque Estadual da Serra
do Brigadeiro, 22 IX 1999, Goldschmidt, A. 19 (VIC). Pedra do Pato, 20 I 1990, Leoni, L.S. 1051 (RB). Carangola:
pedra do Pato, XII 1999, Pinheiro, F. 27 (SP). Serra da Araponga - Pedra do Pato, 20 I 1990, Leoni, L.S. 1051
(GFJP). Faria Lemos: Fazenda Monte Castelo, 8 I 2006, Leoni, L.S. 6352 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro, 21 VI 1996, Paula, C.C. 1133 (VIC). Manhuaçu: rodovia BR 262, 4 XII 1984,
Hatschbach, G. 48595 (MBM). Sericita: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 12 I 1996, Paula, C.C. 1092
(VIC).
Alcantarea imperialis (Carrière) Harms in Engl. & Prantl., Nat. Pflanzenfan. 15a: 126. 1930.
Basiônimo: Vriesea imperialis Carrière, Rev. Hort. 60: 58. 1888.
Tipo: Hortus Paris Museum s.n. (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
61
Resultados & discussão
Comentário
Alcantarea imperialis é conhecida apenas para os estados de Minas Gerais e Rio de
Janeiro. Na Serra da Mantiqueira é referida para Minas Gerais, ocorrendo na porção norte e
noroeste da Serra.
Caracteriza-se pelas bainhas muito largas, lâminas liguladas e inflorescência geralmente
ultrapassando três metros de comprimento.
Cresce como rupícola ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, a
cerca de 500 m de altitude. A floração concentra-se no mês de outubro. Ocorre em unidade de
conservação.
Segundo Versieux (2005) a espécie é vulnerável, pois apesar de ocorrer em amplas
populações, leva um longo período para atingir a maturidade e pelo habitat ocupado
(afloramentos rochosos), estão expostas aos riscos das queimadas. Monteiro & Forzza (dados
não publicados) relatam que no Parque Estadual do Ibitipoca a espécie é conhecida por poucos
indivíduos restritos a áreas mais elevadas.
Material examinado
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 3 III 2001, Forzza, R.C. 2080 (MBM).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 3 III 2001, Forzza, R.C. 2080 (CESJ). Dona Euzébia: Serra da Boa Vista,
5 II 1996, Paula, C.C. 1281 (VIC). Juiz de Fora, 27 X 1946, Krieger, L. 15531 (RB). 27 X 1946, Krieger, L.
15531 (CESJ). Pedreira Santo Cristo, 14 XI 1999, Caiafa, A.N. s.n. (CESJ 30424). 27 X 1946, Krieger, P.L. 15531
(RB). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 8 III 2006, Ferreira, F.M. 996 (CESJ). Fazenda do Rio do
Salto, 22 IX 2006, Forzza, R.C. 4305 (SP). 11 III 2004, Forzza, R.C. 3202 (RB). Manhuaçu, 28 X 1969, Heringer,
E.P. 11910 (RB). 28 X 1969, Heringer, E.P. s.n. (RB 143127). Rio Novo: Serra do Henrique, 27 IX 1895,
Schwacke, W. 11911 (RB). Schwacke, P. 11911 (RB).
Alcantarea nahoumii (Leme) J.R.Grant, Trop. Subtrop. Pflanzenwelt 91: 13. 1995. Basiônimo:
Vriesea nahoumii Leme, J. Bromeliad Soc. 43(6): 244, 1993.
Tipo: Brasil, Bahia, Milagres, Nahoum & Marigo s.n. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: BA, MG.
Comentário
Alcantarea nahoumii era conhecida somente para o estado da Bahia, na região nordeste
do Brasil. Registra-se aqui a ocorrência para o estado de Minas Gerais, onde foi coletada nos
municípios de Araponga e Carangola.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
62
Resultados & discussão
A espécie caracteriza-se pelas folhas levemente amareladas, brácteas escapais grandes,
vermelhas e verdes e ramos da inflorescência densos.
Cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica entre 900 e 1800 m de altitude.
Floresce em dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, XII 1999, Paula, C.C. s.n. (VIC 25415).
Carangola: APA da Torre, 8 XII 2001, Leoni, L.S. 4808 (GFJP).
Alcantarea odorata (Leme) J.R. Grant, Trop. Subtrop. Pflanzenwelt 91: 13. 1995. Basiônimo:
Vriesea odorata Leme, Bradea 5(16): 166. 1989.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, próximo a Raposo, Leme, E.M.C. 262. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Assim como Alcantarea extensa, Alcantarea odorata é conhecida apenas para os estados
de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Serra da Mantiqueira é referida para a região de
Leopoldina e Além Paraíba, em Minas Gerais.
Leme (1989) ao descrever Vriesea odorata (= A. odorata) indicou similaridades com V.
geniculata (= A. geniculata) e V. regina (= A. regina), distinguindo-a da primeira “pelas bainhas
foliares de coloração marrons escura, lâminas das folhas e brácteas escapais e primárias
densamente cretáceas, pela inflorescência mais curta e mais densa, com os ramos do ápice
muito pouco floridos, sépalas obovadas, e pelas pétalas menores, amarelas, com ápice
arredondado-emarginado e lígulas subagudas ou arredondadas”, e de V. regina pela “lâmina
das folhas mais estreitas e densamente cretácea, brácteas escapais e primárias densamente
cretáceas, inflorescência mais densa e muito mais curta, com ramos menores, raque geniculada,
brácteas florais verdes, com ápice arredondado, sépalas com ápice arredondado, e pelas pétalas
menores, apresentando ápice arredondado-emarginado.
A. odorata cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 200 m de
altitude. Floresce entre dezembro e fevereiro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERIAS. Além Paraíba: às margens da BR 116, 20 II 2002, Paula, C.C. 2530 (VIC). Leopoldina: Serra
de Leopoldina, 6 XII 1972, Duarte, A.P. 14058 (RB). BR-116, 18 I 1995, Hatschbach, G. 61610 (BHCB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
63
Resultados & discussão
Alcantarea regina (Vell.) Harms in Engler & Prantl, Nat. Pflanzenfam., ed., 15a: 126. 1930.
Basiônimo: Tillandsia regina Vell., Fl. flumin.: 136. 1825 (1829); Icon. 3: tab. 142. 1827 (1831).
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Parati. Vellozo s.n., não espécime preservado. A
tipificação é baseada na descrição e ilustração.
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Alcantarea regina era conhecida somente para os estados do Rio de Janeiro. Foi
recentemente registrada por Versieux & Wanderley (2007) para São Paulo e Minas Gerais. No
último foi observada em uma área próxima ao Parque Estadual do Ibitipoca, no município de
Lima Duarte, região da Serra da Mantiqueira.
Versieux & Wanderley (2007) discutem a problemática envolvida com esse táxon, que
por não possuir um espécime-tipo preservado e apresentar descrições e ilustrações originais
pouco precisas, foi por muito tempo tratada como uma espécie duvidosa ou de circuncrição
variável. Novas coletas realizadas na localidade típica, região de Parati, no estado do Rio de
Janeiro e a análise de populações do estado de São Paulo, possibilitaram a conclusão dos autores
de que, a ilustração e as informações contidas na obra original são suficientes para o
reconhecimento da espécie. São apontadas como características marcantes a coloração verde
homogênea das lâminas, brácteas, escapo e sépalas, onde somente, às vezes, se observam listras
oblíquas e máculas vermelho-vinosas logo acima da bainha, na face abaxial da folha, ou
pequenas manchas avermelhadas em direção ao ápice nas brácteas florais e sépalas. Conforme já
discutido assemelha-se a Alcantarea odorata.
Alcantarea regina cresce como rupícola, a cerca de 870 m de altitude, formando densas
populações em paredões rochosos muito úmidos. Floresce no mês de janeiro. Não ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: I 2007, Versieux et al. 352 (SP).
Ananas ananassoides (Baker) L.B. Sm., Bot. Mus. Leafl. 7: 70. 1939. Basiônimo:
Acanthostachys ananassoides Baker, Handb. Bromel. 25. 1889.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, Regnell III-1261 em parte (Holótipo: P, Isótipo: US).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
64
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: AM, AP, DF, GO, MG, MS, MT, PA, PB, RJ, RO, SP, TO.
Comentário
Ananas ananassoides apresenta ampla distribuição, ocorrendo na Argentina, Paraguai e
nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Leal et al. (1998) indicam que a
espécie ocorre do Sudeste do Brasil a Venezuela e Colômbia. A maioria dos dados aponta que
este táxon ocorre preferencialmente no Cerrado. Na Serra da Mantiqueira é referida apenas por
alguns registros para os estados de Minas Gerais e São Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas estreitas, espinulosas, inflorescência pequena, fruto globoso a
cilíndrico, sustentado por um longo e fino escapo. Assemelha-se a Ananas bracteatus
distinguindo-se pelas lâminas foliares mais estreitas e flores na antese maiores ou do mesmo
comprimento que as brácteas florais (vs. folhas geralmente mais largas e flores menores que as
brácteas florais na antese em A. bracteatus) Martins et al. (2007).
Cresce como terrícola em áreas de Campos Rupestres e Mata Atlântica, entre 400 e 700
m de altitude. Floresce de setembro a fevereiro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Chapadão da Serra Negra, 3 X 1959, Castellanos, A. 255444 (R). Chapadão da Serra Negra, 3 X
1959, Castellanos, A. 255444 (R). Juiz de Fora: São Pedro, 30 X 1977, Agostinho, T. 16681 (CESJ). Rio Preto:
Serra do Funil, 30 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2690 (BHCB). Viçosa: UFV, 27 II 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 26368).
SÃO PAULO. Atibaia: Gehrt, A. s.n. (SP 47466). Gehrt, A. s.n. (SPF 66242). Gehrt, A. s.n. (RB -). Monteiro
Lobato e Ouro Verde: Estrada de Panorama ao Rio do Peixe, 7 IX 1995, Bernacci, L.C. 2150 (SP).
Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1286. 1830.
Basiônimo: Ananassa bracteata Lindl. Bot. Reg. 13: t. 1081. 1827.
Tipo: Lindley s.n. (Holótipo: CGE?).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Ananas bracteatus ocorre no norte da Argentina, Paraguai e Sudeste do Brasil. Na Serra
da Mantiqueira há registros da espécie para os estados de Minas Gerais e São Paulo.
Conforme mencionado apresenta afinidades com Ananas ananassoides. É muito
provável, considerando a área de distribuição, que muitos dos materiais identificados como A.
ananassoides pertençam a este táxon, uma vez que no material herborizado são perdidas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
65
Resultados & discussão
características importantes desta espécie (e.g. coloração das brácteas florais, que na planta viva
são vivamente rosadas). Também podem ocorrer reduções consideráveis, devido à desidratação,
no tamanho das estruturas e, além disso, muitas vezes as folhas se dobram parecendo mais finas,
como em A. ananassoides.
Cresce essencialmente como terrícola, normalmente formando grandes populações, em
áreas de Mata Atlântica, entre 300 e 900 m de altitude. A floração concentra-se entre agosto e
novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Pirraça, 10 XI 1993, Leoni, L.S. 2361 (GFJP). Descoberto: Reserva Biológica da
Represa do Grama, 14 X 2001, Forzza, R.C. 1937 (CESJ). Ervália: Ventania, 5 II 1998, Paula, C.C. s.n. (VIC
25941). Extrema: Mata do Rodeio, 7 XI 2004, Trindade-Lima, T. 96 (HME). Fervedouro: Comunidade do
Brigadeiro, 10 VIII 1996, Paula, C.C. 1265 (VIC). Juiz de Fora: ReBio do Poço da Anta, 21 IX 1989, Moreira,
O.S.T. 24576 (CESJ). Manhuaçu: São Pedro do Avaí, 12 X 1995, Wendt, T. 318 (RB). 12 X 1995, Wendt, T. 318
(RB). o João Nepomuceno: Serra dos Núcleos, 14 II 2003, Valente, A. 263 (CESJ). SÃO PAULO. Bragança -
Socorro: Rod. Bragança Paulista - Socorro, 20 IX 1939, Camargo, F. 4785 (SP). Queluz: Beira do Rio Marambaia,
7 IX 2004, Martins, S.E. 869 (SP). Socorro, 20 IX 1939, Viegas, A.P. 4786 (SP). São Jodos Campos, 14 X
1984, Eiten, G. 5728 (SP).
Ananas comosus (L.) Merr., Interpr. Rumph. Herb. Amboin. 133. 1917. Basiônimo: Bromelia
comosa L. in Stickman, Herb. Amboin. 21. 1754
Tipo: A base para Lineu descrever Bromelia comosa em 1754 foi Anassa domestica
Rhumph. 1747, coletado em Amboina ou Ambon, nas Molucas. Smith e Downs (1979) não
mencionam nenhuma ilustração ou espécime, embora em L (herbário de Leiden, Holanda) esteja
depositado um espécime, constituído por uma bráctea do escapo, que é indicado como síntipo.
Distribuição geográfica: Ocorre em diferentes localidades como espécie subespontânea ou
cultivada. Segundo Smith e Downs (1979), evoluiu na porção central do Brasil e posteriormente
foi amplamente dispersada.
Comentário
Ananas comosus é uma espécie cultivada e devido à histórica utilização pelos humanos,
tornou-se absolutamente variável e amplamente distribuída. Na Serra da Mantiqueira há registros
somente para o norte do estado de São Paulo, próximo à divisa com Minas Gerais.
Martins et al. (2007) no tratamento da Flora de São Paulo, não citam este táxon para o
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
66
Resultados & discussão
estado. O material F. Camargo s.n. é considerado por estas autoras como Ananas bracteatus. A
caracterização de Ananas comosus é dificultada pelo polimorfismo da espécie. De uma maneira
geral, distingui-se das demais espécies do gênero pelas brácteas florais inconspícuas, serrilhadas,
não imbricadas e que não cobrem o ovário na maturidade.
A espécie cresce como terrícola em áreas de Cerrado. Não há dados referentes a altitude e
fenologia. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Bragança Paulista, 20 IX 1939, Camargo, F. s.n. (IAC 4785). Socorro, 20 IX 1939, Viégas, A.P.
s.n. (IAC 4786). 20 IX 1939, Zagatto, O. s.n. (UEC 67030).
Ananas macrodontes E. Morren, Belgique Hort. 28: pl. 4.5. 1878. Basiônimo: Bromelia
sagenaria Arruda, Diss. pl. Brazil 13. 1810.
Tipo: De acordo com Smith & Downs (1979), não existe nenhum espécime preservado,
espécie tipificada pela descrição.
Distribuição geográfica: AL, BA, ES, MG, MT, PE, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Duval et al. (2005) realizaram um estudo filogenético com Ananas e Pseudoananas,
utilizando marcadores de DNA de cloroplasto e apontam que estes dois gêneros emergem como
um grupo monofilético. Considerando estes dados Martins et al. (2007) consideraram
Pseudoananas como sinônimo de Ananas. A análise histórica realizada por estas autoras indica
que o epíteto que deve ser utilizado, seguindo os princípios do Código de Nomenclatura
Botânica, é Ananas macrodontes.
Esta espécie apresenta ampla área de distribuição, ocorrendo na Argentina, Bolívia,
Equador e Paraguai. No Brasil é registrada para todas as regiões, exceto região Norte. Na Serra
da Mantiqueira é referida para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
A espécie é bem delimitada, podendo ser diferenciada das demais espécies do gênero pela
infrutescência sem coroa de brácteas estéreis na região apical.
Cresce como terrícola em áreas de Cerrado e Mata Atlântica. Não dados referentes a
altitude e fenologia. Martins et al. (2007) indicam floração no mês de outubro. Não ocorre em
unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
67
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Alfenas, Regnel, A. III-1262 (RB). SÃO PAULO. Atibaia, Foster, M.B. 475 (RB). São Jo
dos Campos, Eiten, G. 5728 (RB).
Billbergia alfonsijoannis Reitz, Anais Herb. Barb. Rodr. 4: 31. 1952
Tipo: Reitz 4674, Taió, Ribeirão Grande, Serra do Mirador, Santa Catarina, Brasil, 1 dez
1951 (Holótipo: HBR).
Distribuição geográfica: MG, PR, SC.
Comentário
Billbergia alfonsijoannis apresenta distribuição disjunta, sendo conhecida por poucas
coletas, nos estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Gaiotto (2005) indica a ocorrência
desta espécie para o estado de São Paulo, mas não cita o material examinado. Na Serra da
Mantiqueira é registrada para o município de Lima Duarte, no Parque Estadual do Ibitipoca,
em Minas Gerais.
Pertence ao subgênero Helicodea, que caracteriza-se segundo Smith & Downs (1979)
pelas sépalas profundamente retusas e apiculadas, essencialmente tridentadas, brácteas florais
pequenas e inflorescência longa com flores laxamente dispostas.
Monteiro & Forzza (dados não publicados) compara a espécie a outros táxons
pertencentes a este subgênero, como Billbergia zebrina e Billbergia porteana. Com relação a
primeira as autoras apontam como caracteres distintivos a bainha evidente e violácea,
inflorescência com aproximadamente 50 flores e ovário violáceo e ovóide, enquanto Billbergia
zebrina apresenta bainha estreita com margem castanho-hialina, inflorescência com 10-30 flores,
pétalas mais estreitas e ovário branco e obovóide. No entanto não reconheceram diferenças
significativas entre esta espécie e B. porteana, sugerindo a necessidade de estudos mais
aprofundados. Gaiotto (2005), que realizou um estudo taxonômico do gênero Billbergia no
Paraná, também ressalta a dificuldade de delimitação destes táxons, todos ocorrentes neste
estado. Nos materiais herborizados, aqui analisados, foram mantidas, na maioria dos casos, as
identificações constantes nas etiquetas, uma vez que não foram examinadas coleções vivas.
Cresce em populações esparsas, como epífita, em áreas de Mata Atlântica e em Campos
de Altitude com afloramentos rochosos, a aproximadamente 1100 m de altitude. Floresce de
outubro a dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
68
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte, 19 X 2003, Monteiro, R.F. 8 (RB). 8 XII 1998, Martinelli, G. 15283 (RB).
Billbergia amoena (G. Lodd.) Lindl. var. amoena, Bot. Reg. 13: t. 1068. 1827. Basiônimo:
Tillandsia amoena G. Lodd., Bot. Cab. 1: 76. 1818.
Tipo: Loddiges Hortus in Lindley s.n. (Holótipo: CGE).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, GO, RJ, SP, PR, SC.
Comentário
Espécie amplamente distribuída no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira ocorre nos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Pertence ao subgênero Billbergia e integra um complexo de espécies caracterizado pelo
pequeno porte, brácteas escapais vistosas e vivamente coloridas (róseas) e flores sésseis.
Atualmente são aceitas seis variedades e uma forma para este táxon, cujas delimitações
são sutis, normalmente relacionadas a caracteres como a coloração, dificilmente percebíveis na
análise de material herborizado. Deste modo, os materiais que não apresentavam identificação
infra-específica e nem dados de coloração nas etiquetas foram considerados neste trabalho como
pertencentes à variedade típica.
Billbergia amoena var. amoena ocorre em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres,
em variados ambientes, tanto no interior de florestas como em áreas antropizadas, onde cresce
como rupícola, epífita ou saxícola, de 300 a 1100 m de altitude. Floresce de fevereiro a julho.
Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Serra do Caparaó, 30 IV 1988, Krieger, L. 120 (RB). 30 IV 1988, Krieger, P.L.
FPNC 120 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 22 IX 1999, Goldschmidt, A. 22 (VIC).
Barroso: Serra de Barroso, 1988, Leoni, L.S. 450 (RB). Carangola: Fazenda Monte Castelo, 1985, Leoni, L.S. s.n.
(GFJP 450). Serra do Barroso, II 1987, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 305). Tombos: 29 VII 1986, Leitman, M. 164 (RB).
3 VI 1988, Giordano, L.C. 420 (RB). 29 VII 1986, Moraes, M. 164 (RB). Viçosa: fazenda Crissiuma, 20 X 1935,
Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2015). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Luetzelburg, V. s.n. (RB -). São Gonçalo: Seidel,
A. 1052 (RB). SÃO PAULO. Jaraguá, 29 IV 1921, Gehrt, A. 5508 (SP). Gehrt, A. s.n. (RB -).
Billbergia amoena var. carnea E. Pereira, Bradea 2: 32. 1975.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Botumirim, Seidel, A. 707 (Holótipo: HB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
69
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Billbergia amoena var. carnea é conhecida além da localidade pica, apenas para o
município de Tiradentes em Minas Gerais.
Diferencia-se da variedade típica e das demais variedades, segundo o autor da espécie,
pela coloração (cor de carne) das brácteas, escapo, raque e metade inferior das sépalas.
Cresce como saxícola ou epífita em áreas de Campos Rupestres, a cerca de 1300 m de
altitude. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Tiradentes: Trilha de subida da Serra de São José, 23 VI 2001, Silva, B.R. 729 (HB). 8 XII
1993, Alves, R.J.V. 4373 (RB).
Billbergia amoena var. robertiana Pereira & Leme, Brasil Florestal. 59. 1984
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Domingos Martins, Kautsky 825 (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Esta variedade ocorre nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. No último é referida
apenas para a região do Parque Nacional do Caparaó, na Serra da Mantiqueira.
Diferencia-se da variedade-tipica e das demais variedades conhecidas, segundo a
descrição original pelas folhas purpúreas com manchas brancas e pelo ovário não sulcado.
Cresce como terrícola em áreas de Mata Atlântica. O exemplar analisado foi coletado
com flores no mês de outubro. Os autores da espécie indicam na obra original que o material-tipo
floresceu neste mesmo mês. Não dados referentes a altitude. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 12 X 1992, Leoni, L.S. 1995 (GFJP).
Billbergia X claudioi Leme, Bradea 4(39). 1897.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Resende, Serrinha, Leme 934 (Holótipo: HB. Isótipo: RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
70
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: RJ.
Comentário
Leme (1987) descreveu esta planta como um híbrido, entre Billbergia distachia var.
distachia (Vell.) Mez e Billbergia vitatta Brong. ex Morel, ambas encontradas na localidade
onde foi coletada Billbergia x claudioi. Até o momento é conhecida na região de coleta do
material tipo, na Serra da Mantiqueira.
Segundo este autor o táxon em questão apresenta características intermediárias entre as
duas espécies citadas acima. Estes táxons florescem simultaneamente, o que poderia facilitar a
ocorrência do processo de hibridação.
Cresce como saxícola, a cerca de 1000 m de altitude. Não dados sobre o ambiente e
período de floração. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Resende, VIII 1986, Leme, E.M.C. 934 (RB).
Billbergia distachia var. distachia (Vell.) Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 417. 1892. Basiônimo:
Tillandsia distachia Vell., Fl. flum. 136. 1825.
Tipo: Tipificada pela estampa de Vellozo, Icon. 3: t. 141. 1831 (Smith & Downs 1979).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Billbergia distachia var. distachia é muito comum no leste do Brasil. Na Serra da
Mantiqueira é registrada para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo,
especialmente em ambientes florestais.
Caracteriza-se pela inflorescência recurvada, geniculada, simples ou pseudosimples, com
brácteas florais pequenas e ovário truncado. O material herborizado pode ser confundido com
outras espécies do gênero, devido ao habito muito similar e o tipo de montagem da exsicata, que,
muitas vezes, dificulta a visualisação do padrão da inflorescência. O táxon assemelha-se mais
intimamente a Billbergia nutans, da qual pode ser diferenciada pelo maior porte, ovário truncado
na base, pétalas com pequena mancha azul no ápice ou completamente verdes e maior largura
das lâminas foliares (vs. ovário atenuado na base, pétalas conspicuamente azuis no ápice e
lâminas foliares mais estreitas em Billbergia nutans).
São aceitas três variedades para esta espécie além da variedade típica. Cerca de 90 % dos
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
71
Resultados & discussão
exemplares examinados não apresentavam identificação infra-específica. Dessa forma, quando
não foi possível a determinação da variedade, em virtude da falta de informações sobre a
coloração nas etiquetas, o material foi considerado como pertencente a variedade típica.
Cresce como epífita, terrícola, rupícola e saxícola, essencialmente na Mata Atlântica,
muitas vezes próxima a cursos d’água, em ampla faixa altitudinal, ocorrendo de 550 a 2800 m.
Floresce preferencialmente de junho a outubro, alguns registros da região de Ibitipoca apontam
florescimento nos meses de dezembro e fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 20 V 2000, Tameirão Neto, E. 2957 (BHCB). PCH Aiuruoca, 20 V
2000, Tameirão Neto, E. 2957 (SEL). 6 XII 1998, Martinelli, G. 15259 (RB). Camanducaia: Mata do pinheirão, 2
VI 2001, Lombardi, J.A. 4397 (BHCB). fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1276 (BHCB). fazenda
Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1276 (RFA). Mata do Altair, 3 II 2001, França, G.S. 257 (BHCB). Caldas,
Lindenberg 564 (RB). Carrancas: Serra de Carrancas, VII 1897, Rabello, R. s.n. (R 190573). Caxambú, Pereira,
E. 10611 (RB). 4 VIII 1967, Pereira, E. 10611 (HB). 4 VIII 1967, Pereira, E. 10611 (US). 11 VI 1957, Pabst,
G.F.J. 4073 (HB). Conceição da Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15291 (RB). Delfim Moreira: PCH Ninho
de Águia, IV 2000, Costa, L.V. s.n. (BHCB 52509). rio Bicas, 10 IX 1960, Sick, H. 7 (HB). Ewbank da mara:
rio Paraibuna, 15 IX 1994, Santos, H.G.P. 341 (SPF). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pedra das Flores, 2 VI
2004, Trindade-Lima, T. 26 (HME). Serra do Lopo - Trilha Pedra das Flores, 24 VI 2004, Trindade-Lima, T. 50
(HME). Serra do Lopo, Trilha para a Pedra das Flores, 14 V 2004, Kinoshita, L.S. 04/77 (UEC). Itajubá, 13 VII
2004, Temponi, L.G. 372 (RB). Itajubá / Cruzeiro: Travessia Marins - Itaguaré, 13 VII 2004, Temponi, L.G. 372
(SPF). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 16 X 1986, Andrade, P.M. 818 (BHCB). Parque Estadual de
Ibitipoca, 26 VIII 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13729). Serra de Ibitipoca, VII 1896, Magalhães, H. 1618 (R).
Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 14 (R). Serra de Ibitipoca, 2 X 1970, Sucre, D. 7266 (RB).
São Francisco do Prata, 9 V 1989, Krieger, L. 24779 (CESJ). Parque Estadual do Ibitipoca, 21 IX 2002, Araújo,
F.S. 233 (CESJ). Parque Estadual do Ibitipoca, 5 II 2004, Monteiro, R.F. 26 (SP). 23 IX 2001, Marquete, R. 3082
(RB). 26 X 2004, Monteiro, R.F. 37 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 27 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 26 (RB). 19
X 2003, Monteiro, R.F. 7 (RB). 30 VI 2004, Assis, L.C.S. 1045 (RB). 27 IX 1970, Krieger, P.L. 9277 (RB). 8 XII
1998, Martinelli, G. 15279 (RB). Paraisópolis: Pedra de São Domingos, 14 X 2000, França, G.S. 176 (BHCB).
Passa Quatro: fazenda São Bento, XI 1948, Vidal, J. s.n. (R 190236). Poços de Caldas, 10 IX 2005, Reis, J.R.M.
s.n.(ESAL 20291). Rio Preto, VIII 2004, Abreu, N.L. 002 (CESJ). Serra do Funil, 20 VIII 2004, Matozinhos, C.N.
26 (CESJ). Santos Dumont, Brade, A.C. 15920 (RB). RIO DE JANEIRO. 1 VII 1939, Foster, M.R. 136 (R).
Serra do Itatiaia, 23 VII 1902, Dusén, P. 724 (R). Serra do Itatiaia, 23 VII 1902, Dusén, P. 721 (R). Serra do
Itatiaia, 16 VI 1930, Brade, A.C. 10078 (R). Engenheiro Passos, 3 VI 1995, Sano, P.T. 137 (RB). Itatiaia: Dusén,
P.K.H. 721 (RB). VII 1953, Pereira, E. 101 (e.p.) (RB). 19 VII 1935, Brade, A.C. 14953 (RB). Município de
Itatiaia - Lemulia, Leme, E. 722 (R). Parque Nacional do Itatiaia, 6 IX 2005, Almeida, V.R. 66 (R). Fazenda da
Serra, VII 1959, Strong, H.E. 107 (R). 15 VIII 1948, Occhioni, P. 1120 (RB). SÃO PAULO. Serra da Cantareira, 3
VIII 1939, Camargo, F. s.n. (IAC 4568). Campos do Jordão: Hoehne s.n. (RB -). 10 IX 1937, Campos Porto, P.
3362 (RB). Parque Estadual de Campos do Jordão, 27 X 1973, Mello, L.E. 3941 (R). 15 IX 1923, Hoehne, F.C. s.n.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
72
Resultados & discussão
.(SP 8667). Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 14994 (SP). Parque Estadual de
Campos do Jordão, 6 XII 2000, Costa, C.B. 442 (SP). Área de Sanatório Fco. Xavier, 10 IX 1995, Sakane, P.T. s.n.
(SP 340007). 20 IX 1992, Buzato, S. s.n. (SP 253983). Horto Florestal, 20 IX 1991, Buzato, S. s.n. (SPF 134514).
Horto Municipal, 28 X 1992, Wasum, R.A. 8742 (NYBG). P. E. Instituto Florestal, 24 VII 1982, ? s.n. (SPSF
8357). Campos Porto, Leite, J.E. 3506 (RB). Cruzeiro: Alto do Pico Itaguaré, 4 VI 1995, Giulietti, A.M. 1097
(SP). Alto do Pico Itaguaré, 4 VI 1995, Giulietti, A.M. 1097 (SPF). Itapira, Hoehne s.n. (RB -). Monte Alegre do
Sul, Kuhlmann, M. 512 (RB). 27 VII 1949, Kuhlmann, M. 1813 (SP). Piquete: Serra da Mantiqueira, 30 V 1999,
Campacci, M.A. 200 (SP). Queluz: Margem do Rio das Cruzes, 23 V 1996, Árbocz, G.F. 2716 (SP).
Billbergia distachia var. concolor Reitz, Anais Bot. Herb. Barbosa Rodrigues 4: 33. 1952.
Tipo: Reitz 4152 Fachinal, Biguaçú, Santa Catarina, Brasil, 14 jul 1951 (Holótipo: HBR).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SC.
Comentário
Billbergia distachia var. concolor é conhecida por poucos registros para alguns estados
da região Sudeste e Sul. Na Serra da Mantiqueira é referida para Poços de Caldas, em Minas
Gerais, sendo este o primeiro registro do táxon para este estado. No Rio de Janeiro é registrada
para a região do Itatiaia.
Esta variedade caracteriza-se pelas folhas concolores, sépalas e pétalas totalmente verdes.
Cresce como epífita, em áreas de Mata Atlântica, no interior de florestas. Não dados
sobre a altitude de ocorrência. Floresce no mês de setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Poços de Caldas: 1 IX 1980, Leitão Filho, H.F. 97 (UEC). RIO DE JANEIRO. Itatiaia:
Pereira, A.B. 19 (RB).
Billbergia distachia var. straussiana (Wittmack) L.B. Smith, Anais Bot. Herb. Barbosa
Rodrigues 2: 13. 1950.
Tipo: H. Strauss in Wittmack Hortus s.n. (B? n v, Mez).
Distribuição geográfica: PR, SC, SP.
Comentário
Billbergia distachia var. straussiana ocorre de São Paulo a Santa Catarina. Na Serra da
Mantiqueira foi observado apenas um registro para o município de Bragança Paulista, São Paulo.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
73
Resultados & discussão
citado por Smith & Downs (1979) na Flora Neotrópica.
Esta variedade cararcteriza-se por apresentar folhas concolores, sépalas com ápice azul e
pétalas totalmente verdes.
Não dados referentes ao ambiente, hábito, habitat e altitude de ocorrência do táxon.
Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Bragança Paulista: VIII 1910, Duarte, C. 160 (SP). Duarte, C. s.n. (RB -).
Billbergia elegans Mart. ex Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1265. 1830.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Ouro Preto, Martius s.n. (Holótipo: M, Isótipo: B).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Na Serra da Mantiqueira Billbergia elegans ocorre somente na região de Tiradentes, em
Minas Gerais.
B. elegans juntamente com outras espécies do gênero, forma um grupo, que apresenta
inflorescência composta, lepidota, às vezes com as brácteas e as sépalas também apresentando
escamas e flores sésseis a curto-pediceladas (B. sanderiana, B. bradeana L.B. Sm., B.
tweedieana, B. laxiflora L.B. Sm., B. pohliana, B. reichardtii e B. chlorantha L.B. Sm.). Estas
espécies ocorrem em áreas do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, havendo
sobreposição em alguns casos.
É mais intimante relacionada a B. sanderiana, da qual difere segundo Smith & Downs
(1979) pela inflorescência composta desde a base e mais densamente coberta por escamas em B.
elegans (vs. inflorescência composta próximo ao ápice e glabra em B. sanderiana). Versieux
(2005) observou brácteas florais alaranjadas e avermelhadas para B. elegans (vs. brácteas florais
róseas para B. sanderiana).
Cresce como epífita, rupícola ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica, entre 900 e 1600
m de altitude. Floresce de junho a outubro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra do Ibitipoca, V 1895, Mez, H. 1354 (R). Barroso: Mata do Baú, 20 VI 2003, Assis, L.C.S.
845 (CESJ). Mata do Baú, 8 X 2001, Assis, L.C.S. 289 (CESJ). São João del Rei: Casa de Pedra, 11 VII 1997,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
74
Resultados & discussão
Moura, R. 78 (R). Mata no caminho para o Vale das Águas Santas, 11 VII 1997, Moura, R. 74 (R). Tiradentes:
Duarte 3749 (RB).
Billbergia euphemiae var. euphemiae E. Morren, Belgique Hort. 22: 11. 1872.
Tipo: Liège Hortus s.n. (Holótipo: LG).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia euphemie var. euphemiae é conhecida da Bahia ao Rio de Janeiro. Na Serra da
Mantiqueira a ocorrência do táxon restringe-se ao estado de Minas Gerais.
Atualmente são aceitas três variedades além da variedade típica. A variedade típica se
caracteriza pelas folhas verdes com faixas mais claras ou quase concolores, inflorescência laxa
ou sublaxa e com as brácteas florais da base da inflorescência semelhantes às brácteas do escapo.
Cresce preferencialmente como epífita, mais raramente como rupícola ou terrícola, em
ambientes florestais da Mata Atlântica, ou mesmo em áreas perturbadas, entre 350 e 1400 m de
altitude. Floresce nos meses de setembro e outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Brugger, M. FPNC 371 (RB). Parque Nacional do Caparaó, 16 X 1988, Brugger,
M. 371 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 16 X 1988, Brugger, M. 371 (RB). Parque Nacional do Caparaó, 16
X 1988, Brugger, M. 371 (SPF). Parque Nacional do Caparaó, VI 1996, Leoni, L.S. 3581 (GFJP). Parque Nacional
do Caparaó, IX 1998, Leoni, L.S. 4021 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 III 1996,
Paula, C.C. 1100 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 III 1996, Paula, C.C. 1099 (VIC). Carangola:
Serra da Araponga - Fazenda Santa Clara, X 1992, Leoni, L.S. 1966 (GFJP). Coronel Pacheco: Estação
Experimental, 21 IX 1944, Heringer, E.P. 1596 (SP). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 31 X
2001, Almeida, V.R. 16 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 1 IX 2001, Almeida, V.R. 11 (CESJ).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 25 II 2000, Faria, P.C.L. 75 (CESJ). 31 X 2001, Almeida, V.R. 16 (RB).
Ervália: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 8 XII 1995, Paula, C.C. 1058 (VIC). Juiz de Fora: 16 IX 1972,
Krieger, P.L. 11815 (RB). Fazenda São Mateus, 19 IX 1972, Krieger, L. 11815 (RB). ReBio do Poço da Anta, 21
IX 1989, Moreira, O.S.T. 24578 (CESJ). Viçosa: Distrito de São Miguel, 7 IX 1957, Rente, E.C. 434 (R). São
Miguel, 2 VI 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2018).
Billbergia euphemiae var. nudiflora L.B. Smith, Smithson. Misc. Collect. 126: 20. 1955.
Tipo: Foster 159, Itapemirim, Espírito Santo, Brasil, 7 jul 1939. (Holótipo: GH, isótipo:
R).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
75
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Billbergia euphemiae var. nudiflora ocorre apenas nos estados do Espírito Santo e Minas
Gerais. Na Serra da Mantiqueira é conhecida para os dois estados para os quais é referida.
Esta variedade caracteriza-se pelas folhas verdes com faixas horizontais paleáceas ou
quase concolores, inflorescência subdensa, raque quase reta e brácteas florais pequenas ou
apenas ligeiramente alargadas na base.
Cresce como epífita na Mata Atlântica. Não dados sobre a altitude e floração da
espécie. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Iúna: EF 11933 (RB). MINAS GERAIS. Coronel Pacheco: Estação Experimental de Café,
11 XII 1942, Heringer, E.P. 1159 (SP). Descoberto: Mynssen, C.M. 747 (RB).
Billbergia horrida Regel, Ind. Sem. Hort. Petrop. for 1856: 17. 1857.
Tipo: St. Peterburg Hortus s.n. (Holótipo: LE?).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia horrida ocorre no leste do Brasil, da Bahia ao Rio de Janeiro. Na Serra da
Mantiqueira é referida apenas para o estado de Minas Gerais, na porção noroeste da Serra.
Esta espécie caracteriza-se por apresentar as lâminas foliares totalmente verdes. A espécie
é facilmente reconhecida pela inflorescência densa, esverdeada e flores com pétalas verdes,
fortemente recurvadas, com apenas uma pequena mancha azul no ápice.
Paula (1998) observou no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, que populações mais
expostas ao sol e com baixa umidade no solo, apresentavam folhas de cor purpúrea. O autor
relata que, estas plantas quando cultivadas a 50% de luminosidade, tornam-se completamente
verdes. Normalmente, encontram-se associadas a suas rosetas, colônias de formigas.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita, rupícola ou saxícola, entre 300 e 1300
m de altitude. Floresce de julho a setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
76
Resultados & discussão
Carangola: Serra do Barroso, II 1987, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 306).Caratinga: Estação Biológica de Caratinga, 5 IX
1998, Lombardi, J.A. 2354 (BHCB). Faria Lemos: Fazenda Jatobá, 8 IX 2003, Leoni, L.S. 5470 (GFJP).
Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula, C.C. 1028 (VIC). Comunidade do
Brigadeiro, 4 IX 1996, Paula, C.C. 1240 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 VII 1996, Paula, C.C.
1142 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 26 IX 1995, Paula, C.C. 1048 (VIC). Ilhéus do Prata: Mexia
4967 (RB). Juiz de Fora: Fazenda São Mateus, 16 IX 1972, Krieger, L. 11816 (RB). fazenda São Mateus, 16 IX
1972, Krieger, L. 11816 (SPF). Fazenda São Mateus, 16 IX 1972, Krieger, L. 11816 (CESJ). X 1910, Hoehne, F.C.
26 (SP). Rio dos Peixes, 19 IX 1971, Krieger, L. 9209 (SPF). 27 X 1946, Krieger, L. 15531 (CESJ). São Bento
Abade: 30 XI 1998, Martinelli, G. 15229 (RB). Viçosa: distrito de Ilheu, 17 VIII 1930, Mexia, Y. 4967 (VIC).
Billbergia iridifolia (Nees & Mart.) Lindl., Bot. Reg. 13: t. 1068. 1827. Basiônimo: Bromelia
iridifolia Nees & Mart., Nova Acta. Acad. Phys.-Med. Caes. Leop.-Carol. German. Nat. Cur.
11: 16. 1823.
Tipo: Brasil, Bahia, Wied-Neuwied s.n. (Holótipo: BR).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia iridifolia ocorre no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada para
Minas Gerais e Espírito Santo.
A espécie é bem delimitada, caracterizando-se pela inflorescência pêndula com raque
delicada e fortemente geniculada e brácteas florais semelhantes às brácteas escapais, grandes,
excedendo o tamanho das sépalas. Versieux (2005) relata que no material seco as folhas
assumem coloração glauca e as brácteas ficam marrom-avermelhado, e se desprendem com
facilidade, o que facilita sua identificação. Nos materiais examinados nota-se, além disso, que as
folhas apresentam um canalículo e normalmente estreitam-se em direção a base.
Cresce como epífita ou rupícola, em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 600 m de
altitude. Floresce nos meses de setembro e outubro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Alegre: Vidal 3 (RB). MINAS GERAIS. Carangola: Fazenda Santa Rita, 9 II 1988, Leoni,
L.S. s.n. (GFJP 307). Fazenda Santa Rita, 15 X 1991, Leoni, L.S. 1664 (GFJP). Furriel, 28 IX 2003, Leoni, L.S.
5479 (GFJP). Faria Lemos: Fazenda Santa Rita, 1 X 2006, Leoni, L.S. 6609 (GFJP). Guaraciaba: Represa da
Brecha, IV 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC 25943). Ilhéus do Prata: Mexia 4975a (RB). Viçosa: 23 I 1931, Mexia, Y.
4998 (VIC).
Billbergia leptopoda L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 154: 33. 1945.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
77
Resultados & discussão
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Governador Valadares, Foster, M.B. 765. (Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Billbergia leptopoda ocorre apenas nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Na
Serra da Mantiqueira é referida apenas para o extremo norte, na região de Caratinga, em Minas
Gerais.
Caracteriza-se pelas folhas maculadas, brácteas florais superiores grandes e sépalas
largamente arredondadas. Assemelha-se a Billbergia lietzei E. Morren, conhecida apenas da
localidade típica no estado do Rio de Janeiro, sem localização precisa.
Cresce como terrícola ou epífita em áreas de Mata Atlântica em torno de 600 m de
altitude. Floresce entre março e maio. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caratinga: Estação Biológica de Caratinga, 6 VII 1987, Andrade, I.R. 194 (BHCB). Estação
Biológica de Caratinga, 19 III 1994, Lombardi, J.A. 524 (BHCB). Estação Biológica de Caratinga, 14 V 1989,
Paula, J.A. s.n. (BHCB 17821). Estação Biológica de Caratinga, 21 IV 1984, Costa, L.V. 98 (BHCB). Estação
Biológica de Caratinga, 27 VIII 1967, Andrade, P.M. 272 (BHCB).
Billbergia lymanii var. lymanii E. Pereira & Leme, Bradea 4: 72. 1984.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Domingos Martins, Kautsky, R. 670 (Holótipo: HB, Isótipo:
RB).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia lymanii var. lymanii é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira a
espécie é conhecida somente para o estado de Minas Gerais.
Assemelha-se a B. vittata, da qual pode ser diferenciada pelo ápice das sépalas não
setoso, escapo tomentoso, sépalas inteiramente vermelhas e inflorescência simples com flores
pediceladas (Pereira & Leme 1984). Paula (1998) distingue estas duas espécies, ocorrentes no
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, pela roseta foliar aberta, espinhos pouco evidentes e
inflorescência simples em Billbergia lymanni (vs. roseta foliar tubular, espinhos evidentes e
inflorescência composta em Billbergia vitatta).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
78
Resultados & discussão
Cresce como rupícola ou epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 400 e 1600 m de
altitude. Floresce entre março e setembro. Ocorre em unidade de conservação. As populações
observadas por Paula (1998) no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, são epífitas raramente
rupícolas, com distribuição esparsa, ocorrendo principalmente no interior de matas conservadas,
e florecem em junho e julho.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, VII 1997, Leoni, L.S. 3691 (GFJP). Parque
Nacional do Caparaó, 5 IV 1999, Leoni, L.S. 4158 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 7
III 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 23651). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 III 1996, Paula, C.C. 1098
(VIC). Fervedouro: Floresceu em cultivo, IX 1994, Leme, E.M.C. 2760 (HB). Córrego Água Limpa - Carangola,
VII 1993, Leoni, L.S. 2379 (GFJP). Rosário da Limeira: Serra das Aranhas, 2 VII 1999, Paula, C.C. s.n. (VIC
23651). São Geraldo: Serra de São Geraldo, 12 III 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC23651). Serra de São Geraldo, 11
VI 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 23651). Viçosa: 2 VI 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2016).
Billbergia lymanii var. angustifolia E. Pereira & Leme, Bradea: 130 (1985).
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, Morro do Coco. Martinelli s. n., julho 1982.
(Holótipo: HB. Isótipo: RB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Esta variedade era conhecida apenas para o estado do Rio de Janeiro. Registra-se aqui a
primeira ocorrência para a Serra da Mantiqueira e estado de Minas Gerais.
Segundo os autores da espécie, difere da variedade típica pelas folhas mais estreitas e
rígidas, com o limbo pronunciadamente estreitado em direção ao ápice, sendo este muito agudo.
Billbergia lymanii var. angustifolia cresce como rupícola, em áreas de Mata Atlântica, a
cerca de 700 m de altitude. Floresce no mês de maio. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Divino: Fazenda Fortaleza, 1 V 1992, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 1843).
Billbergia minarum L.B. Sm., Smithsonian Misc. Collect. 126: 22. 1955.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Governador Valadares, Foster, M.B. 766 (Holótipo: GH).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
79
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Espécie conhecida apenas para os estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Na Serra da
Mantiqueira é registrada para os municípios de Lima Duarte e Juiz de Fora, no estado de Minas
Gerais.
Billbergia minarum, segundo Smith (1955) descritor da espécie, assemelha-se a B.
leptopoda L.B. Sm. e a B. lietzei E. Morren, diferenciando-se apenas pelo tamanho das brácteas
florais superiores. Versieux (2005) indica afinidades com B. distachia, ambas com inflorescência
pseudo-simples, geniculada, raque glabra e padrão semelhante de cores da corola, apontando
como diferenças, a presença ou ausência de pedicelos e a forma e coloração das sépalas. O
material Krieger, L. 9277 citado por esse autor, foi considerado por Monteiro & Forzza (dados
não publicados) como B. distachia, no Parque Estadual do Ibitipoca. Outro exemplar deste
mesmo coletor, 9143, procedente de Juiz de Fora, está melhor conservado, sendo possível a
visualização dos pedicelos e a forma da raque um pouco distinta do padrão geral de B. distachia.
Consideramos neste trabalho a determinação proposta nas exsicatas, destacando a necessidade de
estudos mais aprofundados para melhor compreensão destes táxons.
Cresce como epífita ou terrícola em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 750 m de altitude.
Floresce no mês de setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Juiz de Fora, 3 IX 1970, Krieger, L. 9143 (RB). 3 IX 1970, Krieger, L. 9143 (CESJ). 3 IX
1970, Krieger, P.L. 9143 (RB). Lima Duarte: Serra de Ibitipoca, 27 IX 1970, Krieger, L. 9277 (CESJ). Serra de
Ibitipoca, 27 IX 1970, Krieger, L. 9277 (RB). Serra de Ibitipoca, V 1898, Magalhães, H. 1354 (R).
Billbergia nutans H. Wendl. ex Regel, Gartenflora 18: 162, t. 617. 1869.
Tipo: Herrenhaunsen hortus s.n. (LE?). Lectotipificação pela ilustração original sugerida
por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: MG, PR, RS, SC, SP.
Comentário
Até recentemente a espécie era registrada apenas para os estados do sul do Brasil, norte
da Argentina, Paraguai e Uruguai. Proença et. al (2007) relatam a ocorrência para o estado de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
80
Resultados & discussão
São Paulo e Versieux & Wendt (2006) para Minas Gerais, nos municípios de Carmo do Rio
Claro, Santana do Riacho e Viçosa, sendo o último localizado na região da Serra da Mantiqueira.
Além desse registro, para a Serra da Mantiqueira há referência para os municípios de Mairiporã e
Caieiras, no estado de São Paulo.
Billbergia nutans caracteriza-se pelo hábito delicado, com lâminas foliares muito
estreitas. Conforme já mencionado a espécie assemelha-se a B. distachia.
Cresce em áreas de Mata Atlântica a cerca de 700 m de altitude. Não dados sobre o
hábito e a fenologia da espécie. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Viçosa, 1958, Silva Neto s.n. (RB 102985). SÃO PAULO. Caieiras: P. E. Cantareira, 18 I
2000, ? s.n. (SPSF 26307). Mairiporã: P. E. Cantareira, 7 VI 2005, ? s.n. (SPSF 34749).
Billbergia pohliana Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 403. 1892.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Pohl 5508 (Holótipo: W, destruído). Tipificada pela
descrição original e ilustração.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida, além do material-tipo, por apenas
uma coleta, realizada em 1919 no município de Coronel Pacheco, Minas Gerais. Durante este
projeto foram identificadas algumas populações na região de Rio Preto, Minas Gerais.
Billbergia pohliana pertence a um grupo de espécies que apresentam inflorescência
visivelmente composta e lepidota (esparsa ou densamente), flores sésseis ou curto-pediceladas e
ovário muito maior que as brácteas florais. Apresenta muitas similaridades com Billbergia
seidelii L.B. Sm. & Reitz e Billbergia reichardtii. Uma discussão mais detalhada à cerca da
identidade destes táxons é apresentada na seção 6.2.1.
Material examinado
MINAS GERAIS. Coronel Pacheco: Água Limpa, 6 VII 1967, Pereira, E. 10597 (HB). Água Limpa, 5 VI 1968,
Pereira, E. 10597 (HB). Estação Experimental de Café, 6 VI 1945, Heringer, E.P. 1919 (SP). 6 VI 1945, Heringer,
E.P. 1919 (RB). Rio Novo: Fazenda Boa Esperança, 19 IV 1995, Leoni, L.S. 2913 (GFJP). Rio Preto: Vilarejo do
Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1283 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2550 (SP).
Billbergia porteana Brongn. ex Beer, Fam. Bromel. 115. 1857.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
81
Resultados & discussão
Tipo: Brasil, Bahia, Morel em Paris Hortus s.n. (Holótipo: P?).
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, ES, MG, MT, PB, PI, SP, RJ.
Comentário
Espécie com ampla área de distribuição, ocorre no Paraguai, Nordeste, Centro-oeste,
Sudeste e Sul do Brasil. Gaiotto (2005) indica a ocorrência para o estado do Rio de Janeiro, mas
não cita o material de herbário examinado. Smith & Downs (1979) indicam dúvidas quanto à
procedência do material coletado por Weir (K), se a ocorrência é para São Paulo ou Rio de
Janeiro. Na Serra da Mantiqueira ocorre apenas no estado de Minas Gerais.
Conforme já discutido, assemelha-se a Billbergia alfonsijoannis. Monteiro & Forzza
(dados não publicados) citam o material Martinelli et al. 15283 (RB, GFJP), como B.
alfonsijoannis. B. porteana também apresenta afinidades com B. zebrina, semelhança
observada por vários autores. Smith & Downs (1979) basearam a separação destes táxons
principalmente no formato do ovário, cilíndrico em B. porteana e turbinado em B. zebrina.
Gaiotto (2005) também utiliza este caracter na distinção das espécies na chave, mas, embora não
comentado, nas ilustrações apresentadas neste trabalho, notam-se diferenças significativas no
tamanho e formato das brácteas florais e ornamentação das sépalas.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, em torno de 1200 m de altitude.
Floresce entre dezembro e março. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra do Brigadeiro, 27 III 1994, Leoni, L.S. 2495 (GFJP). Carangola: Orquidário F. C.
Hoehne, 22 III 1989, Leoni, L.S. 730 (GFJP). Caxambu: Sampaio 6042 (RB). Caxambu: III 1929, Sampaio, A. J.
W. ? 6042 (R). Corinto: Mexia 5563 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 8 XII 1998. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa - Vila Gianeti, 14 II 2002, Paula, C.C. s.n.(VIC 26372). Águas de Contendas:
Saint-Hilaire A-143 (p.p.) (RB).
Billbergia pyramidalis (Sims) Lindley, Bot. Reg. 13: sub pl. 1068. 1827. Basiônimo: Bromelia
pyramidalis Sims, Bot. 42: pl. 1732. 1815.
Tipo: Sims Hortus s n. Description and plate.
Distribuição geográfica: BA, PA, RJ.
Comentário
Billbergia pyramidalis ocorre na Venezuela, leste das Índias e Brasil. O padrão de
distribuição da espécie para o Brasil é curioso, pois ocorre em áreas geograficamente distantes.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
82
Resultados & discussão
Na Serra da Mantiqueira é registrada apenas para a região de Itatiaia, Rio de Janeiro.
Apresenta uma extensa lista de sinônimos, o que demonstra a ampla variação morfológica
do táxon. A espécie caracteriza-se pelas folhas densamente escamosas, que formam faixas
transversais mais claras, inflorescência simples, rósea, com grande quantidade de escamas,
dando aspecto aveludado e brácteas superiores do escapo bem desenvolvidas, vistosas,
imbricadas e eretas.
No espécime analisado não dados referentes ao ambiente, hábito, altitude e floração.
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia, Luetzelburg, V. s.n. (RB -).
Billbergia reichardtii Wawra, Oesterr. Bot. Z., 30: 115. 1880.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora, Wawra II-197 (Holótipo: W, destruído). Brasil,
Minas Gerais, de Juiz de Fora para a serra da Mantiqueira, Warming 2172 (Neótipo: C).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Billbergia reichardtii é conhecida por apenas uma coleta em Guiomar, no estado do
Espírito Santo, realizada mais de 60 anos e para áreas da Serra da Mantiqueira, no estado de
Minas Gerais.
Conforme mencionado forma um “complexo” de espécies com Billbergia pohliana e
Billbergia seidelii. Os comentários sobre está espécie encontram-se na seção 6.2.1.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. No sopé da Serra do Caparaó, 25 I 1972, Heringer, P. 12031 (HB). MINAS GERAIS.
Coronel Pacheco: Gomes, V. 62 (HB). Gomes, V. 62 (RFA). Antiga Fazenda Água Limpa, 26 VI 1996, Leme,
E.M.C. 3406 (HB). Juiz de Fora: Serra da Mantiqueira, 20 VI 1863, Warming, E. 2172 (SEL). Wawra II-197
(RB). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2558 (SP).
Billbergia sanderiana E. Morren, Belgique Hort. 34: 17. 1884.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Sander 1 (Holótipo: LG).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
83
Resultados & discussão
Comentário
Espécie conhecida por poucas coletas no Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é
registrada apenas para o município de Tombos, Minas Gerais.
Caracteriza-se pela inflorescência composta, lepidota, lâminas foliares com espinhos
muito conspícuos, flores sésseis e pelas pétalas verde-amareladas com ápice azul. Conforme
mencionado assemelha-se a Billbergia elegans.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 270 m de altitude. Não
dados sobre o período de floração, o exemplar analisado, coletado no mês de julho, apresenta
inflorescência passada. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Tombos: estrada Tombos-Pedra Dourada, 29 VII 1986, Leitman, M. 181 (RB).
Billbergia saundersii W. Bull, Gard. Chron. n.s. 1: 78. 1874.
Tipo: Saunders Hortus s.n. (“Clonótipos”: MO, NY, US).
Distribuição geográfica: BA, MG.
Comentário
Billbergia saundersii era conhecida apenas para o estado da Bahia. Versieux (2005)
registra ocorrência para o estado de Minas Gerais, município de Tombos, localizado na porção
noroeste da Serra da Mantiqueira.
Este táxon é considerado por alguns autores, como Smith & Downs (1979) como um
sinônimo de Billbergia chlorosticta Saunders Hortus. Versieux (2005) relata que as ilustrações
disponíveis nesta obra apresentam diferenças significativas, e aponta a necessidade de estudos
mais aprofundados com estes táxons.
A espécie caracteriza-se pelas folhas estreitas, agudas, brácteas escapais muito mais
longas que largas, delgadas e flores distintamente pediceladas com brácteas florais normalmente
ultrapassando a tamanho das flores.
Cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica a cerca de 270 m de altitude. Floresce
em julho. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS; Tombos: 29 VII 1986, Leitman, M. 166 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
84
Resultados & discussão
Billbergia tweedieana var. tweedieana Baker, Handb. Bromel. 73. 1889.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Tweedie 1313 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia tweedieana var. tweedieana é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da
Mantiqueira apenas um registro no município de Carangola, Minas Gerais para a variedade
típica. Nesta mesma área indicações para Billbergia var. latisepala, a outra variedade
atualmente aceita.
De uma maneira geral B. tweedieana var. tweediena é bem delimitada, sendo facilmente
reconhecida mesmo após a herborização. Caracteriza-se principalmente pela inflorescência ereta,
subcorimbosa, geralmente com ramos alongados e brácteas escapais grandes, fortemente
imbricadas, ocultando o escapo. Smith & Downs (1979) utilizam basicamente o tamanho da
planta e das sépalas para a separação das variedades, com plantas de até 2 m de altura e sépalas
de 16 20 mm na variedade típica e plantas menores de até 1 m de altura e sépalas com no
máximo 13 mm na variedade latisepala. Nos exemplares examinados não foi possível delimitar
seguramente as variedades, visto que parecem ocorrer variações, dependendo do ambiente em
que os materiais foram encontrados. Optou-se em manter as identificações constantes nas
etiquetas, destacando-se a importância de um estudo mais detalhado para uma delimitação mais
consisa destas variedades.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 400 m de altitude. Floresce
em outubro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: rio Carangola, 4 X 1988, Leoni, L.S. 464 (RB).
Billbergia tweedieana var. latisepala L. B. Sm., Smithson. Misc. Collect. 126: 22. 1955.
Tipo: Brasil, Cantagallo, (Guanabara), Glaziou 15476, 24 aug. 1884. (Holótipo: GH,
Isótipos: P, US).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
85
Resultados & discussão
Esta variedade era registrada apenas para o estado do Rio de Janeiro. Foi reportada para
Minas Gerais por Leoni & Trindade (2006) para os municípios de Carangola e Alto do Caparaó.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 500 e 1000 m de altitude. Floresce,
assim como a variedade típica, no mês de outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Coronel Pacheco: Água Limpa, 24 X 1968, Pereira, E. 10739 (HB). Viçosa: fazenda
Crissiuma, 21 X 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2013). Fazenda Crissiuma, 21 X 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (RB
2013). 21 X 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (RB).
Billbergia vittata Brongn., Portef. Hort. 2: 353. 1848.
Tipo: Morel Hortus s.n. (“Clonótipo”: P).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Billbergia vittata é bem representada nas coleções de herbários. Ocorre somente no
Sudeste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira é referida para os estados de Minas Gerais e Rio de
Janeiro.
Caracteriza-se pela roseta tubular, lâminas com grandes espinhos negros, inflorescência
levemente recurvada, composta na base, intensamente colorida. Conforme mencionado,
assemelha-se a B. lymanii. Segundo Versieux (2005), no material herborizado, a bainha foliar e o
ápice das pétalas mantêm uma coloração arroxeada forte e as lâminas foliares podem manter as
faixas transversais esbranquiçadas na face adaxial. Nos materiais analisados neste trabalho nota-
se grande variação quanto ao número de flores nas inflorescências e tamanho das brácteas
escapais e primárias, todavia com base nas características apontadas acima é possível o
reconhecimento da espécie.
Cresce como epífita ou terrícola, em áreas de Mata Atlântica, em ambientes variados,
entre 800 e 1500 m de altitude. Floresce ao longo de todo o ano (dezembro a agosto) com
concentração entre fevereiro e abril. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Parque Nacional, 27 IV 1996, Leoni, L.S. 3298 (HB). Parque Nacional do
Caparaó, 3 VI 2006, Leoni, L.S. 6500 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 V 1996,
Paula, C.C. 1129 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 21 XII 1995, Paula, C.C. 1073 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 I 1996, Paula, C.C. 1078 (VIC). Córrego Serrinha - Parque Estadual, 31 III
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
86
Resultados & discussão
2004, Leoni, L.S. 5663 (GFJP). Barbacena, VI 1981, Moutinho 41 (HB). Caparaó: Parque Nacional do Caparaó,
27 IV 1996, Leoni, L.S. 3298 (GFJP). Carangola: Serra da Araponga, II 1992, Leoni, L.S. 1842 (GFJP). Serra da
Araponga - Fazenda Santa Clara, II 1992, Leoni, L.S. s.n. (GFJP 1842). Ervália: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 8 XII 1995, Paula, C.C. 1059 (VIC). Rio Preto, Strang, H.E. 665 (RB). Santa Luzia: Sampaio 6905
(RB). RIO DE JANEIRO. Parque Nacional do Itatiaia, 28 VIII 1964, Mee, M. s.n. (R 201301). Itatiaia: Serra do
Itatiaia, Parque Nacional, 28 VIII 1964, Mee, M. s.n. (NYBG 732140). Parque Nacional do Itatiaia, Mee, M. s.n. (SP
80052). Foster, M.B. 125 (RB). Canela, M.B.F. 49 (R).
Billbergia zebrina (Herb.) Lindl., Bot Reg. 13: t. 1068. Basiônimo: Bromelia zebrina Herb.,
Bot. Mag. 53: t. 2686. 1826.
Tipo: Lindley Hortus s.n. (“Clonótipo”: K).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Billbergia zebrina tem ocorrência registrada para o Paraguai, Uruguai, noroeste da
Argentina, Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira ocorre em Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Conforme já mencionado apresenta afinidades com B. alfonsijoannis e B. porteana.
Percebe-se que este epíteto aparece com maior freqüência nas coleções, possivelmente pela
adoção desta identificação, por grande parte dos botânicos, para designar exemplares do
subgênero Helicodea, que apresentam inflorescências simples, densas, escapo conspicuamente
farinoso, brácteas rosadas e pétalas fortemente revolutas na antese. Nos materiais herborizados
torna-se praticamente impossível a distinção destes táxons, sendo assim, neste trabalho foram
considerdas as identificações contidas nas etiquetas.
Cresce essencialmente como epífita, apenas um registro indica hábito rupestre. Habita
áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre 350 e1000 m de altitudes. Floresce de agosto
a março. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Morro do Ferro, 15 I 1994, Souza, V.C. 5077 (SPF). Barroso: Mata do Baú, 27 II 2001, Assis,
L.C.S. 19 (CESJ). Carangola, 22 III 1989, Leoni, L.S. 730 (RB). Carrancas: Toca da Ponte, 10 XI 1998, Simões,
A.O. 416 (UEC). Cataguases, Martinelli, G. 15231 (RB). Coronel Pacheco: Água Limpa, 6 VII 1967, Pereira, E.
10595 (HB). Água Limpa, 24 II 1968, Pereira, E. 10693 (HB). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do
Grama, 20 IV 2002, Forzza, R.C. 2174 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 20 IV 2002, Forzza, R.C.
2174 (MBM). Reserva Biológica da Represa do Grama, 26 I 2002, Forzza, R.C. 2052 (CESJ). Reserva Biológica
da Represa do Grama, 26 I 2002, Forzza, R.C. 2052 (BHCB). Reserva Biológica da Represa do Grama, 26 I 2002,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
87
Resultados & discussão
Forzza, R.C. 2052 (MBM). Guaraciaba: Represa da Brecha, IV 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC 25946). Muriaé:
Cultivada no horto botânico da UFV, V 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC 25946). Ponte Nova, 4 VIII 1996, Paula, C.C.
1154 (VIC). Porto Firme: vale do rio Piranga, 12 X 1996, Paula, C.C. 1280 (VIC). Rio Preto, 4 III 2004,
Schuchter, V. 13 (CESJ). Funil, Serra da Caveira D'Anta, 21 II 2004, Assis, L.C.S. 967 (CESJ). Serra do Funil -
Fazenda Tiririca, 11 IX 2004, Matozinhos, C.N. 91 (CESJ). São João Nepomuceno: Serra dos Núcleos, 12 II 2003,
Valente, A. 258 (CESJ). Águas de Contendas, Saint-Hilaire s.n. (RB -). SÃO PAULO. Amparo: Monte Alegre,
27 III 1943, Kuhlman, M. 408 (SP). Lorena, Delforge, R.V. s.n. (RB -). 20 I 1924, Delfange, H. 1949 (RB). Monte
Alegre do Sul, Kuhlmann, J.G. 408 (RB). São João da Boa Vista, Mosén, H. 4430 (RB).
Bromelia antiacantha Bertol., Virid. Bonon. Veg. 4. 1824.
Tipo: Tipificada pela descrição e ilustração.
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Bromelia antiachantha ocorre no Paraguai, Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da
Mantiqueira há registros da espécie para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Caracteriza-se pelo grande porte, folhas com espinhos conspícuos, antrosos e retrorsos,
que se tornam vivamente vermelhas na porção basal-central durante a floração, inflorescência
composta e grandes frutos (bagas) amarelos. Assemelha-se intimamente a B. balansae. Smith &
Downs (1979) relatam que B. antiacantha propaga-se por rizomas curtos, possui folhas que
podem atingir até 3 m de altura, sendo as bainhas das folhas mais externas subtriangulares e das
mais internas elípticas, inflorescência subcilíndrica densa ou sublaxa, brácteas florais mais curtas
que o ovário, sépalas não carenadas e pétalas curtamente conadas (vs. propagação por estolão,
folhas com cerca de 1m de altura, bainhas elípticas, inflorescência paniculada e densamente
cilíndrica, brácteas florais maiores que o ovário, sépalas carenadas e pétalas conadas por até
0,8mm em B. balansae). Reitz (1983) destaca, além destas características, os ramos da
inflorescência distintos e as flores racemosas em B. antiacantha e ramos da inflorescência
abortivos e flores fasciculadas em B. balansae. Nos materiais analisados foi possível diferenciar
estes táxons baseando-se principalmente na forma da inflorescência. Cresce essencialmente
como terrícola, em áreas de Mata Atlântica e Cerrado, entre 400 e 1500 m de altitude. Floresce
de outubro a janeiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 XII 1995, Paula, C.C. 1067 (VIC).
Carangola: Cultivada como cerca viva, 30 XII 1992, Leoni, L.S. 2027 (HB). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pico
dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 10 (HME). Manhuaçu: São Pedro do Avaí, 4 XII 1995, Wendt, T. 319
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
88
Resultados & discussão
(RB). Rio Preto: Estrada para o Vilarejo do Funil, 28 I 2007, Trindade-Lima, T. 227 (CESJ). RIO DE JANEIRO.
Itatiaia, Smith, L.B. 1610 (RB). SÃO PAULO. Morro do Jaraguá, 15 XI 1929, Hoehn, M. sem n º (SP). Jaraguá,
Hoehne s.n. (RB -). Jundiaí: Serra do Japi - Trilha do Mirante, 18 VII 1995, Pirani, J.R. 3641 (SP). São José dos
Campos, 15 I 1962, Mimure, I. 206 (SP). 2 VI 1961, Eiten, G. 2897 (SP). 3 V 1962, Mimura, I. 357 (SP). o
Roque, Everetti s.n. (RB -).
Bromelia balansae Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 191. 1891.
Tipo: Paraguai, Balansa 608 (Holótipo: G).
Distribuição geográfica: AM, DF, GO, MG, MT, PA, PR, SC, SP, RS.
Comentário
Bromelia balansae ocorre no nordeste da Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai e
Brasil, principalmente em áreas de Cerrado. Na Serra da Mantiqueira há poucos registros, todos
para o estado de Minas Gerais, em áreas disjuntas, na região norte da serra e no extremo sul.
Conforme mencionado assemelha-se a B. antiacantha. A espécie caracteriza-se pelo
aspecto mais compacto, quando comparada a B. antiacantha, maior proporção de folhas que se
tornam vermelhas durante a floração e, de uma maneira geral, flores mais vistosas.
Cresce como terrícola, ocasionalmente rupícola (apenas um indivíduo observado
vegetando na forquilha de uma grande árvore), em áreas de Mata Atlântica, entre 900 e 1500 m
de altitude. Floresce de outubro a fevereiro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Grama - Fazaenda Neblina (PESB)., 17 XI 1999, Leoni, L.S. 4281 (GFJP).
Carangola: Perímetro urbano, 30 XII 1992, Leoni, L.S. 2027 (GFJP). Distrito de Bom Jesus da Madeira, 15 VIII
1992, Leoni, L.S. 1929 (GFJP).
Bromelia regnellii Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 194. 1891.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, Regnell II-285 (Holótipo: B, Isótipos: S, US).
Distribuição geográfica: BA, DF, GO, MA, MG, MT, PA, RO, SP.
Comentário
Espécie com ampla área de distribuição no Brasil. Na Serra da Mantiqueira é registrada
apenas pelo material tipo, coletado na região de Caldas em Minas Gerais.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
89
Resultados & discussão
Bromelia regnellii caracteriza-se pelas bainhas largas, densamente cobertas por esacamas
marrons, escapo relativamente curto, com longas brácteas, que algumas vezes ultrapassam a
altura da inflorescência.
Cresce como terrícola, em áreas de Mata Atlântica a cerca de 1100 m de altitude. O
material-tipo apresenta flores e foi coletado no mês de novembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caldas, 16 XI 1878, Regnell, A.F. 285 (US). Regnel, A. II-1258 (p.p.) (RB).
Canistropsis marceloi (E. Pereira & Moutinho) Leme, Canistropsis, Bromel. Mata Atl., 24.
1998. Basiônimo: Neoregelia marceloi E. Pereira & Moutinho, Bradea 3 (12): 89-90, est. 1, fig.
C, foto 4. 1980; “marcelli”.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Serra do Itatiaia, Visconde de Mauá, 13 fev. 1980, M. C.
Araújo 9. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Canistropsis marceloi é endêmica da Serra da Mantiqueira. A espécie era conhecida
apenas para a Serra do Itatiaia, na região de Visconde de Mauá, no estado do Rio de Janeiro.
Durante este trabalho foi encontrada uma pequena população no município de Rio Preto, em
Minas Gerais. Este é o único registro do gênero para este estado e para Serra da Mantiqueira.
O posicionamento genérico deste táxon foi dificultado ao longo dos anos, por este
apresentar características destoantes, podendo ser enquadrado tanto no gênero Neoregelia,
quanto no subgênero Canistropsis de Nidularium. Leme (1998) elevou o subgênero Canistropsis
a categoria de gênero. Segundo este autor Canistropsis marcelloi pertence a este gênero pela
propagação vegetativa por estolhos longos, inflorescência ultrapassando as bainhas foliares,
pétalas mais ou menos patente-flascidentes após a antese e pelas características da anatomia
foliar e pólen.
A espécie caracteriza-se pelas folhas densamente lepidotas, principalmente na face
abaxial, que a torna intensamente prateada, inflorescência composta (assim como Neoregelia
fosteriana e Neoregelia lymaniana) e brácteas florais e sépalas vivamente vermelhas. A distinção
de Canistropsis marceloi de Neoregelia fosteriana e Neoregelia lymaniana baseia-se em todas as
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
90
Resultados & discussão
características indicadas acima para o gênero Canistropsis. Leme (1998) indica proximidade
morfológica com Canistropsis burchelli que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce exclusivamente como rupícola ou saxícola, em áreas úmidas da Mata Atlântica e
Campos Rupestres, em torno de 1000 m de altitude. indícios de floração nas etiquetas dos
exemplares analisados para os meses de janeiro, fevereiro, maio, agosto e dezembro. Leme
(1998) relata não haverem dados seguros sobre a floração da espécie na natureza. Os materiais
coletados durante este trabalho apresentavam flores no mês de janeiro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Rio Preto, Trilha para o Cânion, Trindade-Lima, T. 233 (SP). RIO DE JANEIRO. Itatiaia,
Strang, H.E. 956 (RB). 31 V 1995, Braga, J.M.A. 2436 (RB). 24 V 1935, Brade, A.C. 14553 (RB). 24 II 1936,
Brade, A.C. 15167 (RB). 21 II 1936, Brade, A.C. 15047 (RB). Itatiaia: 24 II 1936, Brade, A. 15167 (RB).
Taquaral, 21 II 1936, Brade, A. 15047 (RB). Visconde de Mauá, VIII 1985, Leme, E.M.C. 717 (RB).
Canistrum auratum Leme, Pabstia 4(3): 2. 1993.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Manhuaçu, Seidel, A. 1049 fl. cult. Leme, E.M.C. 1679
(Holótipo: HB. Isótipos: RB, SEL).
Distribuição geográfica: BA, MG.
Comentário
O único registro deste material para a Serra da Mantiqueira é do material-tipo, que foi
coletado por Alvim Seidel próximo ao município de Manhuaçu, em Minas Gerais. Leme (1997a)
relata que a ocorrência desta espécie não é compatível com a distribuição do gênero, no entanto a
existência de um exemplar procedente de uma região de Mata Atlântica úmida do município de
Una, no sul da Bahia, gera questionamentos sobre a real área de distribuição geográfica da
espécie.
Canistrum auratum pertence ao subgênero Cucullanthus e caracteriza-se pelas lâminas
foliares sublineares, brácteas primárias amarelo-ouro e pétalas amarelas. Segundo Leme (1997a)
é uma das espécies mais curiosasdeste subgênero, com características polínicas divergentes
das demais espécies e similares as espécies do gênero Nidularium, senso latu (Halbritter & Till,
inéd. in Leme 1997a).
Habita área de Mata Atlântica. Não dados disponíveis a cerca da altitude e hábito da
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
91
Resultados & discussão
espécie. O material tipo floresceu em cultivo no mês de dezembro e um outro material
suplemententar utilizado pelo autor da espécie, floresceu em fevereiro. Este período de floração é
compatível com o de outras espécies do gênero (Leme 1997a). Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Manhuaçu, XII 1990, Seidel, A. 1049 (HB, RB). XII 1990, Seidel, A. 1049 (SEL). Leme, E.M.C.
1679 (RB). Seidel, A. s.n. (RB 297168).
Canistrum cyathiforme (Vell.) Mez in Mart. Eichler & Urb. Fl. bras. 3(3): 252. 1891.
Basiônimo: Tillandsia cyathiformis Vell., Fl. flum. 137. 1825.
Tipo: Lectotipificada pela ilustração de Vellozo em Icon. 3: t. 144, Fl. flum. 1831,
designado por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: BA, MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
A espécie foi recentemente restabelecida por Wanderley et. al (2007), que adotam o
conceito de Mez (1891), seguido por Smith & Downs (1979). Segundo estas autoras as
características consideradas disgnósticas por Leme (1997a), que propôs a transferência desta
espécie do gênero Canistrum, para o gênero Wittrockia, não são suficientes para a segregação,
uma vez que há um contínuo na variabilidade dos caracteres.
Canistrum cyathiforme assemelha-se a C. giganteum, podendo ser diferenciado pelo
maior comprimento do escapo, brácteas primárias com espinhos marginais mais uniformemente
dispostos em direção ao ápice, ramos externos, sépalas e ovário menores e pelas pétalas e
estigmas amarelo-ouro (Leme 1997a).
Cresce como epífita ou terrícola em área de Mata Atlântica, entre 800 e 1200 m de
altitude. Floresce de outubro a abril. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó, IX 1996, Souza, V.C. 12130 (ESA). Caldas: Pedra Branca, X 1861, Regnell,
A.F. 1259 (US). Regnel, A. III-1259 (RB). Camanducaia: fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1274
(BHCB). fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1274 (RFA). Delfim Moreira: fazenda Córrego Alegre,
22 IV 1939, Kuhlmann, M. s.n. (SP). Pouso Alegre, 7 VIII 1928, Salvador, J. 22594 (NYBG). 7 VIII 1928,
Salvador, J. s.n. (SP 40258). Santa Rita de Ouro Preto, 20 VI 1894, Schwacke, P. 10538 (RB). RIO DE
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
92
Resultados & discussão
JANEIRO. Cabeceiras do Rio Funil, 8 XI 1956, Kuhlman, M. 4037 (SP). Posse, 7 V 1968, Sucre, D. 3015 (RB).
SÃO PAULO. Cantareira, 28 VI 1919, Hoehne, F.C. s.n. (SP 3370). Amparo: Monte Alegre- Margem do Rio
Camanducaia, 26 VIII 1943, Kuhlmann, M. 981 (SP). Atibaia, Bernacci, L.C. 28399 (ESA). Parque Municipal da
Grota Funda, Bernacci, L.C. s.n. (FUEL 13620). Campos do Jordão, 10 IV 1992, Buzato, S. s.n. (SP 252885).
Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 15026 (SP). Fazenda da Guarda (Reserva
Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 15026 (SP). I 1996, Leme, E.M.C. 1155 (RB). VI 1987, Menescal, R. s.n. (RB -).
Canistrum giganteum (Baker) L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 2: 118, fig.575.1950.
Basiônimo: Nidularium giganteum Baker, J. Bot. 18: 50. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Glaziou 11692 (Holótipo: K, Isótipo R).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Espécie restrita ao Sudeste brasileiro. Pode-se dizer que o centro de distribuição deste
táxon é a Serra da Mantiqueira, uma vez que a maioria das populações conhecidas ocorre em
seus limites.
Canistrum giganteum foi considerado por Leme (1997a) como um dos integrantes do
gênero Wittrockia Lindman. Wanderley et. al (2007) revalidaram a proposta de Smith (1950)
considerando a espécie como pertencnete ao gênero Canistrum.
A espécie caracteriza-se pelo grande porte, folhas com espinhos muito pronunciados,
geralmente com uma mancha vermelha no ápice e inflorescência normalmente com escapo curto,
não ultrapassando as bainhas foliares. Conforme discutido assemelha-se a Canistrum
cyathiforme.
Cresce como epífita, terrícola ou rupícola, em áreas da Mata Atlântica, de 700 a 2200 m
de altitude. A floração ocorre de novembro a abril, apenas um registro indica florescimento em
julho. Paula (1998) indica floração entre novembro e janeiro, Leme (1997) entre abril e agosto, o
que demonstra grande variação no período de floração desta espécie. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra do Pico, 10 IV 1879, Glaziou, A. 11692 (US). Serra da Mantiqueira, VII 1895,
Magalhães, H. 1585 (R). Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 1 IX 1996, Leoni, L.S. 3445 (GFJP).
Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 13 XI 1995, Paula, C.C. 1055 (VIC). Carangola: Serra da
Araponga - Fazenda Neblina, 16 V 1993, Leoni, L.S. 2194 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2166 (HB). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme,
E.M.C. 2166 (HB). Itamonte, Foster, M.B. 128 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 27 XII 1989,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
93
Resultados & discussão
Leme, E.M.C. 1479 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G. 15313 (GFJP). 22 XI 2004,
Forzza, R.C. 3600 (RB). 10 III 2004, Forzza, R.C. 3139 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 29 (RB). Martinelli, G.
15313 (RB). Passa Quatro, 23 III 1921, Zikán, J.F. s.n. (SP 5382). Rio Preto: Serra do Funil - Ninho da Égua, 25
IV 2005, Matozinhos, C.N. 183 (CESJ). VIII 1985, Leme, E.M.C. 707 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, IX
1934, Brade, A.C. 14051 (RB). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 31 VII 1966, Eiten, G. 7742 - B (SP). SÃO
PAULO. Lavrinhas: Vale do Ribeirão do Braço, 6 II 1995, Kinoshita, L.S. 9522 (SP).
Canistrum lindenii (Regel) Mez in Mart., Eichler & Urb., Fl. Bras. 3(3):256. 1891.
Tipo: Comte de Germiny s.n. (Lectótipo: LG).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentários
Canistrum lindenii ocorre no leste brasileiro, do estado do Espírito Santo até Santa
Catarina. Na Serra da Mantiqueira é referida apenas para Minas Gerais.
A espécie era considerada por Leme (1997) como integrante do gênero Edmundoa Leme.
Este gênero foi recentemente sinonimizado em Canistrum por (Wanderley et. al 2007), sendo a
espécie restabelecida em Canistrum. As autoras não consideram nesta proposta as variedades,
que eram até então aceitas. Na Serra da Mantiqueira todos os matérias analisados foram
coletados em Minas Gerais e identificados como pertencentes à variedade rosea, que
caracterizava-se, principalmente, pelas brácteas primárias de coloração rosa a avermelhada.
Cresce essencialmente como rupícola em áreas de Mata Atlântica, entre 800 e 1000 m de
altitude. Floresce em abril. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Serra da Grama, 19 V 1991, Leoni, L.S. 1581 (GFJP). Fervedouro: Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IV 1995, Paula, C.C. 1023 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10
IV 1995, Paula, C.C. 1023 (VIC).
Cryptanthus regius Leme, Journal of the Bromeliad Society 57(6). 2008.
Tipo: Minas Gerais, Tiradentes em direção a São João Del Rey, Serra de São José, near
Marco Zero da Estrada Real, ca. 1,000 m elev., 26 Jul. 2004, E. Leme 6372, fl. cult. 2006.
Holotype: HB.
Distribuição geográfica: MG.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
94
Resultados & discussão
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, descrita recentemente e, até o momento,
conhecida somente para a região de São João del Rei e Tiradentes, em Minas Gerais.
Segundo o autor da espécie, assemelha-se intimamente a Cryptanthus schwackeanus,
diferindo pela roseta com um maior número de folhas (15-18), lâminas foliares mais longas e
largas (14-17 x 1.4-1.9 cm), fascículos basais com mais flores (4), sépalas maiores (8-9,5 cm) e
pétalas sem calosidades (vs. roseta foliar com menor número de folhas (10-15), lâminas foliares
menores e mais estreitas (4-11 x 0,7-1,3 cm), fascículos basais com menos flores (2), sépalas
menores (6-7 cm) e pétalas com calosidades em C. schwackeanus).
Cresce como rupícola em áreas de Campos Rupestres, a cerca de 1000 m de altitude
(Leme 2008). Não há dados sobre o período de floração do táxon. Não ocorre em unidade de
conservação.
Cryptanthus schwackeanus Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 203. 1891.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Itabira, pico de Itabira do Campo, Glaziou 17823 (Lectótipo:
B. Isolectótipo: P).
Distribuição geográfica: MG, SP.
Comentário
Cryptanthus schwackeanus é referido por Smith & Downs (1979) para o estado de Minas
Gerais e São Paulo. Para Minas Gerais é freqüente no quadrilátero ferrífero (Versieux 2005) e
registrado também para regiões da Serra do Espinhaço e Serra da Mantiqueira. Em São Paulo é
conhecido por apenas uma coleta procedente do município de Atibaia, localizado na Serra da
Mantiqueira. Morillo (1996) não confirma a ocorrência da espécie para este estado. Na
monografia das Bromeliaceae para a Flora de São Paulo, elaborada por Wanderley & Martins
(2007), não é relatada a ocorrência deste gênero. Os materiais referidos para a porção mineira da
Serra da Mantiqueira, exceto o exemplar procedente do município de Santa Rita, apresentam
grandes similaridades com uma espécie recém descrita para a mesma região, Cryptanthus
tiradentensis, havendo grande probabilidade de não tratarem de Cryptanthus schwackeanus. Nas
observações da etiqueta de um dos exemplares é indicada a presença de escamas na face adaxial
das folhas, característica não apresentada por Cryptanthus schwackeanus. Deste modo, a
presença da espécie para a Serra da Mantiqueira é duvidosa. Neste trabalho optou-se em manter
as identificações contidas nas etiquetas, uma vez que não foram realizados estudos mais
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
95
Resultados & discussão
aprofundados. Destaca-se a necessidade de uma avaliação mais minuciosa, a fim de se
estabelecer a real área de ocorrência deste táxon.
A espécie é amplamente variável, mostrando grandes variações no que concerne ao
tamanho e coloração das folhas. Morillo (1996) relata que em condições de cultivo, plantas
procedentes de diferentes populações e de porte variável, adquiriram dimensões similares. De
uma maneira geral Cryptanthus schwackeanus caracteriza-se pelas folhas não constrictas em
direção a base, glabras na face adaxial, espinhos conspícuos, longos e inflorescência com poucas
flores. Conforme mencionado assemelha-se a Cryptanthus regius. Também apresenta
similaridades com Cryptanthus tiradentensis, discutida abaixo.
Cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Cerrado, Campos Rupestres e
afloramentos rochosos da Mata Atlântica, a cerca de 800 m de altitude. Floresce em janeiro. Não
ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Santa Rita, 13 I 1993, Baker, W. 7253 (HB). São João Del Rei: XII 1893, Schwacke, P. s.n.
(RB -). Tiradentes: 19 VII 1978, Martinelli, G. 4781 (RB). SÃO PAULO. Atibaia: 2 I 1942, Gehrt, A. s.n.(SP
46304).
Cryptanthus tiradentesensis Leme, Journal of the Bromeliad Society 57(6). 2008.
Tipo: Minas Gerais. Tiradentes, Serra de São José, vertente sul, Caminho dos Escravos,
ca. 1,200 m elev., 23 July 2003, E. Leme 5819. Holotype: HB.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Cryptanthus tiradentesensis assim como Cryptanthus regius foi descrito recentemente,
sendo indicado apenas para o município de Tiradentes, em Minas Gerais. Durante este trabalho
foram reconhecidas algumas populações no município de São Tomé das Letras. A espécie é
endêmica da Serra da Mantiqueira.
Assemelha-se a Cryptanthus schwackeanus, diferindo, segundo o autor da espécie, pelas
folhas densamente a subdensamente branco lepidotas em ambos os lados, sépalas maiores (8-
10mm) e pétalas sem calosidades (vs. folhas glabras adaxialmente, sépalas menores (6-7mm) e
pétalas com calosidades (Leme 2008).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
96
Resultados & discussão
Cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campos Rupestres, entre 700 e 1400 m de
altitude (Leme 2008). Floresce no mês de dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras. Escola Municipal João Cota, 21 XII 2007, Trindade-Lima, T. 241 (SP).
Dyckia argentea Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 492. 1894.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Glaziou 17280a (Holótipo: B, Isótipo: P).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Dyckia argentea é endêmica da Serra da Mantiqueira, com ocorrência registrada para a
Serra de São José, no município de Tiradentes, em Minas Gerais. Versieux (2005) indica que
alguns exemplares procedentes de São Tomé das Letras apresentam semelhanças com esta
espécie. Durante este trabalho foram observadas algumas populações em São Tomé das Letras,
Minas Gerais com características compatíveis a Dyckia argentea, diferindo somente pelo maior
comprimento do pedicelo, brácteas florais e sépalas (quando comparado a descrição original).
Smith & Downs (1974) utilizam como características distintivas desta espécie na chave,
as brácteas florais pequenas e inconspícuas, não cobrindo as sépalas e folhas densamente
escamosas pelo menos inicialmente. Com relação às outras espécies do gênero ocorrentes na
Serra da Mantiqueira, Dyckia argentea pode ser caracterizada pelas folhas carnosas, lepidotas,
espinhos conspícuos, com base esverdeada e avermelhados em direção ao ápice, escapo glabro,
levemente verde-avermelhado, brácteas escapais diminutas, serreadas, pedicelos com a mesma
coloração do escapo e brácteas florais não ultrapassando o tamanho das sépalas.
A espécie cresce como saxícola ou rupícola em áreas de Campos Rupestres, entre 1300 e
1400 m de altitude, geralmente em populações esparsas. Floresce de outubro a abril. As
populações de São Tomé das Letras foram observadas com frutos no mês de dezembro. Não
ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Thomé das Letras: 30 X 1984, Pirani, J.R. CFCR 5737 (SP). X 1998, Reis, C.L. 123
(BHCB). 10 XI 1986, Farney, C. 1072 (RB). 1 VII 1987, Shepherd, G.J. s.n. (RB 371525). 17 X 1987, Gavilanes,
M.L. 3699 (ESAL). 28 X 1990, Martins, M. s.n. (ESAL 11907). 21 VII 1978, Martinelli, G. 4814 (RB). 13 VII
1950, Brade, A. 20479 (RB). 1 VII 1987, Semir, J. 19540 (UEC). 1 VII 1987, Kinoshita, L.S. 19462 (UEC).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
97
Resultados & discussão
Caminho para o Pico do Peão (Sobradinho), 22 XII 2007, Trindade-Lima, T. 251 (SP). Tiradentes: I 1994,
Giulietti, A.M. s.n. (ESA 25724). 3 X 1987, Peron, M. 336 (RB). 12 VII 1989, Alves, R.J.V. 626 (RB). 12 IX 1989,
Alves 731 (RB).
Dyckia bracteata (Wittm.) Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 470. 1894. Basiônimo: Dyckia
dissitiflora var. bracteata Wittm., Bot. Jahrb. Syst. 13 (29): 16. 1891.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, serra do Ouro Branco, Schenck 3510 (Lectótipo: B).
Distribuição geográfica: MG.
Comentários
Dyckia bracteata é endêmica do estado de Minas Gerais. Na Serra da Mantiqueira é
registrada essencialmente para o Parque Nacional do Caparaó, com apenas uma coleta para a
região do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.
O holótipo da espécie foi destruído, o lectótipo designado se constititui de,
provavelmente, brácteas da base do escapo e apenas uma flor, não possibilitando a visualização
do hábito do táxon, e consequentemente dificultando sua caracterização. Nota-se grande
divergência quanto às identificações dos materiais herborizados, sendo a espécie comumente
identificada como D. cinerea e D. minarum, ambas com ocorrência registrada para o Parque
Nacional do Caparaó. D. bracteta se caracteriza pelas brácteas florais maiores que as flores e
pela presença de indumento ferrugíneo no escapo e na raque, o que a difere de D. cinerea que
possui indumento cinéreo e brácteas florais inferiores apenas igualando o tamanho das flores.
Em relação à Dyckia minarum, pode ser diferenciada pelo indumento ferrugíneo (vs. indumento
paleáceo) e pelas flores mais concentradas no ápice da inflorescência (vs. flores laxamente
distribuídas ao longo do escapo). Vale ressaltar que Smith & Downs (1974) indica inflorescência
paniculada ou pseudoracemosa para Dyckia bracteata e inflorescência simples para Dyckia
minarum. Durante este trabalho foram observadas populações no Parque Nacional do Caparaó,
com inflorescência simples, densamente ferrugínia-lanuginosa (inclusive escapo) e brácteas
florais igualando ou brevemente excedendo as sépalas.
A espécie cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campos Rupestres e Campos de
Altitude, entre 1000 e 2500 m de altitude (mais comumente em cotas próximas a 2000 m).
Floresce entre setembro e fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
98
Resultados & discussão
MINAS GERAIS. Parque Estadual do Brigadeiro, 15 X 1993, Leoni, L.S. 2304 (GFJP). Parque Nacional do
Caparaó, 19 XI 1988, Krieger, L. FPNC 0540 (CESJ). Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 19 XI 1988,
Krieger, L. 23208 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 19 XI 1988, Krieger, L. 23208 (SPF). Serra do Caparaó,
IX 1941, Brade, A.C. 16983 (RB). Serra do Caparaó, IX 1941, Brade, A.C. 16983 (US). Serra do Caparaó, 15 XI
1960, Flaster, B. 115 (HB). Serra de Caparaó, 8 III 1917, Lutz, A. 1193 (R). Parque Nacional do Caparaó, 21 IX
1988, Krieger, L. 251 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 21 IX 1988, Krieger, L. 251 (RB). Parque Nacional do
Caparaó, 30 IV 1989, Krieger, L. 996 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 1 IX 1996, Leoni, L.S. 3475 (GFJP).
Parque Nacional do Caparaó, XI 2004, Leoni, L.S. 6134 (GFJP). II 2000, Souza, V.C. 23552 (ESA). Alto do
Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 15 I 2007, Trindade-Lima, T. 194 (SP). Parque Nacional do Caparaó, 15 I
2007, Trindade-Lima, T. 193 (SP). Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 7 II 1985, Lima, H.C. 2569 (RB).
Parque Nacional do Caparaó, 2 I 1993, Leoni, L.S. 2042 (GFJP). Pico da Bandeira, 6 IX 1977, Shepherd, G.J. 5793
(UEC). Martinelli, G. 15171 (RB).
Dyckia brevifolia Baker in Saunders, Refug. bot. 4: t. 236. 1871.
Tipo: Tipificada por ilustração.
Distribuição geográfica: MG, RJ, SC.
Comentário
Dyckia brevifolia é registrada para Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Smith
& Downs (1974) referiram a espécie para o estado de São Paulo, no levantamento recente
realizado por Forzza (2007) o táxon não é referido para este estado. Versieux (2005) cita dois
materiais procedentes de Minas Gerais, ambos em áreas da Serra da Mantiqueira. Neste trabalho
o espécime coletado por Reis, C.L. (nº123) é identificado como Dyckia argentea.
A espécie caracteriza-se pelas folhas relativamente curtas (1-2 dm) e largas (25-35 mm),
glabras na face adaxial, com nervuras evidentes e lepidota na face abaxial, brácteas escapais
inferiores mais longas que os entrenós, as superiores muito mais curtas e inteiras, inflorescência
simples, brácteas florais inferiores usualmente excedendo as flores, pedicelos conspícuos (2-
4mm), pétalas amarelas (Smith & Downs 1974). Os materiais analisados, um deles
mencionado por Versieux (2005), possuem pétalas alaranjadas, divergindo das observações de
Reitz (1983) para os exemplares de Santa Catarina. Durante a coleta realizada neste trabalho para
a região de São Tomé das Letras, não foram encontrados espécimes com características
compatíveis a este táxon.
Cresce como saxícola em área de Cerrado e Campo Rupestre (de acordo com a etiqueta
da exsicata), a cerca de 1300 m de altitude. Floresce no mês de setembro e novembro. Não
ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
99
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras, 29 IX 1968, Monteiro, L. 132 (US). estrada para Baependi, 3 XI 1984,
Mello-Silva, R. s.n. (SPF 37843).
Dyckia cinerea Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 469. 1894.
Tipo: Brasil, Glaziou 18570 (Holótipo: B, Isótipo: K).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Espécie endêmica do estado de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira a maioria das
coletas são procedentes do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e do Parque Nacional do
Caparaó.
Conforme já mencionado a espécie é frequentemente confundida com D. bracteata.
Umas das características mais marcantes do táxon é a presença, nas folhas, de grande quantidade
de escamas, que ocasionam uma coloração fortemente cinérea às mesmas. A morfologia dos
exemplares analisados mostrou-se amplamente variável, (tamanho e quantidade de escamas nas
folhas, densidade e distribuição de flores na inflorescência e forma e comprimento das brácteas
florais e escapais). Optou-se em manter a proposição adotada por Versieux (2005) para os
espécimes procedentes da região do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (identificados
geralmente como Dyckia weddelliana Baker), uma vez que não foram analisados exemplares
vivos. No entanto aponta-se a necessidade de estudos mais aprofundados para o entendimento do
grau de variação deste táxon.
Dyckia cinerea cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campo Rupestres, Campos
de Altitude e Mata Atlântica, entre 1000 e 1700 m de altitude. Floresce entre novembro e maio.
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Grama - Soda Pedra do Pato, 20 I 1990, Leoni, L.S. 1049 (GFJP). Serra de São
Bento - PESB, 7 VII 1995, Leoni, L.S. 2985 (GFJP). Abre Campo: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 I
1996, Paula, C.C. 1079 (VIC). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 31
(VIC). Serra do Brigadeiro, 6 V 2000, Paula, C.C. s.n. (VIC 26687). Serra do Brigadeiro, 10 VIII 2000,
Goldschmidt, A. 45 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IV 1995, Paula, C.C. 1025 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 17 V 2001, Caiafa, A.N. 166 (CESJ). Caparaó: Serra do Caparaó, 14 XI 1960,
Castellanos, A. 22774 (US). Carangola: Morro da Torre ? -, 28 VI 1994, Leoni, L.S. 2594 (GFJP). APA da Torre,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
100
Resultados & discussão
2 X 2003, Leoni, L.S. 5483 (GFJP). Fervedouro: fazenda da Neblina, 21 VI 1996, Paula, C.C. 1132 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 23 X 1996, Paula, C.C. 1264 (VIC).
Dyckia dissitiflora Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1194. 1830.
Tipo: Brasil, Bahia, Martius s.n. (Holótipo: M).
Distribuição geográfica: BA, MG, PI.
Comentário
Dyckia dissitiflora é registrada para áreas de caatinga dos estados da Bahia e Piauí, e para
a região de Lagoa Santa e áreas da Serra do Espinhaço em Minas Gerais. Na Serra da
Mantiqueira é referida para apenas uma localidade, Santa Rita de Jacutinga em Minas Gerais.
A espécie caracteriza-se pelas folhas delicadas, estreitas, cobertas por escamas na face
abaxial, escapo delgado, brácteas escapais normalmente mais curtas que os entrenós, flores
laxas, pedicelos evidentes e brácteas florais variando desde maiores que as sépalas (inferiores) a
significativamente menores (superiores). Assemelha-se a D. lagoensis, a distinção entre elas é
discutida abaixo.
No material examinado não informações sobre o habito e altitude. É indicado que
ocorre em ambiente de mata. Versieux (2005) refere os exemplares de Minas Gerais para áreas
de Campos Rupestres e Cerrado, como rupícolas ou terrícolas, ocorrendo entre 550 e 1300 m de
altitude. Floresce em setembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Santa Rita de Jacutinga: 30 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2632 (BHCB).
Dyckia lagoensis Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 483. 1894.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, TIRAR, Warming 2171 (Holótipo: C).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Dyckia lagoensis é endêmica do estado de Minas Gerais. Na Serra da Mantiqueira tem
ocorrência registrada apenas para a região de Barbacena.
O material herborizado assemelha-se a Dyckia dissitiflora. Na literatura não
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
101
Resultados & discussão
indicações de similaridades entre estes táxons. Assim como Dyckia dissitiflora, Dyckia lagoensis
apresenta folhas delicadas e estreitas, escapo delgado com flores laxamente dispostas. Quanto as
diferenças destacam-se os pedicelos mais curtos (1-2 mm) e brácteas florais serrilhadas (vs.
pedicelos mais longos (3-4 mm) e brácteas florais inteiras (Smith & Downs 1974). Versieux
(2005) aponta a existência de um complexo de espécies, que agrupa D. lagoensis, D. minarum e
D. eminens Mez, com base no comprimento do tubo formado pelos filetes.
Cresce como saxícola em áreas de Campos Rupestres a cerca de 1100 m de altitude.
Floresce no mês de setembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Barbacena: Ibertioga, 12 IX 1957, Mendes Magalhães, G. 9888 (RFA). Ibertioga, 12 IX 1957,
Mendes Magalhães, G. 9888 (US). 26 IX 1992, Melo, G.A.R. 38 (VIC). Glaziou 18571 (RB). Itutinga: Serra do
Ouro Grosso, 14 X 1987, Alves, R.J.V. 77 (RB).
Dyckia linearifolia Baker, Handb. Bromel. 131. 1889.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Saint-Hillaire 1010 (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: MG, SP.
Comentário
Dyckia linearifolia é registrada apenas para áreas de Cerrado dos estados de Minas Gerais
e São Paulo. Para a Serra da Mantiqueira há somente um registro para o município de Ouro Fino,
em Minas Gerais.
Segundo Forzza (2007) caracteriza-se pelas folhas estreitas, lineares, com espinhos
reduzidos ou ausentes e pela forma rômbica das pétalas e assemelha-se a Dyckia leptostachya.
Estas espécies podem ser distintas pelo menor porte (4 dm de altura), minas foliares cobertas
por escamas marrons, espinhos menores (1,5 mm), brácteas florais menores que os pedicelos,
pedicelos delgado (7 mm de comprimento) e estames inclusos em Dyckia linearifolia (vs. plantas
maiores (5-15 dm), lâminas foliares cobertas com escamas brancas ou glabras em direção ao
ápice, espinhos maiores (3-4,5 mm), brácteas florais maiores que as sépalas, pedicelos muito
curtos e estames usualmentes exsertos em Dyckia leptostachya) (Smith & Downs 1974).
Não dados referentes ao hábito e altitude em que a espécie ocorre. Versieux (2005)
indica que os exemplares de Minas Gerais apresentam hábito terrícola e crescem entre 500-900
m de altitude. O exemplar examinado foi coletado com flores no mês de setembro na beira de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
102
Resultados & discussão
uma estrada, após queimada, em área de Cerrado. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Ouro Fino: beira de estrada, 2 IX 1995, Forzza, R.C. 114 (SPF).
Dyckia minarum Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 483. 1894.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, Regnell II-283. (Lectótipo: S, Isolectótipos: US, R,
NY).
Distribuição geográfica: GO, MG, SC, SP.
Comentário
Dyckia minarum cresce geralmente em Campos Rupestres e em regiões de Cerrado, tendo
áreas de ocorrência relativamente disjunta. Na Serra da Mantiqueira é referida para o estado de
Minas Gerais e São Paulo. O material procedente de Campos do Jordão, estava identificado
como Dyckia macropoda L.B. Sm, mas considerando a área de ocorrência e as características
morfológicas o exemplar foi aqui identificado como Dyckia minarum.
Cararacteriza-se pelas folhas com margens conspicuamente espinulosas, lâminas
triangulares e abruptamente agudas, pungentes, brácteas escapais igualando ou excedendo os
entrenós, ovadas com ápice longo acuminado e serrilhado, inflorescência simples, raramente
com um ramo na base, brácteas florais semelhantes às brácteas escapais, as inferiores igualando
ou exedendo as flores, geralmente serreadas, pedicelos distintos, sépalas elípticas e agudas,
pétalas carenadas, suberetas e filetes conados (2 mm) (Smith & Downs 1974). Versieux (2005)
observou que nesta espécie, após a herborização, as brácteas florais apresentam coloração bege,
o que facilita a identificação do táxon nas exsicatas, segundo este autor D. minarum é
morfologicamente próxima de D. lagoensis, conforme já discutido. Na descrição original, o autor
indica afinidades com Dyckia tuberosa.
Cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campos Rupestres e Cerrado, a cerca de
1000 m de altitude. Floresce entre setembro a novembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caldas: 3 X 1868, Regnell, A.F. 283 (US). 3 X 1868, Regnell, A.F. 283 (R). Regnell, A.F.
s.n.(NYBG 167124). Regnel, A. III-529 (RB). Carrancas: Serra de Carrancas, IX 1895, Magalhães, H. 298
(R). Vargem grande, 7 X 1998, Kinoshita, L.S. 98-448 (UEC). Lavras: Serra de Lavras, 11 V 1990, Arbo, M.M.
3886 (SPF). Serra da Bocaína - Antena, 27 III 1987, Carvalho, D.A. s.n.(ESAL 06679). Serra da Bocaina / Poço
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
103
Resultados & discussão
Bonito, 23 X 1987, DAC s.n.(SP 218980). Próximo à cidade, 9 XII 1980, Leitão Filho, H.F. 11824 (UEC). Poços
de Caldas: Cristo Redentor, 18 IX 1966, Roppa, O. 860 (R). São Tomé das Letras, 31 VII 1981, Sabino, M.
18508 (CESJ). 31 VII 1981, Sabino, M. 18508 (RB). SÃO PAULO. Atibaia: Pedra Grande, 23 X 1942, Gehrt, A.
s.n.(SP 47469). 26 X 1983, Chiea, S.C. 371 (SP). Campos do Jordão: Parque Estadual, 8 IX 1973, Emygdio, L.
3825 (R).
Dyckia monticola L.B. Sm. & Reitz, Sellowia 14: 104. 1962.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Campo Alegre, morro do Iquererim, Reitz, R. 4789
(Holótipo: US, Isótipo: HBR).
Distribuição geográfica: MG, SC.
Comentário
Dyckia monticola apresenta área de distribuição altamente disjunta, sendo conhecida
apenas para o estado de Minas Gerais e Santa Catarina. Em Minas Gerais a espécie é conhecida
por apenas uma coleta da região da Serra da Mantiqueira, no município de São Tomé das Letras.
Smith & Reitz (1962) indicam proximidade com Dyckia minarum, diferenciando-as pela
inflorescência ramosa, brácteas florais menores e sépalas incurvadas em D. monticola.
Cresce como rupícola, em áreas de Cerrado, a cerca de 1250 m de altitude. Floresce em
junho. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras, 18 VI 1957, Pabst, G.F.J. 4258 (HB).
Dyckia pectinata L.B. Sm. & Reitz, Phytologia 14: 486. 1967.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, entre Conceição do Rio Verde e Cambuquira, Pabst, G.F.J.
4129. (Holótipo: HB, Isótipo: SP, US).
Distribuição geográfica: MG
Comentário
Dyckia pectinata é endêmica da Serra da Mantiqueira, ocorrendo somente no estado de
Minas Gerais.
A espécie é bem delimitada, caracterizada por possuir folhas com longos espinhos de até
6mm de comprimento. Segundo Smith & Reitz (1967a), autores da espécie, assemelha-se a D.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
104
Resultados & discussão
dawsonii L.B. Sm. Versieux (2005) aponta similaridades com D. goehringii E. Gross & Rauh,
nenhum destes táxons ocorrem na Serra da Mantiqueira.
Cresce como rupícola, em áreas de cerrado, entre 880 e 950 m de altitude. Floresce nos
meses de fevereiro, junho e dezembro. Dyckia pectinata não ocorre em unidade de conservação e
segundo Versieux (2005) enquadra-se na categoria criticamente em perigo. Durante este trabalho
foi realizada uma visita a localidade típica, onde foi verificada intensa atividade de mineração à
poucos metros do afloramento onde as populações se encontram. registros de coletas
recentes, entre Conceição do Rio Verde e São Tomé das Letras, em áreas relativamente próximas
a localidade típica (Leme com. pess.). Apesar das referências para novas localidades, ressalta-se
a necessidade de medidas urgentes para a conservação deste táxon, uma vez que, todas as
populações conhecidas ocorrem na margem de rodovias e em áreas com grande potencial para
atividades mineradoras.
Material examinado
MINAS GERAIS. Cambuquira: BR-267 para Caxambú, 26 II 1976, Davidae, G. 10658 (US). BR-267 para
Caxambú, 26 II 1976, Davidae, G. 10658 (SP). Estrada para Conceição do Rio Verde, 21 XII 2007, Trindade-Lima,
T. 247 (SP). Conceição do Rio Verde, 16 VI 1957, Pabst, G.F.J. 4129 (HBR).
Dyckia princeps Lem., Jard. Fleur. 3: t. 224, 225. 1853.
Tipo: Tipificada por ilustração.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Dyckia princeps era conhecida apenas pela coleta do material tipo, referida para o Pico do
Itacolomi, município de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. Versieux (2005) indica o
espécime Grandi, T.S.M. 2682, procedente de Rio Preto, também no estado de Minas Gerais,
como similar a ilustração fornecida por Smith & Downs (1974:1150) para esta espécie. No
entanto, destaca que este exemplar não apresenta brácteas florais maiores que as sépalas. Durante
as coletas realizadas neste trabalho foram observadas algumas populações do município de Rio
Preto. Foi possível verificar que o tamanho das brácteas florais varia amplamente em uma
mesma inflorescência, e estas podem apresentar-se desde bem menores que as sépalas, até
maiores que as flores. Smith & Downs (1974) indicam escapo curto, com indumento ferrugíneo,
brácteas escapais excedendo os entrenós e pétalas com 25 mm de comprimento. Nas populações
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
105
Resultados & discussão
analisadas os espécimes possuem escapo longo, com indumento alvo, brácteas escapais
excedendo ou não os entrenós e pétalas com cerca de 10mm de comprimento. Uma vez que não
foi possível analisar a descrição e a obra original, optou-se em manter a identificação proposta
por Versieux (2005) para os espécimes de Rio Preto. No entanto, faz-se necessária a realização
de novos trabalhos, a fim de se tentar estabelecer a real identidade destes materiais.
A espécie cresce como terrícola ou rupícola, em áreas de Campos Rupestres, a cerca de
1500 m de altitude. Floresce de maio a setembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Segundo Versieux (2005) apesar da região de origem do material tipo ser botanicamente bem
explorada, não foram observados outros materiais que se enquadrassem na circunscrição desta
espécie em Minas Gerais, exceto os procedentes da Serra do Funil, Rio Preto. Deste modo,
confirmada a delimitação, Dyckia princeps seria considerada atualmente restrita a Serra da
Mantiqueira.
Material examinado
MINAS GERAIS. Rio Preto: Serra do Funil, 30 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2682 (BHCB). 12 IV 1997, Brugger, M.
s.n. (R 192131). Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1333 (CESJ). Serra do Funil, 20 VIII 2004,
Matozinhos, C.N. 17 (CESJ). Serra Negra, 27 VII 2006, Matozinhos, C.N. 294 (CESJ). Vilarejo do Funil, 21 V
2004, Salimena, F.R.G. 1331 (CESJ). 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1333 (RB). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006,
Wanderley, M.G.L. 2561 (SP).
Dyckia saxatilis Mez in C. DC., Monogr. phan. 9: 518. 1896.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Ouro Preto, serra de Cachoeira do Campo, Schwacke, W.
8948 (Holótipo: B, Isótipo: RB).
Distribuição geográfica: BA, MG, MT, GO.
Comentário
Dyckia saxatilis apresenta área ampla área de distribuição, se comparada às demais
espécies do gênero ocorrentes na Serra da Mantiqueira. É registrada para a região Nordeste,
Centro-oeste e Sudeste. Na Serra da Mantiqueira é referida para os municípios de Lima Duarte e
São Tomé das Letras. Monteiro & Forzza (dados não publicados) identificam os espécimes de
Lima Duarte como Dyckia aff. saxatilis. Os materiais indicados por Versieux (2005) como
Dyckia sp 3, considerando-se as semelhanças apresentadas com os espécimes de Lima Duarte,
foram considerados neste trabalho como Dyckia aff. saxicola. Apenas estudos taxômicos mais
aprofundados poderão elucidar a real identidade destes materiais.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
106
Resultados & discussão
De uma maneira geral pode ser caracterizada pelo pequeno porte, folhas relativamente
eretas, brácteas escapais menores que os internós, inflorescência simples, laxa, brácteas florais,
ovadas, fimbriadas, do mesmo tamanho ou maiores que as sépalas e pelas sépalas obtusas (Smith
& Downs 1974). Monteiro & Forzza (dados não publicados) indicam brácteas florais geralmente
excedendo os entrenós. Nos exemplares analisados notam-se variações no tamanho e forma das
brácteas escapais, com oscilações entre 15 a 60 mm de comprimento.
Cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campos Rupestres, Cerrado e Mata
Atlântica, entre 1200 e 1500 m de altitude. Floresce entre outubro e março. Ocorre em unidade
de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 30 VIII 1987, Stehmann, J.R. 1008 (BHCB).
Parque Estadual do Ibitipoca, 7 X 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13728). Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997,
Figueiredo, C. 15 (R). Parque Estadual do Ibitipoca, 26 XII 1989, Leme, E.M.C. 1468 (HB). Parque Estadual do
Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15308 (RB). 27 X 2004, Monteiro, R.F. 41 (RB). 26 X 2004, Monteiro, R.F. 36
(RB). 18 X 2003, Monteiro, R.F. 2 (RB). São Tomé das Letras: Serra de São Thomé, 30 X 1984, Pirani, J.R. 5737
(SPF). Fazenda dos Correa, Paredão, 29 III 2002, Forzza, R.C. 2137 (CESJ). Fazenda dos Correa, Paredão, 29 III
2002, Forzza, R.C. 2137 (RB).
Dyckia tuberosa (Vell.) Beer, Fam. Bromel. 157. 1857. Basiônimo: Tillandsia tuberosa Vell.,
Fl. flum. 135. 1825.
Tipo: Tipificada pela ilustração original Vellozo, Icon. 3. t. 136. 1835. (Smith & Downs
1974).
Distribuição geográfica: MG, PR, SC, SP.
Comentário
Dyckia tuberosa é uma das espécies do gênero mais bem representada nas coleções dos
herbários, possivelmente porque este epíteto é erroneamente aplicado para a maioria das espécies
que desenvolvem um aparente bulbo, pela sobreposição das bainhas foliares. registros da
espécie para a região Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira é referida para o estado
de Minas Gerais e São Paulo.
Segundo Versieux (2005) Dyckia tuberosa integra um grande complexo de espécies. O
material tipo foi possivelmente destruído e a espécie foi tipificada com base na descrição e
ilustração original, sendo ainda, a indicação da localidade pica muito vaga. De maneira geral,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
107
Resultados & discussão
caracteriza-se pelas lâminas estreitas (1 cm), cobertas por escamas na face abaxial, espinhos
negros, brácteas escapais superiores mais curtas que os internós, inflorescência simples, laxa,
brácteas florais mais curtas que as flores e usualmente mais curtas que as sépalas, pedicelos (2-
3mm de comprimento) (Smith & Downs 1974). Conforme discutido assemelha-se a Dyckia
leptostachya e a Dyckia linearifolia. Forzza (2007) considera Dyckia pseudococcinea como um
provável sinônimo de Dyckia tuberosa, uma vez que as variações encontradas estão dentro da
amplitude proposta para o táxon, por esta autora. Dyckia pseudococcinea é referida para áreas da
Serra da Mantiqueira do estado de São Paulo. Neste trabalho considera-se a proposição desta
autora, uma vez que a caracterização dos espécimes herborizados deste gênero é extremamente
complexa. No entanto, nota-se nos materiais procedentes do município de Atibaia, em São Paulo,
variações no porte das plantas e na forma, tamanho e disposição das brácteas escapais, havendo a
possibilidade de haver mais de uma espécie envolvida.
Cresce como terrícola ou rupícola, em áreas de Cerrado, Campos Rupestres e Campos de
altitude, entre 600 e 1450 m de altitude. Há indícios de floração para os meses de janeiro, março,
junho, agosto e setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Atibaia: Pedra Grande, 12 VIII 1985, Hutchison, C. 8948 (SPF). Pedra Grande, 6 VIII 1998,
Coffani-Nunes, J.V. 050 (SPF). Pedra Grande, 23 X 1942, Gehrt, A. s.n.(SPF 66241). Pedra Grande, 29 I 2004,
Vosgueritchian, S. 8 (SPF). Pedra Grande, 29 I 2004, Vosgueritchian, S. 7 (SPF). Pedra Grande, 29 I 2004,
Vosgueritchian, S. 6 (SPF). Pedra Grande, 29 I 2004, Vosgueritchian, S. 9 (SPF). Pedra Grande, 12 VI 1998,
Costa, F.N. 132117 (SPF). Bernacci, L.C. 28400 (ESA). Parque Municipal da Grota Funda, Bernacci, L.C. s.n.
(FUEL 13621). 22 VIII 1985, Hutchinson, P.C. 8948 (RB). Piquete: Margem da estrada- Piquete - Campos do
Jordão, 5 VI 1995, Giulietti, A.M. 1119 (SPF). São José dos Campos, 12 IX 1962, Mimura, I. 556 (SP). Loefgren,
A. 462 (RB).
Dyckia sp. 1.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Foram agrupados como pertencentes a esta morfo-espécie os exemplares procedentes do
município de Bom Jardim de Minas e Luminária, no estado de Minas Gerais. Estas plantas
caracterizam-se pelo porte delicado, medindo até 40 cm de comprimento, folhas estreitas (ca.
10mm), as periféricas algumas vezes intensamente vinácea, espinhos evidentes, relativamente
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
108
Resultados & discussão
flexíveis, (2mm comp.), escapo muito delicado, brácteas escapais membranáceas, base alargada,
estreitamente triangulares em direção ao ápice, pedicelos (2-3mm), brácteas florais inferiores
igualando o tamanho dos pedicelos, as superiores muito menores. O espécime procedente de
Luminária apresenta folhas e espinhos mais rígidos.
Foi encontrada crescendo como terrícola em áreas de Cerrado, em meio a afloramentos
rochosos a cerca de 1200 m de altitude. Os materias coletados neste trabalho apresentava frutos
no mês de dezembro. O espécime depositado no CESJ foi coletado com flores no mês de
outubro. Os coletores indicam coloração vermelha para as flores. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Bom Jardim de Minas, 10 X 1988, Krieger, L. 24436 (CESJ). Caminho para o Cristo, 20 XII
2007, Trindade-Lima, T. 237 (SP). Luminária: Estrada entre Luminária e Carrancas, 22 XII 2007, Trindade-Lima,
T. 254 (SP).
Dyckia sp. 2
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Foram observadas na região de São Tomé das Letras, no estado de Minas Gerais, densas
populações em áreas próximas ao perímetro urbano. Estes espécimes caracterizavam-se,
principalmente, pelas folhas carnosas, duras, com nervuras evidentes recobertas, subdensamente
a densamente, por escamas alvas (na face adaxial sob as escamas), escapo verde, brácteas
escapais geralmente muito menores que os entrenós, flores sésseis, com brácteas florais
diminutas, cerca de três vezes mais largas do que altas, apiculadas, concavas, verdes e sépalas
verdes alaranjadas em direção ao ápice. Estes espécimes foram considerados como a morfo-
espécie 2, uma vez que não foi possível enquadra-los com algum grau de certeza em outro táxon.
Crescem como rupícolas em afloramentos rochosos da Mata Atlântica, a cerca de 1300 m
de altitude. Foi coletada com flores no mês de dezembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras: Afloramento na entrada da cidade, 20 XII 2007, Trindade-Lima, T. 239
(SP). Estrada para Sobradinho, 22 XII 2007, Trindade-Lima, T. 249 (SP).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
109
Resultados & discussão
Dyckia sp. 3.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Apenas um espécime compõe esta morfo-espécie. Foi coletado em uma pedreira no
perímetro urbano do município de São Tomé das Letras, em Minas Gerais.
Caracteriza-se pelas folhas carnosas, verdes a levemente vináceas em direção ao ápice,
com nervuras evidentes, lepidotas, escapo grosso, verde-alaranjado, densamente lepidoto,
brácteas escapais carenadas, serreadas, igualando ou levemente excedendo os entrenós,
imbricadas, flores sésseis, brácteas florais verdes, ovadas apiculadas, igualando ou curtamente
excedendo as sépalas, sépalas alaranjadas, pétalas laranja, largamente obovadas, margens
mebranáceas (formando uma espécie de ala).
Esta morfo-espécie cresce como rupícola em área de Cerrado, a cerca de 1150 m de
altitude. Foi encontrada florida no mês de dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras, Saída da cidade em direção a três corações, 22 XII 2007, Trindade-Lima,
T. 255 (SP).
Dyckia sp. 4.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Esta morfo-espécie engloba espécimes coletados próximo ao Pico do Gavião, em São
Tomé das Letras, Minas Gerais. Caracteriza-se pela inflorescência composta, folhas
completamente verdes com escamas concentradas apenas na face abaxial na região da bainha
foliar, escapo verde, alaranjado em direção ao ápice, fortemente lepidoto, brácteas escapais
inferiores verdes, superiores verde-alaranjadas, lepidotas, normalmente maiores que os entrenós,
pedicelos curtos, verde-alaranjados, cobertos por escamas, serrilhadas, brácteas primárias
semelhantes às brácteas escapais, brácteas florais ultrapassando o comprimento das flores.
Cresce como rupícola em afloramentos rochosos da Mata Atlântica a cerca de 1400 m de
altitude. Floresce no mês de dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
110
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. São Tomé das Letras: Caminho para o Pico do Peão (Sobradinho), 22 XII 2007, Trindade-
Lima, T. 252 (SP). 22 XII 2007, Trindade-Lima, T. 256 (SP).
Dyckia sp. 5.
Distribuição geográfica: MG
Comentário
Integra esta morfo-espécie exemplares procedentes dos municípios de Lavras e
Barbacena, em Minas Gerais. Alguns materias de Lavras estavam identificados como Dyckia
brasiliana e Dyckia tuberosa. A primeira é típica do Distrito Federal e os espécimes analisados
apresentam caracteres morfológicos distintos dos apresentados na descrição fornecida por Smith
& Downs (1974). Dyckia tuberosa, neste trabalho foi reconhecida para a região de Atibaia
e áreas mais próximas a esta localidade.
Esta morfo-espécie assemelha-se a Dyckia lagoensis, havendo inclusive sobreposição das
áreas de ocorrência das mesmas. A diferenciação baseou-se principalmente na forma das
brácteas escapais, estreitamente ovadas na base, longamente acuminadas, imbricadas, excedendo
os entrenós, as inferiores, tornando-se sub-patentes, brácteas florais estreitamente triangulares,
delicadas, as inferiores muito excedendo as flores e pedicelos distintos (ca. 4mm) (vs. brácteas
escapais superiores muito alargadas na base, acuminadas, muito menores que os entrenós,
brácteas florais geralmente menores que as flores e pedicelos menores (ca. 3mm).
Cresce como terrícola ou saxícola em áreas de Cerrado e Campos Rupestres, a cerca de
1000 m de altitude. Floresce nos meses de setembro e novembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Barbacena: XI 2003, Assis, L.C.S. 1018 (CESJ). Lavras: Reserva Poço Bonito, 12 IX 1987,
Gavilanes, M.L. s.n.(ESAL 08775). Reserva Biológica do Poço Bonito, 14 XI 1987, Gavilanes, M.L. s.n.(ESAL
09188). Poço Bonito, XI, Godinho, R.P. s.n.(ESAL 14397). Serra da Bocaina / Ingai - Itumirim, 18 IX 1987, DAC
s.n.(SP 218994). Reserva Biológica de Poço-Bonito, 11 XII 1980, Leitão Filho, H.F. 12072 (UEC).
Fernseea itatiaiae (Wawra) Baker, Handb. Bromel. 20. 1889. Basiônimo: Bromelia itatiaiae
Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 114. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, pico de Itatiaia, Wawra II-442. (Holótipo: W, destruído).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
111
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Fernseea itaiaiae é endêmica da Serra da Mantiqueira, sendo encontrada na região do
Itatiaia, na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro e em algumas localidades do estado de São
Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas com textura diferenciada, com espinhos uniformemente
distribuídos na margem, indumento cinéreo na face abaxial, inflorescência simples, lanuginosa,
com flores polísticas, pediceladas e pelas pétalas marron-arroxeadas. Assemelha-se a Fernseea
bocainensis, espécie endêmica da Serra do Mar.
Cresce em Campos de Altitude, entre 1900 e 2500 m de altitude, esssencialmente como
rupícola ou saxícola, apenas um dos materiais examinados indicava hábito epifítico. A floração
concentra-se entre junho e outubro, com pelo menos um registro indicando floração para cada
um dos demais meses do ano.
Fernseea itatiaiae é a única espécie de Bromeliaceae que apareceu na Lista Oficial das
Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (Portaria 006/92-N, do IBAMA, 15 de
janeiro de 1992). A espécie ocorre em unidade de conservação, mas devido a sua distribuição
restrita, requer atenção especial com relação a sua conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Itamonte: Serra de Itatiaia, 16 IX 1961, Pereira, E. 5781 (HB). Parque Nacional de Itatiaia, 16
VIII 1969, Sucre, D. 5766 (RB). Parque Nacional de Itatiaia, 27 VI 1982, Farney, C. 34 (RB). Parque Nacional de
Itatiaia, 2 V 1985, Martinelli, G. 10847 (RB). Serra do Itatiaia, 16 IX 1961, Martinelli, G. 5781 (RB). 16 IX 1961,
Pereira, E. 5781 (RB). RIO DE JANEIRO. Sucre, D. 10674 (RB). Planalto do Itatiaia, 15 XII 1960, Lutz, B.
s.n.(R 111803). Serra do Itatiaia, VI 1913, Brade, A.C. sem n} (RB). Planalto do Itatiaia, 5 II 1969, Sucre, D. 4671
(RB). Serra do Itatiaia, 24 VII 1901, Hemmendorff, E. 558 (R). Serra do Itatiaia, 24 V 1902, Dusén 557 (R). Serra
do Itatiaia, II 1894, Ule, E. 291 (R). Serra do Itatiaia, 28 XII 1896, Ule, E. 291 (R). Alto das Agulhas Negras, 19 V
1957, Emygdio, L. 1413 (R). Parque de Itatiaia, 23 I 1959, Castellanos 22542 (R). Alto do Itatiaia, X 1913, Lutz, A.
562 (R). Serra do Itatiaia, 16 II 1958, Castellanos, A. 21896 (R). Itatiaia: Abrigo Rebouças, 12 III 1960, Angeli, L.
14 (HB). Abrigo Rebouças, 30 XII 1966, Strang, H. 843 (HB). Abrigo Rebouças, 12 III 1960, Angeli, C. 14 (HB).
Parque Nacional do Itatiaia, 2 IX 1972, Braga, P.I.S. 2573 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 14 XII 2004, Forzza,
R.C. 3722 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 12 IV 1977, Martinelli, G. 1606 (RB). Serra do Itatiaia, 23 VII 1963,
Kuhlmann, K. 947 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 2 VIII 1974, Martinelli, G. 480 (RB). Estrada Nova, V 1950,
Brade, A.C. s.n.(RB 77532). Parque Nacional do Itatiaia, 6 XI 1976, Martinelli, G. 1088 (RB). Prateleiras, IX
1932, Brade, A.C. 12/125 (RB). Prateleiras, 1 III 1950, Brade, A.C. 20216 (RB). 29 VI 1939, Foster, M.B. 116 (R).
Abrigo Rebouças, 12 III 1960, Angeli, C. 14 (NYBG). Planalto of Itaiaia (mountain), 5 XI 1965, Rolla, M. 6720
(NYBG). 1 III 1950, Brade, A.C. 20216 (RB). IX 1933, Brade, A.C. 12725 (RB). 12 IV 1977. Resende: Parque
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
112
Resultados & discussão
Nacional do Itatiaia, 9 X 1981, Martinelli, G. 7767 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 11 X 1977, Martinelli, G.
3219 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 15 I 1985, Lima, H.C. 2538 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 28 IX 1980,
Martinelli, G. 7389 (RB). 28 IX 1980. 2 IX 1972, Braga, P.I.S. 2573 (RB). VI 1913, Toledo, C.B. 730 (RB). 27 VI
1982, Farney, C. 34 (RB). 15 I 1985, Lima, H.C. de 2538 (RB). 11 X 1977. 6 XI 1976. V 1950, Brade, A.C. s.n.
(RB77532). 2 VIII 1974, Martinelli, G. 480 (RB). SÃO PAULO. Cruzeiro: Alto do Pico Itaguaré, 4 VI 1995,
Giulietti, A.M. 1093 (SPF). Piquete: Morro dos Carecas, 23 IX 2006, Trindade-Lima, T. 114 (SP).
Neoregelia ampullacea (E. Morren) L. B. Sm., Contr. Gray Herb. 104: 78. 1934. Basiônimo:
Nidularium ampullaceum E. Morren, Belg. Hortic. 30: 242. 1880; 35: 172, pl. 14. 1885.
Tipo: Material cultivado procedente do Brasil, Morren Hortus s.n. (LG? n v, a espécie
foi tipificada com base na descrição e ilustração contida na obra original).
Distribuição geográfica: ES, RJ.
Comentário
Neoregelia ampullacea ocorre nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Na Serra
da Mantiqueira há apenas um registro para a região do Itatiaia, no Rio de Janeiro.
A ocorrência desta espécie para a região é duvidosa, uma vez que o exemplar examinado
apresenta hábito similar a Neoregelia chlorosticta (Baker) L.B. Sm., espécie mais comum,
também registrada para o Itatiaia. Como não foi possível uma análise detalhada do espécime,
optou-se por manter a identificação constante na etiqueta da exsicata.
Smith & Downs (1979) utilizam como características para a separação destes táxons na
chave a presença de manchas (pontuações ou faixas) escuras na lâmina foliar em Neoregelia
ampullacea (vs. manchas claras em Neoregelia chlorosticta). Estes autores, ainda, inferem sobre
a possibilidade de, Neoregelia punctatissima (Ruschi) Ruschi, Neoregelia tigrina (Ruschi)
Ruschi e Neoregelia rubrifolia Ruschi, serem apenas variações de Neoregelia ampullacea. Esta
espécie caracteriza-se pela conformação da roseta foliar, constricta em direção ao ápice e pelo
hábito estolonífero, muitas vezes formando grandes populações “suspensas”.
Cresce provavelmente como epífita em área de Mata Atlântica. Não dados sobre a
altitude. Floresce em dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 3 XII 1968, Pereira, E. s.n.(RB 50872).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
113
Resultados & discussão
Neoregelia angustibracteolata Pereira & Leme, Bradea 4(34). 1986.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Laranja da Terra, Leme 691 (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: ES.
Comentário
Neoregelia angustibracteolata é endêmica da região da Serra da Mantiqueira, conhecida
somente pelo material-tipo.
Caracteriza-se pelas folhas externas com lâminas sublineares-acuminadas e pelas brácteas
florais lineares, acentuadamente estreitas, com ápice agudo, levemente excedendo o ovário.
Assemelha-se a Neoregelia hoehneana L.B. Sm e a Neoregelia capixaba Pereira & Leme, ambas
não ocorrem na Serra da Mantiqueira.
Cresce como epífita na Mata Atlântica a cerca de 1300 m de altitude. Não dados
quanto ao período de floração da espécie. Não ocorre em unidade de conservação.
Neoregelia brigadeirensis Paula & Leme, Pabstia 8(1): 2. 1997.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Araponga, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Paula, C.C.
1268 fl. cult. Leme, E.M.C. 3567 (Holótipo: VIC, Isótipo: HB, GFJP).
Distribuição geográfica: MG
Comentários
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida até o momento somente para o
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em Minas Gerais.
A presença de folhas quase sem espinhos é uma característica marcante de Neoregelia
brigadeirensis, com relação às demais espécies do subgênero Longipetalopsis. Leme (1998)
indica semelhanças com Neoregelia azevedoi Leme, que não ocorre na Serra da Mantiqueira. No
protólogo da descrição original é destacada a semelhança morfológica com Neoregelia
paulistana E. Pereira, que também não ocorre nos limites da Serra da Mantiqueira.
Habita áreas de Mata Atlântica, normalmente associada a cursos d’água, onde cresce
como saxícola, entre 1000 e 1400 m de altitude. Floresce nos meses de outubro e novembro.
Paula (1998) indica floração entre janeiro e março e Leme (1998) de outubro a fevereiro.
Apesar de ocorrer em unidade de conservação, devido à distribuição restrita a uma
localidade e a pouca representatividade em herbários insere-se na categoria vulnerável (VU),
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
114
Resultados & discussão
segundo Paula (1998). Leme (1998) relata que esta espécie é extremamente sensível a períodos
de ressecamento, apresentando em cultivo crescimento lento.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 15 X 1996, Paula, C.C. 1268 (GFJP). Araponga: Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 26 IX 1996, Paula, C.C. s.n. (VIC 25949). Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, X 1996, Paula, C.C. 1268 (VIC).
Neoregelia brownii Leme, Pabstia 8(1): 3. 1997.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Fervedouro, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Pedra
do Pato, Leme, E.M.C. 2174 (Holótipo: GFJP. Isótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG
Comentários
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, com registros apenas para o Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro. Recentemente foi citado por Versieux (2005) um exemplar que apresenta
afinidades com a espécie, proveniente de Santo Antônio do Itambé – MG ampliando sua área de
ocorrência. No entanto, o material não foi analisado no período de floração (informação
pessoal).
Neoregelia brownii caracteriza-se pelas folhas levemente branco-escamosas e sépalas
assimétricas e obtusas. Assemelha-se, segundo Leme (1998) a Neoregelia bragarum (E. Pereira
& L.B. Sm.) Leme, que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita, saxícola ou rupícola, entre 1000 e 1800
m de altitude. Floresce entre fevereiro e maio. Ocorre em unidade de conservação, mas
considerando-se a ocorrência restrita, recomenda-se especial atenção no que concerne a
conservação deste táxon.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 37 (VIC). Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro, 4 II 1995, Paula, C.C. 1012 (VIC). Carangola: Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme,
E.M.C. 2174 (HB - ISÓTI). Serra do Brigadeiro, Fervedouro-Pedra do Pato, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2174
(GFJP).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
115
Resultados & discussão
Neoregelia chlorosticta (Baker) L.B. Sm., Phytologia 10: 486. 1964. Basiônimo: Karatas
chlorosticta Baker, Hand. Bromel. 7. 1889.
Tipo: Tipificada pela iconografia de E. Morren (Lectótipo: K) (Smith & Downs 1979).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SP.
Comentários
Smith & Downs (1979) indicam que Neoregelia chlorosticta ocorre do estado do Rio de
Janeiro ao Paraná. Na Serra da Mantiqueira há registros para a região do Itatiaia, no Rio de
Janeiro e para a porção noroeste da serra, em Minas Gerais.
Caracteriza-se por apresentar folhas normalmente vermelhas-vinosas com máculas
arredondadas verdes-claras e pela propagação por estolões. Assemelha-se a um grupo de
espécies que apresentam as folhas completamente variegadas (N. punctatissima, N. ampullacea,
N. tigrina e N. rubrifolia), conhecidas apenas para regiões litorâneas do Espírito Santo, exceto
Neoregelia ampullacea conforme discutido anteriormente.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a partir de 700 m de altitude. Floresce
de outubro a dezembro. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. rrego da Água Limpa - Mata Ciliar, X 1992, Leoni, L.S. 2001 (GFJP). Fervedouro: Reserva
Municipal Córredo da Água Limpa, 18 VIII 1992, Nahoum, P. s.n. (HB 73922). RIO DE JANEIRO. Itatiaia:
Maromba, 18 XII 1967, Pereira, E. 10646 (HB). Martinelli, G. s.n.(HB 77871). Martinelli, G. s.n. (HB 77848).
Dusén, P.K.H. s.n. (RB -). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 11 X 1977, Martinelli, G. 3261 (RB).
Neoregelia cyanea (Beer) L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 124: 9. 1939. Basiônimo: Hoplophytum
cyaneum Beer, Fam. Bromel. 131. 1857.
Tipo: Berlin Hortus s.n. (Holótipo: B).
Distribuição geográfica: MG
Comentário
Neoregelia cyanea é endêmica do estado de Minas Gerais. Na Serra da Mantiqueira é
conhecida por apenas uma coleta, realizada há mais de cinqüenta anos.
A espécie caracteriza-se pelo hábito delicado, poucas folhas, fortemente agudas e
apiculadas. No exemplar analisado a inflorescência apresenta-se levemente acima da roseta
foliar, sendo essa uma das características do subgênero Canistropsis do gênero Nidularium.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
116
Resultados & discussão
Smith & Downs (1979) infere sobre as similaridades morfológicas entre esta espécie e
Neoregelia sarmentosa, distinguindo-as na chave pelas folhas mais estreitas (10-20 mm de
comprimento), inconspicuamente serrilhadas, fortemente sulcadas na face abaxial, com escamas
essencialmente sob as nervuras em Neoregelia cyanea (vs. folhas mais largas (20-32 mm de
comprimento), conspicuamente serrilhadas, com escamas cobrindo completamente a face
inferior, em Neoregelia sarmentosa).
Cresce em área de Mata Atlântica, como epífita, por volta de 450 m de altitude. Não
dados precisos sobre o período de floração desta espécie, o material examinado, apresentado com
flor, foi coletado em outubro. Não ocorre em unidade de conservação e considerando a escassez
e a ausência de coletas para os últimos anos é possível que não seja mais encontrada na
natureza.
Material examinado
MINAS GERAIS. Rio Pomba: Bocaiú, 20 X 1947, Heringer, E.P. 2548 (SP).
Neoregelia farinosa (Ule) L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 124: 9. 1939.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Serra de Macaé, Ule, E. 4961 (Holótipo: B).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Neoregelia farinosa é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para os municípios de Descoberto e Fervedouro, no estado de Minas Gerais.
Trata-se de uma espécie bem delimitada, caracterizada por apresentar o interior da roseta
avermelhado no período de floração, folhas densamente lepidotas e brácteas florais e sépalas
verdes.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita a partir de 340 m de altitude. Floresce
em novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 11 XI 2001, Almeida, V.R. 22 (CESJ).
Fervedouro: Reserva Ecológica Municipal, 2 XI 1993, Leoni, L.S. 2345 (GFJP).
Neoregelia fosteriana L. B. Sm., Arq. Bot. S. Paulo II. 2: 120, pl. 50. 1950.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
117
Resultados & discussão
Tipo: Foster 123 (Holótipo – GH; isótipo – US), Itatiaia, Rio de Janeiro, Brasil.
Distribuição geográfica: RJ
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida apenas da região do Itatiaia, no
estado do Rio de Janeiro. O material-tipo é procedente de uma planta cultivada, coletada por
Foster (nº 123) em 1939. Luther (1995c) relata que apesar do holótipo ser proveniente de um
exemplar cultivado, parece representar o táxon da exsicata depositada no GH, referida para o
mesmo coletor e com a mesma numeração do holótipo. Este autor indica que o material Foster
(nº 119) citado por Smith & Downs (1979) é na realidade uma Neoregelia marceloi =
Canistropsis marceloi. Deste modo, além do material–tipo a espécie é conhecida por apenas
mais algumas coletas, além dos exemplares mantidos em cultivo por colecionadores.
Neoregelia fosteriana é uma das poucas espécies do gênero que apresenta inflorescência
composta, as folhas são normalmente concolores, avermelhadas com eventuais máculas verdes,
sépalas rosadas e pétalas azuladas.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como terrícola ou saxícola, entre 900 e 1500 m de
altitude. A floração parece ocorrer em novembro. Ocorre em unidade de conservação, mas sua
distribuição restrita e raridade nas coleções apontam a necessidade de novos estudos, a fim de se
tentar identificar as populações e efetivamente preservar a espécie.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Divisa com Minas Gerais, Próximo a Visconde de Mauá, XI 1998, Leme, E.M.C. 1371 (HB).
Itatiaia, Foster, M.B. 123 (RB).
Neoregelia ibitipocensis (Leme) Leme, Canistropsis Bromel. Mata Atl. 67. 1998. Basiônimo:
Wittrockia ibitipocensis Leme, Bradea 5(42): 393. 1991.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Lima Duarte, Parque Estadual do Ibitipoca, Leme, E.M.C. 1485
(Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentários
Espécie endêmica das matas nebulares da Serra da Mantiqueira. Era conhecida somente
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
118
Resultados & discussão
para o Parque Nacional do Itatiaia e Parque Estadual do Ibitipoca, uma nova ocorrência é
registrada no presente trabalho para a Serra do Funil, município de Rio Preto, Minas Gerais.
Morfologicamente assemelha-se a Neoregelia leucophoea (Baker) L. B. Sm., da qual
difere, segundo Leme (1998), pelas lâminas foliares mais estreitas sem manchas evidentes, com
margens pouco espinescentes e pétalas amarelas. Os exemplares coletados na Serra do Funil,
apresentam pétalas quase inteiramente alvas, apenas com ápice levemente amarelado, assim
como foi observado por Monteiro & Forzza (dados não publicados) para exemplares
provenientes da Serra do Ibitipoca, localidade típica. A coloração das sépalas também difere da
descrição original, onde são citadas sépalas verdes, enquanto no material examinado foram
observadas sépalas alvas com ápice purpúreo. Outras diferenças morfológicas foram verificadas,
destacando a importância, para este táxon, de estudos mais aprofundados.
Cresce preferencialmente como terrícola, formando densas populações, mas também
ocorre como epífita ou rupícola. É encontrada em áreas de Mata Atlântica, tanto no interior
quanto na borda de matas nebulares, entre 1000 e 1700 m de altitude. Floresce entre dezembro e
janeiro. A espécie ocorre em unidades de conservação, mas segundo Monteiro & Forzza (dados
não publicados) na lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais encontra-se na categoria
criticamente em perigo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 14 IX 1991, Leme, E.M.C. 1790 (HB). Parque
Estadual do Ibitipoca, 14 IX 1991, Leme, E.M.C. 1791 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme,
E.M.C. 1485 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G. 15317 (RB). Parque Estadual do
Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G. 15317 (BHCB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G.
15317 (NY). 27 V 2005, Forzza, R.C. 3992 (RB). 31 III 2004, Forzza, R.C. 3338 (RB). Rio Preto: Vilarejo do
Funil, 27 I 2007, Trindade-Lima, T. 229 (SP).
Neoregelia lactea Luther & Leme, Bromélia, 2 (2): 8-11. 1995.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Resende, Serrinha, ca. 950 m alt.; 27 de novembro 1993, R.
Menescal s.n. (Holótipo: HB; Isótipo: SEL).
Distribuição geográfica: RJ
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
119
Resultados & discussão
Neoregelia lactea é endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida apenas por uma coleta
além do material-tipo. Na descrição original da espécie Luther & Leme (1995) discutem que este
táxon vinha sendo identificado como N. fosteriana, com o qual é morfologicamente similar pela
inflorescência composta e coloração azulada das pétalas, além da mesma área de ocorrência.
A espécie é bem delimitada e caracteriza-de principalmente pela coloração esbranquiçada
das folhas centrais na época de floração. Na obra Bromélias Brasileiras, de Margaret Mee (1992)
foi retratada numa belíssima pintura, onde aparece identificada como N. fosteriana. Assemelha-
se a Neoregelia nivea, que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica a cerca de 900 m de altitude. Floresce
nos meses de novembro e dezembro.
Ocorre em unidade de conservação, mas assim como N. fosteriana a espécie requer uma
atenção especial, uma vez a amplitude de ocorrência e as populações naturais ainda são pouco
conhecidas. Luther & Leme (1995) enfatizam a necessidade de se promoverem pesquisas nas
unidades de conservação, para conhecer melhor a diversidade destas áreas e efetivamente
promover medidas de preservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Maromba, 13 XII 1964, Strang, H.E. 623 (RB). 13 XII 1964, Strang, H.E. 623 (RB).
Neoregelia lymaniana R. Braga & Sucre, Rev. Brasil. Bio. 34(4): 491. 1974.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Itaipava-Petrópolis, Braga, R. 32, fl. cult. (Holótipo: RB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Uma das poucas espécies de Neoregelia que apresenta inflorescência ramificada, estando
assim associada à Neoregelia fosteriana e Neoregelia lactea, ambas endêmicas da Serra da
Mantiqueira. Neoregelia lymaniana apresenta distribuição um pouco mais ampla, ocorrendo
também em algumas regiões da Serra do Mar no Rio de Janeiro.
Braga & Sucre (1974) destacam que uma peculiaridade interessante observada neste
táxon é o processo reversivo da coloração das folhas internas, que durante a floração tornam-se
intensamente rosadas, mas, na medida em que os frutos vão se desenvolvendo, voltam a ter a
mesma coloração das folhas externas (verde-claro). Segundo estes autores a espécie apresenta
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
120
Resultados & discussão
afinidades com N. fosteriana diferindo pelas “pétalas cobertas pelos lobos do cálice e, na antese,
os lacínios apenas se entreabrem formando estreitas fendas, bracteis primariis et secundaribus,
cálice corollam superante et aculeis longioribus et margis sparcei diversa. Caracteriza-se por
apresentar inflorescência vermelha, brácteas florais serrilhadas e sépalas branco-lepidotas.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita ou terrícola, em altitudes variando de
700 a 1500 m. Floresce entre outubro e abril. Ocorre em unidade de conservação.
Na Serra da Mantiqueira citações da espécie para o Parque Estadual do Ibitipoca e
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Monteiro & Forzza (dados não publicados) na flora de
Bromeliaceae do Parque Estadual do Ibitipoca relatam que apesar do grande esforço de coleta a
espécie não foi reencontrada, segundo estas autoras, Neoregelia lymaniana encontra-se na lista
das espécies ameaçadas de extinção de Minas Gerais, na categoria em perigo.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama, Martinelli, G. 15199 (RB). MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda
Neblina, XI 1994, Leoni, L.S. 2703 (GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 23 X 1996, Paula,
C.C. 1263 (VIC). Fervedouro: Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2126 (SEL). Parque Estadual da
Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2167 (HB). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993,
Leme, E.M.C. 2167 (SEL). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1478 (SEL).
Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1478 (HB).
Neoregelia oligantha L.B. Sm., Smithsonian Misc. Collect. 126: 30. 1955.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Parque Nacional, próximo à Ipatinga, Foster, M.B. 742
(Holótipo: GH, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG
Comentário
Esta espécie era conhecida somente do holótipo coletado na região do Vale do Rio Doce -
Minas Gerais mais de 60 anos. Foi recentemente coletadada no Parque Estadual do Ibitipoca,
em Lima Duarte Minas Gerais, onde habita o interior das matas nebulares, em apenas algumas
localidades do Parque. Em Araponga, Minas Gerais foi coletada uma planta que apresenta
afinidades com Neoregelia oligantha, mas o material em estágio de frutificação não possibilita
uma identificação mais precisa. Somente o material-tipo não é originário da Serra da
Mantiqueira, deste modo, a espécie é atualmente restrita a esta Serra.
Caracteriza-se pelas folhas recobertas por escamas na base, inflorescência pouco florida,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
121
Resultados & discussão
flores com longos pedicelos e pétalas com ápice lilás. Assemelha-se a Neoregelia cruenta, que
não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Neoregelia oligantha cresce em áreas de Mata Atlântica, preferencialmente como epífita,
entre 1300 e 1700 m de altitude. Floresce em agosto. Na região do material-tipo parece florescer
em julho. A maioria dos materiais examinados encontra-se em fase de frutificação e foram
coletados no mês de dezembro.
Ocorre em unidade de conservação, mas encontra-se na categoria em perigo na lista de
espécies ameaçadas de Minas Gerais.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga, 16 VIII 1992, Leoni, L.S. 1931 (GFJP). Lima Duarte: Parque Estadual do
Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15293 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15293
(BHCB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15293 (NY). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII
1998, Martinelli, G. 15293 (CEPEC). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15293 (SPF). 31 III
2004, Silva, B.R. 1317 (RB). 27 X 2004, Monteiro, R.F. 38 (RB).
Neoregelia aff. ruschii Leme & B.R. Silva, J. Bromeliad Soc. 51: 147, 2001.
Comentário
Não foi encontrada durante este trabalho a obra original desta espécie. Assim, não
muitos dados a serem considerados, uma vez que trata-se de um táxon recente, pouco conhecido.
Na etiqueta do único material referido para a região, são indicadas algumas
características, como folhas verdes com ápice vermelho, com manchas e máculas vinosas,
bainhas vinosas, inflorescência com brácteas e sépalas vermelhas e pétalas azuis.
Cresce como epífita em área de Mata Atlântica a cerca de 1100 m de altitude. Floresce no
mês de novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama: Parque Nacional do Caparaó, 28 XI 1998, Martinelli, G. 15201 (RB, MBM.).
Neoregelia sanguinea Leme, Selbyana. 16(1): 115. 1995.
Tipo: Brasil, Espiríto Santo, Iúna, Laranja da Terra, originalmente coletado por Roberto
Kautsky 1013 e floresceu em cultivo com E.M.C. Leme 1917. (Holótipo: HB. Isótipo: SEL).
Distribuição geográfica: ES.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
122
Resultados & discussão
Comentário
Neoregelia sanguinea é endêmica da região da Serra da Mantiqueira, conhecida somente
pelo material-tipo.
Segundo o autor da espécie, apresenta propagação por estolões curtos, folhas verdes a
púrpuras com pontuações verdes, as interiores vermelho-escuras em direção a base, sépalas
vermelhas em direção ao ápice e pétalas brancas na base com ápice lilás. Assemelha-se a
Neoregelia macwilliamsii L.B. Sm. e a Neoregelia compacta, que não ocorrem na Serra da
Mantiqueira.
Não há dados referentes ao hábito e ambiente. Foi coletada a cerca de 1000 m de altitude.
Floresce em dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Neoregelia sarmentosa (Regel) L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 104: 79. 1934. Basiônimo:
Nidularium sarmentosum Regel, Gartenflora 19: 268. 1870.
Tipo: Brasil, Petrograd Hortus ex Berlin Hortus s.n. (Holótipo: LE).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentário
Neoregelia sarmentosa ocorre na região Sudeste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira
registros da espécie apenas para o estado de Minas Gerais.
Caracteriza-se pelas folhas com bainhas negras, lâminas liguladas, verdes, com ápice
arredondado e mucronado, com uma mancha conspícua, vermelha e inflorescência com muitas
flores. Na análise dos materiais dos herbários notam-se variações consideráveis com relação ao
número de flores na inflorescência e coloração das sépalas (a maioria apresentava indicação de
cf. ou aff.). A espécie é pouco conhecida, sendo necessários estudos mais aprofundados que
propiciem um melhor entendimento da amplitude de variações. Conforme mencionado
apresenta algumas afinidades com N. cyanea.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 140 e 1600 m de altitude.
registro de floração para os meses de junho, novembro e dezembro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Am Paraíba: Arraial de São Domingos, 25 VI 1968, Braga, P.I.S. 1560 (RB). Chácara:
Fazenda Santana, 30 XI 1969, Gomes, V. 75 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
123
Resultados & discussão
E.M.C. 1492 (SEL). Rio Novo, IX 1895, Schwacke, W. 11966 (RB). Araújo 11966 (RB). Santa Rita de
Jacutinga: cachoeira do Pacau, XII 2001, Moura, R. 344 (R).
Neoregelia simulans L.B. Sm., Phytologia.15: 187. 1967.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, entre Castelo e Fruteira, Morro Pinga-Fogo, Seidel, A. 63-8
Holótipo: HBR).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
A espécie era conhecida apenas do material-tipo oriundo do estado do Espírito Santo,
constituído de poucos fragmentos o que tornava difícil uma delimitação precisa. Leme (1985)
publicou uma emenda para a espécie a fim de facilitar o reconhecimento do táxon. Na Serra da
Mantiqueira é referida para o Parque Estadual do Brigadeiro. Durante este trabalho foram
observadas algumas populações que foram consideradas como aff. de Neoregelia simulans, no
município de Rio Preto, Minas Gerais
Neoregelia simulans caracteriza-se pelo pequeno porte, lâminas verdes com máculas
vináceas, principalmente próximo na porção da bainha, sépalas vivamente vermelhas e pétalas
brancas com margens lilases. Assemelha-se a Neoregelia fluminensis L.B. Sm., que não ocorre
na Serra da Mantiqueira.
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita, rupícola ou saxícola, entre 1000 e 1500
m de altitude, formando densas populações. Floresce de fevereiro a abril. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula, C.C. 1033 (VIC). Rio
Preto: Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Trindade-Lima, T. 236 (SP).
Neoregelia sp.
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Esta morfo-espécie foi criada para abrigar um exemplar coletado na região de Carangola,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
124
Resultados & discussão
Minas Gerais. O espécime possui características distintas, podendo ser uma nova espécie,
segundo o coletor da planta, Leoni (com. pess.).
Cresce como epífita em área de Mata Atlântica a cerca de 500 m de altitude. Não ocorre
em unidade de conservação. Floresce no mês de setembro.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Rio Carangola - Ilha Encantada, 7 IX 1993, Leoni, L.S. 2261 (GFJP).
Neoregelia tristis (Beer) L.B. Sm., Proc. Amer. Acad. 70: 153. 1935. Basiônimo: Bromelia
tristis Beer, Bromel. 30. 1856.
Tipo: Cultivada no Brasil, Berlin Hortus s.n. (Holótipo: B, n v, destruído?).
Distribuição geográfica: ES, RJ.
Comentário
Neoregelia tristis é conhecida para poucas localidades do estado do Espírito Santo e Rio
de Janeiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada por apenas uma coleção procedente da região
do Itatiaia no Rio de Janeiro.
Caracteriza-se pelas bainhas relativamente largas com pontuações escuras, lâminas
verdes com estrias desuniformes, espinhos inconspícuos, brácteas florais vermelha-escuras e
pétalas azuis em direção ao ápice. Na chave apresentada por Smith & Downs (1979) aparece
próxima de Neoregelia leprosa L.B. Sm., conhecida apenas pelo material tipo procedente da
Serra do Cipó, Minas Gerais.
Não dados sobre o hábito, ambiente e altitude de ocorrência na Serra da Mantiqueira.
Smith & Downs (1979) indica que a espécie ocorre acima de 1000 m de altitude. Ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia, Foster, M.B. 139 (RB).
Nidularium antoineanum Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30(4): 113. 1880.
Tipo: Lectotipificada pela estampa 35-C, in Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883,
designado por Leme (2000b).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
125
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Nidularium antoineanum é restrito ao Sudeste brasileiro. Em Minas Gerais a espécie é
conhecida apenas em áreas da Serra da Mantiqueira, no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e
Parque Nacional do Caparaó.
A caracterização de Nidularium antoineanum foi bastante dificultada ao longo dos anos
por não haver um material-tipo preservado. A estampa que tipifica a espécie revela traços
influentes do estilo do artista e não apresenta detalhes morfológicos. No decorrer dos anos, com
as informações contidas na descrição original, a estampa colorida e a área de ocorrência indicada
no protológo, foi possível o reconhecimento de algumas populações, relativamente comuns em
áreas serranas do Rio de Janeiro e São Paulo (Leme 2000b).
A espécie apresenta como caracteres marcantes, o escapo ultrapassando as bainhas
foliares, brácteas primárias sem distinção entre bainha e lâmina e as flores, geralmente,
distintamente pediceladas. Assemelha-se a Nidularium marigoi Leme, da qual pode ser
diferenciada pelas bainhas sem nervuras evidentes e pelas pétalas azul-escuras em direção ao
ápice, com margens brancas. A coloração das folhas, como em algumas outras espécies do
gênero, pode apresentar variação. No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro são observadas
populações com folhas purpúreo-vinosas, diferentes do padrão, completamente verde, verificado
na maioria das populações (Leme 2000b).
Cresce em áreas de Mata Atlântica, como epífita, rupícola ou terrícola, entre 400 e 1800
m de altitude. Nos exemplares examinados indícios de floração nos meses de abril, maio,
junho, novembro e dezembro. Leme (2000b) indica que a espécie floresce de fevereiro a maio.
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Pedra Dourada, VIII 1997, Leoni, L.S. 3753 (GFJP). Serra do Boné, 9 IV 1995, Leoni, L.S. 2899
(GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 XII 1995, Paula, C.C. 1068 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 34 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19
XII 1995, Paula, C.C. 1068 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 XI 2001, Paula, C.C. 1170 (VIC).
Serra do Boné, 23 VI 2004, Leoni, L.S. 5871 (GFJP). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 VI 2002, Leoni,
L.S. 5044 (GFJP). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, V 2006, Leoni, L.S. 6479 (GFJP). Caparaó, Leme,
E.M.C. 4553 (RB). Carangola: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2169 (HB).
fazenda Neblina, 5 VI 1988, Leoni, L.S. s.n. (SPF 62045). Serra da Grama, 24 IV 1991, Leoni, L.S. 1514 (GFJP).
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, IV 1993, Leoni, L.S. 2176 (GFJP). Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 5
VI 1988, Leoni, L.S. 253??? (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
126
Resultados & discussão
C.C. 1034 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2169 (HB). fazenda Neblina,
16 VIII 1992, Leme, E.M.C. 1951 (HB).
Nidularium apiculatum L. B. Sm., var. apiculatum Smithsonian Misc. Collect. 126 (1): 32,
fig. 77. 1955.
Tipo: Rio de Janeiro, Itatiaia, 30 jun. 1939, Foster, M.B. 124 (Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: RJ
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, encontrada apenas na região de Itatiaia, no
estado do Rio de Janeiro.
Caracteriza-se por apresentar poucas brácteas primárias, com lâminas bem desenvolvidas,
inflorescência peculiar, assimétrica, sépalas avermelhadas na porção central com margens
esverdeadas e pétalas com ápice vermelho-coralino. Apresenta algumas afinidades com
Nidularium itatiaiae L.B. Sm. (com o qual partilha basicamente a mesma área de distribuição),
diferenciando-se pelo porte menor, forma da inflorescência, fascículos com menor número de
flores (que concentram-se mais no tanque central da inflorescência) e sépalas menores. A espécie
esta mais intimanente relacionada a Nidularium altimontanum Leme, que ocorre na Serra do
Mar (Leme 2000b).
Cresce em áreas de Mata Atlântica, normalmente associada a cursos d’água, como epífita
ou saxícola, entre 1000 e 1300 m de altitude. Nos materiais examinados foram encontrados
indícios de floração nos meses de maio, agosto e novembro. Leme (2000b) indica floração para a
espécie entre dezembro e maio. Encontra-se protegida em unidade de conservação, no entanto é
necessária especial atenção, por ser restrita a poucas localidades.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Parque Nacional do Itatiaia, 7 XI 1992, Leme, E.M.C. 1998 (HB). 15 V 1985,
Menescal, R. s.n. (HB 73842). 15 V 1985, Menescal, R. s.n. (RB 402200). Resende: Serrinha, VIII 1985, Leme,
E.M.C. 719 (HB). Parque Nacional do Itatiaia, 7 XI 1992, Leme, E.M.C. 1999 (HB). VIII 1985, Leme, E.M.C. 720
(RB).
Nidularium apiculatum var. serrulatum L.B. Sm. Smithsonian Misc. Collect. 126 (1): 32.
1955.
Tipo: Rio de Janeiro, Itatiaia, 30 jun. 1939, Foster, M.B. 121 (Holótipo: GH; isótipo: R).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
127
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: RJ
Comentário
Esta variedade, assim como a variedade típica, é endêmica da Serra da Mantiqueira,
restrita a região de Itatiaia, Rio de Janeiro. Foi coletada na mesma data que a variedade típica,
provavelmente em regiões próximas. A principal característica utilizada na distinção desta
variedade é a presença de sépalas espinulosas, caráter único no gênero. Leme (2000b) discute a
problemática da validade deste táxon, uma vez que não é possível distinguir com clareza outros
caracteres que possam sustentar esta variedade.
registro de apenas mais um exemplar além do material-tipo. Cresce como epífita, em
áreas de Mata Atlântica, a cerca de 1300 m de altitude. O isótipo analisado parece estar em
período de floração e foi coletado no mês de junho, o outro material, segundo Leme (2000b)
floresceu em cultivo no mês de fevereiro. Ocorre em unidade de conservação, mas são válidas
para esta variedade as mesmas observações feitas a variedade típica quanto a conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Parque Nacional do Itatiaia, 7 XI 1992, Leme, E.M.C. 2000 (HB).
Nidularium azureum (L.B. Sm.) Leme, Nidularium Bromel. Mata Atl. 94. 2000. Basiônimo:
Wittrockia azurea L.B. Sm., Smithsonian Misc. Collect. 126: 36. 1955.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Coronel Pacheco, fazenda da Companhia, Heringer, E.P.
1536 (Holótipo: SP, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira conhecida apenas de algumas localidades do
município de Coronel Pacheco, no estado de Minas Gerais.
Apresenta características morfológicas bastante diferenciadas das espécies congêneres,
com traços intermediários entre o “complexo azul” e o “complexo vermelho”. Caracteriza-se
pelo aspecto delicado, com folhas estreitas, escapo floral elevando distintamente a inflorescência
acima da roseta foliar e pela presença de apêndices fimbriados na base das pétalas. Assemelha-se
a N. corallinum, espécie pertencente ao “Complexo vermelho”, endêmica do estado de São
Paulo, da qual pode ser diferenciada pelas lâminas muito estreitas (1,3 2,2 cm) (vs. lâminas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
128
Resultados & discussão
mais largas (2,5 3,0 cm), maior densidade de espinhos nas brácteas primárias e florais (vs.
menor densidade de espinhos), sépalas obtusas (vs. longamente acuminadas) e pétalas na sua
maior parte azul-escuras (vs. pétalas vermelho coralinas) (Leme 2000b).
Ocorre na Mata Atlântica em locais sombreados e geralmente próximos a cursos d’água,
como epífita, a cerca de 450 m de altitude. A floração, de acordo com Leme (2000b), ocorre nos
meses de fevereiro e março, e também de agosto a outubro. Segundo este autor esta espécie pode
ser considerada no limiar da extinção, uma vez que foi verificada atividades de desmatamento na
única localidade onde foi encontrada. Não ocorre em unidade de conservação. Versieux (2005)
enquadra a espécie na categoria criticamente em perigo (CR) destacando a necessidade de
medidas conservacionistas urgentes.
Material examinado
MINAS GERAIS. Coronel Pacheco: Água Limpa, 6 VII 1967, Pereira, E. 10596 (HB). fazenda da Companhia,
30 VIII 1944, Heringer, E.P. 1536 (SP). fazenda da Companhia, 30 VIII 1944, Heringer, E.P. 1536 (US). Antiga
Fazenda Água Limpa, 28 VI 1996, Leme, E.M.C. 3414 (HB). Heringer, E.P. 1536 (RB).
Nidularium bicolor (E. Pereira) Leme, Nidularium Bromel. Mata Atl. 49. 2000. Basiônimo:
Nidularium innocentii var. bicolor E. Pereira, Bradea 1(29): 316. 1973.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Castelo, Pedra Azul, Seidel, A. 644 (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Nidularium bicolor é típico de áreas da Serra da Mantiqueira, principalmente do estado
de Minas Gerais. Segundo Leme (2000b) as coletas realizadas nos outros estados são
significativamente próximas as fronteiras com este estado. No Rio de Janeiro a espécie é
registrada apenas para o município de Visconde de Mauá, na Serra da Mantiqueira.
Durante as coletas realizadas neste trabalho, foram encontradas algumas populações desta
espécie na região de Rio Preto, em Minas Gerais, ocorrendo em simpatria com Nidularium
ferdinando-coburgii. Leme (2000b) não aponta similaridades morfológicas entre estes táxons,
indicando somente que pode haver superposição destas espécies na região de Ibitipoca, em
Minas Gerais. Monteiro & Forzza (dados não publicados) na flora bromeliólogica da Serra do
Ibitipoca conclui que apenas Nidularium ferdinando-coburgii ocorre no local e que a
circunscrição destes dois táxons deve ser revista. Nas populações de Rio Preto, apesar da
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
129
Resultados & discussão
complexidade envolvida, foi possível delimitar as duas espécies. Nidularium bicolor caracteriza-
se pelas lâminas foliares menores (12-30 x 3,5-4,3 cm) e brácteas primárias menores (4-11 x 3-6
cm), com espinhos conspícuos (1,5mm de comp), vs. lâminas foliares mais longas (20-58 x 2,5-
3,5 cm), brácteas primárias (9-13 x 3,5-5,5 cm) e espinhos menores que 1mm em Nidularium
ferdinndo-coburgii. Nota-se sobreposição de alguns dos caracteres citados acima, bem como de
outros não exemplificados aqui. É bastante provável que hajam híbridos nas populações
simpátricas (do Parque Estadual do Ibitipoca e da Serra do Funil, em Rio Preto). Alguns
materiais procedentes do Parque Estadual do Ibitipoca apresentam espinhos proeminentes,
negros, semelhantes aos de Nidularium fulgens Lem., espécie registrada apenas para o estado do
Rio de Janeiro. Nas populações encontradas em Rio Preto, também foi registrada a presença de
Nidularium purpureum, embora esta espécie possua padrão cromático distinto do grupo em
questão, a distinção entre estas espécies no estado vegetativo requer observações minuciosas.
Estudos mais aprofundados devem ser realizados, para uma melhor delimitação, ou
sinonimização deste táxon.
Cresce como epífita ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, Campos Rupestres e
Campos de Altitude, entre 600 e 1550 m de altitude. indicações de floração nos meses de
janeiro, abril, junho, agosto, setembro, outubro e dezembro, com concentrações nos meses de
verão. Leme (2000b) indica que a espécie floresce de novembro a fevereiro. Ocorre em unidade
de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Estrada Mauá - São José do Rio Preto, VIII 1985, Leme, E.M.C. 721 (HB). Conceição de
Ibitipoca: Parque Estadual de Ibitipoca, 13 I 2007, Trindade-Lima, T. 181 (SP). Fervedouro: Res. Mun. Córrego
da Água Limpa, 18 VIII 1992, Nahoum, P. s.n.(HB 73842). Res. Mun. Córrego da Água Limpa, 18 VIII 1992,
Nahoumi, P. s.n.(RB 402200). Leme, E.M.C. 1943 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 22 I 2002,
Paula, C.C. s.n. (VIC 26388). Parque Estadual de Ibitipoca, 4 IV 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 26464). Parque
Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15290 (GFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 14 IX 1981, Leme,
E.M.C. 1793 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15290 (RB). Parque Estadual do
Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15290 (BHCB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G.
15290 (CFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15297 (RB). Leme, E.M.C. 2278 (RB).
Manhumirim, 28 X 1982, Seidel, A. 820 (SEL). Rio Preto, III 2004, Menini-Nero, L. s.n.(CESJ 42655). Leme,
E.M.C. 3403 (RB). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2563 (SP). RIO DE JANEIRO. Estrada para
Visconde de Mauá, VIII 1985, Leme, E.M.C. 711 (HB). Parque Nacional do Itatiaia, XI 1988, Leme, E.M.C. 1373
(HB). RIO DE JANERIO. Estrada para Visconde de Mauá - Alto da Serra, VIII 1985, Leme, E.M.C. 711 (HB).
Nidularium billbergioides (Schult. & Schult. f.) L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 95: 42. 1931.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
130
Resultados & discussão
Basiônimo: Tillandsia terminalis Vellozo, Fl. Flum. 137. 1825; Icon. 3: pl. 143. 1831.
Tipo: Brasil, Almada, Martius s. n. (Holótipo: M, n. v.).
Distribuição geográfica: BA, ES, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Leme (1998) elevou o subgênero Canistropsis ao status de gênero, no qual Nidularium
billbergioides foi incluído. Moreira et al. (2007) relatam não haver características exclusivas
suficientes para manter Canistropsis como um nero a parte e adotam a proposição de Smith &
Downs (1979), mantendo Canistropsis como subgênero de Nidularium.
Nidularium billbergioides ocorre no leste brasileiro da Bahia a Santa Catarina. Na Serra
da Mantiqueira é conhecido por apenas uma coleta procedente do município de Tremembé, no
estado de São Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas delicadas, escapo longo, elevando distintamente a
inflorescência acima da roseta foliar, brácteas primárias geralmente amarelas, (segundo Leme
(1998) também podem ser verdes, alaranjadas, róseas e lilases a purpúreos-escuras), e pétalas
alvas. Na etiqueta do exemplar analisado são indicadas brácteas primárias amarelas.
Provavelmente devido a ampla área de ocorrência e riqueza nos ambientes, a espécie pode
apresentar-se variável nas coleções, apesar disso é de fácil reconhecimento e na Serra da
Mantiqueira não há outra espécie com a qual pode ser confundida.
Não dados referentes ao hábito, ambiente e altitude de ocorrência. Segundo Leme
(1998) vive preferencialmente no sub-bosque da Mata Atlântica, como rupícola ou epífita, em
torno de 1000 m de altitude e floresce de agosto a fevereiro. O material examinado apresenta
flores e foi coletado no mês de maio. Moreira et al. (2007) indica floração ao longo de todo o
ano. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Tremembé, 9 V 1938, Doering, R. s.n. (SP 39455).
Nidularium corallinum (Leme) Leme, Nidularium Bromél. Mata Atl.: 121. 2000. Basiônimo:
Wittrockia corallina Leme, J. Bromeliad Soc. 42(2): 51. fig. 1, 2. 1992.
Tipo: Brasil, São Paulo, Bananal, Sertão das Cobras, Faz. Albion, 23 set. 1989, E. Leme
1427, fl. cult. ago. 1990. (Holótipo: HB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
131
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: SP.
Comentário
Nidularium corallinum era conhecido apenas da região de Bananal, no estado de São
Paulo. Moreira & Wand. (2000) descreveram Nidularium longiescapum, considerado atualmente
sinônimo de N. corallinum. Um dos parátipos indicados neste trabalho é procedente do
município de Lavrinhas, localizado nos limites da Serra da Mantiqueira, no estado de São Paulo.
Este material apresenta características um pouco distintas do padrão geral da espécie, como, por
exemplo, a forma das brácteas e sépalas, assemelhando-se a Nidularium azureum, conhecido
apenas para o município de Coronel Pacheco, região da Serra da Mantiqueira em Minas Gerais.
Levando-se em conta a área de ocorrência (relativamente próxima ao centro de distribuição de N.
corallinum) e a ausência de maiores informações, uma vez que este material está em estágio de
frutificação, optou-se neste trabalho em manter a identificação do parátipo. Mas ressalta-se a
necessidade de uma análise mais aprofundada deste exemplar, e de novas coletas na localidade,
para verificação da identidade deste material, considerando-se a raridade destes dois táxons.
Segundo Leme (2000b) Nidularium corallinum é uma espécie bastante peculiar, sendo a
única do “Complexo vermelho” com escapo longo, que eleva distintamente a inflorescência
acima da roseta foliar, e com pétalas curtamente concrescidas, portadoras de apêndices
fimbriados. Conforme já mencionado, apresenta afinidades com N. azureum.
Cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica. Não dados sobre a altitude no
material. Foi encontrado com frutos no mês de abril. Leme (2000b) indica que a espécie cresce
como epífita, a cerca de 1300 m de altitude, no sub-bosque da Mata Atlântica de encosta e
floresce entre os meses de maio e agosto. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Lavrinhas: Vale do Ribeirão do Braço, 5 IV 1995, Kinoshita, L.S. 95.20 (SP).
Nidularium ferdinando-coburgii Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 112. 1880.
Tipo: Lectotipificada pela estampa 36-C in Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883,
designado por Leme (2000b).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
132
Resultados & discussão
Segundo Leme (2000b) a caracterização de Nidularium ferdinando-coburgii tem sido ao
longo dos anos dificultada, principalmente pela ausência de um espécime-tipo preservado. No
protólogo da espécie são indicados dois espécimes, procedentes dos municípios de Teresópolis e
Petrópolis, do Rio de Janeiro. O autor da espécie em 1883 selecionou o material de Teresópolis
para tipificar o táxon e apresentou uma estampa colorida do mesmo. Leme (2000b) relata que os
exemplares designados por Wawra não foram localizados e designa a estampa como lectótipo da
espécie. No entanto, indica que esta ilustração é pouco representativa, com forte influência do
artista e que apesar da descrição detalhada, não foi possível observar na natureza exemplares
compatíveis. Este autor aponta como mortfologicamente similares, um espécime procedente de
Petrópolis e alguns materiais da região do Ibitipoca. Deste modo, considerando-se a
circunscrição apresentada por este autor, Nidularium ferdinando-coburgii tem área de ocorrência
concentrada na Serra da Mantiqueira. Durante este trabalho foram encontradas algumas
populações no município de Rio Preto, Minas Gerais, ampliando a distribuição do táxon.
Conforme mencionado Nidularium ferdinando-coburgii possui grandes afinidades
morfológicas com Nidularium bicolor. Leme (2000b) indica proximidade com Nidularium
longiflorum, pelas flores concentradas na porção central da inflorescência, e pela problemática
envolvida na circunscrição de Nidularium ferdinando-coburgii não descarta a possibilidade de se
tratarem de um mesmo táxon. Nos materiais procedentes da Serra da Mantiqueira examinados
neste trabalho, é possível discernir facilmente estes dois táxons.
Nidularium ferdinando-coburgii cresce como terrícola ou epífita, em áreas de Mata
Atlântica, Campos Rupestres e Campos de Altitude, entre 1300 e 2000 m de altitude.
indicações de floração para os meses de janeiro, fevereiro, abril, junho e dezembro, com
concentrações para o s de junho, dezembro e janeiro. Este período coincide em parte com a
floração de Nidularium bicolor. Leme (2000b) indica que a espécie foi observada florescendo
nos meses de junho e dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 26 XII 1989, Leme, E.M.C. 1466 (HB). Parque
Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1484 (HB). VI 1896, Magalhães, H. 1395 (R). Parque Estadual
do Ibitipoca, 8 II 2001, Forzza, R.C. 1798 (CESJ). 11 III 2004, Forzza, R.C. 3182 (RB). 27 X 2004, Monteiro, R.F.
40 (RB). 20 I 2005, Monteiro, R.F. 49 (RB). 18 I 2005, Monteiro, R.F. 42 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 24 (RB).
Rio Preto: Ninho da Égua, 25 IV 2005, Salimena, F.R.G. 184 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006, Wanderley,
M.G.L. 2549 (SP). Vilarejo do Funil, 27 I 2007, Trindade-Lima, T. 231 (SP).
Nidularium itatiaiae L.B. Sm. Smithsonian Misc. Collect. 126 (1): 32, fig. 1955.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
133
Resultados & discussão
Tipo: Rio de Janeiro, Itatiaia, Cachoeira do Maromba, 30 jun. 1939, Foster, M.B. 118
(Holótipo: GH; isótipo: R).
Distribuição geográfica: RJ, SP.
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, característica da região do Itatiaia no estado
do Rio de Janeiro. Smith & Downs (1979) citam na Flora Neotrópica, dois exemplares
procedentes do Município de Campos do Jordão, estado de São Paulo. Moreira et. al (2007)
relatam não ter examinado estes materiais, mas incluem a espécie na flora de São Paulo,
argumentando ser bastante provável sua ocorrência para este estado. Nos materiais examinados,
neste trabalho, foi observado um exemplar coletado recentemente em Campos do Jordão.
A identificação desta espécie teve alguns problemas ao longo dos anos, uma vez que, o
material-tipo é representado por um exemplar heliófilo, não consta na descrição original do
táxon referência sobre a coloração das pétalas e, na mesma região de sua distribuição ocorre
Nidularium marigoi Leme, que só foi descrito recentemente (Leme 2000b).
Nidularium itatiaiae caracteriza-se por possuir brácteas primárias agudas, com apículos
evidentes, vivamente vermelhas no terço apical ou em toda sua extenção. Conforme já
mencionado possui algumas simlidades com N. apiculatum, mas assemelha-se mais intimanente
a N. purpureum do qual pode ser diferenciado, pelas brácteas primárias agudas e vivamente
vermelhas (vs. brácteas primárias acuminadas e esverdeadas, raramente avermelhadas), sépalas
oblongo-elípticas a quase orbiculares, mais altamente concrescidas, com ápice largamente agudo
e apiculado (vs. sépalas elípticas a quase obovadas, mais curtamente conscrescidas na base, com
ápice acuminado) (Leme 2000b).
Habita o sub-bosque da Mata Atlântica, onde cresce como epífita, terrícola, rupícola ou
saxícola, entre 800 e 1900 m de altitude. Nos materiais examinados indicações de floração
nos meses fevereiro, maio, agosto, outubro e dezembro. Leme (2000b) indica florescimento nos
meses de dezembro e janeiro. A espécie ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Parque Nacional do Itatiaia, 3 II 1967, Strang, H. 955 (HB). Serra da Mantiqueira - Rio
Itatiaia, 22 IV 1961, Castellanos, A. 23105 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 30 V 1969, Sucre, D. 5155 (RB).
Parque Nacional do Itatiaia, 26 VIII 1989, Leme, E.M.C. 1415 (RB). Itatiaia: Monte Serrate, 15 VII 1902, Dusén,
P. 740 (R). Parque Nacional do Itatiaia, 21 XII 1995, Leme, E.M.C. 3307 (HB). 18 V 1995, Braga, J.M.A. 2411
(RB). 26 VIII 1989, Leme, E.M.C. 1415 (RB). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 26 VIII 1989, Leme, E.M.C.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
134
Resultados & discussão
1415 (HB). Parque Nacional do Itatiaia, 26 VIII 1989, Leme, E.M.C. 1415 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 1 V
1985, Martinelli, G. 10808 (RB). Parque Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli, G. 10808 (SI). Parque
Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli, G. 10808 (US). Parque Nacional do Itatiaia, 11 X 1977, Martinelli, G.
3253 (RB). SÃO PAULO. Campos do Jordão: Parque Estadual de Campos do Jordão, 6 XII 2000, Konno, T. 728
(SP).
Nidularium longiflorum Ule, Ber. Deustsch. Bot. Ges. 14: 408. 1896.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Floresta da Tijuca, Ule, E. 4036 (Holótipo: B, Isótipo, R).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentário
Segundo Leme (2000b) a espécie ocorre em áreas de Mata Atlântica do Espírito Santo,
Rio de Janeiro e São Paulo. Na Serra da Mantiqueira é registrada para os estados de Minas
Gerais e Rio de Janeiro, sendo que em Minas Gerais, de acordo com Versieux (2005) a espécie é
restrita a esta região.
Leme (2000b) relata a problemática relacionada ao táxon, que apesar de ser bem
caracterizado pelo hábito estolonífero, inflorescência obcônico-subtubular, uniutriculada, com
flores concentradas na porção central da inflorescência e pétalas que podem atingir até 80 mm de
comprimento, com lobos estreitamente ovados e com calosidades basais bem desenvolvidas, foi
ao longo dos anos confundido e relacionado a outras espécies, dentre as quais pode-se destacar
N. ferdinando-coburgii conforme já discutido anteriormente.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 400 m de altitude. Os
exemplares analisados apresentam flores e foram coletados nos meses de novembro, janeiro e
abril, coincidente com o período de floração da espécie indicado por Leme (2000b). Ocorre em
unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 11 XI 2001, Almeida, V.R. 27 (CESJ).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 23 I 2001, Forzza, R.C. 1746 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do
Grama, 23 I 2001, Forzza, R.C. 1746 (SPF). Rosário da Limeira: Serra das Aranhas, 29 IV 2000, Palhais, C.B.
150 (VIC). RIO DE JANEIRO. Cabeceiras do Rio Funil, 7 XI 1956, Kuhlmann, M. 4015 (SP). Cabeceiras do Rio
Funil, 7 XI 1956, Kuhlmann, M. 4114 (SP).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
135
Resultados & discussão
Nidularium marigoi Leme, J. Bromeliad Soc. 41(3): 112. 1991.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, próximo à divisa com Minas Gerais, Parque Nacional do
Itatiaia, Leme, E.M.C. 937 (Holótipo: HB, Isótipo: RB).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Espécie típica das regiões mais elevadas da Serra da Mantiqueira, ocorrendo entre os
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com apenas alguns registros para o Parque
Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, Minas Gerais e para o Parque Nacional da Bocaina, em
São Paulo. Durante este trabalho foram encontradas algumas populações no município de
Extrema, no sul de Minas Gerais. A espécie está sendo mantida em cultivo, no viveiro da
Prefeitura de Extrema.
Segundo Leme (2000b) antes da sua classificação N. marigoi era comumente identificado
como Nidularium itatiaiae, que apresenta área de ocorrência similar. Morfologicamente
apresenta maior afinidade com Nidularium antoineanum, conforme mencionado anteriormente.
A espécie apresenta padrão de coloração das pétalas intermediário entre o “complexo azul” e o
“complexo vermelho”, sendo azuis escuras em direção ao ápice, mas com as margens e o próprio
ápice róseo-lilacino.
O material Mattos 15001 estava identificado com Nidularium bocainensis, espécie que
não ocorre na Serra da Mantiqueira. Embora o exemplar apresente algumas características um
pouco distintas do padrão geral de N. marigoi (escapo mais longo e brácteas primárias mais
agudas), neste trabalho o material foi identificado como N. cf. marigoi, uma vez que esta espécie
pode apresentar variações morfológicas em função do ambiente. O material Figueiredo 20 estava
identificado com Nidularium rosulatum Ule, espécie registrada essencialmente para regiões
litorâneas do Rio de Janeiro. Neste trabalho considerando o exposta acima o exemplar foi
identificado como N. cf.. marigoi.
Habita áreas de Mata Atlântica, principalmente matas de altitude, onde cresce como
epífita, terrícola ou rupícola, em altitudes variando de 700 a 2000 m. Floresce entre dezembro e
maio. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama, Martinelli, G. 15197 (RB). MINAS GERAIS. Aiuruoca: Pico do Papagaio, 9 VI
1999, Vasconcelos, M.F. s.n. (BHCB 47861). Serra do Papagaio, 7 XII 1998, Martinelli, G. 15260 (RB). Caparaó:
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
136
Resultados & discussão
Parque Nacional do Caparaó, II 1997, Leoni, L.S. s.n.(HB 84558). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pedra das
Flores, 14 V 2004, Trindade-Lima, T. 22 (HME). Serra do Lopo - Trilha Pedra das Flores, 14 V 2004, Trindade-
Lima, T. 23 (HME). Juiz de Fora: Parque Estadual do Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 20 (R). Lima Duarte:
Parque Estadual do Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C. 1494 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 28 XII 1989,
Leme, E.M.C. 1494 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C. 1494 (RB). 11 III 2004,
Forzza, R.C. 3232 (RB). Passa Quatro: Serra da Mantiqueira, III 1949, ? s.n. (R 133019). ? s.n. (RB -). RIO DE
JANEIRO. , Silva, B.R. 13 (R). Serra do Itatiaia, III 1894, Ule, E. 290 (R). Parque Nacional do Itatiaia, VIII 1986,
Leme, E.M.C. 937 (HB). Parque Nacional do Itatiaia, 6 XI 1976, Martinelli, G. 1090 (RB). Parque Nacional do
Itatiaia, 6 XI 1976, Martinelli, G. 1090 (SP). Itatiaia: Macieiras, 27 V 1945, Brade 17506 (RB). Ule, E. 390 (RB).
27 II 1945, Brade, A.C. 17506 (RB). SÃO PAULO. Campos do Jordão: Horto Florestal Campos do Jordão, 10 IV
1992, Buzato, S. 26843 (SP). Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 15002 (HB). Parque
Estadual de Campos do Jordão, 2 II 1995, Sazima, M. 32326 (UEC). Parque Estadual de Campos do Jordão, 26 I
1995, Sazima, M. 32325 (UEC). Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 150001 (SP, RB).
Nidularium meeanum Leme, Wand. & Mollo, Fl. Fan. I. Cardoso 3: 108. 1992.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Parati, próximo à divisa com São Paulo, Araújo, L.K.C. s.n.
fl. cult. Leme, E.M.C. 751 (Holótipo: HB, Isótipo: RB).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Foi encontrado apenas um material referente a Serra da Mantiqueira para esta espécie
coletado em Bocaína de Minas MG, única ocorrência também para o estado de Minas Gerais.
As populações desta espécie se concentram principalmente em áreas litorâneas do estado do Rio
de Janeiro e São Paulo.
De uma maneira geral Nidularium meeanum caracteriza-se pelo aspecto delicado, com
folhas de textura fina com a base conspicuamente estreitada, escapo elevando a inflorescência
bem acima da roseta, brácteas primárias verdes com a porção apical vermelha e brácteas florais
incospicuamente serrilhadas (Wanderley & Mollo 1992, Leme 2000b). Assemelha-se a
Nidularium angustifolium Ule, N. antoineanum e N. procerum Lindm. Apenas N. antoineanum
ocorre na Serra da Mantiqueira. Estes táxons podem ser distintos, segundo Leme (2000b), pelo
maior comprimento das brácteas primárias, folhas com distinção evidente entre bainhas e
lâminas e pelas flores sésseis, com pétalas mais largas, obovadas a largamente oblongo-elípticas
em Nidularium meeanum.
Ocorre em áreas de Mata Atlântica. Não há informações na etiqueta sobre o hábito e
altitude em que foi coletado o material, o florescimento em cultivo ocorreu no mês de abril.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
137
Resultados & discussão
Leme (2000b) relata que a espécie apresenta hábito epifítico, ocorre desde o nível do mar até
altitudes superiores a 1000 m e que a floração se inicia em novembro e finaliza em março. Não
ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Bocaina de Minas, IV 1987, Leme, E.M.C. 1110 (HB).
Nidularium purpureum Beer, Fam. Bromel. 75. 1856.
Tipo: Neotipificada pela estampa 25, em Antoine Phyto-Iconogr. Bromel. 1884,
designado por Leme (2000b).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Nas coleções examinadas foi observado apenas um material de Nidularium purpureum
procedente da Serra da Mantiqueira, em área próxima ao Rio do Peixe, no município de Juiz de
Fora, em Minas Gerais. Segundo Leme (2000b) a região do Rio do Peixe, é relativamente
próxima à divisa com o estado do Rio de Janeiro, onde se concentram a maioria de suas
populações. Durante este trabalho foi encontrada uma pequena população desta espécie no
município de Rio Preto, Minas Gerais, localidade relativamente próxima a região de Juiz de
Fora.
Apresenta afinidades morfológicas com Nidularium iatiaiae, conforme discutido
anteriormente. Nidularium purpureum caracteriza-se por apresentar folhas e brácteas primárias
com coloração púrpura, que caracteriza o nome do táxon, embora algumas populações possam
apresentar folhas verdes e brácteas primárias avermelhadas. Os indivíduos observados em Rio
Preto apresentam folhas verdes e brácteas primárias intensamente vermelhas em direção ao
ápice, assim como reportado por Leme (2000b) para populaçõe da região de Sumidouro, no Rio
de Janeiro.
Cresce como terrícola em áreas de Mata Atlântica, comumente em ambientes úmidos,
acima de 1000 m de altitude. Leme (2000b) indica que a espécie ocorre entre 200 e 800 m de
altitude. Floresce em cultivo nos meses de dezembro e janeiro. Não ocorre em unidade de
conservação. Destaca-se a importância da preservação desta espécie no estado de Minas Gerais
Material examinado
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
138
Resultados & discussão
MINAS GERAIS. Juiz de Fora: rio do Peixe, 28 VI 1996, Leme, E.M.C. 3411 (HB). Rio Preto: Vilarejo do Funil,
2 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2565 (SP). RIO DE JANEIRO. Sumidouro, 27 II 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC
26350).
Nidularium rubens Mez, in Martius, Fl. bras. 3 (3): 220. 1891.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, próximo a divisa com São Paulo e Minas Gerais, Serra do
Picu, set. 1881, A. Glaziou 13248. (Holótipo: B. Isótipo: P, n.v. (foto HB).
Distribuição geográfica: RJ, SP.
Comentário
Nidularium rubens é conhecido para a Serra da Mantiqueira apenas pelo material-tipo. A
maioria das populações conhecidas ocorre em áreas serranas e no litoral do estado de São Paulo.
Caracteriza-se pelo pequeno porte, número reduzido de folhas, canaliculadas, constrictas
na base, normalmente purpúreo-vinosas na face abaxial, inflorescência sustentada por um longo
escapo, distintamente elevada acima da roseta foliar, brácteas primárias com ápice acuminado-
caudado, freqüentemente revolutas em direção ao ápice e pétalas com com lobos brancos.
Assemelha-se a N. albiflorum, que não ocorre na Serra da Mantiqueira (Leme 2000b, Moreira et.
al 2007).
Não dados sobre o hábito, ambiente e fenologia do táxon para a Serra da Mantiqueira.
Leme (2000b) relata que a espécie ocorre como terrícola em áreas de Mata Atlântica a cerca de
1000 m de altitude. Não ocorre em unidade de conservação.
Nidularium rutilans E. Morren, Belgique Horticole. 35: 81. 1885.
Tipo: Lectotipificada pela iconografia de E. Morren (Lectótipo: K), designado por Leme
(2000b).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Nidularium rutilans era conhecido apenas para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Foi citado por Paula (1998), para o estado de Minas Gerais, para o Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, nos municípios de Araponga e Fervedouro, áreas da Serra da Mantiqueira. O
material referido para Araponga Goldschmidt, A. 34 é aqui identificado como N. antoineanum,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
139
Resultados & discussão
ficando a espécie registrada para a Serra da Mantiqueira e para o estado de Minas Gerais por
apenas um exemplar.
Segundo Leme (2000b) a espécie caracteriza-se por apresentar roseta foliar compacta,
folhas com espinhos diminutos, com máculas verde-escuras e inflorescência bastante
desenvolvida. Assemelha-se a N. espiritosantense Leme que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce como terrícola, em área de Mata Atlântica, a cerca de 1300 m de altitude. No
material examinado não é possível definir o estágio da floração. Paula (1998) indica que a
espécie floresce entre novembro e janeiro, Leme (2000b) entre novembro e fevereiro. Ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula, C.C. 1037 (VIC).
RIO DE JANEIRO. Itatiaia, III 1937, Brade, A.C. 15725 (RB).
Pitcairnia carinata Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 448. 1894.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Glaziou 13256 (Holótipo: B).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentários
Pitcairnia carinata é registrada apenas para a porção mais ao norte da Serra do Mar, no
estado do Rio de Janeiro e para a Serra da Mantiqueira, ocorrendo no Parque Estadual da Serra
do Brigadeiro e Parque Nacional do Caparaó. Somente um material é referido para o município
de Viçosa, Minas Gerais. Este espécime não apresenta folhas inteiras e na etiqueta é indicada
coloração amarela para as pétalas.
Devido ao hábito muito similar, a delimitação das espécies de Pitcairnia é dificultada na
análise de material herborizado. Versieux (2005) indica proximidade com P. decidua,
diferenciando-as pelas lâminas foliares decíduas, que se enrolam antes de se desprenderem em P.
decidua. Paula (1998) observou semelhanças entre P. carinata, P. decidua e P. flammea no
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, distinguindo P. carinata pelas inflorescências menores e
pelas folhas com pouca ou nenhuma escama. Wendt (1994) relata similaridade com P. flammea,
e aponta como principal característica distintiva as sépalas aladas-carinadas, caráter que a
diferencia também de todas as espécies do gênero ocorrentes no estado do Rio de Janeiro.
Pitcairnia carinata cresce como rupícola ou saxícola, especialmente em Campos de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
140
Resultados & discussão
Altitude, apenas um registro indica ocorrência em Campo Rupestre. Paula (1998) observou esta
espécie desenvolvendo-se exclusivamente em Campos de Altitude, no Parque Estadual da Serra
do Brigadeiro. Habita áreas com altitudes variando entre 1000 e 2200 m. A floração concentra-se
entre os meses de novembro e janeiro, alguns exemplares examinados foram coletados com
flores nos meses de maio e junho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda Neblina, XII 1994, Leoni, L.S. 2741 (GFJP). Alto Caparaó: Serra
de Caparaó, 8 III 1917, Lutz, A. 1194 (R). Parque Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15170 (RB).
Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 I 1996, Paula, C.C. 1080 (VIC). Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 22 III 1999, Goldschmidt, A. 20 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 VI 1999, Paula,
C.C. s.n. (VIC 23655). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 VI 1999, Paula, C.C. s.n. (VIC 23583). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 16 I 2001, Caiafa, A.N. 47 (CESJ). Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 29 XI
1998, Martinelli, G. 15221 (RB). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 19 VI 1999, Paula, C.C. s.n.(VIC
23583). Carangola: Serra da Grama - Pedra do Pato, 24 V 1991, Leoni, L.S. 1527 (GFJP). Espera Feliz: Parque
Nacional do Caparaó - Lagão, 26 I 1999, Leoni, L.S. 4110 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 22 XII 1995, Paula, C.C. 1074 (VIC). Parque Estadual - Pedra do Pato, 22 I 2005, Leoni, L.S. 6091
(GFJP). Sericita: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 12 I 1996, Paula, C.C. 1090 (VIC). São João de ?:
Serra da Sericita, XI 1997, Leoni, L.S. 3788 (GFJP). Viçosa: Alto da Serra do Grama, 19 IV 1935, Kuhlmann, J.G.
145 (VIC).
Pitcairnia curvidens L.B. Sm. & Read, Phytologia 41(5): 331. 1979.
Sinônimo: Pitcarinia flammea var. spinulosa E. Pereira, Bradea 2(25): 174. 1977. syn. nov.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, serra do Cipó, Irwin, H.S. 20338 (Holótipo: UB)
Comentário
Pitcairnia curvidens é endêmica do estado de Minas Gerais, sendo referida para a Serra
do Cipó e para a Serra da Mantiqueira. Na última é referida para o Parque Estadual do Ibitipoca e
o município de Aiuruoca.
Versieux (2005) caracteriza a espécie pelas folhas dimórficas, com espinhos curvos,
achatados, enegrescidos, subdensamente dispostos na base. O autor indica afinidades entre esta
espécie e Pitcairnia decidua, diferenciando-as pela presença de espinhos na base das folhas,
além disso, estas espécies não possuem a mesma área de distribuição. Monteiro & Forzza (dados
não publicados), no Parque Estadual do Ibitipoca, observa semelhanças entre P. curvidens e P.
flammea, distinguindo-as pela presença de espinhos na bainha foliar, pela presença de indumento
e coloração das folhas e brácteas do escapo e pelo tamanho do escapo e da inflorescência.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
141
Resultados & discussão
Cresce como rupícola ou saxícola, em áreas de Campos Rupestres, entre 950 e 2200 m de
altitude. A floração se concentra no mês de fevereiro. Ocorre em unidade de conservação,
segundo Versieux (2005) pertence a categoria vulenerável (VU).
Material examinado
MINAS GERAIS. Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto, E. 2891 (BHCB). Serra do Papagaio, 18
II 2005, Mello-Silva, R. 2850 (RB). Serra do Papagaio, 18 II 2005, Mello-Silva, R. 2850 (SPF). Lima Duarte:
Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1984, Leme, E.M.C. 1480 (HB). 6 II 2004, Monteiro, R.F. 35 (RB).
Pitcairnia decidua L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 110. 1943.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Cuiubiçá, Foster, M.B. 893 (Holótipo: GH. Isótipo: SP).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Não foram encontradas referências atuais sobre a localidade indicada no material tipo.
Pitcairnia decidua é provavelmente endêmica dos Campos de Altitude da Serra da Mantiqueira,
ocorrendo na região do Parque Nacional do Caparaó e proximidades do Parque Estadual da Serra
do Brigadeiro.
Caracteriza-se por apresentar folhas decíduas, que se enrolam antes de se desprenderem.
Assemelha-se a P. carinata e P. curvidens, conforme discutido, e a P. flammea, da qual pode
ser diferenciada, segundo Paula (1998) pelas brácteas florais papiráceas e ovário totalmente
súpero. Smith & Downs (1974) relatam ovário 4/5 súperos para P. decídua e 2/3 súpero em P.
flammea. Wendt (1994) indica ovário súpero para as espécies de P. flammea ocorrentes no Rio
de Janeiro. A posição do ovário parece sofrer variações neste táxon, sendo necessárias a
observação de outras características para uma melhor delimitação desta espécie.
Cresce como rupícola, terrícola ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos de
Altitude, entre 1000 e 1900 m de altitude. Floresce entre fevereiro e abril, um único registro
apresenta indicação de floração para o mês de setembro.
Paula (1998) verificou que muitas populações desapareceram após queimadas no Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, segundo este autor, a espécie pertence a categoria baixo risco
(LC) pela ampla área de distribuição, mas sugere que a espécie pode ser enquadrada na
subcategoria próximo a ameaçado (NT). Versieux (2005) enquadra a espécie na categoria
vulnerável e sugere cuidados e medidas adequadas de manejo dentro das poucas unidades de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
142
Resultados & discussão
conservação onde a espécie ocorre.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Itabapoana, Hoehne, F.C. s.n.(SP 54666). o Pedro de Itabapoana: Mazzini s.n. (RB -).
MINAS GERAIS. Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 13 III 1994, Leoni, L.S. 2485 (GFJP). Serra do Boné -
Pico do Boné, 1 IV 1994, Leoni, L.S. 2515 (GFJP). Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 1 IV 1989,
Krieger, L. 23559 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 1 IV 1989, Krieger, L. 23559 (RB). Parque Nacional do
Caparaó, 1 IV 1989, Krieger, L. 23559 (SPF). Serra do Caparaó, 20 XI 1941, Brade, A.C. 17127 (RB). Martinelli,
G. 15179 (RB). Alto do Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 15 I 2007, Trindade-Lima, T. 198 (SP).
Araponga: Estouro, 13 II 1985, Vidal, W.N. 634 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 3 II 1995, Paula,
C.C. 1011 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 30 (VIC). Serra da
Araponga, 13 III 1994, Leoni, L.S. 2485 (HB). Fazenda Brigadeiro, 4 III 2002, Leoni, L.S. 4916 (GFJP). Bailey
1036 (RB). Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 5 IX 1996, Leoni, L.S. 3262 (GFJP). Parque Nacional do
Caparaó, 2 II 1996, Leoni, L.S. 3173 (GFJP). Carangola: Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 12 III 1989, Leoni,
L.S. 718 (GFJP). Faria Lemos: Fazenda M. Castelo - ECCB, 5 II 2006, Silva, B.M.F. 82 (GFJP). Fervedouro:
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 11 IV 1995, Paula, C.C. 1026 (VIC). Tombos: Alto da Pedra Dourada, 10
VI 1941, Oliveira, J.E. 578 (BHCB). Alto da Pedra Dourada, 10 VI 1941, Oliveira, J.E. 579 (US).
Pitcairnia flammea Lindl. var. flammea, Bot. Reg. 13: t. 1092. 1827.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Guanabara, Harrison s.n. (Holótipo: CGE).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentario
Pitcairnia flammea var. flammea ocorre em todos os estados da região Sudeste do Brasil.
Na Serra da Mantiqueira apresenta ampla área de distribuição, é referida para Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo.
Diversos autores tem destacado a problemática para a delimitação desta espécie, suas
variedades e espécies afins (Wendt 1994, Wendt 1997, Wendt et al. 2000). Pitcairnia flammea é
relativamente comum, bem representada nas coleções de herbário, sendo espécie mais
polimórfica do gênero. Martinelli & Forzza (2006) inferem que a revisão do complexo que
envolve esta espécie levará a mudanças no número de espécies deste gênero.
Conforme já discutido assemelha-se a P. carinata, P. curvidens e P. decidua. Atualmente
são aceitas seis variedades além da variedade típica. P. flammea var. flammea se diferencia das
outras variedades, segundo Smith & Downs (1974) pela raque glabra, que se torna geralmente
escura quando secas. Versieux (2005) relata que os espécimes procedentes do Sudeste de Minas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
143
Resultados & discussão
Gerais, área onde se situa a Serra da Mantiqueira, são os que mais se assemelham a variedade-
típica.
Cresce como rupícola, saxícola ou terrícola, apenas um material examinado indica hábito
epifítico. Ocorre em áreas de Mata Atlântica, Campos Rupestres e Campo de Altitude, entre 350
e 2200 m de altitude, sendo comumente encontrada próxima a cursos d’água, mas também em
ambientes sob insolação direta. Floresce entre novembro e maio, com concentração nos meses de
fevereiro e abril. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 12 II 1995, Leoni, L.S. 2783 (GFJP).
Aiuruoca: Serra do Papagaio, 18 II 2005, Mello-Silva, R. 2850 (CESJ). Serra do Papagaio, 18 II 2005, Mello-Silva,
R. 2850 (RB). Antônio Carlos: Passa Três - Estrada Santos Dumont, 14 IV 2006, Mello-Silva, R. 2878 (RB).
Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 3 III 2002, Forzza, R.C. 2086 (BHCB). Reserva Biológica
da Represa do Grama, 3 III 2002, Forzza, R.C. 2086 (CESJ). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro,
13 IV 1995, Paula, C.C. 1030 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IV 1995, Paula, C.C. 1024
(VIC). Juiz de Fora: Morro do Imperador, 19 IV 2002, Pifano, D.S. 345 (BHCB). Pedreira Santo Cristo, 14 XI
1999, Caiafa, A.N. s.n. (SPF 148728). Pedreira Santo Cristo, 14 XI 1999, Caiafa, A.N. s.n. (CESJ 148728). ReBio
do Poço da Anta, 7 III 1977, Silva, J.A. 14928 (CESJ). Pedreira Itatiaia, 22 II 2001, Forzza, R.C. 1843 (CESJ).
Morro do Imperador, 13 V 2006, Pijam, D.S. 715 (ESAL). 19 IV 2005, Abreu, N.L. s.n. (CESJ 44107). Wawra II-
330 (RB). Wawra 330 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 30 IV 2000, Tatagiba, F.C.P. 66 (RFA).
Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 19 (R). Parque Estadual do Ibitipoca, 8 II 2001, Forzza,
R.C. 1774 (CESJ). Estrada para Conceição de Ibitipoca, 16 IV 1992, Oliveira, R.C. 76 (CESJ). Parque Estadual do
Ibitipoca, 8 XII 1998, Martinelli, G. 15273 (RB). 8 V 2002, Marquete, R. 3224 (RB). 31 III 2004, Forzza, R.C. 3336
(RB). 31 III 2004, Forzza, R.C. 3318 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 23 (RB). 8 XII 1998. Pedralva: Serra da Pedra
Branca, 1 VI 2002, Valente, A.S.M. 222 (CESJ). Rio Preto: Gruta do Funil, VII 1989, Grandi, T.S.M. 306 (BHCB).
12 IV 1997, Brugger, M. s.n. (R 192130). Burro de Ouro, 21 I 2006, Souza, F.S. 135 (CESJ). Funil - Trilha para o
Ninho da Égua, 22 IV 2005, Valente, A. 388 (CESJ). São João Nepomuceno: Serra dos Núcleos - Fazenda
Primavera, 11 II 2003, Pifano, D.S. 471 (CESJ). São Tomé das Letras: Pico do Gavião, 22 I 1999, Assis, M.C. 594
(SPF). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Lutz 20 (RB). 1 VII 1939, Foster, M.R. 127 (R). Parque Nacional do Itatiaia,
2 VI 2006, Mynssen, C.M. 967 (RB). SÃO PAULO. Atibaia: Serra de Itapetininga, no topo da Pedra Grand, 16 XII
2003, Farinaccio, M.A. 576 (SPF). Lavrinhas: 12 Km ao norte de Lavrinhas, vale do Ribe, 6 IV 2004, Kinoshita,
L.S. 95, 9 (UEC).
Pitcairnia flammea var. floccosa L. B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 112. 1943.
Tipo: Brasil, São Paulo, Atibaia, Ostermeyer, R. s.n. (Holótipo: SP. Isótipo: HB).
Distribuição geográfica: BA, CE, MG, PB, PR, RJ, SC, SP.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
144
Resultados & discussão
Comentário
Pitcairnia flammea var. floccosa é uma variedade amplamente distribuída com ocorrência
registrada para as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Na Serra da Mantiqueira ocorre
principalmente no estado de São Paulo, apenas alguns registros foram observados para Minas
Gerais.
Caracteriza-se por possuir folhas estreitas, glabras, raque da inflorescência lepidota e
brácteas primárias igualando ou excedendo os pedicelos das flores basais (Smith & Downs
1974). Tatagiba (2003) aponta para a necessidade de aprofundar-se o conhecimento do táxon,
visto que pode tratar-se de uma espécie distinta.
Cresce como rupícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre 450 e 1900
m de altitude. materiais em período de floração para os meses de janeiro, fevereiro, maio e
novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Andradas: Mosén, H. 4434 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 13 I 1988,
Andrade, P.M. 1111 (BHCB). Piau: fazenda da Barra, 17 I 1945, Heringer, E.P. 1732 (SP). Fazenda da Barra, 17 I
1945, Heringer, E.P. 1732 (US). Tombos: Usina, 10 V 1941, Oliveira, J.E. 365 (CESJ). SÃO PAULO. Atibaia:
Ostermeyer, R. s.n. (RB -). Foster, M.B. 480 (RB). Bragança Paulista: 17 II 1957, Handro, O. 684 (SP, SPF). XI
1951, Pires, A.S. s.n. (SP 55351). São Bento do Sapucaí: Leite, J.E. 3905 (RB).
Pitcairnia flammea var. glabrior L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 112. 1943.
Tipo: Brasil, São Paulo, Alto da Serra, estrada do Vergueiro, Hoehne, F.C. s.n.
(Holótipo: SP, Isótipo: GH).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SP.
Comentário
Pitcairnia flammea var. glabrior ocorre no Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da
Mantiqueira ocorre em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Caracteriza-se por apresentar raque da inflorescência e lâminas foliares glabras e
inflorescência densa, com muitas flores. De acordo com Tatagiba (2003), é provável que se trate
de um sinônimo da variedade típica.
Cresce como rupícola, em áreas de Mata Atlântica e Campo Rupestre, entre 600 e 1200 m
de altitude. Floresce em fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
145
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: IX 1941, Brade, A.C. 17127 (RB). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca,
15 IX 1991, Leme, E.M.C. 1795 (HB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Serra da Mantiqueira, 23 II 1945, Pereira, E.
s.n. (HB 5965). 15 II 1942, Brade, A.C. 17171 (RB). SÃO PAULO. Lorena: Loefgren, A. 3569 (RB).
Pitcairnia flammea var. macropoda L.B. Sm. & Reitz, Phytologia 15: 194. 1967.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Tombos, Mendes Magalhães, G. s.n. (Holótipo: HB, Isótipo:
NY).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Esta variedade é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é conhecida
apenas pelo material-tipo, procedente do município de Tombos, em Minas Gerais.
Caracteriza-se por apresentar lâminas foliares glabras, inflorescência com raque lepidota,
pedicelos longos (formam um ângulo de 90% com o eixo da inflorescência), brácteas florais
distintamente menores que os pedicelos e escamas foliares distintas das demais variedades
(Smith & Downs 1974, Tatagiba 2003). O conjunto de caracteres que delimitam este táxon são
bastante peculiares, Tatagiba (2003) relata a possibilidade de ser elevada a espécie.
Cresce como rupícola em afloramentos de granito na Mata Atlântica, a cerca de 270 m de
altitude. Floresce entre abril e maio. Não ocorre em unidade de conservação. Versieux (2005)
relata que é provável que as outras coletas do mesmo coletor do typus que estão depositadas no
HB, sejam isótipos, uma vez que apresentam a mesma data de coleta e procedem do mesmo local
do tipo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Tombos: Usina, 10 V 1941, Oliveira, J.E. 365 (BHCB, MBM, CESJ, BHCB). Alto da Usina, 8
IV 1950, Mendes Magalhães, G. s.n. (HB, NY, 33834).
Pitcairnia lanuginosa Ruiz & Pav., Fl. peruv. 3: 35. 1802.
Tipo: Peru, Huanuco, Pozuzo, Ruiz s.n. (Holótipo: MA).
Distribuição geográfica: AM, DF, GO, MG, MT, PA.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
146
Resultados & discussão
Pitcairnia lanuginosa ocorre na Bolívia, Peru e Brasil. Apresenta padrão de distribuição
distinto das demais espécies referidas para a Serra da Mantiqueira, distanciando-se da porção
leste-Sudeste, com ocorrência registrada para a região Norte, centro-oeste e apenas para o estado
de Minas Gerais no Sudeste. Na Serra da Mantiqueira há registros para o município de Caldas e
Tiradentes, ambos no estado de Minas Gerais.
A espécie caracteriza-se pelo grande porte (até 12 dm), folhas dimórficas, sendo as
externas menores com espinhos muito proeminentes, cobertas por uma camada de escamas
marron-escuras, as interiores maiores, constrictas acima da bainha, glabras na face adaxial e
densamente cobertas por escamas brancas na face abaxial, com pequenos espinhos (2 mm de
comprimento), flores com longos pedicelos, pétalas vermelhas ou verdes com linhas púrpuras.
Na Serra da Mantiqueira não ocorre outra espécie com características similares.
Cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, entre 1100 e 1400
m de altitude. Floresce no mês de maio. Não ocorre em unidade de conservação. Segundo
Versieux (2005), apesar da área de ocorrência ampla, em Minas Gerais os ambientes em que
ocorrem vêm sofrendo profundas alterações.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caldas: 19 V 1865, Regnell, A.F. 1257 (US). III 1865, Regnell, A.F. 1253 (US).
Pitcairnia platypetala Mez, Mart. Fl. Bras. 3 (3): 438. 1894.
Tipo: Brasil, localidade desconhecida, Peters s.n. (Holótipo: LE).
Distribuição geográfica: SP.
Comentário
Segundo Smith & Downs (1974) a espécie é conhecida somente pelo material tipo. A
ocorrência deste táxon para a Serra da Mantiqueira é duvidosa. Foi observada apenas uma
coleção procedente de Atibaia, São Paulo. Forzza (2007) não indica a ocorrência da espécie para
este estado.
O táxon é considerado por alguns autores como pertecente ao gênero Pepinia (e.g. Luther
2006). Smith & Downs (1974) e Govaerts (2005) não consideram este gênero. Taylor &
Robinson (1999) propõe a rejeição de Pepinia, de acordo com estes autores o caráter utilizado na
distinção dos gêneros, a estrutura da semente, alada ou nua em Pepinia e bicaudada em
Pitcairnia mostra-se variável. No presente estudo adotou-se o nero Pitcairnia, uma vez que
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
147
Resultados & discussão
não consenso entre os autores, embora originalmente o material aqui analisado tenha sido
identificado como Pepinia platypetala.
A espécie caracteriza-se pelas folhas estreitas, escapo curto com brácteas inteiras,
inflorescência densamente racemosa, com poucas flores e brácteas florais estreitamente
lanceoladas (Smith & Downs 1974).
Cresce como rupícola em afloramentos rochosos da Mata Atlântica. O material apresenta-
se com flor e foi coletado no mês de janeiro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Atibaia, 23 I 1991, Piratelli, A.J. 23977 (UEC).
Portea petropolitana (Wawra) Mez var. petropolitana in Mart., Fl. bras. 3(3): 296. 1892.
Basiônimo: Aechmea petropolitana Wawra, Oesterr. Bot. Zeitschr. 30: 116. 1880.
Tipo: Tipificada pela estampa 34-A de Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883, designado
por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Portea petropolitana var. petropolitana é o táxon do gênero Portea com maior área de
distribuição, ocorrendo da Bahia ao Rio de Janeiro. Na Serra da Mantiqueira é registrado para a
região de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais e para as proximidades de Visconde de Mauá,
no estado do Rio de Janeiro.
Caracteriza-se pela inflorescência laxa a congesta, com brácteas primárias suberetas a
patentes, paracládios e pedicelos curtos ou longos. Atualmente são aceitas duas variedades além
da variedade típica. Na Serra da Mantiqueira o reconhecidas a var. petropolitana e noettigii.
Smith & Downs (1979) distingue estas variedades pela presença de ramos alongados e pedicelos
entre 10-15 mm de comprimento em P. petropolitana var. petropolitana (vs. ramos da
inflorescência mais curtos que os pedicelos, os últimos medindo 20-40 mm de comprimento em
Portea petropolitana var. noettigii).
Cresce como epífita, em áreas de Mata Atlântica, entre 350 e 700 m de altitude. Floresce
entre julho e outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
148
Resultados & discussão
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 21 VII 2001, Castro, R.M. 563 (CESJ).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 26 I 2002, Forzza, R.C. 2051 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do
Grama, 25 VIII 2001, Castro, R.M. 599 (CESJ). Reserva Municipal da Represa do Grama, 26 XI 2004, Sakuragui,
C.M. 1633 (RB). 26 I 2002, Forzza, R.C. 2051 (RB). Juiz de Fora, 6 IX 1946, Krieger, L. 15533 (SPF). Morro do
Imperador, 26 X 2002, Pifano, D.S. 414 (MBM). 6 XI 1990, Goyatá, R.P. 1291 (RB). Porto Firme: vale do rio
Piranga, 12 X 1996, Paula, C.C. 1272 (VIC). RIO DE JANEIRO. São José do Rio Preto, 27 VII 1969, Braga, R.
59 (SP, RB).
Portea petropolitana var. noettigii (Wawra) L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 113.
1943. Basiônimo: Aechmea noettigi Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 117. 1880.
Tipo: Tipificada pela estampa 24 de Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883, designado por
Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Esta variedade ocorre somente nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Serra da
Mantiqueira a área de distribuição da variedade típica e da var. noettigii se sobrepõe. Conforme
já discutido assemelha-se a Porte petropolitana var. petropolitana. Coffani-Nunes (2004) propõe
a sinonimização da var. noettigii, segundo este autor os dois táxons apresentam paracládios e
pedicelos com dimensões semelhantes, assim como similaridades da inflorescência, o que não
sustentaria a segregação da var. noettigii.
Portea petropolitana var. noettigii cresce como epífita, em áreas de Mata Atlântica, entre
150 e 700 m de altitude. Floresce nos meses de novembro e dezembro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Argirita, Martinelli, G. 15236 (RB). Coronel Pacheco: Água Limpa, 6 VII 1967, Pereira, E.
10593 (HB). Pereira, E. 10593 (RB). Juiz de Fora: 5 X 1969, Krieger, L. 7032 (MBM). 5 X 1969, Krieger, L.
7032 (RB). X 1910, Hoehne, F.C. 27 (SP). Chácara Rogério - Bairro Grama, 6 XI 1990, Leoni, L.S. 1291 (GFJP). 6
IX 1946, Hoehne, F.C. s.n. (RB 9479). RIO DE JANEIRO. Visconde de Ma: Ule, E. 4042 (RB).
Portea silveirae Mez, Bot Jahrb. Syst. 30(67): 4. 1901.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, serra da Conceição, Mantiqueira, Silveira, A.A. 8 (Holótipo:
B, Isótipo: R).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
149
Resultados & discussão
Comentario
Portea silveirae é registrada para os estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Na
Serra da Mantiqueira é conhecida por poucas coletas na região de Juiz de Fora e Coronel
Pacheco, em Minas Gerais.
Coffani-Nunes (2004) indica que esta espécie relaciona-se fortemente com Portea
petropolitana, com grande probabilidade de se tratar de um mesmo táxon. Segundo este autor, as
características distintivas entre estas espécies, (inflorescência mais compactada e indumento
presente em P.silveirae e inflorescência glabrescente e laxa, em P. petropolitana), podem ser
muito variáveis, havendo sobreposições.
Cresce como epífita ou rupícola, em áreas de Mata Atlântica, em torno de 500 m de
altitude Coffani-Nunes (2004) indica somente o hábito terrestre. Não dados precisos sobre a
floração desta espécie, mas parece ocorrer entre outubro e janeiro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Coronel Pacheco: fazenda da Liberdade, 15 IX 1943, Heringer, E.P. 1301 (SP). Estação
Experimental, 18 I 1945, Heringer, E.P. 1744 (SP). Heringer, E.P. 1301 (RB). Juiz de Fora: X 1934, Brade, A.C.
14103 (US). rio do Peixe, 28 VI 1996, Leme, E.M.C. 3408 (HB). X 1934, Brade, A.C. 14103 (RB).
Quesnelia arvensis (Vell.) Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 381. 1892. Basiônimo: Bromelia
arvensis Vell. Fl. flum. 130. 1825.
Tipo: Lectotipificação pela ilustração de Vellozo, Icon. 3, t. 141, 1831, sugerida por
Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SP.
Comentário
Quesnelia arvensis era conhecida para regiões litorâneas do estado do Paraná, Rio de
Janeiro e São Paulo. Foi registrada recentemente para o município de Descoberto, em Minas
Gerais.
Caracteriza-se pelas brácteas florais com margens geralmente planas na metade superior,
com indumento via de regra esparso e uniformemente distribuído ao longo da face abaxial.
Assemelha-se a Quesnelia quesneliana (Brongn.) L.B. Sm., podendo ser diferenciada pelo
aspecto mais robusto da inflorescência (Vieira 1999a). Segundo a autora esta espécie apresenta
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
150
Resultados & discussão
variações morfológicas marcantes entres as diferentes populações, principalmente em relação a
forma das inflorescência e brácteas florais. Estudos mais aprofundados devem ser realizados, a
fim de tentar estabelecer a significância dos caracteres morfológicos utilizados na delimitação
destes táxons.
Cresce como epífita na Mata Atlântica, em torno de 350 m de altitude. O único exemplar
analisado foi coletado com flores no mês de agosto. Vieira (1999a) indica floração
concentrando-se de junho a agosto. Ocorre em unidade de conservação, mas segundo Vieira
(1999a) suas populações, principalmente em áreas de restinga, vem sofrendo intensa degradação,
tornando necessário certo cuidado com relação a conservação deste táxon.
Material examinado
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 31 VIII 2001, Almeida, V.R. 8 (CESJ).
Quesnelia augusto-coburgii Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 150. 1880.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora, Wawra II-185, Wawra II-196 (Síntipos: W,
destruídos). Lectotipificada pelas estampas 28 e 35-B in Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883,
designado por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Quesnelia augusto-coburgii é uma espécie característica da Serra da Mantiqueira, com
registros para a região do Itatiaia e leste de Minas Gerais. Também ocorre na porção mais
interiorana da Serra do Mar, no Rio de Janeiro.
Trata-se de um táxon bem delimitado, pertencente ao subgênero Billbergiopsis,
caracterizado pelo número reduzido de folhas, inflorescência simples, decurvada e escapo longo
com muitas flores laxamente dispostas. Apresenta brácteas florais verde amareladas, sépalas
vermelhas ou vermelha-esverdeadas e pétalas violetas com base alva, o que torna a planta um
mosaico de cores contrastantes. O hábito é similar ao de Q. indecora Mez. Smith & Downs
(1979) consideraram estas espécies como próximas, diferindo-as pela inflorescência maior,
flores laxas e sépalas maiores em Q. augusto-coburgii.
Cresce como rupícola, epífita ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica, comumente
associada a cursos d’água, por volta de 1000 m de altitude. Floresce de abril a agosto,
concentrando-se no mês de junho. Vieira (1999a) registrou plantas com flores de maio a julho.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
151
Resultados & discussão
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Teixeira Soares, VII 1908, Sampaio, A.J. 813 (US). Amparo da Serra: distrito de Rosário da
Limeira, 29 IV 2000, Palhais, C.B. 149 (VIC). distrito de Rosário da Limeira, 15 XII 2000, Paula, C.C. s.n. (VIC
25952). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 15 VI 2002, Forzza, R.C. 2200 (CESJ). Reserva
Biológica da Represa do Grama., 15 VI 2002, Forzza, R.C. 2200 (RB). Reserva Biológica da Represa do Grama, 10
XI 2001, Almeida, V.R. 20 (CESJ). 15 VI 2002, Forzza, R.C. 2200 (RB). Teixeira Soares, Sampaio, A.J. 813 (R).
RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Serra do Itatiaia, 18 VI 1930, Brade, A.C. 10079 (R). Caminho Itaóca para o lote 90.,
VIII 1953, Pereira, E. 100 (RB). Maromba, 19 VII 1925, Brade, A.C. 14954 (RB). Serrinha, 1982, Araujo, L.C.
s.n.(RB 233889). 22 VI 1995, Braga, J.M.A. 2492 (RB). 2 VII 1997, Vieira, C.M. 985 (RB). 19 VII 1935, Brade,
A.C. 14954 (RB). SÃO PAULO. , 30 VI 1939, Foster, M.B. 120 (R).
Quesnelia indecora Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 384. 1892.
Tipo: Brasil, Schott 5506 (Holótipo: W, destruído). Lectotipificada pela ilustração na
Flora Brasiliensis 3(3): t. 74, 1892, designado por Smith e Downs (1979).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Quesnelia indecora é típica da Serra da Mantiqueira. Era registrada para regiões desta
serra e localidades adjacentes no estado de Minas Gerais. Durante este trabalho foram
identificadas populações desta espécie em áreas da Serra do Caparaó pertencentes ao estado do
Espírito Santo. Também foram observadas populações para o município de Rio Preto, em Minas
Gerais, próximo a localidade onde havia sido reportada por Saint-Hilaire mais de 100 anos.
A espécie é bem delimitada, caracterizada por apresentar poucas folhas, sendo as externas
pequenas, escapo delgado recurvado com poucas flores concentradas na porção apical e brácteas
florais menores que as sépalas. Conforme discutido assemelha-se a Q. augusto-coburgiii.
Vieira (1999b) indica afinidades entre este táxon e Q. kautskyi diferenciando-os pelas pétalas
obtusas e corola purpúrea em Q. indecora. O material Abreu 003 estava identificado como
Billbergia amoena var. minor, considerando as características morfológicas e a área de
ocorrência o exemplar foi aqui identificado como Q. indecora.
Cresce como rupícola, terrícola e epífita, principalmente em áreas de Mata Atlântica, em
florestas úmidas, a partir de 700 m de altitude. Floresce entre abril e agosto, com concentração
em junho. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
152
Resultados & discussão
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Parque Nacional do Caparaó, 17 I 2007, Trindade-Lima, T. 202 (SP).
MINAS GERAIS. Juiz de Fora, 3 VIII 1971, Krieger, L. 9050 (SPF). 3 VIII 1971, Krieger, L. 9050 (CESJ). Rio
Preto: VI 2004, Abreu, N.L. 003 (CESJ). Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1334 (CESJ). Serra
Negra - Marciano, 21 IV 2005, Abreu, N.L. 19 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2564
(SP). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2559 (SP). Santa Rita de Jacutinga, Krieger, L. 8930
(CESJ).
Quesnelia kautskyi C.M. Vieira, Bradea 8(23): 131. 1999.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Marechal Floriano, estrada para Parajú, Vieira, C.M. 967
(Holótipo: RB). Parátipos: Brasil, Espírito Santo, Castelo, Seidel, A. 651 (HB). Minas Gerais,
Alto Caparaó, Parque Nacional do Caparaó, Vale Verde, ao lado do córrego, Leoni, L.S. 3384
(HB, GFJP). Minas Gerais, Caparaó, Parque Nacional do Caparaó, Simão-Bianchini, R. 272
(SPF).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Espécie com distribuição restrita com ocorrência registrada apenas para os estados do
Espírito Santo e Minas Gerais. Na Serra da Mantiqueira a espécie ocorre quase exclusivamente
no Parque Nacional do Caparaó e todos os registros apontam para o estado de Minas Gerais.
Quesnelia. kautskyi assemelha-se a Q. strobilispica Wawra, uma vez que apresentam
padrão de inflorescência similar, assim como coloração das brácteas florais e forma das pétalas,
apêndices petalares e estames. Podem ser diferenciadas pelas brácteas florais estreito-agudas a
acuminadas, flores um tanto curvadas e pétalas de coloração purpúrea em Quesnelia kautskyi
(Vieira 1999b). A autora também relata afinidades com Q. indecora, conforme discutido
anteriormente.
Cresce como epífita ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, a partir de 1100 m de
altitude. Floresce entre junho e setembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caparaó, 31 X 1922, Porto, P.C. 1168 (RB). Cachoeira Bonita, 18 IX 1988, Krieger, P.L.
FPNC 0217 (RB). Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 18 IX 1988, Krieger, L. 217 (CESJ). Parque
Nacional do Caparaó, 18 IX 1988, Krieger, L. 217 (RB). Parque Nacional do Caparaó, 18 IX 1988, Krieger, L. 217
(SPF). Parque Nacional, 23 VI 1996, Leoni, L.S. 3384 (HB). Serra do Caparaó, 6 VIII 1969, Souza, A.B. 42 (RB).
Serra do Caparaó, 3 IX 1970, Souza, A.B. 101 (RB). Serra do Caparaó, IX 1941, Brade, A.C. 17125 (RB). Parque
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
153
Resultados & discussão
Nacional do Caparaó, 23 VI 1993, Leoni, L.S. 3384 (GFJP). Parque Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli,
G. 15184 (RB). Krieger, P.L. FPNC 217 (RB). 3 IX 1970, Souza, A.B. de 101 (RB). Caparaó: Parque Nacional do
Caparaó, 10 VIII 1991, Simão-Bianchini, R. 272 (SPF). 31 X 1922, Campos Porto, P. 1168 (RB). Tombos, 29 VII
1986, Leitman, M. 165 (RB).
Quesnelia liboniana (De Jonghe) Mez in Budnowski, Bot. Arch. 1: 66. 1922. Basiônimo:
Billbergia liboniana De Jonghe, J. Hort. Prat. Belgique 9: 1-2. 1851
Tipo: De Jonghe Hortus s.n. (BR?). Provavelmente não existe nenhum espécime preservado.
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Espécie restrita ao Sudeste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira existem apenas dois
registros para este táxon, em regiões distantes entre si, nos municípios de Caxambú e Viçosa, em
Minas Gerais.
Quesnelia liboniana é uma espécie bem delimitada. Embora apresente problemas de
tipificação, a espécie pode ser reconhecida com base na descrição original. Caracteriza-se pela
propagação por estolhos basais, providos de catafilos triangulares, agudos, inflorescência simples
ou composta e brácteas florais triangulares. Assemelha-se a Q. morreniana (Baker) Mez e Q.
tillandsioides (Baker) Mez, ambas conhecidas apenas por material cultivado, de procedência
duvidosa (Vieira, 1999a).
Nos materais examinados não dados sobre o hábito e floração dos espécimes. Vieira
(1999a) indica hábito epífitico ou rupícola e florescimento ao longo do ano, com concentração
entre junho e novembro. Cresce em áreas de Mata Atlântica, entre 650 e 900 m de altitude. Não
ocorre em unidade de conservação. Segundo Vieira (1999) a espécie é encontrada em diversas
unidades de conservação, no estado do Rio de Janeiro.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caxambú, 27 VIII 1967, Pereira, E. 10619 (HB). 27 VIII 1967, Pereira, E. 10619 (US).
Viçosa: fazenda do Sr. Molica, 6 IX 1957, Mello Filho, L.E. 1304 (R).
Quesnelia quesneliana (Brongn.) L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 2(2): 196. 1952.
Basiônimo: Billbergia quesneliana Brongn., Ann. Sci. Nat. (Paris) 2(15): 371. 1841.
Tipo: Brasil, Hort. Paris s.n. (Holótipo: P).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
154
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Quesnelia quesneliana apresenta distribuição restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da
Mantiqueira a espécie é registrada para algumas localidades no leste de Minas Gerais.
Caracteriza-se pelas brácteas florais com as margens crispadas e revestidas por um
conspícuo indumento alvo-lanuginoso, em pelo menos dois terços do seu comprimento (Vieira
1999a).
Assemelha-se a Quesnelia arvensis (Vell) Mez, conhecida para regiões litorâneas do
estado do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Recentemente foi registrada por Versieux (2005)
para o município de Descoberto, em Minas Gerais. A coleta referida por este autor (Almeida,
V.R. 08) foi considerada por Vieira (1999) como Q. quesnelina. Segundo a mesma, estes táxons
apresentam grandes afinidades morfológicas, podendo ser diferenciados principalmente pelo
aspecto menos robusto das inflorescências de Q. quesneliana. No entanto, estudos mais
aprofundados devem ser realizados, a fim de tentar estabelecer a significância dos caracteres
morfológicos utilizados na delimitação destas espécies.
Cresce como epífita ou rupícola, em áreas de Mata Atlântica a cerca de 700 m de altitude.
Floresce de agosto a outubro. Vieira (1999) relata floração de junho a outubro. Ocorre em
unidades de conservação, mas segundo Vieira (1999) as populações litorâneas estão expostas
intensamente a ação extrativista e degradação do ambiente, sendo necessária grande atenção com
relação a conservação deste táxon.
Material examinado
MINAS GERAIS. Pedra Dourada, IX 1992, Leoni, L.S. 5077 (GFJP). Bom Jesus do Madeira: Córrego do Boné -
resquício de Mata Ciliar, 3 IX 1995, Leoni, L.S. 3015 (GFJP). Carangola: Córrego da Àgua Limpa, 3 X 1987,
Leoni, L.S. 308? (GFJP). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 31 VIII 2001, Almeida, V.R. 08
(RB). Reserva Biológica da Represa do Grama, 31 VIII 2001, Almeida, V.R. 08 (CESJ).
Quesnelia strobilispica Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 149. 1880. Sinônimos: Bromelia blanda
Schott ex Beer, Fam. Bromel. 43. 1856. Quesnelia blanda Schott ex Mez in Mart., Fl. bras.
3(3): 383. 1892.
Tipo: Neotipificada pela estampa 25 de Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883.
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
155
Resultados & discussão
Comentário
Quesnelia strobilispica é restrita ao Sudeste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é
registrada apenas para a região do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, no estado Minas
Gerais.
Está espécie vinha sendo identificada nos herbários como Quesnelia blanda (Schott ex
Beer) Mez, nome ilegítimo, devido a citação na obra original do holótipo de Q. strobilispica.
Segundo Vieira (1999a) o nome correto a ser aplicado para este táxon é Q. strobilispica.
Caracteriza-se pelo grande porte, podendo atingir até 1 m de altura, inflorescência
simples, densa elíptica ou turbinada, com muitas flores e brácteas florais vermelhas e escamosas.
Conforme já mencionado assemelha-se a Q. kautsky.
Cresce como rupícola, epífita ou saxícola. Paula (1998) relata também o hábito terrícola
para espécimes do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Habita áreas de Mata Atlântica,
geralmente formando grandes populações, tanto em ambientes ensolarados como em áreas de
matas úmidas. Floresce de maio a outubro. Vieira (1999) indica floração principalmente entre
julho e setembro. Ocorre em unidade de conservação, mas segundo Vieira (1999) deve ser dada
especial atenção a conservação desta espécie, devido a sua área de distribuição fragmentada.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 9 VIII 1994, Leoni, L.S. 2636 (GFJP). Pedra Dourada,
VIII 1997, Leoni, L.S. 3708 (GFJP). Serra da Araponga - Fazenda Neblina (PESB), 23 IX 2001, Leoni, L.S. 4752
(GFJP). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 X 1996, Paula, C.C. 1266 (VIC). Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro, 23 IX 1995, Paula, C.C. 1047 (VIC). Carangola: Serra do Barroso, V 1987, Leoni, L.S.
309? (GFJP). Descoberto: X 1996, Leme, E.M.C. 3560 (RB). Espera Feliz: Parque Nacional do Caparaó, 22 IV
1998, Leoni, L.S. 3933 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 13 IV 1995, Paula, C.C.
1029 (VIC). Miradouro: 29 XI 1998, Martinelli, G. 15226 (RB).
Quesnelia testudo Lindm., Kongl. Svenska Vetnsk. Acad. Handl. 24 (8): 24, pl. 3, fig. 9-19.
1891. Basiônimo: Quesnelia róseo-marginata sensu E. Morren, Belg. Hortic 31:82, pl. 4. 1881;
nón Carriére, 1880.
Tipo: Brasil, São Paulo, Sorocaba, Santos. Mosén 2976 (Holótipo: S; foto: GH).
Distribuição geográfica: SP.
Comentário
Espécie endêmica do estado de São Paulo. Na Serra da Mantiqueira é conhecida por
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
156
Resultados & discussão
apenas uma coleta para a região da Serra da Cantareira.
Quesnelia testudo pertence ao subgênero Quesnelia. Assemelha-se a Quesnelia arvensis e
Quesnelia quesneliana, diferenciando-se pelas brácteas escapais subfoliáceas e serrilhadas.
Proença et al. (2007) indicam a forma das brácteas florais para a distinção entre Quesnelia
testudo e Quesnelia arvensis, sendo estas oblongas em toda a sua extenção em Quesnelia testudo
(vs. oblonga com a base alargada em Quesnelia arvensis).
Não dados referentes ao hábito, ambiente, altitude e fenologia no material examinado.
Proença et al. (2007) indica que a espécie ocorre em áreas de Mata Atlântica de encosta e
floresce nos meses de outubro, novembro e fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Racinaea aerisincola (Mez) M.A. Spencer & L.B. Sm., Phytologia 74: 157. 1993. Basiônimo:
Vriesea aerisincola Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 555. 1894.
Sinônimo: Tillandsia aerisincola (Mez) Mez in C. DC., Monogr. phan. 9: 759. 1896.
Tipo: Brasil, Lhotsky s.n. (Lectótipo: G).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Racinaea aerisincola distribui-se pelo leste brasileiro, ocorrendo do Espírito Santo a
Santa Catarina. Na Serra da Mantiqueira é registrada para os estados de Minas Gerais e Rio de
Janeiro.
É a única espécie do gênero ocorrente na Serra, sendo facilmente reconhecida pelo
pequeno porte, forma utriculosa da roseta, folhas com distinção evidente entre bainha e lâmina,
com máculas escuras arredondadas e inflorescência pêndula, com flores laxamente dispostas.
Cresce exclusivamente como epífita, geralmente em populações esparsas, em áreas de
Mata Atlântica e Campos Rupestres, em matas ciliares e matas nebulares, entre 1100 e 1700 m
de altitude. Nenhum dos exemplares examinados estava em estágio de floração. Foi observada
no campo com botões florais no mês de janeiro e com frutos em outubro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Serra de Ibitipoca, 28 IX 1970, Sucre, D. 7147 (RB). 11 III 2004, Forzza, R.C.
3216 (RB). Rio Preto: Ninho da Égua, 21 I 2006, Matozinhos, C.N. 271 (CESJ). RIO DE JANEIRO
. Itatiaia, 24
X 1979, Martinelli, G. 6193 (RB). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 24 X 1979, Martinelli, G. 6193 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
157
Resultados & discussão
Tillandsia aeranthus (Loisel.) L.B. Sm., Lilloa 9: 200. 1943.
Tipo: Espécie tipificada pela descrição e ilustração original.
Distribuição geográfica: MG, RS, SC, SP.
Comentário
Segundo Smith & Downs (1977) a espécie ocorre no sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e
noroeste da Argentina. Wanderley et al. (2007) indicam a ocorrência para o estado de São Paulo.
Registra-se aqui a primeira ocorrência para o estado de Minas Gerais, região de São Tomé das
Letras.
Tillandsia aeranthus assemelha-se a Tillandsia araujei e Tillandsia tenuifolia, apenas a
última ocorre na Serra da Mantiqueira. A distinção entre os táxons baseia-se essencialmente na
forma do lobo das pétalas, amplamente alargado em Tillandsia aeranthus e mais estreito em
Tillandsia tenuifolia. Smith & Downs (1977) utilizam como caráter distintivo na chave o
comprimento das folhas (cerca de 10 vezes mais longas que largas em Tillandsia aeranthus e
cerca de 20 vezes mais longas que largas em Tillandsia tenuifolia).
Cresce como epífita ou rupícola em áreas de Mata Atlântica e Cerrado a cerca de 1100 m
de altitude. Floresce nos meses de novembro e dezembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. São Thomé das Letras: Fazenda dos Correia: Paredão, 8 XI 2003, Ferreira, F.M. 536 (CESJ).
Escola Municipal João Cota, 21 XII 2007, Trindade-Lima, T. 245 (SP).
Tillandsia chapeuensis Rauh, Trop. Subtrop. Pflanzenwelt 58: 24. 1986.
Tipo: Brasil, Bahia (Holótipo: HEID).
Distribuição geográfica: BA, MG.
Comentário
Tillandsia chapeuensis era conhecida apenas para o estado da Bahia. Versieux & Wendt
(2006) registraram a ocorrência de T. chapeuensis para Minas Gerais, no Parque Estadual de
Ibitipoca, região da Serra da Mantiqueira.
Esta espécie assemelha-se a T. gardneri da qual pode ser diferenciada por possuir folhas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
158
Resultados & discussão
estreitas e mais robustas (vs. folhas mais largas e delgadas), escapo rígido e ereto e
inflorescência laxa, elipsóide e não capitada (Rauh 1986). Monteiro & Forzza (d) consideraram
dos não publicados) o material referido para Ibitipoca, como T. gardneri, seguindo a proposta de
sinonimização de Tardivo (2002) que após a análise de materiais coletados na mesma área do
holótipo concluíram que as diferenças observadas são variações naturais de T. gardneri. Devem
ser realizados estudos adicionais a cerca destas espécies, uma vez que T. gardneri apresenta
ampla área de ocorrência e nos materiais analisados nota-se a grande variação morfológica no
táxon, possivelmente podendo existir espécies distintas tratadas pelo mesmo nome.
T. chapeuensis apresenta hábito rupícola e cresce em área de Campo Rupestre, entre 1200
e 1300 m de altitude. Floresce em dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 26 XII 1989, Leme, E.M.C. 1470 (HB).
Tillandsia crocata (E. Morren) Baker, Jour. Bot. London 25: 214.1887. Basiônimo: Tillandsia
mandonii E. Morren ex Mez, DC. Monogr. Phan. 9: 871. 1896
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, 1879. Lietze s.n. (K, GH: foto). A espécie é tipificada por
uma ilustração de Morren.
Distribuição geográfica: PR, RJ, RS, SP.
Comentário
Esta espécie ocorre na Argentina, Bolívia, Uruguai, Sudeste e Sul do Brasil. Para a Serra
da Mantiqueira uma única ocorrência para o município de Itatiaia, no estado do Rio de
Janeiro.
A espécie caracteriza-se pelas brácteas florais densamente lepidotas e pelas pétalas de
coloração amarela. Vegetativamente pode ser confundida com T. recurvata e T. mallemontii, das
quais pode ser distinta segundo Smith & Downs (1977) pelas folhas estreitamente triangulares,
mucronadas e usualmente com mais de 2 mm de largura.
Não informações na etiqueta sobre o hábito do espécime e a altitude em que foi
encontrado. Smith & Downs (1977) indicam hábito saxícola, e o material analisado neste
trabalho está incluso no material examinado por estes autores. Cresce provavelmente em Campo
de Altitude e floresce em novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
159
Resultados & discussão
Material examinado
RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Serra dos Pinheiros, XI 1903, Moreira, C. 5 (R).
Tillandsia gardneri var. gardneri Lindl., Bot. Reg. 28: t. 63. 1842.
Tipo: Brasil, Guanabara, Rio de Janeiro, Gardner 134 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: BA, CE, ES, MG, PB, PE, PI, PR, RJ, RS, SC, SE, SP.
Comentário
Tillandsia gardneri é uma espécie com ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde a
Colômbia até o leste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira é registrada para o estado de Minas
Gerais, com apenas algumas indicações para São Paulo.
Apresenta grande afinidade morfológica com T. chapeuensis Rauh, da qual difere pelas
folhas mais largas, escapo levemente recurvado e pela inflorescência densa, elipisóide ou
globosa. No material herborizado pode também ser confundida com T. geminiflora Brong., mas
as diferenças entre esses táxons são mais conspícuas, podendo ser destacado as folhas mais
densamente lepidotas, inflorescência elipsóide ou globosa com flores densamente dispostas e
brácteas florais maiores que as sépalas, ocultando quase inteiramente a raque em T. gardneri.
Cresce como epífita ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, Campos Rupestres e
Campos de Altitude, normalmente em locais com alta luminosidade, entre 400 e 1300 m. A
floração concentra-se entre abril e julho. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. , 23 V 1871, Regnell, A.F. 1798 (US). Serra de Ibitipoca, 1 X 1991, Confúcio, U. 9446
(BHCB). Barroso: Mata do Brás, 30 IV 2001, Assis, L.C.S. 118 (CESJ). Bom Jardim de Minas: Serra do Pacau,
4 VI 1989, Grandi, T.S.M. s.n. (BHCB 17578). Serra do Pacau, 4 VI 1989, Grandi, T.S.M. s.n. (US 17578).
Caldas: Pedra Branca, 11 V 1931, Ostermeyer, R. s.n. (SP 27635). Carangola: rio Carangola, VII 1993, Leoni, L.S.
2445 (GFJP). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pico dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 12 (HME). Serra
do Lopo - Trilha Pico dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 11 (HME). Faria Lemos: Fazenda M. Castelo,
5 II 2006, Silva, B.M.F. 81 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 IV 1995, Paula, C.C.
1020 (VIC). Jequeri: UHE Cachoeira da Providência, 3 I 1998, Salino, A. 3859 (BHCB). Lavras, 23 V 1985,
Almeida, J.A.R. s.n.(ESAL 04431). IV 1985, Siqueira, P. s.n.(ESAL 04486). Próximo Ponte do Rio Capivari, 14 IX
1987, Gavilanes, M.L. 3481 (ESAL). Próximo Ponte do Rio Capivari, 14 IX 1987, Gavilanes, M.L. 3483 (ESAL).
Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 25 VI 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13733). Arredores do Parque
Estadual de Ibitipoca, 27 VII 2001, Araújo, F.S. 110 (CESJ). Parque Estadual de Ibitipoca, 26 XII 1989, Leme,
E.M.C. 1469 (HB). Conceição do Ibitipoca, VI 1896, Magalhães, H. 1413 (R). 9 III 2004, Forzza, R.C. 3094 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
160
Resultados & discussão
4 II 2004, Monteiro, R.F. 14 (RB). 19 X 2003, Monteiro, R.F. 9 (RB). 21 I 2005, Monteiro, R.F. 51 (RB). Passa
Quatro: Rio Retiro, 8 V 1948, Brade, A. 19071 (RB). 3 V 1948, Brade, A.C. 19071 (RB). Santana do Garambeu:
rio Grande, adjacente a zona urbana, 12 V 2001, Salino, A. 6819 (BHCB). Sericita: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 12 I 1996, Paula, C.C. 1088 (VIC). Tiradentes, 15 V 1988, Alves, R.J.V. 322 (RB). 6 III 1988, Alves,
R.J.V. 235 (RB). 22 III 1986, Mello-Silva, R. s.n. (RB 270290). 18 VII 1978, Martinelli, G. 4783 (RB). SÃO
PAULO. Atibaia: Parque Municipal da Grota Funda, Bernacci, L.C. 28401 (UEC).
Tillandsia gardneri var. rupícola Pereira, Bradea. 3(27): 214. 1981.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Cabo Frio, Ilha do Farol, Araújo 24 (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Esta variedade era referida apenas para o estado do Rio de Janeiro. Na Serra da
Mantiqueira foi registrada para Minas Gerais, no município de Juiz de Fora.
De acordo com a descrição original difere da variedade-tipica e das demais variedades
pelo “habitu longe caulescenti, foliis persecundis, corola alba et limbs bractearum scapalium
aliquantum minoribus”. Pereira & Leme (1984) publicaram uma emenda para a espécie,
indicando que a coloração da corola pode variar de branca a azul.
Cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica. Não dados relacionados a altitude e
fenologia. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Juiz de Fora: Linhares - Pedreira Santo Cristo, 15 V 1998, Caiafa, A.N. s.n. (CESJ, SPF
30125). Linhares - Pedreira Santo Cristo, 15 V 1998, Caiafa, A.N. s.n.(SPF 133413).
Tillandsia geminiflora Brongn. in Duperrey, Voy. monde 186. 1829.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Ilha de Santa Catarina, D’Urville s.n.
(Holótipo: P).
Distribuição geográfica: DF, ES, GO, MG, MT, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Espécie de ampla distribuição, ocorrendo no Paraguai, Uruguai, Argentina e na região
central e leste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira registros para os estados do Espírito Santo,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
161
Resultados & discussão
Minas Gerais e São Paulo.
São reconhecidas para o táxon duas variedades, somente a variedade típica ocorre na
Serra da Mantiqueira. Conforme mencionado anteriormente assemelha-se a T. gardneri. Alguns
autores relatam haver semelhança entre T. geminiflora e T. globosa Wawra, no entanto nos
exemplares examinados não houve problemas para a delimitação destas espécies, devido às
folhas muito mais largas e inflorescência subpiramidal em T. geminiflora.
Cresce essencialmente como epífita na Mata Atlântica e em Campos Rupestres,
comumente em matas ciliares, entre 500 e 1600 m de altitude. A floração concentra-se entre
agosto e outubro. Conforme mencionado por Versieux (2005) o período de floração desta
espécie não coincide com T. gardneri, embora dados relacionados a floração devam ser
analisados com cautela, esta característica pode ser utililizada como auxiliar para a identificação
destas espécies. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama, 28 XI 1998, Martinelli, G. 15196 (RB). MINAS GERAIS. , 3 IX 1854, Regnell,
A.F. 182 (US). Serra da Mantiqueira, VIII 1874, Silveira, A.A. 11 (R). 9 VIII 1896, Schwacke, W. 12421 (RB).
Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 3 IX 1995, Leoni, L.S. 3030 (GFJP). Alto Caparaó: Parque Nacional do
Caparaó, 5 VIII 1996, Leoni, L.S. 3415 (GFJP). Parque Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15186
(RB). 27 XI 1998. Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IX 1995, Paula, C.C. 1044 (VIC).
Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 29 XI 1998, Martinelli, G. 15208 (RB). Baependi: UHE Congonhal, 13 XI
2000, Salino, A. 5840 (BHCB). Barroso: Mata do Baú, 25 IX 2001, Assis, L.C.S. 253 (CESJ). Mata do Baú, 27 II
2001, Assis, L.C.S. 20 (CESJ). Mata do Baú, 28 IX 2002, Assis, L.C.S. 584 (CESJ). Mata do Baú, 28 IX 2002,
Assis, L.C.S. 584 (SPF). Bom Jardim de Minas: Tabuões, 1 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2891 (BHCB). Bom
Sucesso: Macaia, VIII 1991, Tameirão Neto, E. 789 (BHCB). UHE Queimado, 28 X 1992, Teixeira, E.M. s.n.
(BHCB 36225). Camanducaia: fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1278 (BHCB). Caparaó: Serra de
Caparaó, 24 X 1989, Pirani, J.R. 2560 (SPF). Carangola: Rio Carangola - Ilha Encantada, X 1992, Leoni, L.S.
1996 (GFJP). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 26 XI 2000, Forzza, R.C. 1695 (CESJ). Serra
do Descoberto, IX 1894, Schwacke, W. 11121 (RB). 21 III 1998, Schwacke, P. 11121 (RB). Extrema: Trilha do
Pinheirinho, 24 VIII 2004, Trindade-Lima, T. 95 (HME). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 13
IV 1995, Paula, C.C. 1031 (VIC). Juiz de Fora, 13 X 1946, Krieger, L. 15534 (CESJ). Campus da UFJF, 23 VIII
2004, Schuchter, V. 024 (CESJ). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 30 VII 1987, Andrade, P.M. 990
(BHCB). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 VIII 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13734). Parque Estadual do
Ibitipoca, 24 VI 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13732). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 VIII 1987, Sousa, H.C.
s.n. (BHCB 13731). Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 17 (R). Serra de Ibitipoca, 29 IX
1970, Sucre, D. 7184 (RB). Parque Nacional do Ibitipoca, 8 XII 1998, Martinelli, G. 15271 (RB). Parque Nacional
do Ibitipoca, 30 VI 2004, Assis, L.C.S. 1047 (RB). 4 II 2004, Monteiro, R.F. 15 (RB). 18 X 2003, Monteiro, R.F. 3
(RB). 30 VI 2004, Assis, L.C.S. 1047 (RB). 8 XII 1998, Martinelli, G. 15271-A (RB). Luminárias, 27 VIII 2005,
Javar, L. s.n. (ESAL 20821). Passa Quatro: Floresta Nacional de Passa Quatro, 5 XII 1998, Martinelli, G. 15255
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
162
Resultados & discussão
(RB). Rio Novo: Serra do Descoberto, IX 1894, Schwacke 11121 (RB). IX 1894, Herb. Schwacke 11121 (RB). Rio
Preto: Serra do Funil - Trilha para o Ninho da Égua, 21 VIII 2004, Matozinhos, C.N. 34 (CESJ). Serra do Funil, 11
IX 2004, Matozinhos, C.N. 80 (CESJ). Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1300 (CESJ). Santa Rita
de Jacutinga, 28 VII 1970, Urbano 8923 (CESJ). 28 VII 1970, Urbano 8923 (BHCB). 28 VII 1970, Urbano 8923
(MBM). o Miguel do Anta, 29 X 1950, Mexia, Y. 5239 (US). entre Porto Firme e Guaraciaba: vale do rio
Piranga, 12 X 1996, Palhais, C.B. 38 (VIC). SÃO PAULO. Ca. 10 Km SW de Jundiaí. Serra do Japi, 8 X 1976,
Leitão Filho, H. 3143 (NYBG). Atibaia, IX 1910, Duarte, C. 232 (SP). Bernacci, L.C. 28401 (ESA). Campos do
Jordão, 15 IX 1923, Hoehne, F.C. s.n. (SP 8666). Jundiaí: Parque Municipal da Serra do Japi, 19 X 2004,
Junquiera, A.B. 204 (SPF). Socorro, 20 IX 1939, Viegas, A.P. s.n. (SP 266872). 20 IX 1939, Viégas, A.P. s.n. (IAC
5087).
Tillandsia globosa Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 222. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Entre Rios, Wawra 142-B (Holótipo: W, destruído).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PB, RJ.
Comentário
A espécie ocorre na Venezuela e leste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para o estado de Minas Gerais. Uma única coleção é referida para Bragança Paulista, no estado
de São Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas lineares, muitas vezes com aspecto filiforme, brácteas
escapais e florais com coloração marron-avermelhada, e inflorescência que pode variar de bem
laxa com poucas flores, a uma forma subglobosa, densamente florida.
Cresce como epífita na Mata Atlântica e em Campos Rupestres, preferencialmente em
ambientes bem iluminados, entre 300 e 700 m de altitude. A floração concentra-se nos meses de
outubro e novembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Córrego Água Limpa, XI 1990, Leoni, L.S. s.n. (GFJP -).
córrego da Água Limpa, 4 XI 1989, Leoni, L.S. 956 (RB). Coronel Pacheco: Água Limpa, 24 X 1968, Pereira, E.
10738 (HB). Ponte Nova: ilha da Garça, 4 VIII 2000, Goldschmidt, A. 49 (VIC). Rio Preto: Serra do Funil, 11 IX
2004, Matozinhos, C.N. 79 (CESJ). Serra do Funil, 20 VIII 2004, Matozinhos, C.N. 25 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2
VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2554 (SP). Santa Rita de Jacutinga: Boqueirão da Mata, X 2001, Moura, R. 340
(R). Tombos, 29 VII 1986, Leitman, M. 182 (RB). 29 VII 1986, Moraes, M. 182 (RB). entre Porto Firme e
Guaraciaba: vale do rio Piranga, 12 X 1996, Palhais, C.B. 35 (VIC). SÃO PAULO. Bragança Paulista, XI 1951,
Pires, A.S. s.n. (SP 55352).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
163
Resultados & discussão
Tillandsia graomogolensis Silveira, Floral. Mont. 2: 26. 1931.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Grão Mogol, Pedra Rica, Silveira, A.A. 800 (não existe
nenhum espécime preservado).
Distribuição geográfica: BA, MG.
Comentário
Tillandsia graomogolensis ocorre no estado da Bahia, nos inselbergs no nordeste de
Minas Gerais e em áreas de Campos Rupestres deste estado. Na Serra da Mantiqueira há registro
da espécie apenas para o Parque Estadual do Ibitipoca.
Esta espécie possui circunscrição duvidosa, segundo Versieux (2005) integra um
complexo de espécies que inclui Tillandsia arhiza Mez e Tillandsia streptocarpa. Smith &
Downs (1977) consideraram Tillandsia graomogolensis como sinônimo de Tillandsia
streptocarpa, Monteiro & Forzza (dados não publicados) adotam esta proposição e não
reconhecem a presença de T. graomogolensis para o Parque Estadual do Ibitipoca. Segundo
Rauh (1987) Tillandsia graomogolensis pode ser diferenciada de T. streptocarpa pela
inflorescência simples, folhas mais estreitas, disposição das escamas mais eriçadas, flores com
odor e hábito rupícolo na primeira (vs. inflorescência composta, folhas mais largas, escamas
menos eriçadas, flores sem odor e hábito epífitico/rupícolo em Tillandsia streptocarpa). O único
exemplar examinado foi inicialmente identificado como Tillandsia kurt-horstii, táxon tratado por
Till (1945) como sinônimo de Tillandsia graomogolensis, o que ressalta ainda mais a
necessidade de uma revisão mais detalhada sobre esse complexo.
Na etiqueta do material examinado é indicado hábito rupícolo/epifítico. A espécie cresce
em áreas de Campo de Rupestre a cerca de 700 m de altitude. Floresce no mês de dezembro.
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C. 1489 (HB).
Tillandsia juncea (Ruiz & Pavon) Poiret, Encycl. Suppl. 5: 309. 1817. Basiônimo: Bonapartea
juncea Ruiz & Pavon, Fl. Peruv. 3: 38, pl. 262. 1802.
Tipo: Peru, Muna, Huánuco, Ruiz & Pavon s.n. (MA n v).
Distribuição geográfica: AL, BA, MG, PE, PB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
164
Resultados & discussão
Comentário
Tillandsia juncea apresenta ampla área de distribuição. Smith & Downs (1977) indicam
que a espécie ocorre do México a Bolívia. No Brasil era referida apenas para a região nordeste.
Segundo Pontes & Agra (2006) é extremamente rara no estado de Paraíba. Foi recentemente
indicada por Leoni & Trindade-Lima (2006) como ocorrente na Serra da Mantiqueira, no
município de Carangola, em Minas Gerais.
Caracteriza-se pelas folhas estreitas, dispostas de modo densamente fasciculado, escapo
ereto, brácteas escapais densamente imbricadas, inflorescência densa, corola desenvolvida,
tubular, de coloração purpúrea, estames e pistilo exsertos (Smith & Downs 1977, Leme &
Siqueira-Filho 2006 ). O hábito é similar ao de Tillandsia globosa, mas é facilmente diferenciada
desta, quando se considera as características florais.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica a cerca de 600 m de altitude. O exemplar
analisado está em fase inicial de floração e foi coletado no mês de fevereiro. Não ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Serra do Papagaio, 3 II 2000, Leoni, L.S. 4357 (GFJP).
Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. f. in Roem. & Schult., Syst. veg. 7(2): 1204. 1830.
Tipo: Brasil, Bahia, Joazeiro, Monte Santo, Martius s.n. (Holótipo: M).
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, ES, GO, MG, MT, PB, PE, PI, RN, SP.
Comentário
Espécie com ampla distribuição, ocorrendo na Bolívia, Paraguai, Argentina e no Brasil,
principalmente em ambientes semi-áridos. Na Serra da Mantiqueira é reportada para poucas
localidades de Minas Gerais.
Caracteriza-se pelo pequeno porte (cerca de 4 cm, quando florida), raque geniculada e
pétalas amarela-escuras. Com relação às espécies congêneres ocorrentes no Brasil, não apresenta
afinidades morfológicas evidentes, tornando fácil seu reconhecimento, mesmo no material
herborizado.
Cresce como epífita na Mata Atlântica, normalmente formando densas populações em
áreas bem iluminadas, até 900 m de altitude. Floresce de junho a novembro. Não ocorre em
unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
165
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Serra do Papagaio, IX 1992, Leoni, L.S. 1967 (GFJP). Conselheiro Mata, VI 1934,
Brade, A.C. 13498 (RB). Extrema: Bosque Municipal, 15 XI 2004, Trindade-Lima, T. 99 (HME). Serra das
Araras, 20 IV 1973, Anderson, W.R. 9242 (RB).
Tillandsia mallemontii Glaziou ex Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 608. 1894.
Tipo: Brasil, Guanabara, Tijuca, Glaziou 14345 (Holótipo: B, Isótipo: K).
Distribuição geográfica: BA, MG, PR, RJ, RS.
Comentário
Tillandsia mallemontii ocorre no leste brasileiro. Versieux (2005) registrou a ocorrência
deste táxon para o estado de Minas Gerais, no município de Camanducaia, no sul da Serra da
Mantiqueira.
T. mallemontii assemelha-se a T. recurvata apesar de pertencerem a subgêneros
diferentes. Dentre as diferenças Versieux (2005) destaca que T. mallemontii apresenta caule
longo e esguio (10-20 cm de comprimento), sépalas mais longas, com ca. 12 mm de
comprimento (vs. 4-9 mm) e forma suborbicular-obtusa das pétalas (vs. estreito-elípticas).
Cresce como epífta, em área de Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Mista), a cerca de
1300 m de altitude. Floresce em janeiro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Camanducaia: Monte Verde, 29 I 1978, Gentry, A. 21499 (US).
Tillandsia parvispica Baker, J. Bot. 25: 244. 1887.
Tipo: Brasil, serra do Picu, Boa Vista, Glaziou 13258 (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: BA, MG, MT, PE.
Comentário
Tillandsia parvispica apresenta área de distribuição relativamente disjunta, ocorrendo
tanto em áreas de Caatinga, como na Mata Atlântica. Na Serra da Mantiqueira é registrada por
apenas uma coleção, procedente do município de Coronel Pacheco, no estado de Minas Gerais.
Smith & Downs (1977) trataram esta espécie como sinônimo de Tillandia polystachya.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
166
Resultados & discussão
Luther (2001) não considera esta sinonímia. Versieux (2005) aponta que na descrição fornecida
por Baker (1989) as espécies podem ser diferenciadas pelas brácteas primárias ovais com ápices
longos e linerares e brácteas florais ovadas, de 14-17mm de comprimento em Tillandsia
parvispica (vs. brácteas primárias ovais e brácteas florais oblongas, agudas com ca. 20 mm de
comprimento em Tillandsia polystachya).
Na etiqueta do material examinado não indicações quanto ao hábito desta espécie.
Cresce em áreas de Mata Atlântica a cerca de 500 m de altitude. Floresce no mês de junho. Não
ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Coronel Pacheco, 15 VI 1968, Gomes, V. 12 (HB).
Tillandsia pohliana Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 597. 1894.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, São Miguel, Pohl 3658 (Síntipo: W, destruído). Brasil, sem
local exato, Glaziou 13242 (Síntipo: B?).
Distribuição geográfica: CE, GO, MG, MT, SP.
Comentário
Tillandsia pohliana apresenta ampla distribuição geográfica. Ocorre no Peru, Bolívia,
Paraguai, Argentina e região central e leste do Brasil. É característica de ambientes secos. Na
Serra da Mantiqueira ocorre nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Morfologicamente assemelha-se a Tillandsia stricta Soland. da qual pode ser diferenciada
pelo porte mais robusto, coloração das pétalas (brancas) e brácteas escapais e florais (fracamente
rosadas de textura aveludada), longo escapo e folhas mais largas.
Cresce como epífita, entre 400 e 1200 m de altitude, em áreas de Mata Atlântica e
Campos Rupestres, normalmente em locais bem iluminados, como em matas ciliares ou áreas
antropizadas. Floresce entre junho e setembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Bom Sucesso, 14 XII 1991, Tameirão Neto, E. 790 (BHCB). Extrema: Serra do Lopo - Trilha
oposta a do Caçador, 24 VI 2004, Trindade-Lima, T. 39 (HME). Mata do Parque de Eventos, 23 VII 2004,
Trindade-Lima, T. 85 (HME). Rio Preto: Gruta do Funil, 30 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2684 (BHCB). SÃO
PAULO. Socorro: Bairro dos Domingues, 25 VIII 2001, Groppo, J.r.; M 841 (SPF).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
167
Resultados & discussão
Tillandsia polystachia (L.) L., Sp. pl. 1: 410. 1762. Basiônimo: Renealmia polystachia L., Sp.
pl. 1: 286. 1753.
Tipo: Índias Ocidentais, Plumier s.n. (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: AC, BA, CE, ES, MG, MT, PB, PE, PR, RJ.
Comentário
Espécie amplamente distribuída. Ocorre na Flórida, leste das Índias, xico, Bolívia e
Brasil. Na Serra da Mantiqueira ocorre no estado de Minas Gerais, com apenas uma coleta
registrada para o Rio de Janeiro.
Caracteriza-se pelas folhas com bainhas largas capazes de acumular pequena quantidade
de água e detritos, variando de verdes a levemente vináceas, dependendo da exposição solar a
qual a planta está submetida, escapo ereto e longas cápsulas. Assemelha-se a T. parvispica
conforme já discutido.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres, normalmente em
ambientes com alto grau de luminosidade, entre 500 e 700 m de altitude. Floresce de julho a
outubro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Rio Carangola - Fazenda Santa Clara, 5 VIII 2006, Silva, B.M.F. 128 (GFJP). Rio
Carangola - Fazenda Santa Clara, VII 1987, ? 225 (GFJP). rio Carangola, VII 1987, Leoni, L.S. 225 (GFJP).
Fazenda Santa Clara, 5 VII 2003, Faria, T.L.T. 32 (GFJP). Juiz de Fora, 25 IV 1968, Braga, P.I.S. 1552 (RB).
Próx. São João del Rey: Casa da Pedra, IX 1897, Schwacke 13370 (RB). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 2 VI 2006,
Wanderley, M.G.L. 2552 (SP). São João Del Rei, ? s.n. (RB 112284). Herb. Schwacke 13370 (RB). São João del
Rei: Casa da Pedra, 11 VII 1997, Moura, R. 80 (R). Casa da Pedra, 11 VII 1997, Moura, R. 79 (R). Tiradentes, 4
X 1987, Alves, R.J.V. 15 (RB). 4 X 1987, Alves, R.J.V. 16 (RB). Viçosa, VIII 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (RB
41826). entre Porto Firme e Guaraciaba: vale do rio Piranga, 12 X 1996, Palhais, C.B. 37 (VIC). RIO DE
JANEIRO. Itaocara, 9 IV 1977, Martinelli, G. 1594 (RB). Sumidouro, 29 II 2004, Forzza, R.C. 2734 (RB).
Tillandsia pruinosa Sw., Fl. Ind. Occ. 1: 594. 1797.
Tipo: Jamaica, Swartz s.n. (Holótipo: S).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário:
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
168
Resultados & discussão
Tillandsia pruinosa é uma espécie com ampla distribuição, ocorrendo da Flórida aos
Estados Unidos. No Brasil é referida para a região Sudeste. Versieux (2005) registrou
recentemente a ocorrência para o estado de Minas Gerais, município de Ponte Nova. Esta área
representa a região limite, segundo a concepção de delimitação aceita neste trabalho. A espécie
foi incluída, uma vez que apesar de apresentar ampla distribuição, no estado de Minas Gerais, só
é encontrada nesta região.
A espécie é bem delimitada e caracteriza-se principalemente pelo aspecto lageniforme da
roseta, que tem a base distintamente inflada e pelas folhas densamente cobertas por escamas
cinéreas.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 430 m de altitude. floresce
entre agosto e novembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Ponte Nova: ilha da Garça, 4 VIII 2000, Goldschmidt, A. 48 (VIC). ilha da Garça, 15 XI 2000,
Paula, C.C. s.n. (VIC). Ilha das Garças, 10 XI 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC).
Tillandsia recurvata (L.) L., Sp. pl. 1: 410. 1762. Basiônimo: Renealmia recurvata L., Sp. pl. 1:
287. 1753.
Tipo: Jamaica, Sloane s.n. (Holótipo: BM, Isótipos: B, GOET, M, P).
Distribuição geográfica: AL, BA, CE, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC, SP.
Comentário
Esta espécie ocorre praticamente em toda a área de distribuição da família, desde o sul
dos Estados Unidos, até a Argentina. No Brasil apenas a região centro-oeste não possui registros.
Na Serra da Mantiqueira a grande maioria dos exemplares examinados são procedentes de Minas
Gerais.
Caracteriza-se pelo pequeno porte, formando normalmente touceiras, com diversos
indivíduos procedentes da mesma planta-mãe, escapo delicado e inflorescência comumente com
uma única flor, com pétalas diminutas, lilases. Cresce em ambientes inusitados, como telhados
de casas e fios elétricos, muitas vezes é confundida com plantas parasitas por formar grandes
populações sobre uma mesma árvore. Apresenta afinidades com T. mallemontii conforme
discutido anteriormente.
Cresce como epífita, apenas um exemplar examinado tem indicação de hábito rupícola.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
169
Resultados & discussão
Na região de Joanópolis, no estado de São Paulo, foram observados exemplares crescendo sobre
rochas próximas a cursos d’água. É encontrada em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres,
especialmente em ambientes com alto grau de luminosidade, mas também pode ser encontrada
no interior de florestas sob luz difusa, entre 400 e 1250 m de altitude. Floresce e frutifica ao
longo de todo o ano. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Rio Funil, 2 X 1959, Castellanos, A. 22529 (R). Aiuruoca: fazenda do Forro, 21 XI 1943,
Mendes Magalhães, G. 5669 (BHCB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 23 X 1994, Paula, C.C.
1000 (VIC). Barbacena, VIII 1894, Silveira, A.A. 34 (R). VIII 1894, Silveira, A.A. s.n. (RB 112290). VIII 1894,
Silveira, A. s.n. (RB 112290). Barroso: Mata do Baú, 1 III 2001, Assis, L.C.S. 28 (CESJ). Mata do Baú, 1 III 2001,
Assis, L.C.S. 28 (SPF). Bom Jardim de Minas: Serra do Pacau, 4 VI 1989, Grandi, T.S.M. s.n. (BHCB 17569).
Carangola: fazenda do Nolesco, 28 VII 1987, Leoni, L.S. 2 (BHCB). fazenda Maranhão, III 1997, Leoni, L.S. 3654
(HB). rio Carangola, VII 1988, Leoni, L.S. 145 (GFJP). rio Carangola, 8 X 1996, Nolasco, P. 19 (GFJP). rio
Carangola, 8 X 1996, Nolasco, P. 19 (HB). Campos da Fafite, 13 III 1995, Leoni, L.S. 2818 (GFJP). fazenda
Maranhão, III 1997, Leoni, L.S. 3654 (GFJP). Coronel Pacheco: Estação Experimental, 2 V 1942, Heringer, E.P.
910 (SP). Estação Experimental, 2 V 1942, Heringer, E.P. 910 (VIC). Extrema: Mata do Parque de Eventos, 22
VII 2004, Trindade-Lima, T. 84 (HME). Mata do Parque de Eventos, 23 VII 2004, Trindade-Lima, T. 86 (HME).
Mata do Estado- Bairro do Barreiro, 23 VI 2004, Trindade-Lima, T. 33 (HME). Faria Lemos: Fazenda Santa Rita,
3 IX 2006, Leoni, L.S. 6577 (GFJP). Cafarnaum (ECCB), 10 III 2006, Silva, M.F.B. 110 (GFJP). Fazenda Jatobá', 8
IX 2003, Leoni, L.S. 5471 (GFJP). Fazenda Santa Rita, 21 IX 2003, Leoni, L.S. 5477 (GFJP). Fazenda Santa Rita, 8
IV 2006, Silva, M.F.B. 11 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 IV 1995, Paula, C.C.
1019 (VIC). Juiz de Fora: Museu Mariano Procópio, 23 IX 1987, Coelho, B.B.S. s.n. (RB 277406). Museu
Mariano Procópio, 23 IX 1987, Krieger, L. 23488 (CESJ). Muçunge, 1 X 1977, Agostinho, T. 16685 (CESJ).
Lavras: Serra dos Deuses, 16 VIII 1944, Black, G. 20843 (RB). X 1999, Borges, C.T. s.n.(ESAL 15986). Praça da
Bandeira, 15 X 1985, Menezes-Junior, A. s.n.(ESAL 04852). IX 2006, Haro, M. s.n.(ESAL 20822). Campus da
UFLA, 3 VII 2002, Ogusuku, L.M. s.n.(ESAL 18369). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 28 XII 1989,
Leme, E.M.C. 1490 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 30 IX 1970, Sucre, D. 7234 (RB). 21 I 2005, Monteiro,
R.F. 50 (RB). Paraisópolis, 25 IV 1927, Hoehne, F.C. s.n. (SP 19181). Passa Quatro: Floresta Nacional de Passa
Quatro, 5 XII 1998, Martinelli, G. 15257 (RB). Rio Preto: Gruta do Funil, 30 IX 1989, Grandi, T.S.M. 2666
(BHCB). Fazenda da Tiririca, 23 II 2004, Salimena, F.R.G. 1228 (CESJ). Vilarejo do Funil, Cânion, 28 I 2007,
Trindade-Lima, T. 223 (CESJ). Santa Luiza, 18 V 1981, Willians, L.O. 6761 (RB). Santa Rita de Jacutinga, 31
VII 1970, Krieger, L. 8863 (CESJ). 31 VII 1970, Krieger, L. 8863 (RB). 31 VII 1970, Krieger, P.L. 8863 (RB).
Santos Dumont: Serra da Mantiqueira, 18 X 1979, Krieger, L. 20461 (CESJ). Serra da Mantiqueira, 18 X 1979,
Krieger, L. 20461 (RB). 18 X 1979, Krieger, P.L. 20461 (RB). São João Del Rei, III 1970, Krieger, P.L. 8304
(SPF). III 1970, Krieger, P.L. 8304 (CESJ). III 1970, Krieger, P.L. 8304 (UPCB). III 1970, Krieger, P.L. 8304
(BHCB). III 1970, III 1970, Krieger, P.L. 8304 (MBM). III 1970, Krieger, P.L. 8304 (CEPEC). III 1970, Krieger,
P.L. 8304 (UB). São Tiago: fazenda Olaria, 23 VII 1981, Castro, E.M.R. 23 (BHCB). Tiradentes, ? s.n. (RB
112275). Schwacke, P. 12102 (RB). 24 IX 1989, Alves 730 (RB). 19 VII 1978, Martinelli, G. 4779 (RB). Viçosa,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
170
Resultados & discussão
19 III 1935, Kuhlmann, J.G. 2017 (RB). 19 III 1935, Kuhlmann, J.G. s.n. (VIC 2017). 26 XII 1958, Irwin, H.S. 2315
(VIC). Campus da UFV, 16 IV 1996, Simonelli, M. 343 (VIC). entre Porto Firme e Guaraciaba: vale do rio
Piranga, 12 X 1996, Palhais, C.B. 46 (VIC). RIO DE JANEIRO. Parque Itatiaia, 23 I 1959, Castellanos 22343
(R). Natividade: Estrada - Raposo / Natividade Km 10, 16 II 1995, Paula, C.C. 1013 (VIC). SÃO PAULO.
Amparo: Monte Alegre, 17 XII 1942, Kuhlmann, M. 141 (SP). 25 IV 1980, ? s.n .(IAC). Atibaia, 7 IX 1939,
Foster, M.B. 479 (R). Monte Alegre do Sul: Bairro do Lambedor, 23 VII 1949, Kuhlmann, M. 1818 (SP).
Tillandsia streptocarpa Baker, Jour. Bot. 25: 241. 1887.
Tipo: Paraguai, Luque, Balansa 615 (Holótipo: K, Isótipos: P, S).
Distribuição geográfica: BA, DF, GO, MG, MS, MT, PB, PE, PI, PR, RN, RS, SP.
Comentário
Espécie amplamente distribuída, ocorrendo do Peru ao Paraguai e em todas as regiões
brasileiras, exceto região norte. Na Serra da Mantiqueira ocorre nos estados de Minas Gerais e
São Paulo.
Tillandsia streptocarpa caracteriza-se pelas folhas densamente cobertas por escamas,
tornando-as “prateadas”, as basais são reflexas com disposição “estrelada”. Formam grandes
aglomerados populacionais, onde muitas vezes os indivíduos estão desprendidos do substrato.
Freqüente em paredões rochosos com inclinação aproximada de 90 º. Assemelha-se a T. arhiza e
T. graomogolensis conforme já discutido anteriormente.
Cresce como rupícola ou epífita, em ambientes plenamente iluminados, em áreas de Mata
Atlântica, Campo Rupestre e Cerrado, entre 700 e 1000 m de altitude. Floresce de novembro a
janeiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carrancas: Serra do Moleque, 13 XI 1998, Simões, A.O. 560 (UEC). Conceição do Ibitipoca:
Parque Estadual do Ibitipoca, XII 2000, Salimena, F.R.G. s.n.(CESJ 32771). Lavras, 10 XII 1980, Leitão Filho,
H.F. 11781 (UEC). 9 XII 1980, Leitão Filho, H.F. 11781 (UEC). 7 XII 1983, Leitão Filho, H.F. 15316 (UEC).
Lima Duarte: 4 II 2004, Monteiro, R.F. 12 (RB). Serra do Carrapato, III 1896, Silveira, A.A. 713 (R). Serra de
Ibitipoca, 29 IX 1970, Braga, P.I.S. 2402 (RB). SÃO PAULO. Atibaia, 7 IX 1939, Foster, M.B. 478 (R). Gehrt, A.
s.n. (SP 42177). Pedra Grande, 12 I 1940, Handro, O. s.n. (SP 42305). Pedra Grande, 6 VII 1993, Coffani-Nunes,
J.V. 049 (SPF). Pedra Grande, 20 XI 1997, Pansarim, E.R. 97/82 (UEC).
Tillandsia stricta var. stricta Sol. in Sims, Bot. Mag. 37: t. 1529. 1813.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Banks s.n. (Holótipo: BM).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
171
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PE, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Uma das espécies melhor representada nas coleções de herbário. Ocorre na Venezuela,
Trinidad, Guiana, Suriname, Paraguai, Uruguai, norte da Argentina e no leste brasileiro. Na
Serra da Mantiqueira registros para os quatro estados, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Apresenta grandes variações morfológicas, principalmente em relação ao porte e
conformação da roseta, mas caracteriza-se pela inflorescência dística e polística, brácteas
escapais superiores grandes (cerca de metade do comprimento da inflorescência) e brácteas
florais vistosas, elípticas e aristadas. O material herborizado pode ser confundido com T.
pohliana, da qual difere por vários aspectos conforme já discutido.
Atualmente são aceitas além da variedade típica três variedades e uma forma. A maioria
dos exemplares analisados não apresentava indentificação infra-específica e nestes casos quando
não foi possível a determinação precisa, o espécime foi considerado como pertencente a
variedade típica.
Cresce preferencialmente como epífita, raramente como rupícola ou saxícola, entre 300 e
1700 m de altitude, nos mais variados ambientes, em áreas de Mata Atlântica, Campos Rupestres
e Campos de Altitude. É comumente encontrada em matas ciliares, mas também grande
número de ocorrência para paredões rochosos em formações areníticas. indícios de floração
para todos os meses do ano com concentração entre agosto e dezembro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Pr. Caparaó, 11 VIII 1972, Heringer, E.P. 12167 (HB). MINAS GERAIS. Fazenda da
Pedra, 30 XII 1949, Krieger, L. 15529 (CESJ). Serra da Mantiqueira, IV 1896, Magalhães, H. 1221 (R). Sítio
(Borda), 15 XI 1969, Krieger, L. 7797 (RB). Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto, E. 2893
(BHCB). PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto, E. 2893 (SEL). Alto Caparaó: Caparaó, 27 IX 1977, Rita
15747 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 19 XI 1988, Krieger, L. 938 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 19
XI 1988, Krieger, L. 938 (RB). Parque Nacional, 5 VIII 1996, Leoni, L.S. 3415 (HB). Vale Verde - Córrego
Caparaó., 1 VIII 1998, Leoni, L.S. 3994 (GFJP). IX 1996, Souza, V.C. 12221 (ESA). 19 XI 1988, Krieger, P.L.
24013 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 3 III 1995, Paula, C.C. 1014 (VIC). Barbacena,
24 XI 1905, Sampaio, A.J. 248 (R). Caldas, 29 I 1877, Regnell, A.F. 282 (US). Carangola: Serra da Grama, 3 IX
1987, Leoni, L.S. 54 (BHCB). rio Carangola, VIII 1988, Leoni, L.S. 403 (RB). rio Carangola, VIII 1987, Leoni, L.S.
403 (GFJP). VIII 1988, Leoni, L.S. s.n. (RB 289684). Conceição da Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15304
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
172
Resultados & discussão
(RB). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 11 XI 2001, Almeida, V.R. 28 (CESJ). Reserva
Biológica da Represa do Grama, 10 IX 2001, Faria, P.C.L. s.n. (CESJ 34138). Serra do Descoberto, VIII 1894,
Schwacke, W. 11608 (RB). Entre Rios de Minas: Serra da Colônia, XII 1991, Tameirão Neto, E. 672 (BHCB).
Extrema: Mata do Estado - Bairro do Barreiro, 23 VI 2004, Trindade-Lima, T. 37 (HME). Serra do Lopo - Trilha
da Sacerdotiza, 26 III 2004, Trindade-Lima, T. 06 (HME). Trilha do Pinheirinho, 24 VIII 2004, Trindade-Lima, T.
94 (HME). Serra do Lopo - Trilha oposta a do Caçador, 1 VII 2004, Trindade-Lima, T. 62 (HME). Serra do Lopo -
Trilha oposta a do Caçador, 1 VII 2004, Trindade-Lima, T. 61 (HME). Fervedouro: córrego Pai Inácio, 11 I 2001,
Salino, A. 5970 (BHCB). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 VI 2001, Paula, C.C. 1199 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 15 I 1998, Paula, C.C. s.n. (VIC 25961). Guarani: área das Usinas Hidrelétricas,
11 X 1997, Salino, A. 3559 (BHCB). Itutinga, 10 X 1992, Souza, V.C. 2007 (R). Juiz de Fora, 28 X 1985,
Krieger, L. s.n. (CESJ 25731). Mucungê, 1 X 1977, Agostinho, T. 16680 (CESJ). fazenda do Diamante, 24 X 1970,
Krieger, L. 9508 (CESJ). Mata da Luna, 18 X 2004, Rocha, M.J.R. 63 (GFJP). Lavras, 9 XII 1980, Leitão Filho,
H.F. 11822 (UEC). 10 XII 1980, Leitão Filho, H.F. 11955 (UEC). 7 XII 1983, Leitão Filho, H.F. 15345 (UEC).
Lima Duarte: Serra de Ibitipoca, 1 X 1970, Krieger, L. s.n. (BHCB 63478). Parque Estadual de Ibitipoca, 5 XII
1993, Oliveira, R.C. 116 (CESJ). Serra de Ibitipoca, 1 X 1970, Confúcio, U. 9446 (MBM). Parque Estadual de
Ibitipoca, 24 XII 1989, Leme, E.M.C. 1471 (HB). Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 16 (R).
Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15304 (GFJP). Parque Esatdual do Ibitipoca, 8 XII 1998,
Martinelli, G. 15271 (RB). 19 X 2003, Monteiro, R.F. 6 (RB). 8 XII 1998, Martinelli, G. 15271 (RB). Miradouro,
8 VI 1995, Leoni, L.S. 2941 (GFJP). Passa Quatro, 27 IV 1929, Sampaio, A.J. 6193 (R). 27 IV 1929, Sampaio,
A.J. 6192 (R). Poços de Caldas, 10 IX 2005, Reis, J.R.M. s.n.(ESAL 20292). Rio Novo: Serra do Henrique, IX
1895, Schwacke, W. 11910 (RB). Serra do Descoberto, VIII 1895, Schwacke 11608 (RB). 28 XII 1895, ? s.n. (RB
146286). 29 VII 1895, ? s.n. (RB 112285). Rio Preto: Funil, Serra da Caveira D'Anta, 22 II 2004, Assis, L.C.S. 983
(CESJ). Serra Negra- Fazenda Tiririca, 3 XI 2003, Salimena, F.R.G. 1127 (CESJ). Santa Rita de Jacutinga:
Boqueirão da Mata, XI 2001, Moura, R. 341 (R). Sericita: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 12 I 1996,
Paula, C.C. 1087 (VIC). São Joda Chapada, 14 II 1947, Romariz, D. s.n. (RB 59654). São João Del Rey:
Cachoeira da usina, 25 II 2001, Valente, A.S.M. s.n.(CESJ 32532). São João da Chapada, 14 II 1947, Romariz, D.
430 (RB). São Thomé das Letras, 21 VII 1978, Martinelli, G. 4825 (RB). Tiradentes, 7 IX 1990, Alves, R.J.V.
1368 (RB). 11 V 1987, Alves, R.J.V. 26 (RB). Fazenda da Tiririca, 23 XI 2004, Salimena, F.R.G. 1214 (CESJ).
Viçosa: Escola Estadual de Agricultura, 26 XII 1958, Irwin, H.S. 2314 (US). Recanto das Cigarras, 15 II 1992,
Oliveira, J.R.V. s.n. (VIC 11340). RIO DE JANEIRO. Porto das Caixas, 30 X 1935, Brade, A.C. 15011 (RB).
Resende, Parque Nacional do Itatiaia, 18 X 1977, Ferreira, V.F. 233 (RB). 18 X 1977, Ferreira, V.F. 233 (RB).
SÃO PAULO. Serra da Cantareira, Koscinski, M. 329 (SP). Amparo: Monte Alegre, 21 XII 1942, Kuhlmann, M.
262 (SP). Atibaia: Parque Municipal da Grota Funda, Bernacci, L.C. 28402 (UEC). Bragança Paulista: 25 VII
1916, Duarte, C. 116 (SP). Campos do Jordão, ? s.n. (RB 146286). Parque Estadual de Campos do Jordão, 5 XII
2000, Fiaschi, P. s.n.(SPF 144159). Parque Estadual de Campos do Jordão, 11 XI 1994, Sazima, M. 32532 (UEC).
Horto Florestal, 28 XII 1994, Sazima, I. 32541 (UEC). Jundiaí: Estação Experimental de Jundiaí - IAC, 16 V 1997,
Jung-Mendacolli, S.L. 687 (IAC). Mairiporã: P. E. Cantareira, 3 II 2005, ? s.n. (SPSF 34060). Pinheiros: 21 VIII
1930, Gehrt, A. s.n. (RB -). SÃO PAULO: Campos do Jordão: Horto Florestal, 24 IX 1994, Buzato, S. 32534
(UEC). Horto Florestal, 4 II 1947, Dedecca, D. s.n.(IAC 8156).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
173
Resultados & discussão
Tillandsia stricta var. stricta forma nivea Leme, Pabstia. 4(3). 1993.
Tipo: Brasil, Maricá, Cassorotiba, Nahoum s.n. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Está forma ocorre no estado do Rio de Janeiro. Na Serra da Mantiqueira foi encontrada
uma única coleção procedente do município de Ervália, no Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro. Paula (1998) não incluiu o táxon no levantamento realizado nesta área.
Tillandsia stricta var. stricta forma nivea diferencia-se da forma típica pela inflorescência
completamente nívea (vs. inflorescência com brácteas florais rosa-avermelhada e pétalas azuis).
No município de Camanducaia, Minas Gerais, durante o presente estudo, foram observadas
grandes populações crescendo em áreas de Floresta Ombrófila Mista, com inflorescências
compatíveis com esta forma.
Cresce como epífita. Não dados referentes ao ambiente, altitude e fenologia do táxon.
Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Ervália: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 8 XII 1995, Paula, C.C. 1065 (VIC).
Tillandsia stricta var. albifolia H. Hrom. & Rauh, Bromelienstudien. 41. 1983.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, entre Alegre e Jerônimo Monteiro, Hromadnik 6135
(HEID).
Distribuição geográfica: ES, SP.
Comentário
Esta variedade é referida apenas para o estado do Espírito Santo e São Paulo. Na Serra da
Mantiqueira é registrada por apenas uma coleta procedente do município de Campos do Jordão.
Caracteriza-se principalmente pelas pétalas de coloração branca, contrastando com as
brácteas róseas.
Não dados sobre o hábito e altitude na etiqueta do material. Floresce no mês de
outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
174
Resultados & discussão
Material examinado
SÃO PAULO. Campos do Jordão: Horto Florestal, 9 X 1992, Buzato, S. 27196 (UEC).
Tillandsia stricta var. disticha L. B. Smith, Arq. Bot. S. Paulo II. 1: 115. 1943.
Tipo: Brasil, Paraná, Vila Velha, Ponta Grossa, Foster 411-A (Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: PR, SP.
Comentário
Este é o primeiro registro desta variedade para o estado de São Paulo. O táxon era
conhecido apenas pelo material-tipo.
Diferencia-se da variedade típica pelas poucas flores de disposição dística.
Não há dados sobre o hábito e a altitude desta espécie. Cresce em áreas de Mata
Atlântica, em Floresta Ombrófila Mista. Floresce em julho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 14993 (SP).
Tillandsia tenuifolia L. var. tenuifolia, Sp. pl. 1: 286. 1753.
Tipo: Sem procedência, Royen s.n. (Holótipo: L).
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, ES, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Apresenta ampla distribuição, ocorrendo nas Índias Ocidentais, ao norte, e na Bolívia e
Argentina, ao sul, e no Brasil em todo território, exceto a região Norte. Na Serra da Mantiqueira
é registrada apenas em Minas Gerais e São Paulo.
Tillandsia tenuifolia segundo Tardivo (2002) apresenta grande variabilidade morfológica,
decorrentes principalmente das condições ambientais as quais esta submetida. A análise
detalhada da morfologia floral indica que um conjunto de caracteres florais se apresentam
sempre constantes, como a inflorescência em espiga, flores sésseis, sépalas posteriores
fortemente unidas, pétalas elípticas ou espatuladas com ápice truncado ou obtuso de coloração
branca a azulada e filetes plicados na região mediana. Devido a gama de variações apresentadas
pelo táxon a autora sinonimiza todas as variedades. Atualmente são aceitas seis variedades além
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
175
Resultados & discussão
da variedade típica. A maioria dos exemplares examinados não apresentava identificação infra-
específica e quando não foi possível a determinação devido a falta de dados nas etiquetas o
espécime foi considerado como pertencente à variedade típica.
Assemelha-se a T. aëranthos (Loiselium) L.B. Sm., Tillandsia araujei Mez, e T. bergeri
Mez, das quais distingui-se principalmente pela morfologia floral. Apenas Tillandsia aëranthus é
referida para a Serra da Mantiqueira, conforme discutido anteriormente.
Cresce como epífita ou rupícola, em áreas de Mata Atlântica, Campos Rupestres e
Campos de Altitude, entre 400 e 1250 m de altitude. Há indícios de floração para todos os meses
do ano, exceto outubro e novembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. 11 IX 1861, Regnell, A.F. 132 (US). Serra da Mantiqueira, V 1896, Magalhães, H. 1228 (R).
Serra da Mantiqueira, VII 1894, Silveira, A.A. 6 (R). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 26 III 1995, Leoni,
L.S. 2850 (GFJP). Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto, E. 2890 (BHCB). PCH Aiuruoca, 16 II
2000, Tameirão Neto, E. 2890 (SPF). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 23 X 1994, Paula, C.C.
1001 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 28 II 1996, Paula, C.C. 1096 (VIC). Barroso: Mata do Baú,
8 X 2001, Assis, L.C.S. 285 (CESJ). Mata do Baú, 8 X 2001, Assis, L.C.S. 285 (SPF). Mata do Baú, 27 XI 2001,
Assis, L.C.S. 11 (CESJ). Mata do Baú, 20 X 2001, Assis, L.C.S. 338 (CESJ). Mata do Baú, 20 X 2001, Assis, L.C.S.
338 (MBM). Bonsucesso: Fazenda Novo Mundo, 3 XI 2001, Tameirão-Neto, E. s.n.(ESAL 14337). Caldas, 20 XI
1930, Hoehne, F.C. 26688 (NYBG). Camanducaia: fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1279 (BHCB).
Carrancas: Estrada de acesso à Serra do Moleque, 9 X 1997, Martins, A.B. 35667 (UEC). Cachoeira da Fumaça e
Serra de Carrancas, 9 XII 1983, Leitão Filho, H.F. 15375 (UEC). Cachoeira da Zilda, 12 XI 1997, Simões, A.O. 37
(UEC). Extrema: Trilha para a Pedra das Flores, 14 VIII 2004, Trindade-Lima, T. 93 (HME). Serra do Lopo -
Trilha do Caçador, 2 VI 2004, Trindade-Lima, T. 32 (HME). Mata do Estado - Bairro do Barreiro, 23 VI 2004,
Trindade-Lima, T. 36 (HME). Mata do Estado - Bairro do Barreiro, 23 VI 2004, Trindade-Lima, T. 35 (HME).
Mata Parque de Eventos, 1 VII 2004, Trindade-Lima, T. 65 (HME). Serra do Lopo - Trilha do Caçador, 2 VI 2004,
Trindade-Lima, T. 31 (HME). Serra do Lopo - Trilha oposta a do Caçador, 30 VI 2004, Trindade-Lima, T. 60
(HME). Serra do Lopo - Trilha Pico dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 09 (HME). Itapeva: Pedra
Chata, 26 VIII 1999, Stehmann, J.R. 2561 (BHCB). Itumirim, 15 V 1985, Resende, M.D.V. s.n.(ESAL 04562).
Lavras, X 1984, Gavilanes, M.L. 2009 (ESAL). 12 IX 1987, Gavilanes, M.L. 3338 (ESAL). Poço Bonito, 3 III
1993, Corrêa, H.M. s.n.(ESAL 14105). Rio Capivari, 20 IX 1999, Ricardo s.n.(ESAL 15985). Serrinha, 7 XII
1983, Leitão Filho, H.F. 15314 (UEC). 9 XII 1980, Leitão Filho, H.F. 11821 (UEC). Lima Duarte: estrada Lima
Duarte - Olaria, 27 III 1989, Krieger, L. 24447 (CESJ). Parque Estadual de Ibitipoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C.
1491 (HB). V 1897, Brandão, F. s.n. (R 190526). 30 VI 2004, Assis, L.C.S. 1049 (RB). 10 III 2004, Forzza, R.C.
3137 (RB). Macaia: Mata dos Botelhos, 22 XI 1989, Carvalho, D.A. s.n.(ESAL 09649). Olaria: Cachoeira Pão de
Angu, 27 I 1998, Brugger, M. s.n. (CESJ 30036). Oliveira, 24 VI 1989, Gavilanes, M.L. 4232 (ESAL). Passa
Quatro: Floresta Nacional de Passa Quatro, 5 XII 1998, Martinelli, G. 15256 (RB). Rio Novo, VII 1895, Schwacke,
W. 11540 (RB). Rio Preto, 4 XII 2003, Menini-Neto, L. s.n.(CESJ 42657). Ninho da Égua, 25 IV 2005,
Matozinhos, C.N. 213 (CESJ). São João del Rei: Casa de Pedra, 11 VII 1997, Moura, R. 77 (R). Tiradentes, 15 V
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
176
Resultados & discussão
1988, Alves, R.J.V. 315 (RB). Viçosa: Escola Estadual de Agricultura, 26 XII 1958, Irwin, H.S. 2316 (US). Escola
Estadual de Agricultura, 26 XII 1958, Irwin, H.S. 2316 (R). 1936, Kuhlmann, J.G. 6981 (RB). 26 XII 1958, Irwin,
H.S. 2316 (VIC). Universidade Federal de Viçosa, 28 X 1979, Vidal, W.N. 510 (HB). 1936, Kuhlmann, J.G. s.n.
(RB 78015). SÃO PAULO. Amparo: Monte Alegre, 26 VIII 1943, Kuhlmann, M. 358 (SP). Atibaia: Parque
Municipal da Grota Funda, Bernacci, L.C. 28403 (UEC). Pedra Grande, 8 XII 1985, Hutchison, P.C. 8951 (UEC).
Pedra Grande, 29 VIII 1982, Galvão, J.C. 27114 (UEC). Bernacci, L.C. 28403 (ESA). Campos do Jordão: 15 IX
1923, Hoehne, F.C. s.n .(SP). Horto Florestal Campos do Jordão, 20 IX 1991, Buzato, S. 26858 (SP). Parque
Estadual de Campos do Jordão, 27 VI 1992, Buzato, S. 26281 (UEC). Parque Estadual de Campos do Jordão, 20 IX
1991, Buzato, S. 26858 (UEC). Parque Estadual Campos do Jordão, 4 VIII 1994, Sazima, M. 31791 (UEC). 16 I
1956, ? s.n. (RB 146286). Monte Alegre: Margem do Rio Camanducaia, 26 VII 1949, Kuhlmann, M. 1885 (SPF).
Margem do Rio Camanducaia, 26 VII 1949, Kuhlmann, M. 358 (SPF). Monte Alegre do Sul: Margem do Rio
Camanducaia, 26 VII 1949, Kuhlmann, M. 1885 (SP).
Tillandsia tenuifolia var. saxicola (L.B. Smith) L.B. Smith, Phytologia 8: 220. Basiônimo:
Tillandsia pulchella var. saxicola L.B. Sm., Arq. Bot. S. Paulo II. 1: 115, pl. 118. 1943.
Tipo: Brasil, São Paulo, Pedra Grande, 6 set. 1939. A. Gerht s.n. (Holótipo: GH. Isótipo:
SP).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Esta variedade era conhecida para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Este é o
primeiro registro para Minas Gerais, numa região da Serra da Mantiqueira.
Caracteriza-se pelas folhas densamente dísticas, ascendentes e flores polísticas.
Cresce preferencialmente como rupícola em áreas de Mata Atlântica a cerca de 1000 m
de altitude. Floresce de agosto a dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Bom Sucesso: fazenda Mundo Novo, 3 XI 1991, Tameirão Neto, E. 788 (BHCB). fazenda
Mundo Novo, 3 XI 1991, Tameirão Neto, E. 788 (US). SÃO PAULO. Atibaia: Pedra Grande, 12 VIII 1985,
Hutchison, P.C. 8951 (RB). 15 VIII 1929, Ostermeyer, R. s.n.(SP 24162). Pedra Grande - Serra de Itapetinga, X
1910, Duarte, C. 220 (SP). 12 VIII 1985, Hutchinson, P.C. 8951 (RB).
Tillandsia tenuifolia var. surinamensis (Mez) L.B. Sm., Phytologia 8: 220. 1962. Basiônimo:
Tillandsia pulchella var. surinamensis Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 603. 1894.
Tipo: Suriname, Hostmann 592-A (Holótipo: U).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
177
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: BA, CE, DF, ES, GO, MG, PB, PE, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Tillandsia tenuifolia var. surinamensis apresenta ampla área de distribuição, ocorre em
toda a América do Sul, das Guianas até a Argentina. No Brasil, assim como a variedade-típica, é
referida para todas as regiões exceto a região Norte. Na Serra da Mantiqueira é registrada para
Minas Gerais e São Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas geralmente secundas, inflorescência excedendo as folhas e
flores polísticas.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica entre 1100 e 1200 m de altitude. Floresce
no mês de março. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 22 III 1988, Andrade, P.M. 1131 (BHCB). Parque
Estadual do Ibitipoca, 22 III 1988, Andrade, P.M. 1131 (MBM). SÃO PAULO. Jaraguá, Brade, A.C. 7203 (SP).
Tillandsia tenuifolia var. vaginata (Wawra) L. B. Sm., Phytologia 8: 220. 1962. Basiônimo:
Tillandsia triflora Vellozo, Fl. Flum. 134. 1825; Icon. 3: pl. 134. 1831.
Tipo: Brasil, Juiz de Fora, Wawra II-212 (Holótipo: W, destruído). Lectotipificada pela
ilustração 24-B in Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883, designado por Smith e Downs (1977).
Distribuição geográfica: BA, ES, GO, MG, PB, PI, PR, RJ, RN, SP.
Comentário
Tillandsia tenuifolia var. vaginata tem ampla área de distribuição, ocorrendo das Índias
Ocidentais ao Brasil e Paraguai. Na Serra da Mantiqueira há um número considerável de
ocorrência para o estado de Minas Gerais, e poucos registros para São Paulo.
Caracteriza-se pelas folhas com distinção evidente entre bainhas e lâminas, mais curtas
que o caule, lâminas involutas e delicadas.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica entre 400 e 1200 m de altitude. A
floração parece ocorrer ao longo de todo o ano, com concentrações para os meses de novembro e
dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
178
Resultados & discussão
MINAS GERAIS. Serra da Mantiqueira, 1948, ? s.n. (R 199562). Barbacena, XI 1905, Sampaio, A.J. 342 (R).
Caldas, 11 XII 1862, Regnell, A.F. 1210 (US). Regnell, A.F. 1850 (US). 20 XI 1930, Hoehne, F.C. s.n. (SP 26688).
Carangola: córrego Água Limpa, 6 VIII 1989, Leoni, L.S. 824 (HB). córrego Água Limpa, 6 VIII 1989, Leoni, L.S.
824 (RB). córrego Água Limpa, 6 VIII 1989, Leoni, L.S. s.n.(GFJP 824). Caxambú, XI 1958, Pabst, G.F.J. 4628
(HB). XII 1960, Pabst, G.F.J. s.n. (HB 21295). Coronel Pacheco: alto da Serra do Boi, 20 V 1942, Heringer, E.P.
1007 (SP). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 8 III 2003, Almeida, V.R. 36 (CESJ). Lavras:
Serrinha, 9 XII 1980, Barros, F. 572 (SP). 13 XI 1944, Heringer, E.P. 1640 (SP). Lima Duarte, IV 1897, Brandão,
F. s.n. (R 190526). Passa Quatro: Estação Florestal da Mantiqueira, X 1948, Vidal, J. s.n. (R 190550). Parque
Florestal "J. Mariano Filho", 24 XI 1967, Mattos, J. 15250 (SP). Parque Florestal "J. Mariano Filho", 24 XI 1967,
Mattos, J. 15250 (HB). Rio Novo, Herb. Schwacke 11540 (RB). SÃO PAULO. Atibaia, VIII 1910, Duarte, C.
137 (SP). Campos do Jordão: Parque Estadual Campos do Jordão, 24 XI 1995, Sazima, M. 96/0004 (HB).
Tillandsia tricholepis Baker, J. Bot. 16: 237. 1878.
Tipo: Bolívia, La Paz, Larecaja, Mandon 1179 (Holótipo: K, Isótipos: BM, NY, P, S).
Distribuição geográfica: CE, MG, PE, PR, RJ, RS.
Comentário
Tillandsia tricolepis é muito comum na Bolívia, Paraguai, Argentina e leste do Brasil. Na
Serra da Mantiqueira é referiada para os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Caracteriza-se pelo pequeno porte, com folhas densamente escamosas e polisticamente
dispostas ao longo de um caule distinto. O escapo e a inflorescência assemelham-se a T. loliacea
difererindo pela coloração creme das pétalas (vs. amarelo-escuro) e forma do ovário.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, entre 450 e 700 m de altitude. Somente
dois dos exemplares examinados apresetavam-se floridos, um no mês de setembro e outro em
janeiro, as etiquetas destes materiais indicam pétalas lilases e cremes, respectivamente. A espécie
não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Belmiro Braga: São Jodas Três Ilhas, 31 VIII 1986, Sabino, M. 21296 (CESJ). São José das
Três Ilhas, 31 VIII 1986, Sabino, M. 21296 (RB). Carangola: Serra do Papagaio, IX 1992, Leoni, L.S. 1967 (HB).
Perímetro urbano, V 2002, Leoni, L.S. 4971 (GFJP). Conselheiro Mata, Brade, A.C. 13497 (RB). Juiz de Fora:
Cedofeita, 28 X 1972, Krieger, L. 11825 (CESJ). Matias Barbosa: Propriedade do Sr. Sílvio Andrade Bastos,
Andrade, S. s.n. (BHCB 58106). Rio Novo: Fazenda Boa Esperança, 19 IV 1995, Leoni, L.S. 2920 (GFJP). Rio
Preto: Vilarejo do Funil, Cânion, 28 I 2007, Trindade-Lima, T. 224 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI 2006,
Wanderley, M.G.L. 2553 (SP). Três Ilhas, 31 VIII 1986, Sabino, M. 21296 (RB). RIO DE JANEIRO. Parahyba
do Sul, 1 XII 1939, Kuhlmann, M. s.n.(SP 42280). Paraíba do Sul: Faz. Sincorá, 5 IV 1994, Paiva, R.L. 93-040-00
(ESAL).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
179
Resultados & discussão
Tillandsia usneoides (L.) L., Sp. pl. (ed 2) 1: 411. 1762. Basiônimo: Renealmia usneoides L.,
Sp. pl. 1: 287. 1753.
Tipo: Jamaica., Sloane s.n. (Holótipo: BM).
Distribuição geográfica: BA, CE, ES, MA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Amplamente distribuída por praticamente toda a área de ocorrência da família, do sul do
Estados Unidos a região central da Argentina e do Chile, inclusive o Brasil. Na Serra da
Mantiqueira há registros em herbários somente para o estado de Minas Gerais. Foram
observadas, durante este trabalho, grandes populações no município de Joanópolis, São Paulo,
em uma área destinada a visitação pública.
Tillandsia usneoides apresenta morfologia bastante inusitada na família, constituindo-se
basicamente de ramificações filiformes, que se desenvolvem formando “cortinas” pendentes
sobre os ramos das árvores. Além disso, apresenta inflorescência uniflora.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, em matas ciliares, bordas de florestas ou
em grandes árvores do interior das matas. Apenas três dos exemplares examinados continham
flores, com indicações dos meses de maio, junho e novembro. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. , 25 IV 1868, Regnell, A.F. 1251 (R). Antonio Carlos: Serra da Mantiqueira, 7 II 1972,
Krieger, P.L. 11472 (CESJ). Antônio Carlos: Serra da Mantiqueira, 7 II 1972, Krieger, L. 11472 (CESJ).
Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 25 X 1994, Paula, C.C. 1005 (VIC). Barbacena, 21 XI 1905,
Sampaio, A.J. 154 (R). Cruz das Almas, 29 VII 1895, Schwacke, W. 11565 (RB). 1880, ? s.n. (RB 112279). 29 VII
1895, Schwacke, P. 11565 (RB). Barroso: Mata do Baú, 26 XI 2001, Assis, L.C.S. 397 (CESJ). Mata do Baú, 26
XI 2001, Assis, L.C.S. 397 (MBM). Mata do Baú, 26 XI 2001, Assis, L.C.S. 397 (SPF). Bom Jardim de Minas, 11
X 1960, Slib, J.E. s.n. (HB 21241). Bom Sucesso: fazenda Mundo Novo, 3 XI 1991, Tameirão Neto, E. 791
(BHCB). fazenda Mundo Novo, 3 XI 1991, Tameirão Neto, E. 791 (US). Carangola: Fazenda Boa Vista, 6 IX
1988, Leoni, L.S. 373 (GFJP). Fazenda Boa Vista, 6 IX 1988, Leoni, L.S. 373 (HB). Coimbra: Serra de São
Geraldo, 11 X 1995, Valente, G.E. 137 (VIC). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 31 VIII 2001,
Almeida, V.R. 34 (CESJ). Extrema: Mata do Estado - Bairro do Barreiro, 23 VI 2004, Trindade-Lima, T. 38
(HME). Serra do Lopo - Trilha Pico dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 14 (HME). Faria Lemos:
Fazenda Santa Rita, 16 IV 2006, Silva, M.F.B. 115 (GFJP). Fazenda Santa Rita, 16 IV 2006, Souza, R.L. 077
(GFJP). Fazenda Santa Rita, 16 IV 2006, Faria, T.L.T. 17 (GFJP). Fazenda Santa Rita, V 2002, Leoni, L.S. 4970
(GFJP). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 15 IX 1991, Leme, E.M.C. 1794 (HB). 9 III 2004, Forzza,
R.C. 3022 (RB). Passa Quatro, 22 IV 1929, Sampaio, A.J. 6224 (R). Poços de Caldas, 10 IX 2005, Reis, J.R.M.
s.n.(ESAL 20293). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1304 (CESJ). 21 V 2004, Salimena,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
180
Resultados & discussão
F.R.G. 1304 (RB). Santa Rita de Jacutinga: Boqueirão da Mata, XI 2001, Moura, R. 342 (R). São Thodas
Letras, 21 VII 1978, Martinelli, G. 4811 (RB). Serra de São Tomé, 30 X 1984, Pirani, J.R. 5730 (SPF).
Tiradentes, 6 III 1988, Alves, R.J.V. 233 (RB).
Vriesea altodaserrae L.B. Sm., Contr. Gray Herb. 98: 16, est. 5, fig. 1-2. 1932.
Tipo: Brasil, São Paulo, Estação Biológica, Alto da Serra, L.B. Sm. 1875 12 fev. 1929
(Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: PR, SC, SP.
Comentário
Vriesea altodaserrae ocorre segundo Smith & Downs (1977) em florestas de altitude e
matas de araucária nos estado de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Na Serra da Mantiqueira há
apenas um registro para o táxon, procedente do município de Lavrinhas, estado de São Paulo.
Caracteriza-se pela inflorescência composta, apresentando muitos ramos, com muitas
flores, brácteas primárias largamente ovadas e brácteas florais amarelas. Assemelha-se a Vriesea
sceptrum, podendo ser diferenciada pela lâmina foliar triangular, escapo esverdeado, maior
número de flores por ramo e pela bráctea floral amarela (vs. lâminas ligulado-triangular, escapo
vermelho, menor número de folhas por ramo e bráctea floral vermelhas em Vriesea sceptrum).
A espécie cresce como rupícola em áreas de Mata Atlântica. Não há dados sobre a
altitude em que ocorre. Floresce em abril. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Lavrinhas: Vale do Ribeirão Branco, 6 IV 1995, Kinoshita, L.S. 95.8 (SP).
Vriesea arachnoidea A. Costa, J. Bromeliad Soc. 44: 162. 1994.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Reserva Biológica de Macaé de Cima, Sítio
Hum Baccus, Costa, A. 425 (RB).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Vriesea arachnoidea tem ocorrência registrada para algumas regiões da Serra do Mar, no
estado do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais é conhecida apenas para o Parque Estadual da Serra
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
181
Resultados & discussão
do Brigadeiro, situado na Serra da Mantiqueira.
A espécie se caracteriza pela nítida distinção entre as bainhas e lâminas foliares, com
bainhas ornamentadas com máculas atropurpúreas que formam linhas transversais irregulares,
lâminas foliares estreitas, com cerca de 5 mm de largura, inflorescência subereta, simples e
brácteas florais ovadas com ápice acuminado e incurvado (Costa, 1994). Assemelha-se pelo
hábito a V. flammea L. B. Sm., que não ocorre na Serra da Mantiqueira.
Cresce exclusivamente como epífita na Mata Atlântica e em áreas de transição entre as
matas e os Campos de Altitude. Costa (1993) relata que na Reserva Ecológica de Macaé de Cima
os indivíduos desenvolvem-se preferencialmente como terrícolas e raramente apresentam hábito
epifítico. A espécie ocorre por volta de 1200 m de altitude e nos exemplares examinados
foram observadas plantas em estágio de pré-floração coletadas no mês de novembro. Paula
(1998) indica floração para as populações do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro entre
novembro e janeiro. Ocorre em unidade de conservação. Segundo Costa (1993) se enquadra na
categoria em perigo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda Neblina, 19 V 1991, Leoni, L.S. 1580 (GFJP). Araponga: Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 22 IX 1999, Goldschmidt, A. 23 (VIC). Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 29
XI 1998, Martinelli, G. 15210 (GFJP). Parque Estadual Serra do Brigadeiro, 29 XI 1998, Martinelli, G. 15210
(RB). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 13 IV 1995, Paula, C.C. 1027 (VIC).
Vriesea billbergioides E. Morren ex Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 534. 1894.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Glaziou 3630 (Holótipo: B, Isótipos: BR, P).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
A espécie ocorre apenas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Serra da
Mantiqueira há registros da espécie para o Parque Estadual do Caparaó, Parque Estadual da Serra
do Brigadeiro, em Minas Gerais e para o município de Itatiaia, no Rio de Janeiro.
Vriesea billbergioides apresenta morfologia bastante peculiar, distinta das espécies
congêneres ocorrentes na Serra da Mantiqueira, tendo como característica marcante o longo
escapo pêndulo com ramos geniculados, brácteas imbricadas e a inflorescência bipinada.
Cresce essencialmente como epífita. Segundo Paula (1998) pode ocorrer como terrícola
sobre serrapilheira em áreas de transição de mata e canpos. Ocorre na Mata Atlântica e em
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
182
Resultados & discussão
Campos de Altitude, normalmente próxima a cursos d’água, entre 1000 e 2000 m de altitude,
com maior número de registros para altitudes superiores a 1800 m. Floresce de setembro a
janeiro. Paula (1998) relata floração entre janeiro e março. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15173 (GFJP). Parque
Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15173 (RB). X 1941, Brade, A.C. 17124 (RB). 18 IX 1988,
Krieger, P.L. FPNC 211 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: 1984, Marigo, L.C. s.n. (RB 231603).
Vriesea bituminosa Wawra, Oesterr. Bot. Z. 12: 347. 1862.
Tipo: Brasil, Bahia, Ilhéus, Wawra 257 (Holótipo: W, foto SEL).
Distribuição geográfica: BA, CE, ES, MG, RJ, SP.
Comentário
A espécie ocorre na Venezuela e no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo Costa (2002) a espécie integra o complexo de V. platynema, que engloba
espécies da secção Xiphion (com estames inclusos e brácteas com coloração variando de verde a
castanha). Neste complexo encontram-se táxons de inflorescência simples com flores dísticas
com morfologia bastante similar, tornando complexa identificação do material herborizado. Na
Serra da Mantiqueira ocorrem dois outros táxons (Vriesea regnellii e Vriesea sazimae) com
morfologia similar a Vriesea bituminosa. Smith & Downs (1977) diferenciam V. bituminosa e V.
regnellii pela presença em V. bituminosa de inflorescência densamente coberta por material
gelatinoso e brácteas florais largamente ovadas, imbricadas após a antese, (vs. inflorescência não
apresentando substância gelatinosa e brácteas florais elípticas, nunca imbricadas em V. regnellii).
De V. sazimae pode ser diferenciada principalmente pelas brácteas florais verde-avermelhadas
com margens escuras (vs. brácteas florais verde-amareladas com máculas negras em V. sazimae).
O material Paula 1076 estava identificado como Vriesea bituminosa var. minor, táxon
que foi recentemente elevado à espécie por Leme (1997a). Este exemplar foi citado no
levantamento realizado por Paula (1998) para o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro como V.
bituminosa e por Versieux (2005) no catálogo das Bromeliaceae de Minas Gerais, como Vriesea
minor. Este seria o único registro da espécie para a Serra da Mantiqueira e, considerando a
dificuldade de delimitação entre estes táxons, e a analise do respectivo material (que apresenta
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
183
Resultados & discussão
apenas parte da inflorescência e folha com mácula negra no ápice, ainda que inespressiva), neste
trabalho o espécime foi identificado como V. bituminosa.
Vriesea bituminosa cresce como epífita, terrícola ou rupícola, em áreas de Mata
Atlântica, Campos Rupestres e Campos de Altitude, entre 700 e 2000 m de altitude, em locais
sombreados ou áreas expostas diretamente a radiação solar, pode formar grandes populações,
mas também é registrada ocorrendo de forma mais esparsa. Floresce de junho a dezembro.
Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Santa Rita, 1895, Schwacke, W. 11319 (RB). Serra da Araponga - Parque do Brigadeiro, 1 VII
1992, Leoni, L.S. 2017 (GFJP). Serra Negra, 29 IV 1962, Castellanos, A. 23399 (HB). Araponga: Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro, 1 XII 1992, Leoni, L.S. 2017 (HB). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Paula, C.C.
1076 (VIC). fazenda Estouro, 1 XI 1941, Alvim, P. s.n. (VIC 3969). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 23
XII 1995, Paula, C.C. 1108 (VIC). Camanducaia: Monte Verde- Serra da Mantiqueira, 9 IV 2002, Meireles, L.D.
1029 (SP). Extrema: Serra do Lopo - Trilha Pedra das Flores, 24 VI 2004, Trindade-Lima, T. 54 (HME). Serra do
Lopo - Trilha Pico dos Cabritos, 20 IV 2004, Trindade-Lima, T. 13 (HME). Lima Duarte: Parque Estadual de
Ibitipoca, 23 VI 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13730). Parque Estadual de Ibiitpoca, 28 XII 1989, Leme, E.M.C.
1487 (R). 31 III 2004, Forzza, R.C. 3335 (RB). 10 III 2004, Forzza, R.C. 3171 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 28
(RB). Rio Preto: Serra Negra, 9 XI 2005, Abreu, N.L. 39 (CESJ). RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Brejo da Lapa,
VII, Strang, H. 1033 (HB). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 1 X 1977, Martinelli, G. 3213 (RB). SÃO
PAULO. Amparo: Monte Alegre, 27 III 1943, Kuhlman, M. 409 (SP). Monte Alegre - Imediações da Cachoeira,
27 III 1943, Kuhlman, M. 409 (NYBG). Campos do Jordão: Reserva do Instituto Florestal, 29 IX 1976, Davis,
P.H. 3117 (UEC). Parque Estadual Campos do Jordão, 15 XII 1994, Sazima, M. 32536 (UEC).
Vriesea cacuminis L.B. Sm., Phytologia 16: 79. 1968.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Serrinha, próximo à Ibitipoca, Schwacke 12296 (Holótipo:
RB, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Vriesea cacuminis é endêmica da Serra da Mantiqueira. Até recentemente, era conhecida
apenas para o Parque Estadual de Ibitipoca, mas, durante as coletas realizadas neste trabalho
foram identificadas algumas populações na Serra do Funil, em Rio Preto, Minas Gerais.
Trata-se de uma espécie bastante singular, caracterizada pela roseta tubulosa, com bainha
pouco diferenciada da lâmina, inflorescência composta e congesta, flores polísticas e
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
184
Resultados & discussão
pediceladas. Smith (1960), autor da espécie, indica afinidades com V. rodigasiana E. Morr., que
não ocorre na Serra da Mantiqueira. Nos herbários aparece algumas vezes identificada como
Vriesea stricta, espécie restrita a Cadeia do Espinhaço.
Cresce como rupícola ou saxícola em Campos Rupestres e Campos de Altitude, em
altitudes entre 700 e 1650 m. Floresce de agosto a outubro. Ocorre em unidade de conservação.
Segundo Monteiro & Forzza (dados não publicados) foi incluída na lista de espécies ameaçadas
do Brasil e na lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual do Ibitipoca, IX 1998, Rodela, L.G. 25-6 (CESJ). Parque Estadual do Ibitipoca,
IX 1998, Rodela, L.G. 25-11 (CESJ). Conceição da Ibitipoca, 28 IX 1970, Krieger, P.L. 9298 (RB). Lima
Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 8 X 1987, Sousa, H.C. s.n. (BHCB 13727). Parque Estadual de Ibitipoca, 28
IX 1970, Krieger, L. 9298 (BHCB). Parque Estadual de Ibitipoca, 28 IX 1970, Krieger, L. 9298 (RB). Parque
Estadual de Ibitipoca, 8 XI 2001, Forzza, R.C. s.n. (MBM 277099). Serra de Ibitipoca, VII 1896, Magalhães, H.
1586 (R). Serrinha, VIII 1896, Schwacke, W. 12296 (RB). Serrinha, VIII 1896, Schwacke, W. 12296 (US). Serra
de Ibitipoca, 2 X 1970, Sucre, D. 7267 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15307
(GFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1481 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII
1998, Martinelli, G. 15307 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15307 (BHCB). 18 X
2003, Monteiro, R.F. 1 (RB). Rio Preto: Burro de Ouro, 21 I 2006, Souza, F.S. 134 (CESJ). Serra Negra - Trilha
para o Burro de Ouro, 22 VIII 2006, Abreu, N.L. 107 (CESJ). Santa Rita de Ibitipoca, VIII 1896, Schwacke, P.
12296 (RB).
Vriesea carinata var. carinata Wawra, Oesterr. Bot. Z. 12: 349. 1862.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, Wawra 1-443 (Lectótipo: W, Isolectótipo: W).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Vriesea carinata var. carinata apresenta ampla área de distribuição no leste brasileiro,
ocorrendo desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Smith & Downs (1977) relatam a
ocorrência da espécie para o estado da Bahia, no entanto na revisão do complexo Vriesea
paraibica Wawra, realizada por Costa (2002), a autora relata não ter examinado os materiais
provenientes da Bahia e não inclui o estado na discussão da distribuição geográfica do táxon. Na
Serra da Mantiqueira tem ocorrência restrita, sendo registrada para poucas localidades dos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Vriesea carinata caracteriza-se pelo pequeno porte, com folhas de textura delicada,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
185
Resultados & discussão
acuminadas, escapo levemente curvado, inflorescência simples, normalmente com o
comprimento não ultrapassando muito a largura, flores dísticas, pediceladas, brácteas florais com
base vermelha e ápice amarelo ou verde. Durante a análise das coleções, constatou-se que esta
espécie é uma das que apresentam maior número de representantes nos herbários. Algumas
discrepâncias morfológicas podem ocorrer, possivelmente decorrentes da amplitude de habitats
ocupados pelo táxon.
Cresce exclusivamente como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 1000 m de
altitude. Floresce de fevereiro a junho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 19 II 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 26470). Parque
Estadual do Ibitipoca, 11 VI 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 14). Tiradentes, 12 III 1994, Alves, R.J.V. 4425 (RB).
RIO DE JANEIRO. Resende: Proximidades de Visconde de Mauá, 1 VIII 1985, Leme, E.M.C. 709 (NYBG).
SÃO PAULO. Jaraguá, 29 IV 1921, Gerht, A. s.n.(SP 5507). Amparo: Monte Alegre, 30 VIII 1943, Kuhlman, M.
1039 (SP). Mairiporã: P. E. Cantareira, 7 VI 2005, ? s.n. (SPSF 34754). P. E. Cantareira, 7 VI 2005, ? s.n. (SPSF
34751). Serra Negra, 6 VI 1927, Hoehne, F.C. s.n. (SP 20039).
Vriesea carinata var. flavominiata Leme, Journal of the bromeliad society, vol. XXXIV, maio
junho 1984, nº 3, pág. 121-122.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Alfredo Chaves, Vila de São Bento da Urania, Fazenda
Zechini, Martinelli, G. 8079, Kautsky, R. e Leme, E. 5 maio, 1982. (Holótipo: RB. Isótipo: HB);
Fl. Cultivo, 10 dezembro de 1982, nº 104-B, Leme, E.
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Esta variedade é conhecida apenas para o estado do Espírito Santo e Minas Gerais. No
último é registrada apenas para a Serra da Mantiqueira, nas proximidades da Serra do Caparaó.
Segundo Leme (1984), autor do táxon, difere da variedade típica pelas brácteas florais
distintamente vermelhas e pétalas totalmente amarelas. Este autor discute a possibilidade de
Vriesea carinata var. flavominiata se tratar de um híbrido natural, como comumente ocorre com
Vriesea carinata.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, às vezes próxima a cursos d’água, a
cerca de 1200 m de altitude. indicação de floração para os meses de abril, junho e julho.
Ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
186
Resultados & discussão
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibatiba, VII 1985, Leme, E.M.C. 674 (RB, SP). MINAS GERAIS. Capar: Parque
Nacional do Caparaó, 27 IV 2006, Leoni, L.S. 4225 (GFJP). Carangola: Serra da Araponga, VI 1993, Leoni, L.S.
2202 (GFJP).
Vriesea corcovadensis (Britten) Mez in Martius, Fl. Bras. 3(3): 532. 1894. Basiônimo:
Tillandsia ventricosa Wawra, Österr. Bot. Zeitschr. 30: 222. 1880; non Grisebach 1865.
Tipo: Brasil, Brasil, Rio de Janeiro, Corcovado, Guanabara, Wawra II-224 (Holótipo W,
destruído). In defaut of na isotype, Glaziou 11683 (G) from the type locality is designated as the
neotype.
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SC.
Comentário
Este é o primeiro registro da espécie para o estado de Minas Gerais. Foi encontrada no
município de Rio Preto, única localidade onde ocorre na Serra da Mantiqueira.
Vriesea corcovadensis caracteriza-se pelo pequeno porte, folhas com nítida distinção
entre a bainha e a lâmina, sendo a última bastante estreita (ca. 1 cm), inflorescência simples ou
com poucas ramificações de ordem. Assemelha-se a Vriesea lubbersii sendo difícil a distinção
entre estas espécies no material herborizado. Smith & Downs (1977) difere V. corcovadensis
pela forma da roseta subtubulosa, bainhas subelípticas, lâminas de 1 cm de largura, escapo
glabro, sépalas estreitamente elípticas (vs. roseta funeliforme, bainhas elípticas, lâminas de 1,5
cm de largura, escapo lepidoto em direção ao ápice e sépalas oblonga, obtusas em V. lubbersii).
A espécie cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campo Rupestre. Não
dados sobre a altitude. Floresce nos meses de fevereiro e março. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Rio Preto, 4 III 2004, Schuchter, V. 09 (CESJ). Fazenda da Tiririca, 23 II 2004, Salimena,
F.R.G. 1246 (CESJ).
Vriesea crassa Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 566. 1894.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Glaziou 13261 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
187
Resultados & discussão
Comentário
Vriesea crassa é conhecida apenas para os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na
Serra da Mantiqueira é referida para a região do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e Parque
Nacional do Caparaó. Os exemplares observados no último, possuíam morfologia um pouco
distinta do padrão geral do táxon.
A espécie caracteriza-se pela inflorescência composta, laxamente bipinada, brácteas
primárias levemente infladas e folhas com bainhas castanho-escuras. Pode ser confundida no
material herborizado com V. hoehneana, da qual difere pela forma mais compacta, folhas mais
largas, escapo mais curto e ramos com maior número de flores.
Cresce como rupícola, saxícola ou terrícola, apenas um dos materiais analisados indica
hábito epifítico. Habita os Campos de Altitude, ocorrendo entre 1600 e 1900 m de altitude.
Apenas dois, dos exemplares analisados encontravam-se em estágio de floração, ambos
coletados no mês de janeiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra do Brigadeiro, 12 I 1995, Leoni, L.S. 2761 (GFJP). Alto Caparaó: Parque Nacional do
Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15175 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 VIII 2000,
Goldschmidt, A. 53 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 35 (VIC).
Carangola: Serra da Grama - Pedra do Pato, 15 V 1993, Leoni, L.S. 2188 (GFJP). Ferverdouro: Parque Estadual
Serra do Pato, 22 I 2005, Leoni, L.S. 6099 (GFJP).
Vriesea ensiformis var. ensiformes (Vell.) Beer, Fam. Bromel. 92. 1857. Basiônimo: Tillandsia
ensiformis Vell., Fl. flum. 133. 1825.
Tipo: Lectotipificada pela ilustração de Vellozo em Icon. 3: t. 129, Fl. flum. 1831,
designado por Smith e Downs (1977).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Espécie relativamente comum no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para o estado de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Atualmente são aceitas duas variedades para esta espécie além da variedade típica. Na
maioria dos exemplares analisados não havia identificações infra-especificas. Os materiais que
não indicavam a variedade foram considerados como pertencentes a variedade típica, uma vez
que nenhum apresentava informações suficientes acerca da coloração, impossibilitando a
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
188
Resultados & discussão
determinação das variedades.
Vriesea ensiformes integra o complexo de espécies definido por Costa (2002) como
complexo V. ensiformes, que inclui V. psittacina e V. gradata e suas respectivas variedades. Na
análise filogenética realizada pela autora, V. ensiforme mostrou-se mais intimamente relacionada
a V. gradata. Na Serra da Mantiqueira ocorrem a maioria destes táxons, sendo a distinção entre
eles, no material herborizado, muito complexa. V. ensiformes pode ser diferenciada de V.
gradata pelo maior porte, sépalas menores que as brácteas florais, que são estreitas e coriáceas e
tornam-se amplamente espaçadas no decorrer da floração e frutificação.
Cresce exclusivamente como epífita na Mata Atlântica, comumente associada a cursos
d’água, entre 450 e 3000 m de altitude. Floresce entre novembro e abril, com concentração em
janeiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Mantiqueira, IV 1896, Magalhães, H. 1223 (R). Coronel Pacheco: Água Limpa, 6 VII
1967, Pereira, E. 10594 (HB). Estação Experimental da Água Limpa, IV 1947, Lutz, B. s.n. (R 191127).
Fervedouro: Serra da Grama - Rio Preto, 11 I 2005, Leoni, L.S. 6067 (GFJP). Juiz de Fora: Benfica, 12 III 1947,
Lutz, B. s.n. (R 191130). ReBio Poço D'Anta, 24 IX 1988, Moreira, O.S.T. 24591 (VIC). Muriaé: Distrito de
Belizário-Mata, 2 XII 1998, Bittencourt, A.C. s.n. (VIC 22529). Belisário, III 1998, Paula, C.C. s.n. (VIC 25964).
Belisário, 5 II 1998, Paula, C.C. s.n. (VIC 25966). Olaria: Cachoeira Pão de Angú, I 1998, Brugger, M. s.n. (CESJ
30049). Rio Novo: Fazenda da Companhia, 19 IV 1995, Leoni, L.S. 2916 (GFJP). Santa Rita de Jacutinga, 23 I
1971, Krieger, L. 9867 (CESJ). RIO DE JANEIRO. Avelar, 20 II 1978, Ferreira, V.F. 241 (RB). Resende:
Estrada para Serrinha, 10 XII 2002, Marquete, R. 3418 (RB). Visconde de Mauá, 12 IV 1969, Sucre, D. 4907
(RB). SÃO PAULO. Itaitiaia, 1 VII 1939, Foster, M.R. 146 (R). Pindamonhangaba: Eugênio Lefevre, 11 XI
1953, Kuhlman, M. 2896 (SP). Ribeirão Grande, 30 III 1994, Cordeiro, I. 1354 (SP). Fazenda São Sebastião do
Ribeirão Grande, 3 XII 1993, Nicolau, S.A. 721 (SP).
Vriesea ensiformes var. bicolor L.B. Sm., Arq. Bot. S. Paulo II. 1: 116. 1943.
Tipo: Brasil, São Paulo, Estação Biológica do Alto da Serra, 19/07/1923, Hoehne s.n.
(Holótipo: SP, isótipo: GH).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
O táxon ocorre na região Sudeste do Brasil, com registros para os estados de Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Na Serra da Mantiqueira esta variedade foi registrada por
Paula (1998) para o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em Minas Gerais.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
189
Resultados & discussão
Vriesea ensiformes var. bicolor se diferencia da variedade típica pelas folhas concolores,
brácteas florais vermelhas em direção a base e amarelo-esverdeadas em direção ao ápice, sendo o
ápice relativamente delgado. Na descrição original do táxon, o autor comenta a probabilidade
deste táxon ser um híbrido entre Vriesea ensiformes e Vriesea psittacina.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, comumente associada a cursos d’água, a
cerca de 1200 m de altitude. Paula (1998) observou plantas em floração nos meses de janeiro,
fevereiro e março. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Grama, X 1990, Leoni, L.S. 1360 (GFJP). Coronel Pacheco: Estação Experimental de
Café, 14 II 1943, Heringer, E.P. 1165 (VIC). Estação Experimental de Café, 14 II 1943, Heringer, E.P. 1165 (SP).
Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula, C.C. 1038 (VIC). Parque Estadual da
Serra do Brigadeiro, 15 X 1995, Paula, C.C. 1038 (VIC).
Vriesea flava A.F. Costa, H. Luther & Wand., Novon 14 (1): 36-39. 2004
Tipo: Brasil, São Paulo, Ribeirão Grande, Parque Estadual Fazenda Intervales, May 1997
(fl), M.G.L. Wanderley 2187 et al. (Holótipo: SP, isótipo: R).
Distribuição geográfica: PR, SC, SP.
Comentário
A espécie ocorre na região Sudeste (São Paulo) e Sul (Santa Catariana e Paraná) do
Brasil. Na Serra da Mantiqueira é conhecida para apenas duas localidades do estado de São
Paulo.
Vriesea flava foi descrita recentemente. Interessante observar que trata-se de uma espécie
bem representada nas coleções de herbários e que vinha sendo identificada como Vriesea
morreniana Hort. ex E. Morren e também como Vriesea paraibica. Vriesea morreniana é um
híbrido artificial e não ocorre na natureza e Vriesea paraibica apresenta brácteas florais
avermelhadas (Costa 2002).
Vriesea flava caracteriza-se pelas lâminas foliares completamente verdes, raque verde a
alaranjada, brácteas florais amarelas, carena presente em duas sépalas e pétalas amarelo-
esverdeadas.
Cresce como epífita na Mata Atlântica, em florestas úmidas, em torno de 900 m de
altitude. Nenhum dos exemplares analisados encontrava-se em período de floração, um deles
apresenta botão floral, e foi coletado no mês de abril. Ocorre em unidade de conservação. Costa
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
190
Resultados & discussão
et al. (2007) sugere a retirada da espécie da lista das espécies ameaçadas do estado de São Paulo,
devido a ampliação da área de distribuição geográfica do táxon.
Material examinado
SÃO PAULO. Pindamonhangaba: Ribeirão Grande, 2 IV 1995, Cordeiro, I. 1355 (SP). São Paulo: Serra da
Cantareira, 5 II 1945, Pickel, D.B.J. 1248 (SPSF).
Vriesea fontellana Leme & G. Brown, Vidalia 2(1): 6. 2004.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Laranja da Terra, Leme 692 (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: ES.
Comentário
Vriesea fontellana é endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida até o momento apenas
da coleta do material-tipo.
Destacam-se nesta espécie as lâminas foliares curtas, suberetas, inflorescência simples,
densamente florida, muito maior que a roseta foliar e os apêndices petalíneos assimétricos.
Leme & Brown (2004) relatam na obra original que foram observadas populações
crescendo em paredões verticais, inacessíveis, a cerca de 1000 m de altitude. Estes autores
encontraram alguns exemplares em árvores da Mata Atlântica do entorno, inferindo a
possibilidade deste terem sido utilizados por grandes primatas para a alimentação. Estas plantas
foram mantidas em cultivo e floresceram no mês de dezembro. A espécie não ocorre em unidade
de conservação.
Vriesea friburgensis Mez var. friburgensis in Mart., Fl. bras. 3(3): 537. 1894.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Glaziou 16467 (Holótipo: K, Isótipos: C,
P).
Distribuição geográfica: BA, MG, PR, RS, SC, SP.
Comentário
Vriesea friburgensis Mez var. friburgensis ocorre no leste brasileiro. Na Serra da
Mantiqueira é registrada para diversos municípios de Minas Gerais, com apenas um exemplar
analisado referido para o estado de São Paulo.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
191
Resultados & discussão
Vriesea friburguensis apresenta afinidades com um grupo de espécies (V. procera Mart.
ex Shult. & Shult. f., V. neoglutinosa Mez, V. rastrensis Leme, V. thyrsoidea Mez e.V. triligulata
Mez). Na área de estudo ocorre apenas V. procera, da qual V. friburguensis pode ser diferenciada
principalmente pela arquitetura da inflorescência, número de ramos e coloração da bainha foliar
e das sépalas. Vale ressaltar que V. friburguensis mostra-se bastante variável nas coleções,
possivelmente em virtude dos diferentes habitats em que é encontrada. A identificação e
separação destes táxons no material herborizado é, muitas vezes, dificultada pela forma de
montagem da exsicata, uma vez que a inflorescência pode atingir grandes proporções e
normalmente é utilizado apenas um, ou poucos ramos.
São aceitas atualmente duas variedades além da variedade típica, ambas com ocorrência
registrada para a Serra da Mantiqueira. V. friburguensis var. friburguensis, segundo Costa et. al
(2007), apresenta características intermediárias entre as outras duas variedades. No material tipo
dessa espécie é difícil definir o número de flores por ramo, possivelmente trata-se de uma
inflorescência jovem, onde os ramos se apresentam curtos e suberetos, com entrenós com ca. de
1,5 cm. Smith (1952) aborda as dificuldades na separação entre as variedades, salientando que no
campo os indivíduos de uma mesma população podem apresentar diferenças marcantes.
Vriesea friburguensis var. friburguensis cresce como epífita ou terrícola, em áreas de
Mata Atlântica, Campos Rupestres e Campos de Altitude, tanto em ambientes ensolarados como
no interior de florestas, em locais úmidos, próximos a cursos d’água, entre 700 e 1700 m de
altitude. A coloração da inflorescência pode variar de verde a intensamente vinácea, quando
encontrada em ambientes com alta luminosidade. Floresce entre setembro e dezembro. Ocorre
em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual do Ibitipoca, 17 VIII 1996, Gomes, L.M.R. s.n.(CESJ 29570). Parque Estadual
do Ibitipoca, 17 VIII 1996, Gomes, L.M.R. s.n.(CESJ 29574). Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão
Neto, E. 2889 (BHCB). Barbacena, 17 X 1969, Braga, R. 63 (RB). ? s.n. (RB 142761). Entre Itamonte e
Alagoa: Estrada Itamonte-Alagoa, 6 XII 1998, Martinelli, G. 15258 (RB). Estrada Itamonte-Alagoa, 6 XII 1998,
Martinelli, G. 15258 (GFJP). Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 25 X 1997, Figueiredo, C. 18 (R).
Parque Estadual do Ibitipoca, 8 XII 1998, Martinelli, G. 15281 (GFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998,
Martinelli, G. 15310 (RB). 9 III 2004, Forzza, R.C. 3028 (RB). 4 II 2004, Monteiro, R.F. 11 (RB). 19 X 2003,
Monteiro, R.F. 10 (RB). 19 I 2005, Monteiro, R.F. 47 (RB). 8 XII 1998, Martinelli, G. 15281 (RB). Poços de
Caldas, 10 IX 2005, Reis, J.R.M. s.n.(ESAL 20294). Rio Preto: Serra do Funil, 13 XI 2004, Matozinhos, C.N. 157
(CESJ). São Tomé das Letras: 11 II 1986, Farney, C. 1092 (RB). SÃO PAULO. Campos do Jordão: Reserva do
Instituto Florestal, 29 IX 1976, Davis, P.H. 3118 (UEC). Guarulhos, 28 I 2000, Campacci, M.A. s.n.(SP 340277).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
192
Resultados & discussão
Vriesea friburgensis var. paludosa (L.B. Sm.) L.B.Sm., Anais Herb. Barbosa Rodrigues 4:68.
1952. Basiônimo: Vriesea paludosa L.B. Sm., Arq. Bot. S. Paulo II. 1:119, pl. 128. 1943.
Tipo: Foster 459 (Holótipo: GH, isótipo: R), Curitiba, Paraná, Brasil, 2 sep 1939.
Distribuição geográfica: MG, PR, RS, SC.
Comentário
Este táxon é registrado para a região Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira foi
encontrado um único registro desta variedade para o município de Lima Duarte, em Minas
Gerais. Monteiro & Forzza (dados não publicados) não abordou a variedade no levantamento
que realizou acerca das Bromeliaceae do Parque Estadual do Ibitipoca.
Esta variedade se caracteriza pelas brácteas florais carenadas com cerca de 2,5 cm de
comprimento e flores da porção superior de disposição imbricada. Os ramos da inflorescência
nessa variedade são distintamente menores que na variedade típica.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, por volta de 1400 m de altitude.
Floresce em dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1473 (HB).
Vriesea friburgensis var. tucumanensis (Mez) L.B. Sm., Anais Bot. Herb. “Barbosa
Rodrigues” 4: 68. 1952. Basiônimo: Vriesea tucumanensis Mez in C. DC., Monogr. phan. 9:
585. 1896.
Tipo: Argentina, sierra de Tucumán, Schultz, F. s.n. (Holótipo: B).
Distribuição geográfica: MG, PR, RS, SC, SP.
Comentário
Esta variedade ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil. Na Serra da Mantiqueira há apenas
dois registros de sua ocorrência, para o município de Pouso Alegre e Caldas (este espécime
originalmente chamado de V. caldasiana Mez).
Caracteriza-se por apresentar inflorescência laxa com os ramos reflexos, entrenós com
1,5 cm, cerca de 10 flores e brácteas florais sem carena ou apresentando-a apenas próximo ao
ápice. Segundo Costa et. al (2007) esta variedade apresenta boa circunscrição, uma vez que estas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
193
Resultados & discussão
características podem ser claramente observadas tanto no tipo quanto no protólogo.
Não há dados sobre o hábito. Cresce em áreas de Mata Atlântica a cerca de 830 m, a
floração parece ocorrer no mês de dezembro. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Pouso Alegre, 30 XII 1929, Hoehne, F.C. s.n. (SP 24550).
Vriesea gigantea Gaudich., Atl. Voy. Bonite, Bot. 3: t. 70. 1846.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Florianópolis, Gaudichaud 127 em parte (Holótipo: P).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Vriesea gigantea encontra-se distribuída ao longo do litoral Sudeste e Sul do Brasil. Foi
observado apenas um registro para Serra da Mantiqueira no município de Descoberto, em Minas
Gerais. Neste mesmo estado foram vistos exemplares cultivados por moradores de um bairro da
zona rural do município de Extrema, que alegaram terem retirado as plantas de matas do entorno.
A espécie é bem caracterizada pela ornamentação das lâminas foliares, geralmente com
faixas transversais irregulares, verdes e alvas, inflorescência laxa, com ramificações de 2ª ordem,
de coloração esverdeada.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 340 m de altitude. O
exemplar examinado apresenta-se em período de frutificação e foi coletado no mês de junho.
Ocorre em unidade de conservação, mas considerando esta disjunção no padrão de distribuição
da espécie deve-se haver um cuidado especial com a população encontrada.
Material examinado
MINAS GERAIS. Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 9 VI 2001, Castro, R.M. 463 (CESJ).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 9 VI 2001, Castro, R.M. 463 (MBM). Reserva Biológica da Represa do
Grama, 9 VI 2001, Castro, R.M. 463 (SP). VI 2001, Castro, R.M. 463 (ESA).
Vriesea gradata (Baker) Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 523. 1894. Basiônimo: Tillandsia gradata
Baker, J. Bot. 26: 105. 1888.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, Glaziou 15473 (Holótipo: K, Isótipo: C).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
194
Resultados & discussão
Comentário
Possui distribuição mais restrita, quando comparada a V. ensiformes, espécie com a qual
apresenta grandes afinidades morfológicas, conforme discutido, sendo encontrada apenas no
Sudeste do Brasil. Na Serra da Mantiqueira é registrada para os estados de Minas Gerais e Rio de
Janeiro. Todos os materiais, desta espécie, do estado de Minas Gerais, examinados por Versieux
(2005), são procedentes de localidades da Serra da Mantiqueira.
Vriesea gradata caracteriza-se pelas folhas completamente verdes, vistosas e delicadas,
inflorescência simples com flores disticamente dispostas. Brácteas escapais e primárias
vermelhas com nuances pretos.
Cresce como epífita, apenas alguns coletores indicam o hábito saxícola, normalmente em
ambientes sombreados e úmidos da Mata Atlântica, ou em áreas de transição de mata para
Campo Rupestre, entre 340 e 1100 m de altitude. A floração concentra-se entre os meses de
dezembro e fevereiro, este período coincide com a floração de V. ensiformes. Ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Reserva Biológica da Represa do Grama, 24 VI 2000, Salimena, F.R. 197 (CESJ). Reserva
Biológica da Represa do Grama, 24 II 2000, Zampa, P.C. 60 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 22
II 2001, Castro, R.M. 146 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do Grama, 22 II 2001, Castro, R.M. 146 (MBM).
Reserva Biológica da Represa do Grama, 9 XII 2001, Forzza, R.C. 1745 (CESJ). Reserva Biológica da Represa do
Grama, 9 XII 2001, Forzza, R.C. 1745 (BHCB). Reserva Biológica da Represa do Grama, 9 XII 2001, Forzza, R.C.
1745 (SPF). XII 2001, Forzza, R.C. 1745 (ESA). 6 III 2004, Forzza, R.C. 2943 (RB). Juiz de Fora: ReBio Poço
D'Anta, 24 IX 1988, Moreira, O.S.T. 24591 (CESJ). Rio Novo, IX 1895, Schwacke, W. 11971 (RB). IX 1895,
Herb. Schwacke 11971 (RB). Rio Preto, 12 IV 1997, Brugger, M. s.n. (R 192132). Serra da Caveira D'Anta, 25 II
2004, Antunes, K. 48 (CESJ). Serra do Funil, 11 X 2004, Matozinhos, C.N. 76 (CESJ). Vilarejo do Funil, 26 I
2007, Trindade-Lima, T. 225 (SP). Santa Rita de Jacutinga, 28 I 1971, Urbano 9267 (BHCB). 18 II 1972, Braga,
M.M.N. s.n. (CESJ 11577). 18 II 1972, Braga, M.M.N. s.n. (SPF 11577). II 1972, Braga, P.I.S. 2422 (RB). RIO DE
JANEIRO. Resende: Parque Nacional de Itatiaia, 8 I 1988, Costa, A. 100 (RB). Parque Nacional de Itatiaia, 12 X
1977, Martinelli, G. 3259 (RB).
Vriesea grandiflora Leme, J. Bromeliad. Soc. 50(2): 52. 2000.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Sumidouro, G. Croce & J. Gastin s.n. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
195
Resultados & discussão
Vriesea grandiflora é referida para o estado do Rio de Janeiro. Mas foram observadas
populações no município de Coronel Pacheco, Minas Gerais (Leme com. pess.).
Leme (2000a) na obra original relata que a espécie não apresenta afinidades nítidas com
nenhuma outra espécie do gênero, citando alguma semelhança com espécimes de Vriesea
gigantea procedentes do Espírito Santo e Bahia, como a forma das lâminas. A espécie possui
como característica marcante o tamanho das flores, um dos maiores observados para o gênero
(10 cm).
Segundo o autor, Vriesea grandiflora cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica a
cerca de 900 m de altitude. Floresceu em cultivo no mês de outubro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Vriesea guttata Linden & André, Ill. Hort. 22: 43. 1875.
Tipo: Brasil, Santa Catarina, Gautier in Linden Hortus s.n. (nenhum espécime
preservado). Lectotipificação pela ilustração original sugerida por Smith e Downs (1977).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Vriesea guttata ocorre no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada para os
estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com maior número de registros para a porção noroeste
da Serra.
Assemelha-se intimamente a V. pardalina. Smith & Downs (1979) usam como
característica para distingüí-las na chave, as brácteas florais, envolvendo as flores e expondo a
raque, largamente ovadas em V. gutatta (vs. brácteas florais imbricadas, ocultando a raque, mais
largas que longas em V. pardalina). A distinção dos táxons em espécimes herborizados é
bastante complexa, com a desidratação as brácteas podem se contorcer e reduzir de tamanho e
consequentemente exporem a raque, levando a identificações errôneas. Além disso, deve se
observar o estágio de floração em que se encontra a planta, uma vez que, em inflorescências
jovens a raque pode estar oculta nos dois táxons.
V. gutatta cresce exclusivamente como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos
Rupestres, entre 1000 e 1850 m de altitude. Parece florescer ao longo de todo o ano como
registros para os meses de fevereiro, abril, julho, novembro e dezembro. Ocorre em unidade de
conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
196
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda Neblina, XI 1994, Leoni, L.S. 2704 (GFJP). Alto Caparaó: Parque
Nacional do Caparaó, 27 XI 1998, Martinelli, G. 15178 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro,
2 II 1995, Paula, C.C. 1007 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 26 II 1996, Paula, C.C. 1095 (VIC).
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 22 IX 1999, Goldschmidt, A. 21 (VIC). 8 VI 1995, Leoni, L.S. 2954
(GFJP). Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 27 IV 1996, Leoni, L.S. 3299 (GFJP). Extrema: Serra do Lopo-
Trilha para a Pedra das Flores, VII 2006, Trindade-Lima, T. 109 (SP). Ervália: cabeceira do rio Casca, 8 XII 1995,
Paula, C.C. 1064 (VIC). Lima Duarte, 5 II 2004, Monteiro, R.F. 25 (RB). Muriaé: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 8 XII 1995, Paula, C.C. 1062 (VIC). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 20 II 1945, Brade, A.C. 17477
(RB).
Vriesea heterostachys (Baker) L.B. Sm., Phytologia 19: 289. 1970. Basiônimo: Tillandsia
heterostachys Baker, J. Bot. 26: 106. 1888.
Tipo: Brasil, São Paulo, Glaziou 13260 em parte (Holótipo: B, Isótipo: P).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SP.
Comentário
Espécie amplamente distribuída em áreas florestais do Sudeste brasileiro. Na Serra da
Mantiqueira ocorre nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais.
Caracteriza-se pelas folhas com bainhas distintamente mais largas que as lâminas, escapo
curvo e pelas brácteas florais obovadas, infladas e de coloração alaranjada. Assemelha-se a V.
modesta (discussão em V. modesta).
Cresce como epífita ou terrícola, com apenas uma indicação de hábito rupícola nos
materiais analisados. Paula (1998) relata ter observado no Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, populações rupícolas crescendo sob forte iluminação solar, segundo o autor nestes
indivíduos as folhas apresentam coloração amarelada ou fortemente vinácea. Ocorre em florestas
úmidas da Mata Atlântica e Campos de Altitude, entre 550 e 1550 m de altitude. A floração
concentra-se entre fevereiro e abril, mas registros para os meses de julho e outubro. Ocorre
em unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama: Parque Nacional do Caparaó, 28 XI 1998, Martinelli, G. 15202 (RB). Martinelli,
G. 15193 (RB). MINAS GERAIS. São Francisco do Prata, 9 V 1989, Krieger, L. 24728 (CESJ). Serra do
Brigadeiro, 26 III 1995, Leoni, L.S. 2856 (GFJP). Araponga: Estouro, 5 IV 1986, Vieira, M.F. 389 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 24 X 1994, Paula, C.C. 1003 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
197
Resultados & discussão
2000, Goldschmidt, A. 36 (VIC). Serra da Grama, 8 II 1898, Scariot, A.O. s.n.(IAC 34274). Martinelli, G. 15206
(RB). Carangola: Serra da Araponga, 6 X 1990, Leoni, L.S. 1252 (RB). Serra da Araponga, 6 X 1990, Leoni, L.S.
1252 (GFJP). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 3 III 1995, Paula, C.C. 1015 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 14 IV 1995, Paula, C.C. 1036 (VIC). Lima Duarte: Parque Estadual do Ibitipoca,
19 V 2001, Castro, R.M. 372 (CESJ). Parque Estadual de Ibitipoca, 9 IV 1987, Oliveira, A.R. s.n. (BHCB 13458).
Vilarejo de Mogol, 23 II 2002, Valente, A.S.M. 157 (CESJ). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme,
E.M.C. 1477 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15201 (RB). III 2004, Forzza, R.C.
3141 (RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 20 (RB). 23 II 2002, Valente, A.S.M. 157 (RB). Martinelli, G. 15301 (RB).
Rio Preto: Ninho da Égua, 25 IV 2005, Matozinhos, C.N. 185 (CESJ). Funil - Serra Caveira D'Anta, 24 II 2004,
Assis, L.C.S. 1016 (CESJ). Serra Negra, 27 VII 2006, Matozinhos, C.N. 284 (CESJ). Serra do Funil - Fazenda
Tiririca, 24 IV 2005, Matozinhos, C.N. 175 (CESJ). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2560 (SP).
Vilarejo do Funil, 27 I 2007, Trindade-Lima, T. 230 (SP). Santa Rita de Jacutinga, 31 VII 1970, Krieger, L. 9031
(CESJ). 31 VII 1970, Krieger, L. 9031 (SPF).
Vriesea hoehneana L.B. Sm., Proc. Amer. Acad. Arts 68: 150. 1933.
Tipo: Brasil, São Paulo, Alto da Serra, Estação Biológica, Smith, L.B. 1945 (Holótipo:
GH, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG, SP.
Comentário
A espécie é registrada apenas para os estados de Minas Ferais e São Paulo. Em Minas
Gerais Vriesea hoehneana era conhecida apenas para o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.
Durante este trabalho foram identificadas algumas populações no muncípio de Rio Preto, Minas
Gerais.
A espécie caracteriza-se pelo grande porte, com folhas eretas, lanceoladas, recobertas
com uma cerosidade, dando aspecto fosco às folhas (glauca) e pela inflorescência composta, com
poucos ramos. Conforme já dicutido assemelha-se a V. crassa.
Cresce como terrícola, rupícola ou saxícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos de
Altitude, normalmente formando grandes populações, entre 700 e 1600 m de altitude. No Parque
Estadual do Ibitipoca a floração ocorre nos meses de novembro e dezembro, na Serra do Funil
foi observada florida em janeiro e junho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Conceição da Ibitipoca, 3 XI 1973, Krieger, P.L. 13227 (RB). Lima Duarte: Serra de
Ibitipoca, 3 XI 1973, Krieger, L. 13227 (CESJ). Serra de Ibitipoca, 3 XI 1973, Krieger, L. 13227 (RB). Parque
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
198
Resultados & discussão
Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1486 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli,
G. 15309 (GFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1486 (HB). Parque Estadual do
Ibitipoca, 8 XII 1998, Martinelli, G. 15275 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15309
(RB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 21 (RB). 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1496 (RB). Rio Preto: Ninho da Égua, 25 IV
2005, Matozinhos, C.N. 187 (CESJ). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2557 (SP).
Vriesea incurvata Gaudichaud, Atl. Voy. Bonite pl. 68. 1843.
Tipo: Without lacality but probably from the Brasil, Santa Catarina, Ilha de Santa
Catarina, Florianópolis, Gaudichaud 120 (Holótipo: P, foto: GH).
Distribuição geográfica: PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Vriesea incurvata ocorre em áreas do Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira
há registros apenas para o Parque Estadual da Cantareira, no estado de São Paulo.
É uma espécie bem delimitada, caracteriza-se pela longa inflorescência avermelhada,
brácteas escapais largas, brácteas florais com a base alargada normalmente ocultando a raque,
com ápice estreito geralmente incurvado, as flores comumente saem da bráctea floral apenas de
um lado da inflorescência. Esta espécie é bem representada nas coleções de herbários e é
morfologicamente bastante variável, sendo observadas desde plantas pequenas e delicadas até
exemplares com grandes dimensões.
Cresce em áreas de Mata Atlântica. Não dados sobre o hábito, altitude e período de
floração. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
SÃO PAULO. Caieiras: P. E. Cantareira, 18 I 2000, ? s.n. (SPSF 26303). Mairiporã: P. E. Cantareira, 7 VI 2005,
? s.n. (SPSF 34752).
Vriesea inflata (Wawra) Wawra, It. Sax.-Cob. 161. 1883. Basiônimo: Vriesea carinata var.
inflata (Wawra), Öesterr. Bot. Zeitschr. 30: 183. 1883.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Tijuca, Guanabara, Wawra II-219A (Holótipo W n v, lost).
Distribuição geográfica: ES, MG, PR, RJ, SP.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
199
Resultados & discussão
Vriesea inflata ocorre no leste brasileiro. Este é o primeiro registro da espécie para o
estado de Minas Gerais.
Foram encontrados apenas dois materiais referentes a este táxon para a Serra da
Mantiqueira. O exemplar Foster s.n., depositado no herbário ESA não foi observado. O material
Leoni 3300 procedente do Parque Nacional do Caparaó, possui características um pouco
discrepantes quando comparado ao padrão de Vriesea inflata, como as brácteas florais que são
aparentemente mais estreitas. Este material de uma maneira geral se assemelha a Vriesea
paraibica, no entanto as brácteas florais são um pouco mais largas que o padrão geral desta
espécie, ocultando quase completamente a raque. A ocorrência de V. inflata para a Serra da
Mantiqueira é duvidosa, no entanto, como não foi possível a realização de um estudo mais
profundo, optou-se por manter a identificação da etiqueta da exsicata.
A espécie cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, normalmente próxima a cursos
d’água. Não dados sobre a altitude de ocorrência. Floresce no mês de abril. Ocorre em
unidade de conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Alegre, Foster, W. s.n. (ESA -). MINAS GERAIS. Capar: Parque Nacional do Caparaó,
27 IV 1996, Leoni, L.S. 3300 (GFJP).
Vriesea interrogatoria L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 117. 1943.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Itatiaia, Foster, M.B. 1039 (Holótipo: GH, Isótipo: SP).
Distribuição geográfica: MG, PR, RJ, SC, SP.
Comentário
Vriesea interrogatoria ocorre no leste brasileiro. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos materiais examinados desta
espécie, esta incluído o exemplar citado por Smith & Downs (1977) como V. x morreniana
hortus ex E. Morren, além de outras coleções que também apresentavam esta denominação.
Vriesea morreniana era considerada um híbrido natural, sendo bastante comum encontrar nas
coleções de herbários, espécimes com esta identificação, no entanto, segundo Costa (1997) trata-
se de um híbrido artificial.
Segundo Smith (1943), autor de Vriesea interrogatoria, o epíteto escolhido se refere a
forma assumida pela inflorescência durante a antese, similar a um sinal de interrogação. Esse
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
200
Resultados & discussão
autor discute a possibilidade desta espécie se tratar na realidade de um híbrido, entre Vriesea
carinata e alguma espécie do subgênero Xiphion. Costa (2002) considera esta espécie como uma
variedade de Vriesea paraibica. De acordo com esta autora a curvatura da inflorescência é um
carater atípico e as demais características do táxon conferem com as variações observadas para
Vriesea paraibica. A maioria das características indicadas pela autora para a variedade
interrogatoria se sobrepõe a Vriesea paraibica (escapo 26-36 cm de comprimento,
inflorescência 5-6 cm de largura na porção mediana, flores suberetas a subereto-patentes na
antese, brácteas florais com o terço basal vermelho e os dois terços apicais verdes em V.
interrogatoria vs. escapo 14-36 cm de comprimento, inflorescência 4-6 cm de largura na porção
mediana, flores suberetas a subereto-patentes na antese e brácteas florais com base vermelha e
ápice verde em V. paraibica).
Nota-se que a distinção entre estes táxons é bastante problemática. No decorrer deste
trabalho foram observadas algumas populações. As observações de campo aliadas as
informações contidas nas descrições originais destas espécies, possibilitaram a separação de dois
grupos distintos. No primeiro grupo foram considerados os exemplares que apresentavam, entre
outras características, mais de 30 cm de comprimento com a inflorescência extendida, folhas
completamente verdes, escapo ereto, alaranjado, brácteas escapais verdes, inflorescência 17–27
flores, brácteas florais alaranjadas na base (1/3), verde-amareladas no centro e verdes no ápice.
Estes exemplares foram identificados como Vriesea interrogatoria. No segundo grupo, foram
agrupados espécimes procedentes do município de Rio Preto, em Minas Gerais, área próxima a
localidade típica de Vriesea paraibica. Estes exemplares apresentavam de 20-27 cm de
comprimento com a inflorescência extendida, folhas com a face abaxial verde-vinácea, escapo
recurvado, normalmente sigmóide, vermelho-esverdeado, brácteas escapais vermelha-
esverdeadas, inflorescência 7-9 flores, brácteas florais vermelhas, às vezes com nuances verdes
no ápice. Com base nestas observações estas espécies foram consideradas distintas, no entanto
ressalta-se a necessidade de estudos mais aprofundados com estes táxons, bem como de outros
integrantes do “Complexo Vriesea paraibica”.
Vriesea interrogatoria cresce como epífita, rupícola ou terrícola em áreas de Mata
Atlântica, normalmente em locais úmidos, entre 1000 e 3000 m de altitude. A floração parece
ocorrer ao longo de todo o ano. Ocorre em unidades de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Ibitipoca, V 1897, Magalhães 2317 (R). Aiuruoca: PCH Aiuruoca, 16 II 2000, Tameirão Neto,
E. 2887 (BHCB). Pico do Papagaio, 9 VI 1999, Vasconcelos, M.F. s.n. (BHCB 47869). Extrema: Serra do Lopo -
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
201
Resultados & discussão
Trilha Pedra das Flores, 3 VI 2004, Trindade-Lima, T. 28 (HME). Serra do Lopo - Trilha Torre da Embratel, 26 III
2004, Trindade-Lima, T. 03 (HME). Serra do Lopo - Trilha Torre da Embratel, 26 III 2004, Trindade-Lima, T. 04
(HME). Serra do Lopo - Trilha Torre da Embratel, 26 III 2004, Trindade-Lima, T. 02 (HME). Serra do Lopo, 13 V
2004, Kinoshita, L.S. 04/63 (UEC). 5 IV 2006, Kinoshita, L.S. 1 (UEC). Minduri: Mata Triste, 2 X 1999, Simões,
A.O. 890 (UEC). Passa Quatro: Floresta Estadual de Passa Quatro, 5 XII 1998, Martinelli, G. 15254 (RB). São
Tomé das Letras: Mineração Roma, 22 XII 2007, Trindade-Lima, T. 250 (SP). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 1
VII 1939, Foster, M.R. 113 (R). Estrada entre Maromba e Macieiras, 25 IV 1989, Costa, A. 266 (RB). Parque
Nacional do Itatiaia, 7 XII 1992, Costa, A. 433 (RB). Próx. Visconde de Ma, VIII 1985, Leme, E.M.C. 709 (RB).
VIII 1985, Leme, E.M.C. 709 (NY). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli, G. 10763 (RB).
Parque Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli, G. 10763 (SI). Parque Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli,
G. 10763 (US). Parque Nacional do Itatiaia, 1 V 1985, Martinelli, G. 10763 (KEW). SÃO PAULO. Atibaia, 6 IX
1939, Foster, M.R. 472 (R).
Vriesea itatiaiae Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 221. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Itatiaia, Wawra II-463 (Holótipo: W, destruído).
Lectotipificada pela estampa 34-C in Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 1883, designado por Smith
e Downs (1977).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Vriesea itatiaie é endêmica da Serra da Mantiqueira. A espécie era conhecida apenas para
o estado do Rio de Janeiro. Recentemente, foi registrada por Versieux (2005) para o estado de
Minas Gerais. Durante as coletas realizadas neste projeto foi encontrada uma pequena população
no município de Piquete, em São Paulo, ampliando assim a área de distribuição da espécie.
Trata-se de um táxon bem delimitado, caracterizado pelo grande porte, inflorescência
composta, muito vistosa, com escapo, brácteas escapais, primárias e florais vivamente
vermelhas-brilhantes, e com as brácteas escapais superiores coriáceas e orbiculares. No material
herborizado, as brácteas, tornam-se nigrescentes, facilitando a identificação desta espécie.
Cresce como epífita, terrícola, rupícola e saxícola em áreas de Mata Atlântica e Campos
de Altitude, há registros da espécie para áreas florestais próximas a mananciais hídricos, entre de
1650 a 2400 m de altitude. Floresce entre fevereiro e julho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado (14)
MINAS GERAIS. Aiuruoca: Pico do Papagaio, 9 VI 1999, Vasconcelos, M.F. s.n. (BHCB 47860). Martinelli, G.
15264 (RB). Caparaó: Parque Nacional do Caparaó, 12 X 1992, Leoni, L.S. 1979 (GFJP). Parque Nacional do
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
202
Resultados & discussão
Caparaó, 12 X 1992, Leoni, L.S. 1979 (GFJP). RIO DE JANEIRO. Campo do Itatiaia, V 1906, derwaldt, H.
103 (SP). Itatiaia, Pedra......, 26 II 1936, Brade, A.C. 15173 (RB). III 1894, Ule, E. 289 (R). 29 VI 1939, Foster,
M.R. 115 (R). 20 IV 1957, Emygdio, L. 1476 (R). 20 IV 1959, Castellanos 22438 (R). Parque Nacional do Itatiaia,
26 IV 1989, Costa, A. 274 (RB). 26 II 1936, Brade, A.C. 15173 (RB). 12 IV 1974, Martinelli, G. 1623 (RB). Pr.
Planalto, ? s.n. (HB 35502). Resende: Parque Nacional do Itatiaia, 29 VII 1966, Eiten, G. 7584 (SP).
Vriesea longicaulis (Baker) Mez in Mart., Fl bras. 3(3): 542. 1894. Basiônimo: Tillandsia
longicaulis Baker, J. Bot. 26: 80. 1888.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, morro do Retiro, Glaziou 8988 (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SC, SP.
Comentário
Vriesea longicaulis ocorre essencialmente no susdeste brasileiro. Na Serra da
Mantiqueira é registrada para o Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A espécie é bem delimitada. Caracteriza-se pela inflorescência simples com flores
secundas na antese, envolvidas por brácteas coriáceas, apiculadas, marrons.
A maioria dos materiais analisados indicam hábito epifítico, apenas para a região de Rio
Preto, Minas Gerais foram é observado hábito terrícola. Costa (1993) e Paula (1998) relatam ter
observado apenas o hábito epifítico (a poucos metros do solo) na Reserva de Macaé de Cima e
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, respectivamente. Versieux (2005) indica hábito rupícola
e saxícola para as espécies de Minas Gerais.
É encontrada na Mata Atlântica, essencialmente em florestas úmidas, entre 700 e 2500 m
de altitude. A floração concentra-se nos meses de junho a agosto. Ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
ESPÍRITO SANTO. Ibitirama, Martinelli, G. 15187 (RB). MINAS GERAIS. Serra da Araponga - Fazenda
Neblina, 16 VIII 1992, Leoni, L.S. 1932 (GFJP). Araponga: Estouro, 5 IV 1986, Vieira, M.F. 390 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 3 II 1995, Paula, C.C. 1010 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 3 II
1995, Paula, C.C. 1009 (VIC). Parque Estadual do Brigadeiro, 29 XI 1998, Martinelli, G. 15213 (RB).
Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 18 VII 1996, Paula, C.C. 1139 (VIC). Lima Duarte: Serra
de Ibitipoca, VI 1896, Magalhães, H. 1504 (R). Parque Estadual do Ibitipoca, Mata Grande., 10 XII 1994,
Martinelli, G. 15314 (GFJP). Parque Estadual do Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1476 (HB). Parque
Estadual do Ibitipoca, 14 IX 1991, Leme, E.M.C. 1789 (HB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli,
G. 15314 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 10 XII 1998, Martinelli, G. 15314 (BHCB). 10 III 2004, Forzza, R.C.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
203
Resultados & discussão
3172 (RB). 6 II 2004, Monteiro, R.F. 34 (RB). 8 VIII 2005, Monteiro, R.F. 52 (RB). Rio Preto: Serra Negra - Trilha
para o Ninho da Égua, 18 V 2006, Abreu, N.L. 91 (CESJ). Ninho da Égua, 25 IV 2005, Matozinhos, C.N. 186
(CESJ). Vilarejo do Funil, 3 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2556 (SP). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 29 VI 1939,
Foster, M.R. 111 (R). 23 VII 1967, Pereira, E. 10610 (HB). Porciúncula, 8 XII 2001, Paula, C.C. s.n.(VIC
26473). Resende, 30 XII 1996, Vieira, C.M. 871 (RB). Resende - Visconde de Mauá: Caminho para Cachoeira
Santa Clara, 30 XII 1996, Vieira, C.M. 871 (RB).
Vriesea lubbersii (Baker) E. Morren ex Mez in Mart., Fl bras. 3(3): 533. 1894. Basiônimo:
Tillandsia lubbersii Baker, Handb. Bromel. 219. 1889.
Tipo: Tipificada pela estampa de E. Morren s.n. (Holótipo: K).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ, SC, SP.
Comentário
Ocorre na região Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira a espécie é pouco
coletada, mas registrada para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Versieux
(2005) indica ocorrência desta espécie apenas para o norte de Minas Gerais, entretanto durante as
coletas deste projeto foi encontrada na Serra do Lopo, no município de Extrema, Minas Gerais,
no extremo sul do estado.
V. lubbersi é caracterizada pelo pequeno porte, folhas com distinção evidente entre
bainha e lâmina, normalmente com máculas purpúreas esparsamente distribuídas, inflorescência
composta, delicada, com flores laxas, escapo e brácteas avermelhadas. Nos materiais analisados
indicações de pétalas de coloração alva. Versieux (2005) indica a ocorrência de pétalas
amareladas para alguns exemplares de Minas Gerais. Smith & Downs (1977) não citam
coloração das pétalas. Assemelha-se a V. corcovadensis, a distinção entre estes táxons foi
discutida anteriormente.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, em ambiente ensolarados, entre 600 e
1200 m de altitude. Floresce nos meses de janeiro e fevereiro. Ocorre em unidade de
conservação. Costa et al. (2007) consideram a espécie como presumivelmente extinta para o
estado de São Paulo, cabe ressaltar que o município de Extrema, (citado acima) faz limite com o
estado de São Paulo, sendo bastante provável a presença desta espécie na vertente paulista da
Serra do Lopo.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Serra do Papagaio, 3 II 2000, Leoni, L.S. 4355 (GFJP). Extrema: Serra do Lopo, II
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
204
Resultados & discussão
2007, Trindade-Lima, T. 234 (SP). Santana do Garambeu: rio Grande, adjacente a zona urbana, 11 V 2001,
Salino, A. 6797 (BHCB). rio Grande, adjacente a zona urbana, 11 V 2001, Salino, A. 6797 (RFA). RIO DE
JANEIRO. Serra da Mantiqueira - Rio Itatiaia, 22 IV 1961, Castellanos, A. 25145 (HB). SÃO PAULO. Amparo:
Monte Alegre, 26 III 1943, Kuhlman, M. 346 (SP).
Vriesea menescalii Pereira & Leme, Bradea. 4(25): 166. 1981.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Laranja da Terra, Leme 693 (Holótipo: HB. Isótipo: RB,
SEL).
Distribuição geográfica: ES.
Comentário
Vriesea menescalii é endêmica da região da Serra da Mantiqueira, conhecida somente
pelo material-tipo.
Segundo os autores da espécie, a mesma não apresenta afinidades evidentes com
nenhuma das espécies do gênero Vriesea ocorrentes no Brasil.
Na descrição original é relatado que Vriesea menescalii cresce como epífita, em área de
Mata Atlântica, a cerca de 1300 m de altitude. Não ocorre em unidade de conservação.
Vriesea modesta Mez, Bot. Jahrb Syst. 30(67): 7. 1901.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, alto da Serra da Mantiqueira, Magalhães, H. 1020 (Holótipo: B,
Isótipo: R).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Vriesea modesta ocorre exclusivamente na região Sudeste do Brasil. Na Serra da
Mantiqueira a espécie é conhecida apenas pelo material-tipo.
Mez (1901) indica na descrição original desta espécie semelhanças com V. psittacina,
mas não comenta características distintivas entre estes táxons. Pereira (1972) na descrição
original de V. pauperrima, relata que esta espécie possui afinidades com V. modesta, indicando
como características diagnósticas a inflorescência menor que as folhas e a forma das folhas e das
brácteas florais em V. pauperrima. Interessante observar que Costa (2002) relata proximidade
entre V. pauperrima e V. psittacina (discussão em V. pauperrima), o que demonstra a
proximidade morfológica entre todos estes táxons. O material-tipo mostra similaridades com V.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
205
Resultados & discussão
heterostachys, espécie com a qual pode ser facilmente confundida no material herborizado,
diferenciando-se basicamente pelas folhas com bainhas purpúreas em direção ao ápice e lâminas
mais estreitas e não conspicuamente constrictas na base. Novos estudos são necessários para
uma melhor delimitação destas espécies.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica. Não dados sobre a altitude. Floração
em abril. Não ocorre em unidade de conservação. Durante o exame das coleções dos herbários
foram observados alguns materiais identificados como V. modesta procedentes dos estados do
Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, oriundos principalmente de áreas da Serra do Mar, e
com ocorrência em Unidades de Conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Serra da Mantiqueira, IV 1896, Magalhães, H. 1020 (R). Rio Preto: Serra do Funil, 20 VIII
2004, Matozinhos, C.N. 27 (CESJ).
Vriesea morrenii Wawra, Oesterr. Bot. Z. 30: 219. 1880.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, cachoeira de Itamarati, Wawra 72 (Holótipo: W,
destruído, Isótipo: B).
Distribuição geográfica: ES, MG, RJ.
Comentário
Vriesea morrenii ocorre na Serra do Mar, nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Na Serra da Mantiqueira é registrada para o estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo que
em Minas Gerais é conhecida apenas nesta serra (Versieux 2005).
Caracteriza-se pela inflorescência esverdeada, composta, com longos ramos, brácteas
primárias largamente ovadas envolvendo a raque na base, brácteas florais estéreis na base dos
ramos e flores dispostas disticamente que se tornam secunda na antese.
Cresce com epífita ou rupícola, em áreas de Mata Atlântica, por volta de 700 m de
altitude. Floresce de dezembro a maio. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 22 XII 1995, Paula, C.C. 1075 (VIC).
Rio Novo: Serra do Henrique, IX 1895, Schwacke, W. 11909 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 16 V 1950,
Brade, A.C. 20185 (RB). Resende: Serrinha, VIII 1985, Leme, E.M.C. 724 (HB). Serrinha, VIII 1985, Leme,
E.M.C. 724 (WV).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
206
Resultados & discussão
Vriesea paraibica Wawra, Itin. princ. S. Coburgi. 160. 1883.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora, Wawra II-184 (Holótipo: W, destruído,
Lectótipo e Isolectótipo: W). Lectotipificação proposta por Till (1994).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Vriesea paraibica ocorre na região de Petrópolis Teresópolis na Serra do Mar, no
estado do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais era conhecida apenas pelo material tipo e por dois
exemplares citados por Smith & Downs (1977) sem localidade precisa. Costa (2002) não faz
nenhuma menção a estes materiais. Durante este trabalho foram encontradas algumas
populações, com características compatíveis a este táxon, no município de Rio Preto, em Minas
Gerais, área relativamente próxima a localidade típica.
A delimitação deste táxon tem sido bastante problemática. Conforme discutido
assemelha-se intimamente a Vriesea interrogatoria.
A espécie cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 1000 m de altitude.
Floresce entre maio e agosto. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Divisa com o Estado do RJ: Região de São José do Rio Preto, VIII 1985, Leme, E.M.C. 714
(RB). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1319 (CESJ). Sumidouro - Gruta do Funil, 10 V
2004, Antunes, K. 80 (CESJ). Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1343 (CESJ). Vilarejo do Funil, 2 VI
2006, Trindade-Lima, T. 235 (SP). RIO DE JANEIRO. Serra do Itatiaia, IV 1894, Ule, E. 302 (R). Itatiaia, 22
VII 1902, Dusén, P. 725 (R). 17 II 1958, Castellanos, A. 21929 (R).
Vriesea pardalina Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 523. 1894.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro(?), morro de São Vicente para Cachoeira, Glaziou 15474
(Holótipo: B, Isótipo: P).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Comparada a Vriesea gutatta, está espécie apresenta distribuição restrita, com poucos
registros para os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Costa et. al (2007) indicam a
ocorrência do táxon para o estado de São Paulo, mas o material examinado foi coletado mais
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
207
Resultados & discussão
de cinqüenta anos, e o táxon é considerado presumivelmente extinto para este estado. Na Serra
da Mantiqueira há registros da espécie apenas para o estado de Minas Gerais
Conforme discutido assemelha-se a V. gutatta. Em espécimes vivos nota-se que as
brácteas escapais apresentam coloração fortemente rosadas, similares as das brácteas primárias,
com máculas rosa-escuras, além disso, são amplamente infladas, dando um aspecto roliço a
inflorescência (vs. brácteas escapais esverdeadas, com máculas castanhas semelhantes às das
folhas, não infladas em V. gutatta).
Cresce exclusivamente como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos Rupestres,
entre 700 e 1600 m de altitude. Floresce no mês de janeiro. uma coleta para o município de
Lima Duarte, no entanto não é indicado se foi realizada ou não na área do Parque, sendo assim,
pode-se considerar que a espécie não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Camanducaia: Monte Verde, 6 I 1994, Buzato, S. 31726 (UEC). Lima Duarte, IV 1897,
Magalhães, H. 2230 (R). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 27 I 2007, Trindade-Lima, T. 228 (SP). Sapucaí-Mirim, 27
X 1950, Kuhlmann, M. 2604 (SPF).
Vriesea pauperrima E. Pereira, Bradea 1(25): 274. 1972.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, entre Castelo e Cachoeiro do Itapemirim, Seidel, A. 631 fl.
cult. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PR, RJ, RS, SP.
Comentário
Vriesea pauperrima tem ampla área de distribuição, ocorrendo no leste do Brasil, desde a
Bahia, até o Rio Grande do Sul. Na Serra da Mantiqueira é registrada apenas para duas
localidades do estado de Minas Gerais.
Segundo Costa (2002) apesar da área de ocorrência esparsa e populações com poucos
indivíduos, a morfologia de Vriesea pauperrima é relativamente constante. A espécie
caracteriza-se pela inflorescência laxa com poucas flores, brácteas florais amarelas a esverdeadas
e pétalas completamente amarelas, recurvadas com estames exsertos. Esta autora discute a
afinidade do táxon com V. psittacina var. decolor (Hooker) Lindley (possível sinônimo de
Vriesea psittacina), distinguindo-as pela maior dimensão da planta, coloração amarela e verde
das brácteas florais e pelas pétalas totalmente amarelas com ápice recurvado em Vriesea
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
208
Resultados & discussão
pauperrima (vs. menor porte brácteas florais totalmente vermelhas ou vermelhas com ápice
amarelo e pétalas fortemente recurvadas em Vriesea psittacina). O autor da espécie a relaciona
com V. modesta, conforme já mencionado.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 500 m de altitude. Não
dados sobre a floração, um dos exemplares analisados estava com frutos e foi coletado no mês de
junho. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Caratinga: Estação Biológica de Caratinga, II 1992, Costa, L.V. s.n. (BHCB 22153).
Descoberto: Reserva Biológica da Represa do Grama, 15 VI 2002, Forzza, R.C. 2205 (CESJ).
Vriesea penduliflora L.B. Sm., Arq. Bot. Estado São Paulo 1: 120. 1943.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Itatiaia, cascata da Maromba, Foster, M.B. 135 (Holótipo:
GH).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Vriesea penduliflora é endêmica da Serra da Mantiqueira, encontrada apenas no Parque
Nacional do Itatiaia e Parque Estadual do Ibitipoca. Durante as coletas realizadas neste trabalho
foram identificadas algumas populações na Serra do Funil, em Rio Preto, Minas Gerais.
Caracteriza-se pelo grande porte, folhas levemente corrugadas, com bainhas castanhas,
inflorescência composta, densamente ramificada com flores disticamente dispostas e brácteas
escapais imbricadas, intensamente vermelhas com ápice amarelo. No Parque Estadual do
Ibitipoca foram observados indivíduos com inflorescência completamente amarela, em meio a
uma população com padrão normal de coloração.
Cresce como epífita, terrícola ou rupícola em áreas de Mata Atlântica, Campos de
Altitude e Campos Rupestres, normalmente formando grandes aglomerados populacionais.
Ocorre em altitudes superiores a 1500 m. Para o Parque Estadual do Ibitipoca indicação de
floração para o mês de dezembro. Na Serra do Funil foram encontrados invíduos com botões
florais no mês de janeiro.
A espécie ocorre em Unidades de Conservação, mas devido a distribuição restrita, foi
incluída na lista de espécies ameaçadas do Brasil, na categoria “em perigo”. Monteiro (2007).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
209
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Lima Duarte: Parque Estadual de Ibitipoca, 27 XII 1989, Leme, E.M.C. 1483 (HB). Parque
Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15311 (RB). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli,
G. 15311 (SP). Parque Estadual do Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15311 (MBM). Parque Estadual do
Ibitipoca, 9 XII 1998, Martinelli, G. 15311 (BHCB). 5 II 2004, Monteiro, R.F. 22 (RB). 18 X 2003, Monteiro, R.F.
4 (RB). Rio Preto: Serra Negra - Burro de Ouro, 27 I 2007, Menini Neto, L. 298 (CESJ). Trilha para a Cachoeira
"Marciano", 21 IV 2005, Valente, A. 383 (CESJ). RIO DE JANEIRO. Parque Nacional do Itatiaia, XI 1992, Leme,
E.M.C. 1372 (HB).
Vriesea platynema Gaudich., Voy. Bonite, Bot., est. 66. 1843.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Guanabara, Gaudichaud s.n. (Holótipo: P. Foto: GH).
Distribuição geográfica: CE, MG, PR, RJ, RS, SP.
Comentário
Segundo Smith & Downs (1977) a espécie apresenta ampla distribuição geográfica,
ocorrendo do oeste das índias ao noroeste da Argentina. No Brasil é referida para estados da
região Nordeste, Sudeste e Sul. A ocorrência na Serra da Mantiqueira restringi-se a uma coleção
procedente da região de Aiuruoca, Minas Gerais. Versieux (2005) não incluiu este material no
levantamento realizado para Minas Gerais e identifica o exemplar Schwacke 11536 (Itacolomi),
citado por Smith & Downs (1977) como Vriesea platynema, como Vriesea minor.
Costa (2007) indica que Vriesea platynema compõe um grupo-chave dentro do complexo que
envolve Vriesea bituminosa. Optou-se em incluir esta espécie neste catálogo uma vez que, o
exemplar, apresenta características distintas de outros pertencentes a estes grupo, que ocorrem na
Serra da Mantiqueira e com o intuito de destacar a problemática envolvida com estas estas
espécies.
Uma das características marcantes da espécie é a ornametação das folhas, com estrias
tranversais geralmente mais claras e manchas vinosas, principalmente próximas ao ápice.
Cresce como epífita em área de Mata Atlântica a cerca de 1650 m de altitude. O material
analisado apresentava frutos no mês de dezembro. Não é indicado se o exemplar foi coletado na
unidade de conservação presente neste município.
Material examinado
MINAS GERAIS. Aiuruoca: Serra do Papagaio, 7 XII 1998, Martinelli, G. 15265 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
210
Resultados & discussão
Vriesea procera var. procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm., Bot. Jahrb. Syst. 13(29): 21. 1891.
Tipo: Brasil, Bahia, rio Itaipé, Martius s.n. (Holótipo: M).
Distribuição geográfica: BA, CE, ES, MG, PB, PE, PI, PR, RJ, SE, SP.
Comentário
Espécie com ampla distribuição, ocorrendo em vários países da América do Sul,
Venezuela, Trinidad, Guiana, Suriname e norte da Argentina, principalmente em áreas
litorâneas. No Brasil ocorre mais ao leste da região Nordeste até o Sul. Na Serra da Mantiqueira
é registrada por poucas coleções morfologicamente diversas. Foram vistos indivíduos estéreis
com hábito semelhante a Vriesea procera na região de São Tomé das Letras, em Minas Gerais.
No município de Extrema, neste mesmo estado, espécimes cultivados após o florescimento
apresentaram caracteres intermediários entre Vriesea procera e Vriesea friburguensis.
Vriesea procera é uma espécie polimórfica. Pode apresentar inflorescência simples ou
composta, coloração das brácteas escapais, primárias e secundárias variando de verde a
avermelhada. Segundo Versieux (2005) a espécie forma um complexo de espécies com Vriesea
neoglutinosa, que não é referida para a Serra da Mantiqueira. Com relação a Vriesea
friburguensis pode ser diferenciada pelas brácteas primárias mais curtas ou do mesmo
comprimento dos pedúnculos dos ramos, escapo verde e brácteas florais verdes-claras (vs.
brácteas primárias mais longas que os pedúnculos dos ramos, escapo vinoso e brácteas florais
amarelas em Vriesea friburguensis). Costa et al. (2007).
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica. Não há dados precisos quanto à floração
e a altitude. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Muriaé: Belisário, 5 XII 1999, Paula, C.C. 1328 (VIC). Presidente Bernardes: Bananal, 26 VI
2001, Paula, C.C. s.n. (VIC 25969).
Vriesea procera var. tenuis L.B. Smith. Arq. Bot. S. Paulo II, 1: 121. 1943.
Tipo: A. Gerhrt in L.B. Smith 1820 (holótipo: GH, isótipo: SP).
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
211
Resultados & discussão
Comentário
Vriesesa procera var. tenuis era conhecida apenas para os estados do Rio de Janeiro e
São Paulo. É registrada aqui ocorrência para o estado de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira.
A maioria dos espécimes examinados são procedente do município de Rio Preto.
Esta variedade é bem delimitada, podendo ser facilmente distinguida da variedade típica
pelo aspecto delicado, inflorescência inteiramente verde-amarelada, laxa, mas muito ramificada,
com ramos recurvados e brácteas florais membranáceas e nervadas, menores que as sépalas.
Cresce como epífita, raramente como terrícola, em áreas de Mata Atlântica e Campos
Rupestres, a cerca de 800 m de altitude. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Córrego da Água Limpa: Reserva Ecológica Municipal, 18 VIII 1992, Leoni, L.S. 1946
(GFJP). Rio Preto: Vilarejo do Funil, 21 V 2004, Salimena, F.R.G. 1327 (CESJ). Serra do Funil, 11 X 2004,
Matozinhos, C.N. 97 (CESJ). Funil - Serra da Caveira D'Anta, 24 II 2004, Valente, A. 373 (CESJ). Vilarejo do
Funil, 2 VI 2006, Wanderley, M.G.L. 2555 (SP). Vilarejo do Funil, 28 I 2007, Trindade-Lima, T. 232 (SP).
Vriesea psittacina (Hooker) Lindley, Bot. Reg. 29: pl. 10. 1843.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Harrison s.n. (holótipo CGE). Cultivada, floresceu em
1828.
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, RJ.
Comentário
Vriesea psittacina ocorre no leste brasileiro. Para a Serra da Mantiqueira foi observada
apenas uma coleção da região de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais. Este é o primeiro registro
do táxon para Minas Gerais.
Assemelha-se a Vriesea pauperrima conforme já discutido anteriormente.
Não há dados no exemplar examinado referente ao hábito, altitude e fenologia da espécie.
Habita áreas de Mata Atlântica. Não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
Juiz de Fora, Urbano 9576 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
212
Resultados & discussão
Vriesea racinae L.B. Sm., Lilloa 6: 387. 1941.
Tipo: Brasil, Espírito Santo, Santa Teresa, Foster, M.B. 270 (Holótipo: GH).
Distribuição geográfica: ES, MG.
Comentário
Vriesea racinae era conhecida apenas pelo material-tipo procedente do Espírito Santo.
Versieux & Wendt (2006) registraram a ocorrência da espécie para Minas Gerais, no município
de Fervedouro, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Relata-se aqui a ocorrência da espécie
para Carangola, outro município de Minas Gerais, inserido na região da Serra da Mantiqueira.
A espécie é bem delimitada, caracterizada pelo porte reduzido (30 cm de comprimento
quando florida), folhas verdes com máculas arredondadas castanhas, semelhantes às
apresentadas por V. gutatta e V. pardalina, escapo ereto, inflorescência simples, laxa, com
aproximadamente cinco flores no espécime-tipo (o material Paula, C.C. s.n. , apresenta oito
flores), glabras. Smith (1941) comenta na descrição da espécie que a mesma é “unsual for the
Brazilian species of the genus in its combination of variegated leaves and simple secund
flowered inflorescense”.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 1100 m de altitude. O
material de Fervedouro foi coletado no mês de dezembro em final de floração. A espécie ocorre
em unidade de conservação, mas é indicada que ocorre apenas uma população no local, o outro
exemplar foi coletado em uma área que estava sendo desmatada, deste modo destaca-se a
importância de medidas especiais no que concerne a conservação de V. racinae.
Material examinado
MINAS GERAIS. Carangola: Serra do Barroso - Fazenda Bocaina, 10 VIII 1993, Leoni, L.S. 2357 (GFJP).
Fervedouro: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 XII 2001, Paula, C.C. s.n. (VIC 26214).
Vriesea rafaelii Leme, Harvard Pap. Bot. 4(1): 163. 1999.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora, rio do Peixe, Leme, E.M.C. 3410 (Holótipo:
HB).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
213
Resultados & discussão
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, sendo até o momento conhecida apenas pelo
material-tipo.
V. rafaelii caracteriza-se pelas bainhas foliares com linhas longitudinais castanhas,
lâminas foliares verde-escuras, largas e com ápice recurvado, brácteas florais não infladas,
sépalas verdes e pétalas com apêndices estreitamente obovados com um longo ápice acuminado-
caudado. Assemelha-se a V. platynema var. variegata, variedade não referida para a Serra da
Mantiqueira (Leme 1999).
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica a cerca de 700 m de altitude. Não ocorre
em unidade de conservação e segundo (Leme 1999), autor da espécie, encontra-se em uma área
de mata ciliar, ameaçada pelos impactos humanos, sendo necessária especial atenção no que se
refere a conservação desta espécie.
Material examinado
MINAS GERAIS. Juiz de Fora: cultivada, 14 II 1999, Berg, W. s.n. (SEL 82089). rio do Peixe, 28 VI 1996, Leme,
E.M.C. 3410 (HB).
Vriesea regnellii Mez in Mart., Fl. bras. 3(3): 548. 1894.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, Regnell III-1799 (Holótipo: B, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG, RJ.
Comentário
Espécie pouco conhecida, praticamente restrita a região da Serra da Mantiqueira. Apenas
um material, não procedente da Serra da Mantiqueira é citado por Smith & Downs (1977).
Versieux (2005) indica que em Minas Gerais a espécie é restrita para o sul da Serra da
Mantiqueira.
Assemelha-se a V. bituminosa, conforme já discutido.
Cresce como epífita em áreas de Mata Atlântica e Campos de Altitude, a cerca 1000 m de
altitude. Floresce em dezembro. Ocorre em unidade de conservação, mas considerando-se a
pequena amplitude da área de ocorrência e a raridade com que aparece nos herbários, indica-se
atenção no que concerne a preservação deste táxon.
Material examinado
Pedra Menina, Seidel, A. 1098 (RB). MINAS GERAIS. Caldas, 10 XII 1869, Regnell, A.F. 1799 (SEL). RIO DE
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
214
Resultados & discussão
JANEIRO. Itatiaia: PARNA Itatiaia, 7 XII 1992, Costa, A. 432 (RB).
Vriesea ruschii subsp. leonii Leme, Pabstia 4(1): 2. 1993.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Carangola, serra da Araponga, fazenda da Neblina, Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, Leoni, L.S. 1968 (Holótipo: GFJP, Isótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Vriesea ruschii subsp. leonii é endêmica da Serra da Mantiqueira, sendo a maioria dos
materiais examinados procedentes do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e Parque Nacional
do Caparaó.
Caracteriza-se pelas folhas longas, estreitas, inflorescência com escapo muito longo,
geralmente composta, com três ramos, apresentando brácteas primárias estéreis na base e flores
secundas na antese. Diferencia-se da espécie típica pelo hábito exclusivamente epifítico e pela
reprodução através de brotos axilares (Leme 1993a).
Cresce exclusivamente como epífita, em áreas de Mata Atlântica, desde ambientes
sombreados e úmidos, até locais perturbados e bem iluminados, entre 1000 e 1600 m de altitude.
Floresce de agosto a dezembro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Alto Caparaó, 20 XI 1988, Krieger, P.L. 23977 (RB). Parque Nacional do Caparaó, 20 XI
1988, Krieger, L. 829 (CESJ). Parque Nacional do Caparaó, 20 XI 1988, Krieger, L. 829 (RB). Parque Nacional do
Caparaó, 27 XI 1999, Martinelli, G. 15185 (RB). Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 XII 1995,
Paula, C.C. 1072 (VIC). Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 20 XII 1995, Paula, C.C. 1071 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 5 V 2000, Goldschmidt, A. 32 (VIC). Fervedouro: Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, 15 IV 1993, Leme, E.M.C. 2171 (HB). Serra do Boni, 9 IV 1995, Leoni, L.S. 2891 (GFJP). Caparaó:
Parque Nacional do Caparaó, 20 X 1994, Leoni, L.S. 2681 (GFJP). Carangola: Serra da Araponga, VIII 1992,
Leoni, L.S. 1968 (HB). Serra da Araponga - Fazenda Neblina (PESB), VIII 1992, Leoni, L.S. 1968 (GFJP).
Vriesea saxicola L.B. Sm., Phytologia 16: 83. 1968.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, próximo a São João del Rei, serra do Lenheiro, Schwacke
12086 (Holótipo: RB. Isótipo: US).
Distribuição geográfica: MG.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
215
Resultados & discussão
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida apenas por mais dois exemplares,
além do material tipo, coletados em áreas próximas a localidade típica, São João Del Rei, em
Minas Gerais.
Assemelha-se a Vriesea crassa e a Vriesea hoehneana, conforme discutido
anteriormente.
Vriesea saxicola cresce como rupícola ou saxícola em áreas de Campos Rupestres, entre
900 e 1350 m de altitude. Floresce entre outubro e dezembro. Não ocorre em unidade de
conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 10 IV 1995, Leoni, L.S. 2880 (GFJP). São João Del
Rei, 27 XII 1895, Schwacke, P. 12086 (RB). Tiradentes, 1 X 1989, Alves, R.J.V. s.n. (RB 283951).
Vriesea sazimae Leme, Bromélia 2(4): 26. 1995.
Tipo: Brasil, São Paulo, Campos do Jordão, Horto Florestal, Sazima, M. 32328
(Holótipo: UEC), idem, Sazima, M. 32344 (Parátipo: HB).
Distribuição geográfica: MG, SP, RJ.
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, sendo até o momento conhecida por poucas
coletas para a região sul da serra, nas regiões limítrofes dos estados de Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Caracteriza-se pelas brácteas florais amarelo-esverdeadas com máculas esparsas
avermelhadas, com exceção das margens e ápice marron-escuro. Assemelha-se a V. tijucana E.
Pereira (Leme 1995), que não ocorre na Serra da Mantiqueira. No material herborizado é similar
a V. bituminosa.
Cresce exclusivamente como epífita em áreas de Mata Atlântica, a cerca de 2000 m de
altitude. registros de floração para os meses de dezembro, fevereiro, abril e julho. Ocorre em
unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
216
Resultados & discussão
Material examinado
Trilha do Maromba, 25 IV 1998, Silva, B.R. 14 (R). MINAS GERAIS. Camanducaia: Mata do Altair, 3 II 2001,
França, G.S. 258 (BHCB). SÃO PAULO. Campos do Jordão: Reserva Florestal, 26 VII 1967, Mattos, J. 14958
(HB). Fazenda da Guarda (Reserva Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 14997 (SP). Fazenda da Guarda (Reserva
Florestal), 26 VII 1967, Mattos, J. 14998 (SP). Umuarama, 6 I 1935, Kuhlmann, M. s.n.(SP 32436). Parque
Estadual Campos do Jordão, 15 XII 1994, Sazima, M. 32536 (UEC). IX 1993, Barreto, K.D. 1222 (ESA).
Vriesea scalaris E. Morren, Belgique Hort. 29: 301. 1879.
Tipo: Brazil, Morren, E. s.n. (“Clonótipo”: LG).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PE, RJ, SC.
Comentário
Vriesea scalaris ocorre na Venezuela e no Brasil. Na Serra da Mantiqueira é registrada
para poucas localidades do estado de Minas Gerais.
Caracteriza-se pelo hábito delicado, inflorescência simples, pêndula, excedendo o
tamanho da roseta, poucas flores, dísticas e alternas e brácteas florais vermelhas. Assemelha-se a
V. simplex (Vell.) Beer, sendo a distinção entre estes táxons bastante complexa, em V. scalaris a
raque não é geniculada e as brácteas florais são normalmente menores que as sépalas, embora
estas características possam variar, ocorrendo plantas com raque não geniculada e brácteas
florais maiores que as sépalas. Uma vez que a circunscrição é duvidosa, neste trabalho foi
considerado o epíteto V. scalaris, utilizado pelos determinadores em todos os materiais
examinados.
Cresce exclusivamente como epífita, em áreas de Mata Atlântica, entre 340 e 1000 m de
altitude. Florece nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 17 I 2002, Paula, C.C. s.n. (VIC 26402).
Bom Jesus do Madeira, 24 II 1994, Leoni, L.S. 2459 (GFJP). Descoberto: Reserva Biológica da Represa do
Grama, 21 IV 2002, Forzza, R.C. 2188 (CESJ). Ervália: cabeceira do rio Casca, 8 XII 1995, Paula, C.C. 1064
(VIC).
Vriesea sceptrum Mez in C. DC., Monogr. phan. 9: 606. 1896.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Caldas, Pedra Branca, Regnell III-1254 em parte (Holótipo:
US, Isótipo: P).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
217
Resultados & discussão
Distribuição geográfica: MG, RJ, SP.
Comentário
Vriesea sceptrum é típica da Serra da Mantiqueira. Apenas um dos síntipos (Gaudichaud
127) mencionados na obra original é referido para o estado de Santa Catarina, mas Reitz (1983)
relata que a espécie nunca foi observada no estado e que a estampa (Voy. Bonite, Atl. (1846) táb.
70) apresenta caracteres incompátiveis com V. sceptrum. Smith & Downs (1977), citam este
exemplar como V. friburgensis var. paludosa. Esses autores também indicam nos materiais
examinados dessa espécie uma coleta de Schwacke (9209), procedente do município de Ouro
Preto, Minas Gerais. Este material está depositado no herbário B e não foi examinado. Versieux
(2005) no levantamento das Bromeliáceas de Minas Gerais, não cita este material, e relata que a
espécie é restrita a porção sul do estado, nos limites da Serra da Mantiqueira.
A espécie caracteriza-se pela inflorescência bastante ramificada, com brácteas primárias
conspícuas, as basais muito mais longas que o pedúnculo, fortemente imbricadas, vermelhas e
pela raque dos ramos geniculada com flores disticamente dispostas. Conforme discutido,
assemelha-se morfologicamente a Vriesea altodaserrae. Versieux (2005) relata que a
similaridade dos materiais herborizados pode levar à identificações errôneas.
Cresce exclusivamente como epífita, em áreas de Mata Atlântica, geralmente em matas
preservadas, entre 700 e 2000 m de altitude. Floresce entre setembro e fevereiro. Ocorre em
unidades de conservação.
Material examinado
Kuhlmann, J.G. s.n. (RB 59102). Aiuruoca: Serra do Papagaio, 7 XII 1998, Martinelli, G. 15267 (RB). Caldas, II
1862, Regnell, A.F. 1254 (US). Camanducaia: fazenda Melhoramentos, 9 X 2001, Mota, R.C. 1280 (BHCB).
Paraisópolis: pedra de São Domingos, 14 X 2000, França, G.S. 177 (BHCB). Passa Vinte: distrito de Carlos Euler
UHE Paes Leme, 15 XI 2000, Salino, A. 5927 (BHCB). Poços de Caldas, 17 IX 1961, Andrade, A.G. 1238 (R).
RIO DE JANEIRO. Itatiaia: Entre Macieiras e Maromba, 14 I 1961, Strang, H. 285 (HB). SÃO PAULO.
Campos do Jordão: Parque Ferradura, 19 VIII 1993, Barreto, K.D. 1045 (R). Umuarama, 10 XII 1964, Santos, N.
5570 (R). Beira da Rodovia - Mata Boa, 25 XI 1949, Kuhlmann, M. 2201 (SP). Subida para o Pico Itapeva, X
1961, Kuhlmann, M. s.n.(SP 32456). Parque Ferradura, 19 VIII 1993, Barreto, K.D. 1045 (ESA). 31 I 1935,
Kuhlman, M. s.n.(SP 32456). Parque Estadual de Campos do Jordão, 2 II 1995, Sazima, M. 32324 (UEC). Horto
Florestal de Campos do Jordão, 9 X 1992, Buzato, S. 27195 (UEC). Horto Florestal de Campos do Jordão, 18 XI
1992, Buzato, S. 28012 (UEC). 29 IX 1976, Davis, P.H. 3118 (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
218
Resultados & discussão
Vriesea schwackeana Mez in C. DC., Monogr. phan. 9: 590. 1896.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, serra de Ouro Preto, Schwacke 9209 (Holótipo: B, Isótipo:
RB).
Distribuição geográfica: MG, SP.
Comentário
Vriesea schwackeana tem registros apenas para o estado de Minas Gerais e São Paulo. Na
monografia de Bromeliaceae do estado de São Paulo, os materiais examinados foram
considerados como V. aff. schwackeana. Costa et. al (2007) relata que o material apresenta
discrepâncias com relação ao material-tipo. Em Minas Gerais é conhecida apenas na região de
procedência do material-tipo, Ouro Preto, e para a região da Serra da Mantiqueira.
Versieux (2005) discute a problemática do táxon, que apresenta muitas similaridades com
V. monacorum L.B. Sm., espécie restrita a Cadeia do Espinhaço, inferindo sobre a possível
sinonimização, desta última, o que ampliaria a área de distribuição de V. schwackeana. A espécie
caracteriza-se pelo porte robusto, brácteas escapais altamente imbricadas, inflorescência
composta, ramos densos, com flores dísticas e brácteas primárias carenadas, vermelhas, maiores
que o pedúnculo.
Cresce exclusivamente como epífita, em áreas sombreadas e úmidas de Mata Atlântica, a
cerca de 1450 m de altitude. Floresce de outubro a janeiro. Ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. Araponga: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, 4 I 1996, Paula, C.C. 1077 (VIC). Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, 23 X 1994, Paula, C.C. 1002 (VIC).
Vriesea sp. nov.
Tipo: Brazil, Minas Gerais, São Thomé das Letras, Sobradinho, proximidades do Pico do
Gavião, E. Leme 7283, T. Trindade-Lima & O. Ribeiro. (Holótipo: HB).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Durante a expedição realizada a região de São Tomé das Letras, Minas Gerais. Foram
encontradas algumas populações de Vriesea com morfologia distinta das demais espécies
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
219
Resultados & discussão
conhecidas para a região. A análise dos materiais coletados mostrou que os espécimes
apresentam similaridades com Vriesea saxicola, referida para a região de Tiradentes em Minas
Gerais. No entanto foi possível identificar uma série de caracteres distintivos, levando a
consideração de que trata-se de uma nova espécie.
O novo táxon apresenta porte médio, folhas glaucas com pontuações translúcidas, verde-
escura, escapo ereto, inflorescência composta, densa, com estruturas verdes e amareladas.
Cresce como saxícola em áreas de Campos Rupestres a cerca de 1400 m de altitude. Foi
coletado com flores no mês de dezembro e não ocorre em unidade de conservação.
Material examinado
MINAS GERAIS. o Tomé das Letras: Caminho para o Pico do Gavião, 22 XII 2007, Trindade-Lima, T. 253
(SP).
Vriesea vagans (L.B. Sm.) L.B. Sm., Phytologia 13: 118. 1966. Basiônimo: Vriesea
philippocoburgii var. vagans L. B. Sm., Arquivo Bot. Estado São Paulo 1: 121. 1943.
Tipo: Brasil, São Paulo, próximo a Apiai, de São Paulo para Curitiba, Foster, M.B. 399.
(Holótipo: GH, Isótipo: US).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.
Comentário
Vriesea vagans ocorre na região Sudeste e Sul do Brasil. Na Serra da Mantiqueira a
maioria das coletas concentra-se em Rio Preto, Minas Gerais, apenas um material procede do
estado do Rio de Janeiro. Nos materiais analisados havia uma coleção procedente de Rio Preto
identificada como Vriesea philippocoburgii. Embora o material apresente alguns caracteres
levemente distintos do padrão de Vriesea vagans observado na região, considerando que o
material floresceu em cultivo e que, durante as coletas realizadas na área não foram observados
outros indivíduos destoantes, considerou-se o exemplar como Vriesea aff. vagans. Nota-se certa
confusão com relação à identificação destes táxons nos materiais herborizados.
Esta espécie caracteriza-se pela presença, nas bainhas, de uma mancha purpúrea,
propagação por estolões, formando geralmente grandes aglomerados populacionais e brácteas
florais secundas.
Cresce como epífita ou terrícola, em áreas de Mata Atlântica e em locais de transição
entre mata e Campo Rupestre, entre 850 e 1300 m de altitude. Floresce de fevereiro a abril.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
220
Resultados & discussão
Ocorre em unidade de conservação. Costa (1993) relata que a espécie pode ser considerada na
categoria protegida.
Material examinado
MINAS GERAIS. Itumirim: rio Grande, 27 IV 1997, Vasconcelos, M.F. s.n. (BHCB 37887). Rio Preto, 4 III
2004, Schuchter, V. 10 (CESJ). Serra do Funil - Cachoeira do Marciano, IV 2005, Antunes, K. 157 (CESJ). Funil -
Fazenda Tiririca, 24 IV 2004, Antunes, K. 106 (CESJ). Funil - Serra da Caveira D'Anta, 24 IV 2004, Antunes, K.
107 (CESJ). Serra da Caveira D'Anta, 24 II 2004, Valente, A. 376 (CESJ). Tiradentes, 12 III 1994, Alves, R.J.V.
4429 (RB). RIO DE JANEIRO. Itatiaia, 29 VI 1939, Foster, M.R. 114 (R).
Wittrockia tenuisepala (Leme) Leme, Canistrum Bromel. Mata Atl., 65. 1997. Basiônimo:
Nidularium tenuisepalum Leme, Bradea 5(29): 319. 1990.
Tipo: Brasil, Minas Gerais, Manhumirim, Seidel, A. 1099, fl. cult. (Holótipo: HB,
Isótipo: RB). Leme, E.M.C. s.n. (“Clonótipo”: HB, SEL).
Distribuição geográfica: MG.
Comentário
Espécie endêmica da Serra da Mantiqueira, conhecida apenas da coleta do tipo,
procedente de Manhumirim, em Minas Gerais.
Wittrockia tenuisepala foi originalmente descrita como integrante do gênero Nidularium
pela presença de pétalas sem apêndices e parcialmente concrescidas na base. Leme (1997)
propôs uma nova conceituação para o gênero Wittrockia, no qual, este táxon é incluído, embora,
como destacado pelo próprio autor, esta espécie apresente características um pouco destoantes
com relação aos táxons mais típicos do gênero. A difícil delimitação de Wittrockia, Neoregelia e
Canistrum é discutida por Wanderley et al. (2007), onde as autoras propõem a sinonimização de
Wittrockia sob Canistrum.
Assemelha-se a W. superba que não ocorre na Serra da Mantiqueira. Também apresenta
afinidades com Canistrum cyathiforme (= Wittrockia cyathiformis), da qual difere segundo Leme
(1997) pelo escapo floral muito mais curto, inflorescência com ramificações de ordem, flores
menores, sépalas curtamente concrescidas na base e pelos filetes distintamentes adnatos às
pétalas.
Cresce em área de Mata Atlântica a cerca de 600 m de altitude. Não dados sobre o
hábito e período de floração desta espécie. Não ocorre em unidade de conservação.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
221
Resultados & discussão
Material examinado
MINAS GERAIS. Manhumirim, XI 1995, Leme, E.M.C. s.n. (HB 77762). XI 1995, Leme, E.M.C. s.n. (RB
77762). VI 1989, Seidel, A. 1099 (HB). Seidel, A. 1099 (= 1133) (RB).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
222
Resultados & discussão
6.2.
C
ONSIDERAÇÕES TAXONÔMICAS
6.2.1.
A redescoberta de Billbergia pohliana Mez
Em 1892 foi descrita por Mez, a partir um exemplar coletado por Pohl (nº 5508), uma
nova espécie de Billbergia para o Brasil, batizada como B. pohliana. Não indicações na obra
original da localidade precisa em que a planta foi coletada. O holótipo da espécie estaria
depositado no herbário de Viena (W), mas, segundo Smith & Downs (1979), foi possivelmente
destruído durante a Segunda Guerra Mundial. Estes autores propuseram então a lectotipificação
do táxon com base na descrição e ilustração original (Figura 8).
Até o presente momento, Billbergia pohliana era conhecida por apenas mais uma coleta,
Heringer (nº 1919), procedente do município de Coronel Pacheco, Minas Gerais, realizada em
1919 (Figura 9). Entretanto, durante os estudos de campo realizados neste trabalho foram
encontradas algumas populações desta espécie no município de Rio Preto, em Minas Gerais. Esta
região, localizada na porção centro-sul da Serra da Mantiqueira, apresenta ainda muitas áreas
constituídas por vegetação primária.
Billbergia pohliana pertence a um grupo de espécies que possuem inflorescência
visivelmente composta e lepidota (esparsa ou densamente), flores sésseis ou curto-pediceladas e
ovário muito maior do que as brácteas florais. Pertencem a este complexo (Billbergia laxiflora L.
B. Sm., Billbergia seidelii L. B. Sm. & Reitz e Billbergia reichardtii Wawra). Billbergia
laxiflora é conhecida apenas para o estado do Espírito Santo e Billbergia seidelii para o estado
do Rio de Janeiro. Billbergia pohliana e Billbergia reichardtii têm áreas de ocorrência comuns e
apresentam entre si maiores afinidades morfológicas, como já havia sido observado por Versieux
(2005).
Na descrição original de Billbergia pohliana são destacadas as seguintes características
diagnósticas: “as foliis fere inermibus v. non nisi minutissime aculeolatis, evittatis; inflorescentia
perlaxe pauciflora, e ramulis 2-floris, elongatis compósita panniculada, pendula? an erecta?,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
223
Resultados & discussão
densiuscule farinoso-tomentosa; bracteolis florigeris minutissimis, ovato-squamatis, breviter
acutis; floribus sessilibus; sepalis acutiusculis; petalis indigotinis? Defloratis contortis,
porrectis; ovário peranguste cylindrico, paullo sulcato.
Figura 8. À esquerda, ilustração contida na obra original de Billbergia pohliana Mez. À direita, ilustração
apresentada na obra original de Billbergia reichardtii Wawra.
O exame das obras originais indica que estas espécies compartilham algumas
características morfológicas. O estudo detalhado dos espécimes herborizados e de algumas
plantas vivas demonstra que os táxons apresentam uma série de caracteres distintivos, conforme
pode ser verificado no quadro 1, onde são confrontadas as informações disponíveis sobre estas
espécies.
Billbergia reichardtii é conhecida por apenas uma coleta em Guiomar, no Espírito Santo,
realizada há mais de 60 anos, e para áreas da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais.
A
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
224
Resultados & discussão
Foram identificadas algumas populações de Billbergia reichardtii (Figura 11) em uma
área adjacente a localidade onde foi encontrada Billbergia pohliana (Figura 10), em Rio Preto,
Minas Gerais. As populações de ambas crescem como epífitas, em áreas de mata contíguas a
campos rupestres, próximas a cursos d’água. Foram encontradas com flores no mês de junho.
Apesar da proximidade de ocorrência destes táxons nesta área, as características indicadas no
quadro 1, mantiveram-se constantes nas populações.
Smith & Downs (1979), na chave de identificação das espécies, separam Billbergia
pohliana de Billbergia reichardtii pela densidade de escamas presentes no ovário. Nos materiais
analisados esta característica não se mostrou consistente, verificando-se que as duas espécies
apresentam ovário lanuginoso, havendo variação de densidade de escamas na mesma espécie.
A partir da análise das coleções referidas para a região da Serra da Mantiqueira, foram
encontrados exemplares procedentes de outras localidades que se enquadravam na circunscrição
de Billbergia pohliana.
Foram realizadas mudanças nas identificações de alguns dos espécimes, com base na
revisão, aqui elaborada, de alguns caracteres diferenciais entre as espécies. Revistas as
identificações, nota-se que ambas as espécies são registradas para a região de Coronel Pacheco e
Rio Preto, em Minas Gerais.
Além dessas áreas, Billbergia pohliana é conhecida por apenas mais uma coleção,
procedente do município de Rio Novo, em Minas Gerais. Billbergia reichardtii ocorre também
no sopé da Serra do Caparaó, no Espírito Santo e em Juiz de Fora, Minas Gerais (localidade-
típica).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
225
Resultados & discussão
Quadro 1. Algumas característica morfológicas de Billbergia pohliana Mez e Billbergia reichardtii Wawra. As
informações foram obtidas das obras originais e das análises dos materiais coletados durante o trabalho.
Espécie Billbergia pohliana Mez Billbergia reichardtii Wawra
Obra original Fl. Bras. 3(3): 403, pl. 78. 1892. Öesterr. Bot. Zeitschr. 30: 115. 1880
Tipo
Brasil, Minas Gerais, Pohl 5508
(Holótipo: W, destruído).
Tipificada pela descrição original e
ilustração.
Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora,
Wawra II-197 (Holótipo: W,
destruído). Brasil, Minas Gerais, de
Juiz de Fora para a serra da
Mantiqueira, Warming 2172 (Neótipo:
C).
Folhas
Roseta tubular, poucas folhas,
bainhas elípticas, lâminas verdes,
estreitas (1,6-2,5 cm larg.),
espinhos inconspícuos (ca. 1 mm),
ápice agudo, apiculado.
Roseta tubular, bainhas ovadas,
lâminas verdes (2,5-4,0 cm de larg.),
espinhos conspícuos (ca. 2,5 mm),
ápice arredondado, apiculado.
Escapo
Recurvado, delgado, verde-oliva,
levemente rosado, lanuginoso.
Brácteas escapais, ovado-elípticas,
agudas, eretas, envolvendo quase
completamente o escapo, menores
ou igualando os entrenós, róseas,
coberta subdensamente por
escamas alvas.
Recurvado, delgado, róseo,
lanuginoso. Brácteas escapais,
elípticas, acuminadas, envolvendo
quase completamente o escapo,
menores ou igualando os entrenós,
róseas, coberta subdensamente por
escamas alvas.
Inflorescência
Composta, geralmente dois ramos
por brácteas primária, raque muito
delicada.
Composta, geralmente dois ramos por
brácteas primária.
Bráctea
primária
Semelhantes às brácteas escapais,
lanceoladas, igualando o tamanho
das flores, as superiores às vezes,
com o mesmo comprimento do
ovário.
Semelhantes às brácteas escapais,
ovadas, geralmente igualando o
comprimento das sépalas.
Bráctea floral
Mais curtas que o ovário, rósea,
largamente ovada, apiculada.
Mais curtas que o ovário, rósea,
largamente ovada, agudas.
Sépalas
Estreitamente ovadas, subagudas,
20 mm compr. x 4 mm larg, verde-
alva, ápice azul, lanuginosa.
Oblongas, arredondadas, minutamente
apiculada, 30 mm compr. x 7 mm
larg., verde-alva, ápice azul,
lanuginosa.
Pétalas
Liguladas, obtusas, amarelo-
esverdeada, ápice fortemente azul,
43-45 mm compr. x 3-4 mm larg.,
lanuginosa.
Liguladas, obtusas, amarelo-
esverdeada, ápice fortemente azul, 50-
52 mm compr. x 5-6 mm larg.,
lanuginosa.
Ovário
Estreitamente cilíndrico, 1,4 mm
comp. x 1,5 mm larg., verde,
lanuginoso.
Estreitamente cilíndrico, 1,8 mm
comp. x 3 mm larg., verde,
lanuginoso.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
226
Resultados & discussão
Figura 9. À esquerda, espécime de Billbergia pohliana coletado em 1919 na região de Coronel Pacheco, Minas
Gerais. À direita, holótipo de Billbergia reichardtii Wawra, depositado no herbário Marie Selby Botanical Gardens,
EUA (SEL).
Considerando o acima exposto, adota-se no presente trabalho a proposição de que
Billbergia pohliana e Billbergia reichardtii sejam espécies distintas. Ressalta-se que foram
analisadas as populações de apenas uma região e um pequeno número de exemplares presentes
nas coleções dos herbários. Deste modo, é possível que haja gradações nas variações
morfológicas entre estes táxons, ainda não verificadas.
Versieux (2005) enquadrou Billbergia pohliana na categoria dados insuficientes. A
descoberta desta população natural e o reconhecimento de outros exemplares erroneamente
identificados nos herbários implica na necessidade de uma mudança de sua categoria.
Considerando que a espécie é atualmente conhecida em apenas algumas localidades próximas e
que as populações são constituídas por poucos indivíduos, e ainda, que não ocorre em unidade de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
227
Resultados & discussão
conservação, a espécie pode ser classificada como criticamente em perigo (CR), segundo os
critérios da IUCN (2001). O mesmo se aplica a Billbergia reichardtii.
Os materiais examinados estão listados na seção 6.1.
Figura 10. Billbergia pohliana Mez . A: Inflorescência. B: Detalhe. (Fotos: Martins, S.E.)
Figura 11. Billbergia reichardtii Wawra. A: Inflorescência. B: Detalhe. (Fotos: Martins, S.E.).
A
A
B
B
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
228
Resultados & discussão
6.2.2. Uma nova espécie de Vriesea dos Campos Rupestres de Minas Gerais
Vriesea sp. nov. Fig. 12.
Type: Brazil, Minas Gerais, São Thomé das Letras, Sobradinho, proximidades do Pico do
Gavião, 21º38’21”S 44º55’58”W, ca. 1,406 m elev. 22 July 2007, E. Leme 7283, T. Trindade-
Lima & O. Ribeiro. Holotype: HB.
A V. saxicola L. B. Sm., cui affinis, inflorencentia dense et breviter paniculata, ramis lateralibus
pedunculis basalibus brevioribus, bractea sterile singula ornatis, ramo terminale pedunculo
breviore, bracteis sterilis binis ornatis, rachis duplo brevioribus, bracteis floriferis brevioribus, et
petalis brevioribus differt.
A B
Figura 12. Vriesea sp. nova. A. Hábito. B. Detalhe da inflorescência. (Fotos: Leme, E.M.C.).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
229
Resultados & discussão
Planta saxícola, florida 70-90 cm alt.Folhas em número de 18 a 23, densamente
rosuladas, suberetas, formando uma roseta funeliforme. Bainhas ovada-elípticas, ca. 16 x 10 cm,
subdensamente e minutamente branco-lepidotas em ambos os lados, finamente coriáceas,
abaxiamente castanho-escuras principalmente em direção a base, adaxialmente purpúrea no ápice
e paleácea em direção a base. Lâminas sublineares, ligeiramente estreitando-se em direção ao
ápice, 17-18 x 6-6.5 cm, não estreitada na base, ápice arredondado a subagudo e minutamente
apiculado, verde, glauca, com estrias escuras irregulares translúcidas, cartáceas, esparsamente e
inconspicuamente branco-lepidotas e cobertas em ambos os lados por uma camada fina de cera
branca, margem apical não revoluta. Escapo curto, 35-50 cm comp., 0.7-0.8 cm de diâmetro,
ereto, glabro, verde-claro, ligeiramente sulcado, principalmente quando secos. Brácteas escapais
basais subfoliáceas, as superiores estreitamente-ovadas, agudas e apiculadas, 3.5-6 x 2.5-3 cm,
eretas e envolvendo o escapo, distintamente excedendo os entrenós, verdes, inconspicuamente e
esparsamente branco-lepidotas dentro. Inflorescência curtamente paniculadas, densamente
bipinadas, ca. 17 cm comp., ca. 10 cm de diâmetro, ereta; Brácteas primárias largamente
ovadas a suborbiculares, 20-28 x 20-23 mm, verde-amarelada a amarela, subereta, igualando ou
ligeiramente excedendo os pedúnculos; Ramos em número de 4 a 5 (incluindo o terminal), os
laterais 9-11 cm comp., 3-4 cm larg. (excluindo as pétalas), suberetos, densamente florido na
antese, portando 8 a 9 flores, raque geniculada, ca. 0.5 x 0.4 cm, verde, glabra, obtusamente
angulosa, parcialmente coberta pelas brácteas florais principalmente antes da antese, pedúnculos
1-2 x 0.7 cm, subcomplanados, verdes, glabros, portando uma única bráctea estéril no ápice,
verde-amarelada, o ramo terminal ereto, 12-14 cm comp. 9 a 10-flores, pedúnculo basal 3-3.5 x
0.7 cm, curto, em linha reta, portando 2 brácteas estéreis quase cobrindo completamente o
pedúnculo. Brácteas florais suborbiculares, 19-20 x 20-22 mm, ápice obtuso-emarginado,
amarelo em direção ao ápice, inconspicuamente branco-lepidota por dentro, brilhosa e glabra por
fora, não envolvendo completamente as sépalas e igualando 1/2 do seu comprimento,
distintamente convexa, unilateralmente secundas com as flores, portando um nervura
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
230
Resultados & discussão
protuberante central e aparecendo carenada em direção ao ápice. Flores sticas, antese
ocorrendo entre 11h00 da manhã e 19h00 da noite, com um fraco odor, fortemente descendentes
na antese (nos ramos laterais) a divergentes (nos ramos terminais), densamente arranjadas, 42-43
mm comp. (não incluindo os estames) pedicelos curtos, 5-6 mm comp. 7-8 mm em diâmetro no
ápice, verde, glabro. Sépalas elípticas, ápice obtuso e ligeiramente emarginado, 27-28 x 13 mm,
inconspicuamente branco-lepidotas por dentro, glabras por fora, livres, não carenadas, amarelas,
distintamente convexas, finamente coriáceas em direção ao ápice, densas na base. Pétalas
estreitamente elípticas, ápice estreitamente emarginado, 35 x 13-14 mm, amarelas, eretas a
ligeiramente suberetas, formando uma corola tubular ca.10 mm em diâmetro no ápice, portando
na base 2 apêndices suboblongos a obovados, agudos, subobtusos a obtusamente e
irregularmente bidentados, ca. 5 x 1.7 mm. Estames excedendo as pétalas por uma fração das
anteras. Filetes subcomplanados e ligeiramente delatados próximo ao ápice, páleo-amarelados,
adnato com as pétalas ca. 3 mm. Anteras lineares, ca. 4.5 mm comp., base sagitada e ápice
obtuso, fixada próxima a base. Pólen oblongo-eliptico, sulcado, exina reticulada, lúmem
poligonal, muros estreitos. Estilete excedendo as pétalas por ca. 5 mm. Estigma convoluto-
laminado, densamente papiloso, amarelo, ca. 1.5 mm de diâmetro. Óvulos longo-caudados.
Frutos não conhecidos.
A nova espécie foi encontrada em uma área de Campo Rupestre, crescendo como
saxícola a cerca de 1.400 m de altitude. Foram vistas populações com poucos indivíduos em
apenas duas formações rochosas. Foi coletada com flores no mês de dezembro. Assemelha-se a
Vriesea saxicola L.B. Sm. diferenciando-se principalmente pela estrutura da inflorescência e
características florais.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
231
Resultados & discussão
6.3.
B
ANCO DE DADOS E COLEÇÕES BOTÂNICAS
A análise dos herbários mencionados na metodologia e os dados obtidos nas expedições
realizadas durante o projeto resultaram em 2.189 coleções. Na figura 13 é apresentado o número
total de exsicatas por herbário.
Do total de registros, 2,6 % não puderam ser determinados. Destes, 51% foram vistos nos
herbários consultados, e a determinação não foi possível devido ao material não conter partes
reprodutivas, estar fragmentado e/ou depauperado, por pertencer a complexos de espécies de
difícil delimitação ou por representar táxons ainda desconhecidos. O restante dos táxons
indeterminados procede dos registros obtidos nos bancos de dados informatizados (virtuais).
O herbário do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) apresenta
aproximadamente 1/3 das coleções examinadas. A relevância desta coleção, em relação ao
número de exemplares de Bromeliaceae procedentes da Serra da Mantiqueira, pode ser
explicada, por esta ser uma das maiores coleções da família, com aproximadamente 6200
exsicatas, oriundas de várias regiões do país.
Outros herbários que se destacaram com relação ao número de coleções foram o CESJ,
SP, VIC e GFJP. Os três herbários mineiros localizam-se nos limites da Serra da Mantiqueira,
fato que justifica, em parte, a riqueza de coleções encontrada.
Os dados provenientes da consulta eletrônica e do banco de dados do pesquisador
Leonardo Versieux totalizaram 132 coleções, um número considerável, levando-se em conta o
total de registros analisados. Esta observação demonstra a importância do processo de
informatização dos herbários, bem como a análise das coleções disponibilizadas.
Para permitir a melhor compreensão da distribuição das coleções nos herbários, foram
compiladas, a partir do banco de dados elaborado, informações referentes aos principais
coletores atuantes na Serra da Mantiqueira.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
232
Resultados & discussão
A.F. Regnell, entre 1860 e 1890 realizou muitas coletas, principalmente na região de
Caldas, onde foram descobertas espécies novas como Bromelia regnelli, Dyckia minarum,
Vriesea regnelli e Vriesea sceptrum. A maioria das exsicatas se encontra depositada nos
herbários US e P.
W. Schwacke, A. Glaziou, A.A. Silveira e H. Magalhães são responsáveis por um
contingente significativo de coletas na década de 1890. De um modo geral exploraram a região
da Serra do Ibitipoca, Rio Novo e São João del Rei. Uma espécie endêmica da Serra da
Mantiqueira, Vriesea cacuminis, foi descrita a partir destas coletas. Vriesea modesta também foi
descrita com base em material coletado neste período. Os materiais encontram-se depositados
principalmente no herbário RB.
E.P. Heringer atuou na região da Zona da Mata mineira onde encontrou, o raro e
endêmico, Nidularium azureum, na região de Coronel Pacheco. As coletas estão depositadas nos
herbários HB, US e SP.
C.F. Hoehne, contribuiu para o conhecimento da região da Serra da Mantiqueira no
estado de São Paulo. Suas coletas foram realizadas entre 1910 e 1950 e encontram-se
depositadas essencialmente no herbário SP.
M.B. Foster foi um grande explorador da região do Itatiaia na década de 1930, sendo
responsável, por inúmeras novas espécies, como, Neoregelia fosteriana, Nidularium apiculatum,
Nidularium itatiaiae, Vriesea interrogatória e Vriesea penduliflora. Destas espécies, apenas V.
interrogatoria não é endêmica da Serra da Mantiqueira. A maioria das coleções estão
depositadas no herbário R.
M. Kulhmann é responsável por um grande contingente de coletas na região da Serra de
Mantiqueira do estado de São Paulo, mas também atuou em outras porções da Serra, em Minas
Gerais e Rio de Janeiro. Os materiais encontram-se depositados nos herbários, RB, SP, VIC e
SPF.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
233
Resultados & discussão
A.C. Brade, destaca-se especialmente entre 1930 e 1940, com um grande número de
coleções distribuídas ao longo de toda a Serra da Mantiqueira, com registros para o estado de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Os materiais coletados encontram-se depositados
principalmente no RB.
L. Krieger, principalmente entre 1970 e 1990, realizou importantes coletas na região do
Parque Nacional do Caparaó e arredores de Juiz de Fora, onde encontrou Aechmea bruggeri,
endêmica da Serra da Mantiqueira. Grande parte dos materiais coletados encontram-se
depositados no herbário CESJ.
E. Pereira, na década de 1960, contribuiu com coletas na região de Caxambu,
Cambuquira e Coronel Pacheco, estes materiais estão depositados no herbário HB.
G. Martinelli a partir de 1975 coletou ao longo de toda a Serra da Mantiqueira,
especialmente em áreas do estado do Rio de Janeiro. Os materiais encontram-se depositados
principalmente no RB.
L.S. Leoni realizou um grande contingente de coletas na Zona da Mata Mineira, entre
1985 e 1995, e ainda contribui efetivamente com coletas nesta região. As exsicatas encontram-se
depositadas principalmente no herbário GFJP.
O estabelecimento de especialistas da família Bromeliaceae em diferentes universidades e
o desenvolvimento de diversas pesquisas de pós-graduandos nas últimas décadas, resultaram em
um aumento crescente de espécimes incorporados aos herbários. Destacam-se para a região da
Serra da Mantiqueira, os trabalhos do pesquisador C.C. Paula, para a região da Zona da Mata
Mineira (depositadas no VIC) e da pesquisadora R.C. Forzza para os arredores de Juiz de Fora e
Parque Estadual do Ibitipoca (depositadas no SPF, CESJ e RB).
Convém ressaltar as inúmeras coletas realizadas por E.M.C. Leme, na Serra do
Brigadeiro e na Serra do Ibitipoca. Os materiais encontram-se depositados principalmente no
HB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
234
Resultados & discussão
Recentemente, são notáveis os trabalhos desenvolvidos pela equipe da Universidade
Federal de Juiz de Fora, no município de Rio Preto e arredores, que aumentaram
consideravelmente o conhecimento da região. Os materiais coletados encontram-se depositados
no herbário CESJ.
Durante o presente estudo foram feitos 162 novos números, a maioria procedente das
regiões visitadas na Serra da Mantiqueira, o restante de áreas adjacentes, como a Serra da
Bocaína. As exsicatas foram incorporadas às coleções do herbário SP e HME.
De uma maneira geral, a quantidade de registros pode ser atribuída a fatores como a
antiguidade dos herbários, histórico de coletas e a presença de especialistas na família nas
instituições sedes, bem como a localização do herbário.
721
217
202
195
191
145
135
132
115
67
65
44
34
30
16
0
100
200
300
400
500
600
700
800
RB
CESJ
SP
V
I
C
G
F
JP
H
B
R
*
BHCB
SPF
U
EC
H
ME
ESAL
ESA
IAC
Herbários
Nº de espécimes
Figura 13. Número total de espécimes de Bromeliaceae depositados nos herbários. *Coleções dos
bancos de dados virtuais e outras.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
235
Resultados & discussão
Ressalta-se, assim como discutido por Versieux (2005), a necessidade de se padronizar
uma metodologia para a coleta de Bromeliaceae. Considerando a complexidade relacionada a
taxonomia do grupo, destacam-se aqui, além das proposições do referido autor (herborização
correta, espécimes completos, com dados de coloração, procedência completa, se possível
georreferenciada, incluindo município, altitude, hábitat e, em caso de plantas cultivadas,
indicação do coletor e da data em que a planta foi encontrada no campo), outros itens relevantes:
- neste trabalho, foram elaboradas na montagem das exsicatas “fichas” (pequenos
retângulos de cartolina), onde foram aderidas, utilizando-se geralmente fitas adesivas
transparentes, porções reprodutivas do exemplar (como brácteas escapais, brácteas florais e
flores). Nesta ficha foram anotadas as colorações das respectivas partes, bem como o tamanho
das mesmas (ainda no material fresco) e outras observações consideradas importantes. Embora
esta técnica requeira um pouco mais de tempo, considerando que a exsicata é um testemunho de
longo prazo, que o tamanho das estruturas geralmente se altera com a desidratação e, que a
presença da ficha evita a retirada de partes do material em análises futuras, optou-se em
desenvolver esta metodologia.
- a facilidade advinda da utilização de câmeras digitais permite, com custo relativamente
baixo, o registro fotográfico dos exemplares coletados. Embora a maioria das coleções ainda não
se encontre informatizada é notável a tendência a adoção deste sistema pelas instituições. O
programa Brahms, que normalmente vem sendo utilizado no Brasil, apresenta ferramentas que
possibilitam atrelar imagens aos respectivos registros.
- considerando a grande amplitude de variações fenotípicas observadas nas populações, a
coleta de mais de um exemplar pode ser relevante, principalmente nos casos de espécies novas
ou pouco conhecidas.
Certamente, o conjunto “exsicata - ficha - fotografia” facilita o reconhecimento das
espécies e pode reduzir o tempo despendido em trabalhos taxonômicos.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
236
Resultados & discussão
6.3.1. Coleção viva
No decorrer do trabalho foram coletados mais de duzentos exemplares vivos (Figura 14).
Os espécimes estão sendo mantidos em cultivo no bromeliário do Instituto de Botânica de São
Paulo – SP e no viveiro da Prefeitura Municipal de Extrema – MG.
Parte do material foi obtido através da extração de brotos presentes nos materiais
botânicos rteis utilizados para herborização. Outra parte foi obtida através da coleta de plantas
inférteis encontradas no chão, ou em alguns casos, foi coletado um indivíduo, quando observadas
grandes populações de determinada espécie.
Os exemplares coletados estão se desenvolvendo bem e embora estas muitas espécies
apresentem crescimento lento, grande parte floresceu. A análise dos exemplares nas coleções
vivas possibilitou um estudo morfológico mais detalhado acerca de algumas espécies e foi
fundamental para o entendimento da taxonomia de alguns grupos, como Billbergia pohliana X
Billbergia distachia, Nidularium bicolor X Nidularium ferdinando-coburggi, Vriesea paraibica
X Vriesea interrogatoria, dentre outras.
Tendo em vista a contínua destruição de habitats e a retirada indiscriminada de espécimes
da natureza, a manutenção de coleções vivas torna-se crucial para a conservação genética das
espécies. Além disso, possibilitam a realização de estudos em outras áreas, como anatomia e
fisiologia, bem como, o conhecimento acerca das melhores metodologias para o
desenvolvimento das plantas, que podem contribuir para a produção comercial e minimizar a
extração nos ambientes naturais.
Apesar de não ser de senso comum a importância de cada táxon para o equilíbrio
ecológico das comunidades, uma crescente tendência econômica de valorizar os recursos
genéticos naturais. O valor do conjunto de genes de um determinado indivíduo é incalculável.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
237
Resultados & discussão
E
F
C
D
A
B
Figura 14. Coleção viva. A: Broto de Billbergia distachia. B, C, D: Exemplares da coleção do viveiro da Prefeitura
Municipal de Extrema. E: Árvore instalada para acomodar espécimes epífitos, em primeiro plano espécimes de
Vriesea bituminosa floridos. F: Parte da coleção do bromeliário do Instituto de Botânica, exemplares esciófilos.
(Fotos: Trindade-Lima, T.).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
238
Resultados & discussão
6.4.
D
IVERSIDADE E ENDEMISMO
A reunião das informações contidas na literatura, banco de dados e trabalho de campo,
resultaram no reconhecimento de 220 táxons, sendo 192 espécies e 28 táxons infra-
específicos, distribuídos em 20 gêneros (Tabela 2, apêndice I). Do total de táxons, 37 (17%)
são endêmicos da região da Serra da Mantiqueira (Apêndice I).
Dentre as espécies, seis correspondem a morfo-espécies, que foram criadas para
confortar espécimes que não puderam ser enquadrados na delimitação precisa de nenhum
táxon. É possível que análises mais aprofundadas revelem que muitos destes exemplares
pertençam a táxons com delimitação imprecisa, ou mesmo com descrições incompletas.
Apesar disso, não se descarta a possibilidade de se tratarem de espécies novas.
Ainda que hajam novas propostas para a subdivisão infra-familiar em Bromeliaceae,
conforme mencionado na seção 3.2.1, foram consideradas para a apresentação dos resultados,
as subfamílias tradicionais (Bromelioideae, Pitcairnioideae e Tillandsioideae), a fim de
facilitar a analise dos dados.
O maior número de espécies encontradas é atribuído à subfamília Bromelioideae, que
apresentou 96 (50%) espécies, distribuídas em 14 (70%) gêneros. Tillandsioideae aparece em
seguida com 72 (37,5%) espécies e quatro gêneros. Pitcairnioideae apresenta o menor número
de espécies, 24 (12,5%), distribuídas apenas em dois gêneros (Tabela 2 e Figura 15). A
diferença entre o total de espécies nas subfamílias Bromelioideae e Tillandsioideae é pequena,
apesar da primeira apresentar três vezes mais gêneros.
Com relação às freqüências relativas das espécies endêmicas em cada uma das
subfamílias (Figura 16), Bromelioideae destaca-se com 20 (55,6%) espécies restritas a região
da Serra da Mantiqueira, seguida por Tillandsioideae com 12 (33,3%) espécies e
Pitcairnioideae com 4 (11,1%) espécies.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
239
Resultados & discussão
Tabela 2. Riqueza e endemismos apresentados pelos diferentes gêneros de Bromeliaceae ocorrentes na região da
Serra da Mantiqueira. Os totais de táxons/táxons endêmicos são formados pela soma do total de espécies com o total
de táxons infra-específicos. Os gêneros estão organizados por subfamília, em ordem decrescente de riqueza.
Gêneros Total de spp.
% de spp.
No. de spp.
endêmicas.
% de spp.
endêmicas
No. de
táxons
No. de táxons
endêmicos
Billbergia 21 10,93% 2 10% 28 2
Neoregelia 18 9,37% 8 45% 18 8
Aechmea 16 8,33% 3 19% 21 3
Nidularium 13 6,77% 3 23% 14 4
Quesnelia 8 4,16% - - 8 -
Canistrum 4 2,08% - - 4 -
Ananas 4 2,08% - - 4 -
Cryptanthus 3 1,56% 2 67% 3 2
Bromelia 3 1,56% - - 3 -
Portea 2 1,04% - - 3 -
Acanthostachys
1 0,52% - - 1 -
Canistropsis 1 0,52% 1 100% 1 1
Wittrockia 1 0,52% 1 100% 1 1
Bromelioideae
Fernseea 1 0,52% 1 100% 1 1
Vriesea 46 23,95% 11 24% 50 11
Tillandsia 20 10,41% - - 27 -
Alcantarea 5 26,04% - - 5 -
Tillandsioideae
Racinaea 1 0,52% - - 1 -
Dyckia 18 9,37% 3 17% 18 3
Pitcair
nioide
ae
Pitcairnia 6 3,12% 1 17% 9 1
Total: 20 192 100% 36 - 220 37
Na tabela 3 são apresentados os números de gêneros e espécies, indicados em cheklists
ou catálogos elaborados para a família Bromeliaceae.
Percebe-se que poucos trabalhos foram realizados em áreas “não-geopolíticas”. O estudo
em regiões com limites definidos, como países, estados, municípios e unidades de conservação, é
normalmente facilitado por estar relacionado a áreas com demarcação precisa e ainda, muitas
vezes, serem incentivados pelas próprias agências de fomento e outras instituições
governamentais. No entanto, ressalta-se que os fatores responsáveis pela fisionomia, além das
condições abióticas, assim como o entendimento da história evolutiva dos grupos podem ser
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
240
Resultados & discussão
mais bem compreendidos conhecendo-se a diversidade e a distribuição das espécies ocorrentes
nas diferentes formações.
A Serra da Mantiqueira apresenta diversidade genérica e específica considerável (Tabela
3, figura 17), possivelmente por estar, em muitas porções, posicionada em áreas de transição
entre diferentes formações e também por apresentar regiões, conforme designado por Velloso
(1991), de refúgios vegetacionais (Campos de Altitude e Campos Rupestres), ambas com
elevado índice de endemismo.
O gênero Vriesea apresentou a maior riqueza de táxons 50, assim como observado por
outros autores (e.g. Fontoura et al., 1991; Wanderley & Mollo 1992, Lima 1994, Paula 1998,
Monteiro & Forzza dados não publicados, Wanderley & Martins 2007) em levantamentos que
envolvem áreas de Mata Atlântica. Vriesea é o terceiro maior gênero em número de espécies
dentre toda a família Bromeliaceae (Benzing 2000). No Brasil os estados com maior diversidade
de espécies são: Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo (Coffani-Nunes 1997) e Minas
Gerais (Versieux 2005), todos com áreas na Serra da Mantiqueira. Observa-se grande
heterogeneidade quanto às espécies de Vriesea encontradas, sendo este o gênero que congrega a
maioria das espécies endêmicas da serra.
A subfamília Tillandsioideae, além do gênero Vriesea, é representada na Serra da
Mantiqueira, por Alcantarea, Racinaea e Tillandsia. Nenhuma espécie endêmica destes gêneros
é referida para a região. Tillandsia é representado pelo maior número de táxons (27), seguido por
Alcantarea (5) e Racinaea com apenas um representante.
Na subfamília Bromelioideae, Aechmea e Billbergia destacam-se com relação à riqueza
com (21) e (28) táxons, respectivamente. O centro de diversidade destes gêneros é o leste
brasileiro (Smith 1955, Smith & Downs 1979), o que justifica de certo modo a riqueza
encontrada na região.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
241
Resultados & discussão
Figura 15. Porcentagem do número de espécies ocorrentes em cada subfamília.
Figura 16. Representatividade do total de espécies endêmicas para cada uma das três
subfamílias de Bromeliaceae na Serra da Mantiqueira.
Aechmea é o maior gênero da subfamília Bromelioideae, reunindo cerca de 240 espécies
(Luther 2006), sendo que aproximadamente metade das espécies, são encontradas no Brasil
Pitcairnioideae
12,5%
Bromelioideae
50%
Tilandsioideae
37,5%
Bromelioideae
55,6%
Pitcairnioideae
11,1%
Tillandsioideae
33,3%
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
242
Resultados & discussão
(Martins et al. 2007, Leme & Siqueira-Filho 2006). Apesar da problemática envolvida na
taxonomia deste grupo, as espécies da Serra da Mantiqueira são bem caracterizadas e o
reconhecimento dos táxons e, distinção entre eles, não apresentou grandes complicações.
Em Aechmea foram registradas três espécies endêmicas, todas com distribuição restrita a
localidades próximas as regiões de coleta do material-tipo. Duas delas, Aechmea bambusoides e
Aechmea roberto-anselmoi ocorrem apenas em áreas mais baixas, nos entornos da crista da
Serra.
No gênero Billbergia são reconhecidas atualmente 64 espécies (Luther 2006). No Brasil
ocorrem 39 espécies e 14 variedades (Gaiotto 2005). Este gênero apresentou o segundo maior
número de táxons (28), grande parte ocorrendo exclusivamente em áreas de Mata Atlântica.
Apesar da riqueza, apenas dois táxons são endêmicos da região, Billbergia pohliana e Billbergia
reichardtii, informações sobre estas espécies na seção 6.2.1.
Neoregelia e Nidularium apresentam (14) e (18) táxons, respectivamente, constituindo
elementos bastante característicos da Serra da Mantiqueira.
Para Neoregelia nota-se a escassez de coletas, com muitos táxons testemunhados por
apenas um material. A delimitação das espécies pertencentes a este gênero é bastante complexa.
Neste gênero a inflorescência encontra-se submersa na roseta foliar e após a herborização a
visualização das estruturas é muito dificultada, além disso, a retirada de partes do material para
estudos normalmente é bastante difícil. Outro agravante refere-se ao hábito, uma vez que o
gênero possui um grande contingente de espécies epífitas, que muitas vezes habitam a copa de
grandes árvores, não permitindo a visualização dos exemplares em período de floração, sendo
freqüentes nos herbários espécimes estéreis. Por estes e outros fatores o gênero pode ainda hoje
ser considerado uma incógnita, como destacado por (Wanderley & Sousa 2007). De uma
maneira geral, as espécies ocorrentes em regiões litorâneas são mais bem compreendidas, pelo
maior número de trabalhos desenvolvidos nestas regiões e presença de espécies de maior porte,
muitas terrícolas.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
243
Resultados & discussão
Tabela 3. Número de gêneros e espécies encontrados em diferentes catálogos elaborados para a
família Bromeliaceae.
Área Nº. de gêneros Nº. de espécies ou
táxons
Área (km
2
)
Versieux (2005)
Brasil – Minas Gerais
27 265 586.528
Versieux et al. (2006)
Brasil – Serra do
Espinhaço
26 221
não há
dados
Holst (1994)
Venezuela
24 365 912.050
Trindade-Lima (2008)
Brasil – Serra da
Mantiqueira
21 220
não há
dados
Krömer (1999)
Bolívia
21 281 1.098.581
Fontoura et al. (1991)
Brasil
– Rio de Janeiro
20 245
43.909
Espejo-Serna et al.
(2004)
México
18 342 1.972.544
Holst (1994)
Peru
17 410 1.285.215
Espejo-Serna et al.
(2007)
México - Oaxaca
15 172 93.343
Betancur & Jaramillo
(1998)
Colômbia – Andes
14 169 35.000
Leoni & Trindade-
Lima (2007)
Brasil – Zona da Mata
Mineira
14 63
não há
dados
Holst (1994)
Equador
15 368 283.561
Pulido-Esparza et al.
(2004)
México - Guerrero
11 88 64.282
Alguns estudos acerca deste gênero têm sido desenvolvidos por Leme. Este autor, em
1997, criou o subgênero Longipetalopsis que abriga espécies com pétalas relativamente longas,
dentre outras características. Na Serra da Mantiqueira são encontradas três espécies pertencentes
a este subgênero, sendo duas delas, endêmicas. Das espécies pertencentes ao subgênero
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
244
Resultados & discussão
Neoregelia, cinco são endêmicas. Considerando o total de espécies, Neoregelia emerge como o
gênero com uma das mais altas taxas de endemismo, sendo 45% das espécies registradas restritas
a região da Serra da Mantiqueira.
Quanto a Nidularium é facilmente perceptível a redução da diversidade de espécies, no
sentido leste-oeste do Brasil, a maioria dos táxons ocorrem nas encostas úmidas da Serra do Mar
(Leme 2000). Das 45 espécies atualmente aceitas (Leme 2000) apenas 15 foram registradas para
a Serra da Mantiqueira. Também é notável, que nesta Serra as espécies apresentam distribuição
mais pontual e a abundância das populações é menor.
Dos quatro táxons endêmicos registrados para Nidularium três ocorrem exclusivamente
na região do Itatiaia. Apenas Nidularium azureum é endêmico da região de Coronel Pacheco, em
Minas Gerais.
Ainda na subfamília Bromelioideae, destaca-se o gênero Cryptanthus que apresenta alto
grau de endemismo, com duas, das três espécies identificadas para a o gênero, restritas a Serra da
Mantiqueira. Além disso, possibilidade do exemplar referido para São Paulo, representar uma
nova espécie, uma vez que o espécime foi determinado como Cryptanthus schwackeanus, e este
táxon é considerado endêmico da Serra do Espinhaço (Versieux et al. dados não publicados).
A representatividade de Cryptanthus na Serra da Mantiqueira pode ser considerada baixa,
quando comparada à totalidade de espécies reconhecidas para a o gênero (58) (Luther 2006),
todas restritas ao território brasileiro.
Leme & Siqueira-Filho (2006) indicam que as espécies do gênero crescem
preferencialmente como terrícolas e em geral são esciófilas, ocorrendo principalmente em faixas
altitudinais próximas ao nível do mar até 700 m. Notam-se algumas peculiaridades nas espécies
registradas para a região da Serra da Mantiqueira, que crescem como rupícola ou saxícola, em
ambientes expostos a luz solar, de 700 a 1400 m de altitude.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
245
Resultados & discussão
Os gêneros Ananas, Bromelia, Canistrum, Portea e Quesnelia possuem menos de dez
espécies cada um. Canistropsis, Fernseea e Wittrockia são representados por uma única espécie,
todas endêmicas.
A subfamília Pitcairnioideae é representada por dois gêneros, Dyckia e Pitcairnia. O
primeiro destaca-se com relação ao número de espécies (18).
Versieux (2005) indica que 76% das espécies deste gênero ocorrentes em Minas Gerais,
são endêmicas. Este autor relata que para Benzing (2000) os processos de hibridização e as
condições diferenciadas de determinados habitats (e.g. Campos Rupestres) podem ser
responsáveis por processos de especiação recentes, o que pode ser responsável pela alta taxa de
endemismo. Na Serra da Mantiqueira foram registradas apenas 3 espécies endêmicas, ou seja, 17
% do total. Comparado aos dados obtidos por Versieux (2005) para o estado de Minas Gerais, a
porcentagem de endemismo do gênero na Serra da Mantiqueira pode ser considerada baixa.
No entanto, durante a expedição realizada a região de São Tomé das Letras, foram
observadas populações de Dyckia altamente diferenciadas, em áreas relativamente próximas.
Este fato justifica em parte a dificuldade indicada por diversos autores para a delimitação das
espécies deste gênero, sendo muito provável haver um maior número de espécies para a região.
Estudos nas populações naturais, que abordem além da morfologia, fatores ecológicos e
genéticos, são imprescindíveis para o conhecimento deste gênero.
Com relação a Pitcairnia o número de espécies pode ser considerado significativo (8),
uma vez que são reportadas para a porção leste do Brasil, 15 espécies (Wendt 1997). Apenas
uma espécie pode ser considerada restrita a Serra da Mantiqueira, uma vez que não foram
encontradas indicações de ocorrência em outras localidades, e o único registro fora das fronteiras
desta região é o do material-tipo (localidade desconhecida).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
246
Resultados & discussão
2
4
14
24
72
96
4
12
21
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Pitcairnioideae Tillandsioideae Bromelioideae
Total de neros
Total de espécies
Total de espécies endêmicas
Figura 17. mero total de gêneros, espécies e espécies endêmicas das três subfamílias de Bromeliaceae ocorrentes
na Serra da Mantiqueira.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
247
Resultados & discussão
6.5.
D
ISTRIBUIÇÃO
&
HABITAT DAS ESPÉCIES NA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
A competição pela luz é um dos fatores de maior importância na determinação da
fisionomia das florestas tropicais (Schimper & Richards 1993 apud Dilish 1996). Outros
aspectos do habitat tem sido considerados importantes na regulação da distribuição de bromélias,
como a fertilidade e drenagem do solo, formação vegetacional, altitude, distância da borda da
floresta e disponibilidade de substratos (Gentry & Dodson 1987, Fisher & Araújo 1995 e
Cogliatti-Carvalho & Rocha 2001).
Diferenças no tipo de hábito entre as espécies de Bromeliaceae possibilitam a ocupação
de variados ambientes por esta família (Santos 2000).
Na área de estudo a maioria dos táxons registrados 73 (34%) apresentaram hábito
epifítico, seguido dos táxons que crescem como rupícolas 25 (11%). 11 (5%) foram referidos
apenas como terrícolas e 5 (2%) saxícolas. O restante mostrou variações entre as combinações
dos diferentes hábitos. Para 20 (9%) nãoindicações quanto ao substrato onde crescem (Figura
18).
Grande parte dos representantes de Bromeliaceae ocorrentes na Serra da Mantiqueira
(62%) são epífitos obrigatórios ou facultativos. Este fato ressalta a importância desempenhada
pela família nas comunidades que habita, uma vez que estas plantas criam no interior das
florestas nichos ecológicos em estratos verticais (Leme & Siqueira-Filho 2007).
Versieux (2005) indica que a presença de habitats, como os Campos Rupestres e a
Caatinga, no território mineiro, pode ser responsável pelo predomínio do hábito terrícola das
espécies de Bromeliaceae do estado. Na Serra da Mantiqueira os ambientes predominantes são
subtipologias florestais do domínio Atlântico. A elevada quantidade de espécies epifíticas pode
ser atribuída a estas formações.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
248
Resultados & discussão
73
25
20
15
15
14
11
11
9
6
5
3
3
3
3
2
2
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
Epífita
Rucola
Desconhecido
Epífita/Rupícola/Terrícola
Epífita/Rupícola
Rupícola/saxícola
Terrícola
Epífita/Terrícola
Epífita/Rupícola/Saxícola
Epífita/Rupícola/Saxícola/Terrícola
Saxícola
Saxícola/Terrícola
Rupícola/Terrícola
Rupícola/Saxícola/Terrícola
Epífita/Saxícola
Epífita/Saxícola/Rucola
Epífita/Saxícola/Terrícola
Figura 18. Hábitos dos táxons de Bromeliaceae ocorrentes na Serra da Mantiqueira.
As áreas de Mata Atlântica abrigam a maioria dos táxons 129 (59%), seguida pelos
táxons que habitam tanto a Mata Atlântica quanto os Campos Rupestres 27 (12%) e os são
encontrados na Mata Atlântica, Campos Rupestres e Campos de Altitude 13 (6%) (Figura 19).
É freqüente a designação “matas ou florestas ciliares” nas etiquetas das exsicatas. Quando
o espécime referido é procedente de regiões de onde ocorre a Mata Atlântica, foi atribuído
este ambiente ao material. Nos locais de transição, onde também ocorrem áreas de Campos
Rupestres, Campos de Altitude e Cerrado, não foi possível determinar o ambiente.
Com relação ao número de endemismos, a Mata Atlântica também de destaca, com 57%
do total de táxons endêmicos. As áreas de Campos Rupestres apresentam 16% dos táxons
endêmicos (Tabela 4).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
249
Resultados & discussão
129
27
13
11
10
8
6
4
3
3
3
2
1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Mata atlântica
Mata Atlântica, Campo Rupestre
Mata Atlântica, Campo Rupestre,
Campo de Altitude
Campo Rupestre
Mata Atlântica, Campo de
Altitude
Desconhecido
Cerrado
Campo Rupestre, Cerrado
Campo de Altitude
Mata Atlântica, Cerrado
Mata Atlântica, Campo Rupestre,
Cerrado
Campo Rupestre, Campo de
Altitude
Campo Rupestre, Campo de
Altitude, Cerrado
Figura 19. Número de táxons de Bromeliaceae X hábitats em que ocorrem na Serra da Mantiqueira.
Tabela 4: Distribuição dos táxons de Bromeliaceae endêmicos nos diferentes ambientes da
Serra da Mantiqueira.
Área do Estado de Minas Gerais
No. de táxons endêmicos
(% do total)
Mata Atlântica 21 (57%)
Campos Rupestres 6 (16%)
Mata Atlântica/Campo Rupestre 4 (10%)
Mata Atlântica/Campo de Altitude 2 (6%)
Campos de Altitude 1 (3%)
Cerrado 1 (3%)
Mata Atlântica/Campo Rupestre/Campo de Altitude 1 (3%)
Campo Rupestre/Campo de altitude 1 (3%)
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
250
Resultados & discussão
216
135
114
99
89
78
75
68
59
53
52
51
50
42
42
37
36
34
34
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Lima Duarte
Itatiaia
Rio Preto
Araponga
Carangola
Campos do Jordão
Alto Caparaó
Juiz de Fora
Fervedouro
Resende
Atibaia
Descoberto
Extrema
Coronel Pacheco
São Tomé das Letras
Tiradentes
Lavras
Rio Novo
Viçosa
A lista inicial de municípios, abrangendo a Serra da Mantiqueira e região, elaborada para
guiar a seleção dos espécimes das coleções constava de 340 municípios. Destes foram
observadas coletas para 136 (40%) (Apêndice II).
O número de coletas por município é bastante irregular (Figura 20), mais da metade das
coleções são provenientes de menos de 20% dos municípios. Esta concentração em localidades
especificas pode ser decorrente da presença de unidades de conservação e/ou instituições de
pesquisas próximas.
Figura 20. Municípios que apresentaram os maiores números totais de coletas de Bromeliaceae na Serra da
Mantiqueira.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
251
Resultados & discussão
47
44
40
39
37
34
27
24
22
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
R
i
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P
r
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t
o
C
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L
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x
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r
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m
a
D
e
s
c
o
b
e
r
t
o
Figura 21. Municípios da Serra da Mantiqueira para os quais são referidas mais de 20 espécies.
O município com maior número de espécies registradas foi Rio Preto, em Minas Gerais,
onde foram realizados partes dos estudos de campo deste trabalho. Na seqüência com um
número significativo de espécies aparecem os municípios de Carangola, Lima Duarte e
Araponga, todos pertencentes a este estado (Figura 21).
A grande riqueza encontrada em Rio Preto pode estar relacionada ao grau de preservação
da cobertura vegetal (porcentagem elevada de vegetação primária), grande número de coletas (3º
município com relação a representatividade de coleções) e a realização paralela da florística de
Bromeliaceae da região durante este trabalho.
Em Rio Preto foram identificadas populações de Vriesea cacuminis, Vriesea penduliflora,
Neoregelia ibitipocensis, Canistropsis marceloi, a primeira até o momento era conhecida apenas
do Parque Estadual do Ibitipoca e as demais, além deste, somente para o Parque Nacional do
Itatiaia.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
252
Resultados & discussão
Destaca-se a importância da realização de coletas e observações no campo, a fim de se
conhecer a real área de distribuição dos táxons e permitir uma melhor seleção de áreas
prioritárias para a conservação.
Ainda nesta região foram encontradas Billbergia pohliana, Billbergia reichardtii e
Dyckia aff. princeps, espécies pouco conhecidas do ponto de vista taxonômico e que pela
raridade requerem atenção especial no que concerne a conservação.
Quando comparado a outros levantamentos para a família Bromeliaceae realizados em
áreas da Mata Atlântica brasileira, Rio Preto apresenta ainda o segundo maior número de táxons
de Bromeliaceae já reconhecidos (Tabela 5).
Outra região que merece destaque com relação a diversidade é a região de Carangola,
Minas Gerais, onde foram registrados 44 táxons. Mais uma vez destaca-se a relevância da
realização de trabalhos de campo. Nesta área conforme mencionado na seção 6.3 vêm sendo
efetuadas coletas sistematizadas ao longo dos últimos trinta anos.
Monteiro & Forzza (dados não publicados) no levantamento realizado para o Parque
Estadual do Ibitipoca identificaram 32 espécies. No presente trabalho foram considerados táxons
não incluídos pelas referidas autoras, totalizando 40 espécies para esta região. Deste modo a área
mostra-se como a 3ª mais rica em espécies da Serra da Mantiqueira.
No estado do Rio de Janeiro, a Serra do Itatiaia é detentora de uma riqueza considerável
de táxons (37), destacando-se pelo grande número de espécies endêmicas.
Em Extrema, Minas Gerais o levantamento realizado durante este trabalho, resultou na
identificação de 24 espécies. Embora, a maioria das espécies encontradas, apresente ampla
distribuição geográfica, foram identificadas espécies, como Nidularium marigoi e Vriesea
lubbersii, ambas sem referências para as proximidades.
De uma maneira geral, é observada uma grande riqueza de Bromeliaceae ao longo de
toda a região da Serra da Mantiqueira. No entanto, observa-se haver uma correlação positiva
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
253
Resultados & discussão
entre a diversidade de espécies e número de coletas nos municípios. Estes dados implicam na
necessidade de estudos no campo para o melhor conhecimento da distribuição das espécies.
Tabela 5. Levantamentos florísticos de Bromeliaceae realizados em regiões da Mata Atlântica brasileira.
Autor
Localização
Nº de spp
Kersten & Silva (2005)
Ilha do Mel, Paraná
30
Hoehne et al. (1941)
Jardim Botânico, São Paulo
31
Menezes-Silva (1998)
Ilha do Mel, Paraná
32
Ghisolfi (2001)
Cariacica, Espírito Santo
32
Versieux et al. (2004)
Parque Natural do Caraça, Minas Gerais
35
Fontoura (2005)
Una, Bahia
39
Paula (1998)
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais
40
Wanderley et al., (1992)
Parque Estadual da Ilha do Cardoso, São Paulo
42
Bourscheid et al. (2007)
Fazenda Acaraú, Bertioga – São Paulo
43
Demuner et al. (2004)
Estação Ecológica de Santa Lúcia, Espírito Santo
44
Cogliatti-Carvalho et al. (2001)
Ilha Grande, Rio de Janeiro
45
Santos et al. (2004)
Parque Estadual do Desengano, Rio de Janeiro
46
Costa & Wendt (2007)
Macaé de Cima, Rio de Janeiro
51
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
254
Resultados & discussão
6.6.
CONSERVAÇÃO DAS
B
ROMELIACEAE OCORRENTES NA
S
ERRA DA
M
ANTIQUEIRA
“Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo ano árvores nem
erva seca. Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de
espécies. Muitos dão bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de
grande formosura e variedade e em seu canto não dão vantagem aos rouxinois, pintasilgos,
colorinos e canários de Portugal e fazem uma harmonia quando um homem vai por este
caminho, que é para louvar ao Senhor, e os bosques são tão frescos que os lindos e artificiais de
Portugal ficam muito abaixo. Há muitas árvores de Cedro, aquila, sandalos e outros paus de
bom olor e várias cores e tantas diferenças de folhas e flores que para ser vista é grande
recreação e pela muita variedade não se cansa de ver”.
Carta de São Vicente 1585 – Padre José de Anchieta
Uma triste analogia pode ser feita com relação à Mata Atlântica. Considerada por
diversos autores um dos biomas mais ricos em biodiversidade é, provavelmente, o mais
devastado e seriamente ameaçado do planeta (Leal & Câmara 2005), liderando a estatística
mundial de perda de habitat (mais de 93% da área original já perdida) (Galindo-Leal & Câmara
2005).
Este bioma é um dos principais centros de diversidade das Bromeliaceae (Smith 1955,
Smith & Downs 1974, Benzing 2000). Segundo Martinelli (2000), 74% das espécies desta
família que ocorrem na Mata Atlântica brasileira são endêmicas.
O surgimento e desaparecimento de espécies no planeta Terra é um fenômeno natural, no
entanto, a ação humana tem acelerado o ritmo da extinção (Wilson 1997), sendo a destruição de
habitats um dos principais fatores relacionados à perda de espécies (Primack & Rodrigues 1992).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
255
Resultados & discussão
Acredita-se que aproximadamente 25 % das espécies de plantas vasculares existentes
serão extintas nos próximos 50 anos (Kala, 2000 in Cavallari 2004).
Um estudo relacionado as mudanças climáticas, realizado na Mata Atlântica, prevê que
um aumento médio de 2ºC na temperatura da região ocasionaria uma redução de 30% da área
hoje ocupada pela Mata Atlântica, com um aumento de 4% esta região poderia perder 65% de
sua área. Segundo o autor, neste cenário, espécies típicas de áreas mais elevadas e úmidas
tenderiam a desaparecer (Colombo 2007 in Joly 2007).
Apesar do conhecimento acumulado, sobre uma extraordinária variedade de espécies
que ocorrem na Mata Atlântica, novos táxons ainda são descobertos em todo bioma (Galindo-
Leal et al. 2005). Segundo Leme (2003), no Brasil, entre 1998 e 2002, foram descritas cerca de
15 novas espécies de Bromeliaceae por ano, a maioria procedente da Mata Atlântica.
A criação de unidades de conservação tem sido destacada como a estratégia mais
eficiente para a conservação da biodiversidade (Camargos 2001). No Brasil a primeira unidade
de conservação foi criada em 1937, em uma área da Serra da Mantiqueira, o Parque Nacional do
Itatiaia.
Apenas no ano 2000 foi instituído no país o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, SNUC (Lei 9.985, de 18 de julho de 2000), em virtude da necessidade de
estabelecer critérios e normas para criar, implantar e gerir as unidades de conservação.
Embora a Serra da Mantiqueira seja considerada uma área de extrema importância
biológica e de alta prioridade para conservação, devido a sua biodiversidade e níveis de
endemismo, muito pouco se conhece sobre sua flora e fauna. Este fato dificulta ações voltadas a
conservação, como a criação de unidades de conservação e o desenvolvimento de planos de
gestão as áreas de proteção, já existentes (Valor Natural 2006).
Considerando os dados extraídos dos trabalhos de Camargos (2001), IPEMA (2005),
Brito et a.l (http//:www.biota.org.br) e FBDS 3 (2000) foram computadas 44 unidades de
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
256
Resultados & discussão
conservação em áreas da Serra da Mantiqueira, distribuídas em sete das 22 categorias
mencionadas no SNUC. Destas 26 são áreas de proteção integral e 18 de uso sustentável (Quadro
2).
Durante a realização do trabalho, foram encontradas nas etiquetas das exsicatas ou em
publicações consultadas, menções de outras unidades de conservação em áreas da Serra da
Mantiqueira. Uma vez que o presente estudo não concebia maior aprofundamento em relação a
esta temática foram consideradas apenas as unidades citadas nos trabalhos mencionados acima.
Dos 16 parques existentes, sete são geridos pelo governo estadual ou federal. O restante
são parques municipais. Nos primeiros é notável maior comprometimento, pelas entidades
envolvidas, no que se refere ao gerenciamento de uma maneira geral.
Na Serra da Mantiqueira são registradas cinco RPPNs, todas localizadas na porção
mineira da serra. O mero de unidades de conservação da categoria “Reservas Particulares do
Patrimônio Natural” (RPPNs) tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Estas áreas
podem ser consideradas como importantes ferramentas para a conservação de espécies, uma vez
que seu estabelecimento apresenta menos problemas com relação aos aspectos político-
institucionais, como a desapropriação.
Foi observada uma riqueza considerável de espécies nos municípios sedes destas
unidades e, embora RPPNs, não sejam mantidas a nível governamental, uma vez que são criadas
a partir da iniciativa particular do proprietário, espera-se que as espécies ocorrentes nestas áreas
estejam menos ameaçadas.
As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) emergem com um número significativo
considerando as unidades de conservação registradas para a Serra da Mantiqueira, 27% do total.
Esta categoria normalmente engloba uma área extensa, dificultando o controle das atividades não
permitidas. Assim a ocorrência de espécies nestas unidades, na maioria dos casos, pode não
garantir a conservação,
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
257
Resultados & discussão
Na porção sul mineira da Serra, foi criada a APA Fernão Dias, em resposta ao
licenciamento ambiental e a recomendação do EIA-RIMA para a duplicação da rodovia Fernão
Dias (BR 381). Esta APA engloba localidades, como a região de Camanducaia, considerada
por Costa et al. (1998) como área de importância biológica muito alta, devido aos endemismos
de plantas, e a ocorrência de mamíferos e aves ameaçadas de extinção.
O município de Extrema também é abrangido por esta unidade. Conforme discutido na
seção 6.5, alguns táxons registrados para a região não são referidos para outras localidades
próximas, tornando importante a preservação desta área.
Na Serra da Mantiqueira 40 % dos táxons registrados não ocorrem em unidades de
conservação. Com relação aos táxons endêmicos a porcentagem é ainda maior, 45%.
As áreas cobertas pela Mata Atlântica apresentaram o maior índice de endemismo 57%.
Deste total, mais da metade (12 táxons) não ocorrem em unidades de conservação, número
elevado, levando-se em conta o total de espécies endêmicas registradas para a Serra da
Mantiqueira.
Porembski et al. (1998) destacam a riqueza de representantes da família Bromeliaceae em
inselbergs da Mata Atlântica. Os autores relatam que estas áreas estão sujeitas a invasão por
espécies invasoras e são muito propensas a incêndios, como observado por Paula (1998) em
afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.
Na Serra da Mantiqueira 38% das espécies registradas ocorrem em áreas de Campos
Rupestres, Campos de Altitude e Cerrado, destas, 10% são endêmicas destas formações e 75%
destes táxons não ocorrem em unidades de conservação.
Pelo exposto acima ressalta-se a necessidade medidas urgentes para a conservação das
espécies nestas formações.
O Cerrado assim como a Mata Atlântica é considerado um hotspot”, termo que refere-se
a áreas com níveis excepcionais de endemismo de plantas e taxas notáveis de destruição de
habitat (Mittermeier et al. 1999).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
258
Resultados & discussão
As áreas de Cerrado ocorrentes na região da Serra da Mantiqueira apresentaram um grupo
de espécies peculiares, algumas restritas a esta formação. Estas áreas podem ser consideradas
como uma das mais vulneráveis, uma vez que existem poucas unidades de conservação.
Assim como observado por Versieux (2005) alguns táxons ocorrentes na Serra da
Mantiqueira são conhecidos apenas de áreas potencialmente ameaçadas como Aechmea
bambusoides e Dyckia pectinata, referidas somente para áreas às margens das rodovias. Este
autor também aponta Aechmea bruggeri como conhecida apenas de áreas preste a ser inundada.
Conforme mencionado no comentário deste táxon, foram encontradas algumas populações no
município de Rio Preto, Minas Gerais. No entanto, a espécie ainda carece de atenção especial,
visto que não ocorre em nenhuma unidade de conservação.
Um dos gêneros com maior número de espécies restritas é Dyckia (considerando as
morfo-espécies estabelecidas neste trabalho). Nota-se grande diversidade de espécies para a
região de transição entre a Serra da Mantiqueira e a Serra do Espinhaço. A maioria das espécies
é conhecida por poucas coletas e geralmente apresentam problemas de delimitação. Embora esse
fator possa inferir em atribuições errôneas de raridade”, destaca-se que em áreas relativamente
próximas na região de São Tomé das Letras, numa estimativa conservadora, foram reconhecidas
sete espécies.
Segundo Versieux (2005), espécies da subfamília Pitcairnioideae de uma maneira geral,
apresentam baixa capacidade de dispersão de sementes, fato que pode ser responsável pelo grau
de endemismo observado. Esta limitação diminui a capacidade de sobrevivência do táxon, em
casos de grandes impactos ambientais pontuais.
As espécies de Dyckia ocorrentes nas regiões de Cerrado da Serra da Mantiqueira podem
ser consideradas altamente ameaçadas. Foram observadas atividades mineradoras em muitas das
áreas percorridas e contabilizadas poucas unidades de conservação para estas regiões.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
259
Resultados & discussão
No gênero Tillandsia, ainda que algumas espécies (Tillandsia juncea, Tillandsia
pruinosa) ocorram apenas em localidades pontuais, de um modo geral, os táxons não se
encontram ameaçados. A maioria das espécies apresenta ampla distribuição, ocorrendo inclusive
em outros países.
Neoregelia é um dos gêneros menos representados nas coleções dos herbários. A maioria
das espécies referidas para a Serra da Mantiqueira habitam áreas de Mata Atlântica e são
conhecidas por poucas populações. Muitas espécies de Neoregelia são encontradas em apenas
uma unidade de conservação como Neoregelia fosteriana, Neoregelia lactea e Neoregelia tristis,
todas conhecidas por menos que cinco coletas. Especial atenção deve ser dada a conservação
deste gênero, que apresenta grande número de espécies típicas da região atlântica pouquíssimo
estudadas.
Merece destaque com relação as avaliações sobre o grau de ameaça das espécies, o
conhecimento limitado acerca da taxonomia das Bromeliaceae. As interpretações referentes a
espécies pertencentes a complexos taxonômicos, podem mascarar o real grau de ameaça ao qual
o táxon está submetido.
A ausência de coletas também pode levar a inferências errôneas a respeito da raridade dos
táxons. Espécies conhecidas de poucas localidades, às vezes, formam grandes populações em
áreas não exploradas. Vale ressaltar a descoberta de novas populações de Neoregelia
ibitipocensis e Vriesea cacuminis no município de Rio Preto, Minas Gerais, táxons que eram
anteriormente considerados endêmicos do Parque Estadual do Ibitipoca.
A Serra da Mantiqueira localiza-se em uma das áreas com maior concentração
populacional do país. Assim como em outras regiões, o processo de ocupação desordenado levou
a degradação acentuada da paisagem original, hoje composta apenas de fragmentos.
Uma alternativa recente que vem sendo amplamente aplicada para conservar os
fragmentos de vegetação é a implantação de corredores ecológicos, que podem ser definidos
como “áreas extensas, de grande importância biológica, composta por um conjunto de áreas
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
260
Resultados & discussão
protegidas, entremeadas por áreas com diferentes tipos de ocupação e uso da terra, manejadas de
forma integrada para garantir a sobrevivência de todas as espécies, a manutenção dos processos
ecológicos e o desenvolvimento de uma economia regional forte, baseada no uso sustentável dos
recursos naturais” (MMA et al. 2006).
As montanhas da serra da Mantiqueira são integrantes do Corredor da Serra do Mar, uma
das áreas mais ricas em biodiversidade da Mata Atlântica (Aguiar et al. 2005). Abrigam uma
grande diversidade de plantas e animais, incluindo muitas espécies endêmicas de anfíbios e
répteis (Costa et al., 1998) e uma alta diversidade de pequenos mamíferos (Costa et al., 2000).
Uma importante iniciativa relacionada a Serra da Mantiqueira foi a criação do “Corredor
Ecológico da Serra da Mantiqueira” pela Associação Valor Natural. A área engloba 42
municípios do sul de Minas Gerais e objetiva principalmente o estabelecimento de bases técnicas
para o planejamento e desenvolvimento sustentado na Serra da Mantiqueira. Têm sido
desenvolvidas ações de mobilização e articulação com os atores sociais locais, além da
elaboração de diagnósticos sociais, econômicos e institucionais.
Com relação aos impactos que ainda são verificados na região da Serra da Mantiqueira,
destacam-se as queimadas constantes nas proximidades do Parque Nacional do Caparaó. Apenas
no mês de setembro de 2001 foram detectados através de imagens de satélite 485 incêndios
(Rego 2001 in Aguiar et al. 2005).
Na região sul de Minas Gerais, especialmente na região da Zona da Mata a expansão da
agricultura e das pastagens tem causado grande degradação de áreas naturais (Brito et al. 1997 in
Aguiar 2005).
A recente duplicação da Rodovia Fernão Dias levou a um aumento considerável do
turismo na Serra da Mantiqueira, principalmente nas áreas limítrofes entre Minas Gerais e São
Paulo (Aguiar 2005).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
261
Resultados & discussão
Ab’Saber (2005) relata um caso interessante relacionado ao desenvolvimento do turismo
na região. Segundo este autor, uma teatróloga queria construir um hotel de luxo no alto da Pedra
Grande, no município de Atibaia, São Paulo. Após a intervenção do mesmo, num plenário
realizado, com alegações relacionadas ao páleo-clima e a páleo-vegetação da região, o local foi
tombado.
Além da destruição dos ambientes onde ocorrem, conforme relatado por Souza & Couto
(2001), as Bromeliaceae têm sido alvo de diversos impactos antropogênicos, como o uso não-
sustentado pelas populações humanas.
Apesar da grande utilização como plantas ornamentais, poucas Bromeliaceae são
cultivadas em escala comercial (Negrele & Muraro 2006) e esta realidade implica na retirada
indiscriminada de exemplares de áreas naturais (Santos et al. 2005). A extração pode atingir
números alarmantes como no município de Guaratuba no Paraná, onde somente em 1999 foram
retiradas mais de 200.000 bromélias da natureza (Anacleto 2005).
Na Serra da Mantiqueira, no que concerne a preservação ex situ merece destaque a
Unidade de Pesquisa e Conservação de Bromeliaceae (UPCB), na Universidade Federal de
Viçosa, coordenada pelo Professor Dr. Cláudio Coelho de Paula.
Cabe ressaltar que apenas a ocorrência em uma unidade de conservação ou a presença do
táxon em listas de espécies ameaçadas podem não ser suficientes para a preservação das
espécies.
A obtenção de informações precisas a cerca da identidade e distribuição das espécies, é
uma das principais ferramentas para ações voltadas a conservação da biodiversidade (Galindo-
Leal et al., 2005 a) como, por exemplo, para a seleção de áreas para a criação de corredores
ecológicos (Ayres et al. 2005).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
262
Resultados & discussão
Deste modo, é imprescindível a realização de trabalhos taxonômicos e florísticos, visando
o conhecimento da diversidade desta importante família da flora brasileira e o fornecimento de
subsídios para a conservação das espécies.
Quadro 2. Unidades de conservação da Serra da Mantiqueira.
Unidade de
Conservação
Municípios
Área
(ha)
Parque Nacional do
Caparaó (federal)
Iúna, Ibitirama, Dores de Rio Preto, Divino de
São Lourenço, Alegre.
31.853
(total)
18.200
(ES)
Espírito
Santo
Parque Estadual da
Cachoeira da Fumaça
(estadual)
Alegre. 24.20
Parque Nacional do
Itatiaia (federal)
Itamonte, Bocaína de Minas, Alagoa.
30.000
(total)
15.463
(MG)
Parque Nacional do
Caparaó (federal)
Caparaó, Espera Feliz, Alto, Alto Caparaó.
26.000
(total)
7.235
(MG)
Parque Estadual do
Ibitipoca (estadual)
Lima Duarte, Santa Rita do Ibitipoca. 1.488
Parque Estadual de
Nova Baden (estadual)
Lambari. 353
Parque Estadual da
Serra do Brigadeiro
(estadual)
Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro,
Miradouro, Muriaé, Pedra Bonita, Sericita.
13.210
Parque Estadual da
Serra do Papagaio
(estadual)
Baependi, Itamonte, Aiuruoca, Alagoa, Pouso
Alto.
22.917
Parque Florestal de
Ubá (municipal)
Ubá 42
Parque da Serra de São
Domingos (municipal)
Poços de Caldas 252
Parque de Caratinga
(municipal)
Caratinga 402
Minas
Gerais
Parque de Pouso Pouso Alegre 204
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
263
Resultados & discussão
Alegre (municipal)
Floresta Nacional de
Passa Quatro (federal)
Passa Quatro 335
RB Santa Clara
(municipal)
Cambuquira 1.452
RB Serra dos Toledos
(municipal)
Itajubá 1.072
RB Poços d’Antas
(municipal)
Juiz de Fora 277
RB Pinheiro Grosso
(municipal)
Barbacena 467
RB Engenho Velho
(municipal)
Campanha 181
RB Serra Pedra do
Coração (municipal)
Caldas 5
RB Pouso Alegre
(municipal)
Pouso Alegre 186
EE Morada Nova de
Minas (federal)
Pirapitinga -
APA Serra da
Mantiqueira (Federal)
Bocaina de Minas, Alagoa, Aiuruoca, Virgínia,
Baependi, Delfim Moreira, Itanhandu, Itamonte,
Itamonte, Liberdade, Passa Quatro,
Marmelópolis, Passa Vinte, Piranguçu, Pouso
Alto, Bom Jardim de Minas, Wenceslau Brás.
402.517
(total)
275.120
(MG)
APA Serra de São José
(Estadual)
Tiradentes, Prados, Coronel Xavier Chaves, São
João Del Rei, Santa Cruz de Minas.
4.758
APA Fernão Dias
(Estadual)
Brasópolis, Camanducaia, Extrema, Gonçalves,
Itapeva, Paraisópolis, Sapucaí Mirim, Toledo.
180.373
APA Pico do Itajuru
(municipal)
Muriaé 2.772
APA Alto da
Conceição (municipal)
Carangola 4.150
APA Alto Taboão
(municipal)
Espera Feliz 2.480
APA Serra da Vargem
Alegre (municipal)
Espera Feliz 1.825
APA Araponga
(municipal)
Araponga 14.992
APA Pedra Itaúna
(municipal)
Caratinga 543
APA Seritinga São João do Manhuaçu 838
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
264
Resultados & discussão
(municipal)
APA Morro da Torre
(muncipal)
Carangola 155
APA Alto do Barroso
(municipal)
Carangola 688
RPPN Sítio São
Domingos / Agartha
(federal)
Espera Feliz 2
RPPN Sítio Sannyasim
(federal)
Descoberto 5
RPPN Fazenda do
Iracambi (federal)
Rosário da Limeira 70
RPPN Fazenda Alto da
Boa Vista (federal)
Descoberto 96
RPPN Dr. Marcos
Vidigal de
Vasconselos (estadual)
Tombos 84
APE Bacia do Ribeirão
da Laje (municipal)
Caratinga 6.193
Parque Nacional do
Itatiaia (federal).
Resende, Itatiaia. -
Rio de
Janeiro
APA Serra da
Mantiqueira (Federal)
Resende -
Parque Estadual de
Campos do Jordão
(estadual)
Campos do Jordão
8.385,
89
Parque Estadual da
Cantareira
Mairiporã, Caieiras, Guarulhos 7.900
Parque Estadual do
Jaraguá
São Paulo 492,68
Parque Estadual
Mananciais Campos do
Jordão
Campos do Jordão 502, 96
Parque Estadual Águas
da Prata
Águas da Prata 48,40
São
Paulo
Viveiro Florestal de
Pindamonhangaba
Pindamonhangaba 10
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
265
Considerações finais
7. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O verdadeiro significado das coisas
Se encontra na capacidade de dizer as mesmas coisas
Com outras palavras.”
Charler Chaplin
Num país com megadiversidade biológica e dimensões continentais como o Brasil, o
conhecimento das espécies e respectiva distribuição geográfica são imprescindíveis para
subsidiar as decisões referentes à conservação e utilização sustentada da biodiversidade.
Nesta dissertação foram catalogadas as Bromeliaceae ocorrentes na região da Serra da
Mantiqueira, área que abriga importantes remanescentes da “ameaçada” Mata Atlântica, assim
como formações ímpares, que surgem em meio a exuberantes florestas, como os Campos
Rupestres, Campos de Altitude e ainda, áreas de Cerrado.
Ao todo foram computados 220 xons, sendo 192 espécies e 28 táxons infra-específicos,
pertencentes a 20 gêneros, distribuídos pelas três subfamílias. Comparados a outras listagens
elaboradas para a família, os valores obtidos são bastante relevantes, considerando que a Serra da
Mantiqueira localiza-se entre duas formações com elevado grau de endemismo, a Serra do Mar e
a Serra do Espinhaço.
A maioria das espécies registradas ocorre em áreas de Mata Atlântica, seguida das
espécies que são encontradas, além desta formação, em Campos Rupestres e Campos de
Altitude. Espécies restritas ao cerrado ocorrem em menor número. No entanto, enfatiza-se a
necessidade de uma atenção especial a estas localidades, visto existirem poucas unidades de
conservação em seus limites.
17 % dos táxons registrados são endêmicos. Embora haja outras regiões com taxas mais
elevadas de endemismo, medidas conservacionistas devem ser definidas, uma vez que a Serra da
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
266
Considerações finais
Mantiqueira é uma região fortemente antropizada, com vegetação remanescente constituída
apenas por fragmentos.
Observa-se que as espécies endêmicas ocorrem pontualmente ao longo de toda a serra.
Destas, 45%, não ocorrem em unidades de conservação. Embora a maioria das espécies
endêmicas da Serra da Mantiqueira ocorra em unidades de conservação, convém destacar que,
de uma maneira geral, os táxons são conhecidos por pequenas populações, o que torna a
conservação destas espécies frágil. Aponta-se para a necessidade de adequação dos planos de
manejo das unidades de conservação, com medidas mais específicas com relação às espécies
ameaçadas.
No estudo apresentado, mediante a analise de um grande contingente de materiais
herborizados, coletas e acompanhamento de exemplares nas coleções vivas, foi possível verificar
a existência de diversos grupos de espécies com problemas taxonômicos.
O escopo do presente trabalho não concebia análises taxonômicas mais abrangentes e
aprofundadas. Pela relevância das espécies (Billbergia pohliana e Billbergia reichardtii) no que
concerne a conservação, foi apresentada uma pequena discussão acerca da identidade e grau de
ameaças destes táxons.
É apresentada uma espécie inédita do gênero Vriesea, que habita uma área de Campo
Rupestre, no município de São Tomé das Letras, Minas Gerais. Esta descoberta infere sobre o
desconhecimento de diversas porções da Serra da Mantiqueira, uma vez que, este é um dos
municípios que apresentaram maiores números de coletas.
O hábito epifítico foi predominante nas espécies referidas para a Serra da Mantiqueira,
refletindo a dominância dos ambientes florestais na região. Espécies terrícolas, rupícolas e
saxícolas são menos freqüentes, estando normalmente associadas a áreas de Campos Rupestres,
Campos de Altitude e Cerrado.
Foram computadas 2.189 coleções para a Serra da Mantiqueira, sendo mais da metade
provenientes de menos de 20% dos municípios para os quais espécies referidas. O município
Considerações finais
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
267
Considerações finais
de Rio Preto, Minas gerais destaca-se com relação ao total de coletas e número de espécies.
Importante ressaltar que a região não está inserida em nenhuma unidade de conservação.
A Serra da Mantiqueira, independentemente da exatidão dos seus limites, dos tipos de
formações vegetais ocorrentes e da origem geológica, ocupa um lugar especial no coração
daqueles que têm o privilégio de habitar seus contrafortes, assim como exemplificado pelo
trabalho de Colabardini (2003). Esta autora analisou a percepção da Serra da Mantiqueira pelos
habitantes de São João da Boa Vista e conclui que as expressões mais observadas diziam respeito
“... aos desejos, às aspirações e alegria de viver, diante de uma paisagem que se oferece bela e
gratuita...”.
Muitas Bromeliaceae habitam esta Serra, ocupando os mais variados ambientes, crescem
sobre a serrapilheira das densas matas úmidas, sobre todos os andares das árvores, ou ainda,
contemplando diariamente a trajetória do sol, sobre rochas.
A família caracteriza a maioria das áreas que apresentam remanescentes de vegetação
primária, normalmente dominando a fisionomia do interior das florestas, um indício do quão
estratégicos são os caminhos da seleção natural, uma vez que as Bromeliaceae são responsáveis
por uma porção significativa da diversidade das florestas tropicais podendo ser consideradas
como elementos chaves para a conservação da biodiversidade.
Bromélias, homens e todos os demais seres vivos compartilham a mesma obsessão: a
sobrevivência. Mas somente o homem detém a chave do futuro. Cabea cada um selar uma
nova aliança, conciliando a existência mútua entre o homem e o meio.
As plantas surgiram há mais de três bilhões de anos e, sem a interferência humana podem
certamente continuar sua evolução. Homens certamente não mais existirão quando o perfume da
última flor se extinguir.
Considerações finais
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
268
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Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
297
Apêndices
A
PÊNDICE
I
L
ISTA DAS ESPÉCIES
Espécie Endêmica Hábito Ambiente UC
Acanthostachys strobilacea
E MA, CR X
Aechmea bambusoides
X E MA?
Aechmea bocainensis
E, R MA X
Aechmea bromeliifolia var. albobracteata
E MA
Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia E, T MA, CR
Aechmea brueggeri
X T MA, CR
Aechmea distichantha var. distichantha E, R, T MA, CA, CR. X
Aechmea distichantha var. glaziovii E, R, T MA X
Aechmea distichantha var. schlumbergeri
E, R, S CE, CR X
Aechmea gamosepala
E MA
Aechmea lamarchei
E, R, T MA X
Aechmea nudicaulis
E, R, S, T MA, CA, CR X
Aechmea nudicaulis var. aureorosea E MA, CR X
Aechmea nudicaulis var. cuspidata S, T MA, CR X
Aechmea organensis
E, R MA, CA X
Aechmea phanerophlebia
E, R, S, T MA, CR X
Aechmea pineliana
E MA X
Aechmea purpureorosea
E MA
Aechmea ramosa
E, R, T MA X
Aechmea roberto-ansemoi
X R MA
Aechmea vanhoutteana
E, R, T MA X
Aechmea weilbachii
E MA X
Alcantarea extensa
R, S MA, CA X
Alcantarea imperialis
R MA, CR X
Alcantarea nahoumii
R MA X
Alcantarea odorata
R MA
Alcantarea reginae
R MA
Ananas ananassoides
T MA, CR
Ananas bracteatus
T MA X
Ananas comosus
T CE
Ananas macrodontes
T MA, CE,
Billbergia alfonsi-joannis
E MA, CA X
Billbergia amoena
E, R, S MA, CR X
Billbergia amoena var. carnea E, S CR
Billbergia amoena var. robertiana T MA X
Billbergia distachia
E, R, S, T MA X
Billbergia distachia var. concolor
E MA X
Billbergia distachia var. straussiana
- - -
Billbergia elegans
E, R, S MA
Billbergia euphemiae
E, R, T MA X
Billbergia euphemiae var. nudiflora
E MA
Billbergia horrida
E, R, S MA X
Billbergia iridifolia
E, R MA
Billbergia leptopoda
E, T MA X
Billbergia lymanii
E, R MA X
Billbergia lymanii var. angustifolia R MA
Billbergia minarum
E, T MA X
Billbergia nutans
- MA X
Billbergia pohliana
X E, S, T MA, CR
Billbergia porteana
E MA X
Billbergia pyramidalis
- - X
Billbergia reichardtii
X E, S, T MA, CR
Billbergia sanderiana
E MA
Billbergia saundersii
R MA
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
298
Apêndices
Billbergia tweedieana
E MA
Billbergia tweedieana var. latisepala E MA X
Billbergia vittata
E, T MA X
Billbergia x claudioi
S - X
Billbergia zebrina
E, R MA, CR X
Bromelia anthiacantha
T MA, CE X
Bromelia balansae
R, T MA
Bromelia regnellii
T MA
Canistropsis marceloi
X R, S MA, CR X
Canistrum auratum
- MA
Canistrum cyathiforme
E, T MA X
Canistrum giganteum
E, R, T MA X
Canistrum lindenii
R MA X
Cryptanthus regius
X R CR
Cryptanthus schwackeanus
R, S MA, CE, CR,
Cryptanthus tiradentesensis
X R, S CR
Dyckia argentea
X R, S CR
Dyckia bracteata
R, S CA, CR X
Dyckia brevifolia
S CE, CR
Dyckia cinerea
R, S MA, CR, CA X
Dyckia dissitiflora
- -
Dyckia lagoensis
S CR
Dyckia linearifolia
- CE
Dyckia minarum
R, S CE, CR
Dyckia monticola
R CE
Dyckia pectinata
X R CE
Dyckia princeps
X R, T CR
Dyckia saxatilis
R, S MA, CR, CE X
Dyckia sp 1
T CE
Dyckia sp 2
R MA
Dyckia sp 3
R CE
Dyckia sp 4
R MA
Dyckia sp 5
S, T CE, CR
Dyckia tuberosa
R, T CE, CR, CA X
Fernseea itatiaiae
X R, S CA X
Neoregelia ampulacea
E MA X
Neoregelia angustibracteolata
X E MA
Neoregelia brigadeirensis
X S MA X
Neoregelia brownii
X E, R, S MA X
Neoregelia chlorosticta
E MA X
Neoregelia cyanea
E MA
Neoregelia farinosa
E MA X
Neoregelia fosteriana
X S, T MA X
Neoregelia ibitipocensis
X E, R, T MA X
Neoregelia lactea
X E MA X
Neoregelia lymaniana
E, T MA X
Neoregelia oligantha
X E MA X
Neoregelia ruschii
E MA X
Neoregelia sanguinea
X - MA
Neoregelia sarmentosa
E MA X?
Neoregelia sp.
E -
Neoregelia tristis
- MA X
Neoregelia simulans
E, R, S MA X
Nidularium antoineanum Wawra E, R, T MA X
Nidularium apiculatum
X E, S MA X
Nidularium apiculatum var. serrulatum
X E MA X
Nidularium azureum
X E MA
Nidularium bicolor
E, R MA, CR, CA X
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
299
Apêndices
Nidularium corallinum
R MA
Nidularium ferdinando-coburgii
E, T MA, CR, CA X
Nidularium itatiaie
X E, R, S, T MA X
Nidularium longiflorum
E MA X
Nidularium marigoi
E, R, T MA X
Nidularium meanum
- MA
Nidularium purpureum
T MA
Nidularium rubens
- MA
Nidularium rutilans
T MA X
Pitcairnia carinata
R, S CA, CR X
Pitcairnia curvidens
R, S CR X
Pitcairnia decidua
X R, S, T MA, CA X
Pitcairnia flammea var. flammea, E, R, S, T MA, CR, CA X
Pitcairnia flammea var. floccosa R MA, CR X
Pitcairnia flammea var. glabrior R MA, CR X
Pitcairnia flammea var. macropoda R MA
Pitcairnia lanuginosa
R MA
Pitcairnia platypetala
R MA
Portea petropolitana var. noettigii E MA X
Portea petropolitana var. petropolitana E MA X
Portea silveirae
E, R MA
Quesnelia arvensis
E MA X
Quesnelia augusto-coburgii
E, R, S MA X
Quesnelia indecora
E, R, T MA X
Quesnelia kautskyi
E, R MA X
Quesnelia liboniana
- MA
Quesnelia quesneliana
E, R MA X
Quesnelia strobilispica
E, R, S MA X
Quesnelia testudo
- MA X
Racinaea aerisincola
E MA, CR X
Tillandsia aeranthus
E, R MA, CE
Tillandsia chapeuensis
R CR X
Tillandsia crocata
- CA X
Tillandsia gardneri
E, R MA, CR, CA X
Tillandsia gardneri var. rupicola
R MA
Tillandsia geminiflora
E MA, CR X
Tillandsia globosa
E MA, CR
Tillandsia graomogolensis
E, R CR X
Tillandsia juncea
E MA
Tillandsia loliacea
E MA
Tillandsia mallemontii
E MA
Tillandsia parvispica
- MA
Tillandsia pohliana
E MA, CR
Tillandsia polystachia
E MA, CR
Tillandsia pruinosa
E MA
Tillandsia recurvata
E, R MA, CR X
Tillandsia streptocarpa
E, R MA, CR, CE X
Tillandsia stricta
E, R, S MA, CR, CA X
Tillandsia stricta forma nivea E -
Tillandsia stricta var. albiflora - MA X
Tillandsia stricta var. disticha - MA X
Tillandsia tenuifolia var. saxicola R MA
Tillandsia tenuifolia var. surinamensis E MA X
Tillandsia tenuifolia var. tenuifolia E, R MA, CR, CA X
Tillandsia tenuifolia var. vaginata E MA X
Tillandsia tricholepis
E MA
Tillandsia usneoides
E MA X
Vriesea altodaserrae
R MA
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
300
Apêndices
Vriesea arachnoidea
E MA, CA X
Vriesea billbergioides
E MA, CA X
Vriesea bituminosa
E, R, T MA, CR, CA X
Vriesea cacuminis
X R, S CA, CR X
Vriesea carinata var. carinata E MA X
Vriesea carinata var. flavominiata E MA X
Vriesea corcovadensis
E MA, CR
Vriesea crassa
R, S, T CA X
Vriesea ensiformes var. bicolor E MA X
Vriesea ensiformis
E MA X
Vriesea flava
E MA X
Vriesea fontelana
X R MA
Vriesea friburgensis var. friburgensis E, T MA, CR, CA X
Vriesea friburgensis var. paludosa E MA X
Vriesea friburgensis var. tucumanensis - MA
Vriesea gigantea
E MA X
Vriesea gradata
E, S MA, CR X
Vriesea grandiflora
E MA
Vriesea guttata
E MA, CR X
Vriesea heterostachys
E, R, T MA, CA X
Vriesea hoehneana
R, S, T MA, CA X
Vriesea incurvata
- MA X
Vriesea inflata
E MA X
Vriesea interrogatoria
E, R, T MA X
Vriesea itatiaiae
X E, R, S, T MA, CA X
Vriesea longicaulis
E, T MA X
Vriesea lubbersii
E MA X
Vriesea menescali
X E MA
Vriesea modesta
E MA
Vriesea morrenii
E, R MA X
Vriesea paraibica
E MA X
Vriesea pardalina
E MA, CR X
Vriesea pauperrima
E MA X
Vriesea penduliflora
X E, R, T MA, CA, CR X
Vriesea platynema
E MA
Vriesea procera
E MA
Vriesea procera var. tenuis E, T MA, CR
Vriesea psittacina
- MA
Vriesea racinae
E MA X
Vriesea rafaelii
X E MA
Vriesea regnellii
E MA, CA X
Vriesea ruschii subsp. leonii X E MA X
Vriesea saxicola
X R, S CR
Vriesea sazimae
X E MA X
Vriesea scalaris
E MA X
Vriesea sceptrum
X E MA X
Vriesea schwackeana
E MA X
Vriesea sp nova
X S CR
Vriesea vagans
E, T MA, CR X
Wittrockia tenuisepala
X - MA
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
301
Apêndices
APÊNDICE
II
L
ISTAGEM DOS MUNICÍPIOS E NÚMEROS TOTAIS DE COLETA
Município Total de coletas Município Total de coletas
Abre Campo 1 Laranjal 2
Aiuruoca 23 Lavrinhas 4
Alegre 6 Leopoldina 5
Além Paraíba 6 Lima Duarte 216
Alfenas 1 Lorena 3
Alto Caparaó 75 Luminárias 2
Amparo 12 Macaia – distrito de Bom Sucesso 1
Amparo da Serra 2 Mairiporã 6
Andradas 1 Manhuaçu 11
Antônio Carlos 3 Manhumirim 5
Araponga 99 Matias Barbosa 1
Argirita 1 Mercês 1
Atibaia 52 Minduri 2
Baependi 2 Miradouro 3
Barbacena 16 Monte Alegre do Sul 10
Barra Longa 1 Monteiro Lobato e Ouro Verde 1
Barroso 16 Muriaé 11
Belmiro Braga 2 Natividade 3
Bocaina de Minas 2 Olaria 2
Bom Jardim de Minas 6 Oliveira 1
Bom Jesus do Madeira 2 Ouro Fino 1
Bom Sucesso 6 Paraisópolis 5
Bragança Paulista 9 Passa Quatro 17
Caieiras 2 Passa Vinte 1
Caldas 25 Pedralva 2
Camanducaia 22 Piau 1
Cambuquira 2 Pindamonhangaba 5
Campos do Jordão 78 Pinhal 1
Caparaó 22 Piquete 4
Carangola 89 Pirapetinga 1
Caratinga 14 Poços de Caldas 15
Carrancas 10 Ponte Nova 10
Caxambú 11 Porciúncula 1
Chácara 1 Porto Firme 3
Coimbra 3 Pouso Alegre 4
Conceição do Ibitipoca 8 Presidente Bernardes 1
Conceição do Rio Verde 1 Queluz 4
Coronel Pacheco 42 Resende 53
Cruzeiro 3 Rio Doce 1
Delfim Moreira 5 Rio Novo 34
Descoberto 51 Rio Pomba 3
Divino 1 Rio Preto 114
Dona Euzébia 1 Rosário da Limeira 3
Entre rios de minas 2 Santa Rita de Jacutinga 15
Ervália 7 Santana do Garambeu 2
Espera Feliz 2 Santos Dumont 3
Ewbank da Câmara 2 São Geraldo 5
Extrema 50 São João da Boa Vista 3
Faria Lemos 17 São João Del Rey 15
Fervedouro 59 São João Nepomuceno 3
Guaraciaba 3 São José dos Campos 7
Guarani 1 São Miguel do Anta 1
Guarulhos 1 São Paulo 4
Ibitirama 8 São Tiago 1
Itajubá / Cruzeiro 2 São Tomé das Letras 42
Ibituruna 1 Sapucaí-Mirim 5
Itatiaia 135 Sericita 5
Itamonte 12 Socorro 6
Itapeva 2 Teixeira Soares (não achei) 1
Itumirim 3 Timóteo (perto de caratinga) 1
Itutinga 4 Tiradentes 37
Iuna 3 Toledo 1
Jequeri 5 Tombos 21
Juiz de Fora 68 Tremembé 1
Jundiaí 6 Viçosa 34
Lambari 1
Visconde de Mauá 5
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
302
Apêndices
APÊNDICE III –
Í
NDICE DE COLETORES E TÁXONS
Apresenta-se aqui todos os materiais examinados durante este estudo, incluindo
espécimes indeterminados. Os dados foram extraídos do banco de dados elaborado e estão
apresentados por ordem alfabética de coletores (considerando o último nome), seguido do
número de coleta e entre parênteses a determinação do táxon.
Abreu, N.L. 002 (Billbergia distachia); 003 (Billbergia amoena var. minor); 107 (Vriesea cacuminis); 108 (Aechmea
phanerophlebia); 19 (Quesnelia indecora); 39 (Vriesea bituminosa); 90 (Aechmea phanerophlebia); 91 (Vriesea longicaulis); s.n.
(Pitcairnia flammea).
Agostinho, T. 16680 (Tillandsia stricta); 16681 (Ananas ananassoides); 16685 (Tillandsia recurvata).
Almeida, J.A.R. s.n. (Tillandsia gardneri).
Almeida, V.R. 08 (Quesnelia quesneliana); 08, 11 (Billbergia euphemiae); 16, 16, 20 (Quesnelia augusto-coburgii); 22
(Neoregelia farinosa); 27 (Nidularium longiflorum); 28 (Tillandsia stricta); 34 (Tillandsia usneoides); 36 (Tillandsia tenuifolia
var. vaginata); 5 (Aechmea ramosa); 5, 65 (Aechmea vanhoutteana); 66 (Billbergia distachia); 8 (Quesnelia arvensis).
Alves 730 (Tillandsia recurvata); 731 (Dyckia argentea).
Alves, R.J.V. 1368 (Tillandsia stricta var. stricta); 15 (Tillandsia polystachia); 16, 177 (Aechmea nudicaulis var. aureorosea);
233 (Tillandsia usneoides); 235 (Tillandsia gardneri); 26 (Tillandsia stricta var. stricta); 315 (Tillandsia tenuifolia); 322
(Tillandsia gardneri var. gardneri); 4373 (Billbergia amoena var. carnea); 4425 (Vriesea carinata); 4429 (Vriesea vagans); 61
(Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia); 626 (Dyckia argentea); 729 (Aechmea distichantha); 77 (Dyckia lagoensis); 822
(Pitcairnia sp); s.n. (Vriesea saxicola).
Alves, R.S.C. s.n. (Aechmea nudicaulis).
Alvim, P. s.n. (Vriesea bituminosa).
Anderson, W.R. 9242 (Tillandsia loliacea).
Andrade, A.G. 1238 (Vriesea sceptrum); 1239 (Aechmea distichantha var. glaziovii).
Andrade, I.R. 194 (Billbergia leptopoda).
Andrade, P.M. 1111 (Pitcairnia flammea var. floccosa); 1131 (Tillandsia tenuifolia var. surinamensis); 1131, 148 (Aechmea
lamarchei); 272 (Billbergia leptopoda); 43 (Aechmea ramosa var. ramosa); 818 (Billbergia distachia); 990 (Tillandsia
geminiflora).
Andrade, S. s.n. (Tillandsia tricholepis).
Angeli, C. 14 (Fernseea itatiaiae); 14.
Angeli, L. 14.
Antunes, K. 106 (Vriesea vagans); 107, 157, 48 (Vriesea gradata); 80 (Vriesea paraibica).
Araujo, L.C. s.n. (Quesnelia augusto-coburgii).
Araújo 11966 (Neoregelia sarmentosa).
Araújo, F.S. 110 (Tillandsia gardneri); 233 (Billbergia distachia).
Araújo, L. s.n. (Vriesea plurifolia).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
303
Apêndices
Arbo, M.M. 3886 (Dyckia minarum).
Árbocz, G.F. 2716 (Billbergia distachia).
Assis, L.C.S. 1016,Vriesea heterostachys); 1018 (Dyckia sp 5); 1042 (Aechmea phanerophlebia); 1042, 1045 (Billbergia
distachia); 1047 (Tillandsia geminiflora); 1047, 1049 (Tillandsia tenuifolia); 1066 (Aechmea distichantha); 11 (Tillandsia
tenuifolia); 118 (Tillandsia gardneri); 180 (Aechmea bromeliifolia); 19 (Billbergia zebrina); 195 (Aechmea bromeliifolia); 20
(Tillandsia geminiflora); 253, 28 (Tillandsia recurvata); 28, 285 (Tillandsia tenuifolia); 285, 289 (Billbergia elegans); 338
(Tillandsia tenuifolia); 338, 397 (Tillandsia usneoides); 397, 397, 584 (Tillandsia geminiflora); 584, 845 (Billbergia elegans); 967
(Billbergia zebrina); 983 (Tillandsia stricta var. stricta).
Assis, M.C. 594 (Pitcairnia flammea); 594 (Pitcairnia sp.).
Bailey 1036 (Pitcairnia decidua).
Baker, W. 7253 (Cryptanthus schwackeanus).
Barreto, K.D. 1027 (Aechmea distichantha); 1045 (Vriesea sceptrum); 1045, 1045 (Vriesea sp. não achei); 1222 (Vriesea
sazimae).
Barros, F. 572 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata).
Berg, W. s.n. (Vriesea rafaelii).
Bernacci, L.C. 2150 (Ananas ananassoides); 28397 (Aechmea distichantha); 28397, 28399 (Canistrum cyathiforme); 28400
(Dyckia tuberosa); 28401 (Tillandsia gardneri); 28401 (Tillandsia geminiflora); 28402 (Tillandsia stricta); 28403 (Tillandsia
tenuifolia); 28403, s.n. (Canistrum cyathiforme); s.n. (Dyckia tuberosa).
Bittencourt, A.C. s.n. (Vriesea ensiformis).
Black, G. 20843 (Tillandsia recurvata).
Borges, C.T. sem nº.
Brade 17506 (Nidularium marigoi).
Brade, A. 14053 (Aechmea distichantha); 15047 (Canistropsis marceloi); 15167, 15921 (Bromelia sp material com folhas);
17477 (Vriesea guttata var. guttata); 19071 (Tillandsia gardneri); 20479 (Dyckia argentea); s.n. (Aechmea distichantha var.
glaziovii).
Brade, A.C. 10078 (Billbergia distachia var. distachia); 10079 (Quesnelia augusto-coburgii); 12/125 (Fernseea itatiaiae); 12725,
13497 (Tillandsia tricholepis); 13498 (Tillandsia loliacea); 14051 (Canistrum ex. wittr giganteum); 14052 (Aechmea distichantha
var. distichantha); 14053 (Aechmea distichantha); 14103 (Portea silveirae); 14103, 14553 (Canistropsis marceloi); 14953
(Billbergia distachia var. distachia); 14954 (Quesnelia augusto-coburgii); 14954, 15011 (Tillandsia stricta); 15047 (Canistropsis
marceloi); 15167, 15173 (Vriesea itatiaiae); 15173, 15725 (Nidularium rutilans); 15920 (Billbergia distachia var. distachia);
16983 (Dyckia bracteata); 16983, 17124 (Vriesea billbergioides); 17124 (Vriesea billbergioides ? billbergioide); 17125
(Quesnelia kautskyi); 17125, 17127 (Pitcairnia decidua); 17127 (Pitcairnia flammea var. glabrior); 17171, 17477 (Vriesea guttata
? guttata); 17506 (Nidularium marigoi); 19071 (Tillandsia gardneri); 20185 (Vriesea morrenii); 20216 (Fernseea itatiaiae);
20216, 7203 (Tillandsia tenuifolia var. surinamensis); s.n. (Aechmea distichantha var. glaziovii); s.n. (Fernseea itatiaiae); sem n},
sem nº.
Braga 60 (Aechmea lamarchei).
Braga, J.M.A. 2411 (Nidularium itatiaiae); 2436 (Canistropsis marceloi); 2492 (Quesnelia augusto-coburgii).
Braga, M.M.N. s.n. (Vriesea gradata); s.n.
Braga, P.I.S. 1551 (Aechmea bambusoides); 1552 (Tillandsia polystachia); 1552, 1560 (Neoregelia sarmentosa); 2402
(Tillandsia streptocarpa); 2402 (Tillandsia streptocarpa ? streptocarpa); 2422 (Vriesea gradata); 2573 (Fernseea itatiaiae); 2573.
Braga, R. 30 (Aechmea bambusoides); 59 (Portea petropolitana); 59, 60 (Aechmea lamarchei); 63 (Vriesea friburgensis).
Brandão, F. s.n. (Tillandsia tenuifolia); s.n. (Tillandsia tenuifolia var. vaginata).
Brina, A.E. s.n. (Aechmea distichantha).
Brugger, M. 361 (Aechmea vanhoutteana); 361, 371 (Billbergia euphemiae); 371, 371, FPNC 361 (Aechmea vanhoutteana);
FPNC 371 (Billbergia euphemiae var. euphemiae); s.n. (Acanthostachys strobilacea); s.n. (Aechmea bruggeri); s.n., s.n.
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304
Apêndices
(Aechmea nudicaulis); s.n. (Dyckia princeps); s.n. (Pitcairnia flammea); s.n. (Tillandsia tenuifolia); s.n. (Vriesea ensiformis); s.n.
(Vriesea gradata).
Buzato, S. 26281 (Tillandsia tenuifolia); 26843 (Nidularium marigoi (inosc)); 26843 (Nidularium sp não achei); 26845
(Aechmea distichantha); 26858 (Tillandsia tenuifolia); 26858, 26866 (Aechmea nudicaulis); 27192, 27195 (Vriesea sceptrum);
27196 (Tillandsia stricta var. albiflora); 28012 (Vriesea sceptrum); 28013 (Aechmea nudicaulis); 31726 (Vriesea pardalina);
32534 (Tillandsia stricta f. stricta); s.n. (Aechmea distichantha); s.n. (Billbergia distachia); sem nº, s.n. (Canistrum ex. wittr
cyathiforme).
Caiafa, A.N. 166 (Dyckia cinerea); 47 (Pitcairnia carinata); s.n. (Alcantarea imperialis); s.n. (Pitcairnia flammea); s.n., s.n.
(Tillandsia gardneri var. rupícola); sem nº.
Camargo, F. 4785 (Ananas bracteatus); s.n. (Ananas comosus); s.n. (Billbergia distachia).
Camargo, F.C. de s.n. (Ananas bracteatus ? bracteatus).
Campacci, M.A. 200 (Billbergia distachia); 211 (Aechmea distichantha); s.n. (Vriesea friburgensis).
Campos Porto, P. 1168 (Quesnelia kautskyi); 3362 (Billbergia distachia var. distachia).
Canela, M.B.F. 49 (Billbergia vittata).
Capellari, J.r.; L 103 (Dyckia sp).
Carauta, P. 1740 (Aechmea distichantha var. glaziovii).
Carvalho, D.A. s.n. (Dyckia minarum); s.n. (Tillandsia tenuifolia).
Carvalho, L.D.F. 1051 (Aechmea distichantha var. schlumbergeri).
Carvalho, Ld´AF 1051.
Castellanos 22343 (Tillandsia recurvata); 22438 (Vriesea itatiaiae); 22542 (Fernseea itatiaiae).
Castellanos, A. 21896, 21929 (Vriesea paraibica); 22529 (Tillandsia recurvata); 22774 (Dyckia cinerea); 23105 (Nidularium
itatiaiae); 23335 (Aechmea distichantha); 23399 (Vriesea bituminosa); 25145 (Vriesea lubbersii); 255444 (Ananas ananassoides);
255444.
Castro, E.M.R. 23 (Tillandsia recurvata).
Castro, R.M. 146 (Vriesea gradata); 146, 372 (Vriesea heretostachys); 463 (Vriesea gigantea); 463, 463, 463, 531 (Aechmea
lamarchei); 563 (Portea petropolitana); 599.
Catellanos 22530 (Dyckia lepdostachya).
Chaddad, J.r.; J 79 (Aechmea nudicaulis).
Chiea, S.C. 371 (Dyckia minarum).
Claussen, A.M. 361 (Acanthostachys strobilacea).
Coelho, B.B.S. s.n. (Tillandsia recurvata); s.n..
Coffani, J.V. 048 (Aechmea distichantha).
Coffani-Nunes, J.V. 049 (Tillandsia streptocarpa); 050 (Dyckia tuberosa); 48 (Aechmea distichantha var. glaziovii).
Colnago, E. s.n. (Aechmea distichantha var. schlumbergeri).
Confúcio, U. 9446 (Tillandsia gardneri); 9446 (Tillandsia stricta).
Cordeiro, I. 1354 (Vriesea ensiformis); 1355 (Vriesea flava).
Corrêa, H.M. s.n. (Tillandsia tenuifolia).
Cosenza, B. s.n. (Aechmea nudicaulis var. aureo-rosea).
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Apêndices
Costa, A. 100 (Vriesea gradata); 100, 165 (Aechmea nudicaulis); 265, 265, 266 (Vriesea interrogatoria); 266, 266, 274 (Vriesea
itatiaiae); 274, 432 (Vriesea regnellii); 432, 433 (Vriesea interrogatoria); 433.
Costa, C.B. 442 (Billbergia distachia).
Costa, F.N. 132117 (Dyckia tuberosa).
Costa, L.V. 98 (Billbergia leptopoda); s.n. (Billbergia distachia); s.n. (Vriesea pauperrima).
DAC s.n. (Dyckia minarum); s.n. (Dyckia sp - lavras); s.n. (Dyckia sp 5).
Davidae, G. 10658 (Dyckia pectinata); 10658.
Davis, P.H. 3108 (Aechmea nudicaulis var. cupsidata); 3116 (Aechmea distichantha); 3116 (Aechmea distichantha var.
glaziovii); 3117 (Vriesea bituminosa); 3118 (Vriesea friburgensis); 3118 (Vriesea sceptrum); s.n. (Aechmea distichantha).
Dedecca, D. s.n. (Tillandsia stricta).
Delfange, H. 1949 (Billbergia zebrina).
Delforge, R.V. s.n..
Doering, R. s.n. (Nidularium billbergioides).
Duarte 3749 (Billbergia elegans).
Duarte, A.P. 14058 (Alcantarea sp2); 3121 (Dyckia lagoensis se for é sp 5); 3121, 3606 (Quesnelia quesneliana); 9714
(Acanthostachys strobilacea); s.n. (Alcantarea geniculata).
Duarte, C. 116 (Tillandsia stricta); 137 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 160 (Billbergia distachia var. straussiana); 220
(Tillandsia tenuifolia var. saxicola); 232 (Tillandsia geminiflora); s.n. (Billbergia distachia var. straussiana).
Duden, P. 776 (Aechmea distichantha).
Dusén 557 (Fernseea itatiaiae).
Dusén, P. 721 (Billbergia distachia var. distachia); 724, 725 (Vriesea paraibica); 740 (Nidularium itatiaiae).
Dusén, P.K.H. 721 (Billbergia distachia var. distachia); s.n. (Aechmea distichantha var. distichantha); s.n. (Neoregelia
chlorosticta).
EF 11933 (Billbergia euphemiae var. nudiflora).
EP 11914 (Aechmea nudicaulis var. aureorosea).
Eiten, G. 2897 (Bromelia antiacantha); 5728 (Ananas bracteatus); 5728 (Ananas macrodontes); 7584 (Vriesea itatiaiae); 7742 -
B (Canistrum ex. wittr giganteum).
Emygdio, L. 1288 (Aechmea phanerophlebia); 1413 (Fernseea itatiaiae); 1476 (Vriesea itatiaiae); 3825 (Dyckia minarum).
Enweidik, M. 4802 (Aechmea distichantha).
Everetti s.n. (Bromelia antiacantha).
Faria, A.P.G. 5 (Aechmea bruggeri).
Faria, P.C.L. 75 (Billbergia euphemiae); s.n. (Tillandsia stricta).
Faria, T.L.T. 17 (Tillandsia usneoides); 32 (Tillandsia polystachia).
Farinaccio, M.A. 576 (Pitcairnia flammea).
Farney, C. 1072 (Dyckia argentea); 1092 (Vriesea friburgensis); 1092 (Vriesea friburgensis var. friburgensis); 2454 (Aechmea
nudicaulis); 34 (Fernseea itatiaiae); 34, 34, 80 (Canistrum ex. wittr lindenii var. rosea).
Ferreira, F.M. 235 (Dyckia sp); 536 (Tillandsia aeranthos); 996 (Alcantarea imperialis).
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306
Apêndices
Ferreira, V.F. 231 (Billbergia distachia var. distachia); 233 (Tillandsia stricta); 233 (Tillandsia stricta var. stricta); 241 (Vriesea
ensiformis).
Fiaschi, P. s.n. (Tillandsia stricta).
Figueiredo, C. 14 (Billbergia distachia); 15 (Dyckia saxatilis); 16 (Tillandsia stricta); 17 (Tillandsia geminiflora); 18 (Vriesea
friburgensis); 19 (Pitcairnia flammea); 20 (Nidularium marigoi).
Flaster, B. 115 (Dyckia bracteata).
Forzza, R.C. 114 (Dyckia linearifolia); 1680 (Aechmea ramosa); 1680, 1695 (Tillandsia geminiflora); 1745 (Vriesea gradata);
1745, 1745, 1745, 1746 (Nidularium longiflorum); 1746, 1774 (Pitcairnia flammea); 1798 (Nidularium ferdinando-coburgii);
1843 (Pitcairnia flammea); 1931 (Aechmea bromeliifolia); 1937 (Ananas bracteatus); 1937, 2051 (Portea petropolitana); 2051,
2052 (Billbergia zebrina); 2052, 2052, 2080 (Alcantarea imperialis); 2080, 2086 (Pitcairnia flammea); 2086, 2114 (Aechmea
lamarchei); 2114, 2137 (Dyckia saxatilis); 2137, 2137 (Dyckia sp - são tomé); 2174 (Billbergia zebrina); 2174, 2188 (Vriesea
scalaris); 2200 (Quesnelia augusto-coburgii); 2200, 2200, 2205 (Vriesea pauperrima); 2734 (Tillandsia polystachia); 2943
(Vriesea gradata); 3022 (Tillandsia usneoides); 3028 (Vriesea friburgensis); 3094 (Tillandsia gardneri); 3137 (Tillandsia
tenuifolia); 3139 (Canistrum ex. wittr giganteum); 3141 (Vriesea heterostachys); 3171 (Vriesea bituminosa); 3172 (Vriesea
longicaulis); 3182 (Nidularium ferdinando-coburgii); 3202 (Alcantarea imperialis); 3216 (Racinaea aerisincola); 3232
(Nidularium marigoi); 3318 (Pitcairnia flammea); 3335 (Vriesea bituminosa); 3336 (Pitcairnia flammea); 3338 (Neoregelia
ibitipocensis); 3505 (Aechmea phanerophlebia); 3600 (Canistrum ex. wittr giganteum); 3722 (Fernseea itatiaiae); 3992
(Neoregelia ibitipocensis); 4305 (Alcantarea imperialis); s.n. (Vriesea cacuminis).
Foster, M.B. 116 (Fernseea itatiaiae); 120 (Quesnelia augusto-coburgii); 123 (Neoregelia fosteriana); 125 (Billbergia vittata);
126 (Aechmea nudicaulis var. cuspidata); 128 (Canistrum ex. wittr giganteum); 139 (Neoregelia tristis); 475 (Ananas
macrodontes); 478 (Tillandsia streptocarpa); 479 (Tillandsia recurvata); 480 (Pitcairnia flammea var. floccosa).
Foster, M.R. 111 (Vriesea longicaulis); 113 (Vriesea interrogatoria); 114 (Vriesea vagans); 115 (Vriesea itaiaiae); 127
(Pitcairnia flammea); 136 (Billbergia distachia var. distachia); 146 (Vriesea ensiformis); 147 (Aechmea distichantha var.
glaziovii); 472 (Vriesea interrogatoria); 476 (Aechmea nudicaulis var. cuspidata).
Foster, W. s.n. (Dyckia sp); s.n. (Vriesea inflata); s.n. (Vriesea sp. não achei).
Fraga, C.N. 1056 (Portea sagenarius).
França, G.S. 176 (Billbergia distachia); 177 (Vriesea sceptrum); 179 (Aechmea distichantha); 257 (Billbergia distachia); 258
(Vriesea sazimae).
Galvão, J.C. 27114 (Tillandsia tenuifolia).
Gavilanes, M.L. 2009, 3338, 3481 (Tillandsia gardneri); 3483, 3699 (Dyckia argentea); 4232 (Tillandsia tenuifolia); s.n. (Dyckia
sp - lavras); s.n. (Dyckia sp 5); sem nº.
Gehrt, A. 5508 (Billbergia amoena); s.n. (Aechmea distichantha var. glaziovii); s.n. (Ananas ananassoides); s.n. (Billbergia
amoena var. amoena); s.n. (Tillandsia stricta); s.n. (Aechmea distichantha); s.n. (Ananas ananassoides); sem nº, s.n. (Cryptanthus
schwackeanus); s.n. (Dyckia minarum); s.n. (Dyckia tuberosa); s.n. (Tillandsia streptocarpa).
Gentry, A. 21499 (Tillandsia mallemontii).
Gerht, A. s.n. (Vriesea carinata).
Giordano, L.C. 420 (Billbergia amoena).
Giulietti, A.M. 1093 (Fernseea itatiaiae); 1097 (Billbergia distachia); 1097, 1119 (Dyckia tuberosa); s.n. (Dyckia argentea).
Glaziou 18571 (Dyckia lagoensis); s.n. (Aechmea distichantha var. distichantha).
Glaziou, A. 11692 (Canistrum ex. wittr giganteum).
Godinho, R.P. s.n. (Dyckia sp 5).
Goldschmidt, A. 19 (Alcantarea extensa); 20 (Pitcairnia carinata); 21 (Vriesea guttata); 22 (Billbergia amoena); 23 (Vriesea
arachnoidea); 30 (Pitcairnia decidua); 31 (Dyckia cinerea); 32 (Vriesea ruschii ssp. leonii); 34 (Nidularium antoineanum); 35
(Vriesea crassa); 36 (Vriesea heterostachys); 37 (Neoregelia brownii); 45 (Dyckia cinerea); 48 (Tillandsia pruinosa); 49
(Tillandsia globosa); 50 (Acanthostachys strobilacea); 53 (Vriesea crassa).
Gomes, L.M.R. s.n. (Vriesea friburgensis); sem nº.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
307
Apêndices
Gomes, L.N.R. s.n. (Aechmea phanerophlebia).
Gomes, V. 12 (Tillandsia parvispica); 28 (Neoregelia sp); 6 (Aechmea pineliana); 62 (Billbergia reichardtii); 62, 75 (Neoregelia
sarmentosa).
Gottsberger, I. 127 (Neoregelia sp).
Goyatá, R.P. 1291 (Portea orthopoda); 1291 (Portea petropolitana).
Grande, D.A. de 156 (Nidularium meeanum).
Grandi, T.S.M. 2632 (Dyckia dissitiflora); 2666 (Tillandsia recurvata); 2682 (Dyckia princeps); 2684 (Tillandsia pohliana);
2690 (Ananas ananassoides); 2891 (Tillandsia geminiflora); 306 (Pitcairnia flammea); s.n. (Tillandsia gardneri); s.n., s.n.
(Tillandsia recurvata).
Groppo, J.r.; M 841 (Tillandsia pohliana).
Haas 607 (Dyckia sp); 640 (Pitcairnia sp).
Handro, O. 684 (Pitcairnia flammea var. floccosa); 684 (Pitcairnia flammea var. flocosa); s.n. (Tillandsia streptocarpa).
Haro, M. s.n. (Tillandsia recurvata).
Hatschbach, G. 48595 (Alcantarea extensa); 49859 (Aechmea bambusoides); 55679 (Vriesea billbergioides); 61610 (Alcantarea
odorata); 61610.
Hemmendorff, E. 558 (Fernseea itatiaiae).
Herb. Schwacke 11103 (Acanthostachys strobilacea); 11121 (Tillandsia geminiflora); 11540 (Tillandsia tenuifolia var.
vaginata); 11971 (Vriesea gradata); 13370 (Tillandsia polystachia).
Heringer, E.P. 1007 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 1149 (Aechmea nudicaulis var. aureorosea); 1149, 1159 (Billbergia
euphemiae var. nudiflora); 1165 (Vriesea ensiformis var. bicolor (paula 1998)); 1165, 11910 (Alcantarea imperialis); 12167
(Tillandsia stricta); 1301 (Portea silveirae); 1301, 1536 (Nidularium azureum); 1536, 1536, 1596 (Billbergia euphemiae); 1640
(Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 1732 (Pitcairnia flammea var. floccosa); 1732, 1744 (Portea silveirae); 1919 (Billbergia
pohliana); 1919, 1968 (Aechmea lamarchei); 2548 (Neoregelia cyanea); 910 (Tillandsia recurvata); 910, 943 (Acanthostachys
strobilacea); 943, s.n., s.n. (Alcantarea imperialis).
Heringer, P. 12031 (Billbergia reichardtii).
Heron 286 (Aechmea bambusoides).
Hoehn, M. sem n º (Bromelia antiacantha).
Hoehne s.n. (Aechmea distichantha var. distichantha); s.n. (Aechmea distichantha var. glaziovii); s.n. (Billbergia distachia var.
distachia); s.n., s.n. (Bromelia antiacantha).
Hoehne, F.C. 26 (Billbergia horrida); 26688 (Tillandsia tenuifolia); 27 (Portea petropolitana var. noettigii); s.n. (Aechmea
nudicaulis var. aureorosea); s.n. (Portea petropolitana var. noettigii); s.n. (Tillandsia recurvata); s.n. (Tillandsia tenuifolia var.
vaginata); s.n. (Vriesea friburgensis var. tucumanesis); s.n. (Aechmea distichantha); sem nº, s.n. (Billbergia distachia); s.n.
(Canistrum ex. wittr cyathiforme); s.n. (Pitcairnia decidua); s.n. (Tillandsia geminiflora); s.n. (Tillandsia tenuifolia var.
tenuifolia); s.n. (Vriesea carinata).
Hutchinson, P.C. 8948 (Dyckia tuberosa); 8951 (Tillandsia tenuifolia var. saxicola).
Hutchison, C. 8948 (Dyckia tuberosa).
Hutchison, P.C. 8945 (Aechmea distichantha); 8951 (Tillandsia tenuifolia); 8951 (Tillandsia tenuifolia var. saxicola).
Irwin, H.S. 2314 (Tillandsia stricta); 2315 (Tillandsia recurvata); 2316 (Tillandsia tenuifolia); 2316, 2316, 28245 (Aechmea
phanerophlebia).
Javar, L. s.n. (Tillandsia geminiflora).
Jouvin, P.P. 233 (Aechmea vanhoutteana); 255 (Aechmea phanerophlebia).
Jung-Mendacolli, S.L. 687 (Tillandsia stricta).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
308
Apêndices
Jung-Mendaçolli, S.L. s.n. (sp.).
Junquiera, A.B. 204 (Tillandsia geminiflora).
Kamino, L.H.Y. 77 (Aechmea distichantha).
Kautsky, R. 880 (Aechmea distichantha var. schlumbergeri).
Kinoshita, L.S. 04/60 (sp.); 04/63 (Vriesea interrogatoria); 04/77 (Billbergia distachia); 1 (Vriesea interrogatoria); 19462
(Dyckia argentea); 95, 9 (Pitcairnia flammea); 95.20 (Nidularium corallinum); 95.8 (Vriesea altodaserrae); 9522 (Canistrum
giganteum); 98-448 (Dyckia minarum); 98551 (Aechmea nudicaulis).
Konno, T. 728 (Nidularium itatiaiae).
Koscinski, M. 329 (Tillandsia stricta).
Krieger, L. 11472 (Tillandsia usneoides); 11815 (Billbergia euphemiae); 11816 (Billbergia horrida); 11816, 11816, 11817
(Aechmea ramosa); 11817, 11817, 11817, 11817, 11825 (Tillandsia tricholepis); 120 (Billbergia amoena); 13227 (Vriesea
hoehneana); 13227, 15529 (Tillandsia stricta); 15531 (Alcantarea imperialis); 15531, 15531 (Billbergia horrida); 15533 (Portea
petropolitana); 15534 (Tillandsia geminiflora); 20461 (Tillandsia recurvata); 20461, 211 (Vriesea billbergioides); 211, 211, 217
(Quesnelia kautskyi); 217, 217, 23208 (Dyckia bracteata); 23208, 23488 (Tillandsia recurvata); 23559 (Pitcairnia decidua);
23559, 23559, 24436 (Dyckia sp 1); 24447 (Tillandsia tenuifolia); 24728 (Vriesea heterostachys); 24779 (Billbergia distachia);
251 (Dyckia bracteata); 251, 7032 (Portea petropolitana var. noettigii); 7032, 7797 (Tillandsia stricta); 829 (Vriesea ruschii ssp.
leonii); 829, 8863 (Tillandsia recurvata); 8863, 8930 (Quesnelia indecora); 9031 (Vriesea heterostachys); 9031, 9050 (Quesnelia
indecora); 9050, 9114 (Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia); 9143 (Billbergia minarum); 9143, 9199 (Aechmea ramosa);
9199, 9199, 9199, 9209 (Billbergia horrida); 9277 (Billbergia minarum); 9277, 9298 (Vriesea cacuminis); 9298, 938 (Tillandsia
stricta); 938, 9508, 9867 (Vriesea ensiformis); 996 (Dyckia bracteata); FPNC 0540, s.n. (Tillandsia stricta); s.n.; 11472
(Tillandsia usneoides); 11815 (Billbergia euphemiae var. euphemiae); 11817 (Aechmea ramosa var. ramosa); 13227 (Vriesea
hoehneana); 15531 (Alcantarea imperialis); 20461 (Tillandsia recurvata); 23977 (Vriesea ruschii ? leonii); 24013 (Tillandsia
stricta); 24356 (Aechmea distichantha); 8304 (Tillandsia recurvata); 8304, 8304, 8304, 8304, 8304, 8304, 8304, 8863, 9143
(Billbergia minarum); 9199 (Aechmea ramosa var. ramosa); 9277 (Billbergia distachia); 9298 (Vriesea cacuminis); 9974
(Aechmea bambusoides); FPNC 0217 (Quesnelia kautskyi); FPNC 120 (Billbergia amoena var. amoena); FPNC 211 (Vriesea
billbergioides); FPNC 211 (Vriesea billbergioides ? billbergioide); FPNC 217 (Quesnelia kautskyi).
Kuhlman, M. 1039 (Vriesea carinata); 1559 (Acanthostachys strobilacea); 2896 (Vriesea ensiformis); 346 (Vriesea lubbersii);
4037 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 407 (Acanthostachys strobilacea); 408 (Billbergia zebrina); 409 (Vriesea bituminosa);
409, s.n. (Aechmea vanhoutteana); s.n. (Vriesea sceptrum).
Kuhlmann 410 (Aechmea distichantha).
Kuhlmann, J.G. 145 (Pitcairnia carinata); 1559 (Acanthostachys strobilacea); 2017 (Tillandsia recurvata); 2431 (Aechmea
distichantha var. glaziovii); 2605 (Aechmea nudicaulis var. cuspidata); 2606 (Aechmea distichantha var. glaziovii); 407
(Acanthostachys strobilacea); 408 (Billbergia zebrina); 410 (Aechmea distichantha var. glaziovii); 6981 (Tillandsia tenuifolia);
s.n. (Aechmea nudicaulis); s.n., s.n. (Billbergia amoena); s.n. (Billbergia euphemiae); s.n. (Billbergia lymanii); s.n. (Billbergia
sp.); s.n. (Billbergia tweedieana var. latisepala); s.n., s.n., s.n. (Tillandsia polystachia); s.n. (Tillandsia recurvata); s.n. (Tillandsia
tenuifolia); s.n. (Tillandsia tenuifolia var. tenuifolia); s.n. (Vriesea platynema ? platynema); s.n., s.n. (Vriesea sceptrum ?
sceptrum).
Kuhlmann, K. 947 (Fernseea itatiaiae).
Kuhlmann, M. 141 (Tillandsia recurvata); 1813 (Billbergia distachia); 1818 (Tillandsia recurvata); 1885 (Tillandsia tenuifolia);
1885, 2201 (Vriesea sceptrum); 2431 (Aechmea distichantha var. glaziovii); 2604 (Vriesea pardalina); 2605 (Aechmea nudicaulis
var. cuspidata); 2606 (Aechmea distichantha var. glaziovii); 262 (Tillandsia stricta); 358 (Tillandsia tenuifolia); 358 (Tillandsia
tenuifolia var. tenuifolia); 4015 (Nidularium longiflorum); 4114, 512 (Billbergia distachia var. distachia); 981 (Canistrum ex.
wittr cyathiforme); s.n., s.n. (Tillandsia polystachya); s.n. (Tillandsia tricholepis); s.n. (Vriesea sazimae); s.n. (Vriesea sceptrum).
Leite, J.E. 3506 (Billbergia distachia var. distachia); 3905 (Pitcairnia flammea var. floccosa).
Leitman, M. 164 (Billbergia amoena); 165 (Quesnelia kautskyi); 166 (Billbergia saundersii); 177 (Vriesea sp.); 181 (Billbergia
sanderiana); 182 (Tillandsia globosa).
Leitão Filho, H. 3143 (Tillandsia geminiflora).
Leitão Filho, H.F. 11781 (Tillandsia streptocarpa); 11781, 11821 (Tillandsia tenuifolia); 11822 (Tillandsia stricta); 11824
(Dyckia minarum); 11955 (Tillandsia stricta); 12072 (Dyckia sp 5); 15314 (Tillandsia tenuifolia); 15316 (Tillandsia
streptocarpa); 15345 (Tillandsia stricta); 15375 (Tillandsia tenuifolia); 97 (Billbergia distachia var. concolor).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
309
Apêndices
Leitão-Filho, H.F. s.n. (Quesnelia sp).
Leme, E. 722 (Billbergia distachia).
Leme, E.M.C. 1110 (Nidularium meeanum); 1155 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 1371 (Neoregelia fosteriana); 1372
(Vriesea penduliflora); 1373 (Nidularium bicolor); 1415 (Nidularium itatiaiae); 1415, 1415, 1415, 1466 (Nidularium ferdinando-
coburgii); 1468 (Dyckia saxatilis); 1469 (Tillandsia gardneri); 1470 (Tillandsia chapeuensis); 1471 (Tillandsia stricta); 1472
(Aechmea phanerophlebia); 1473 (Vriesea friburgensis var. paludosa); 1474 (Aechmea bromeliifolia); 1476 (Vriesea
longicaulis); 1477 (Vriesea heterostachys); 1478 (Neoregelia lymaniana); 1478, 1479 (Canistrum ex. wittr giganteum); 1480
(Pitcairnia curvidens); 1481 (Vriesea cacuminis); 1483 (Vriesea penduliflora); 1484 (Nidularium ferdinando-coburgii); 1485
(Neoregelia ibitipocensis); 1486 (Vriesea hoehneana); 1486, 1487 (Vriesea bituminosa); 1488 (Aechmea nudicaulis var.
aureorosea); 1489 (Tillandsia graomogolensis); 1490 (Tillandsia recurvata); 1491 (Tillandsia tenuifolia); 1492 (Neoregelia
sarmentosa); 1494 (Nidularium marigoi); 1494, 1494, 1496 (Vriesea hoehneana); 1679 (Canistrum auratum); 1789 (Vriesea
longicaulis); 1790 (Neoregelia ibitipocensis); 1791, 1793 (Nidularium bicolor); 1794 (Tillandsia usneoides); 1795 (Pitcairnia
flammea var. glabrior); 1943 (Nidularium bicolor); 1948 (Aechmea lamarchei); 1951 (Nidularium antoineanum); 1998
(Nidularium apiculatum var. apiculatum); 1999, 2000 (Nidularium apiculatum var. serrulatum); 2126 (Neoregelia lymaniana);
2166 (Canistrum ex. wittr giganteum); 2166, 2167 (Neoregelia lymaniana); 2167, 2169 (Nidularium antoineanum); 2169, 2171
(Vriesea ruschii ssp. leonii); 2172 (Aechmea lamarchei); 2172, 2174 (Neoregelia brownii); 2174, 2278 (Nidularium bicolor);
2760 (Billbergia lymanii); 3307 (Nidularium itatiaiae); 3403 (Nidularium bicolor); 3406 (Billbergia reichardtii); 3408 (Portea
silveirae); 3410 (Vriesea rafaelii); 3411 (Nidularium purpureum); 3414 (Nidularium azureum); 3560 (Quesnelia stroblispica);
4553 (Nidularium antoineanum); 672 (Aechmea bambusoides); 672, 674 (Vriesea carinata var. flavo-miniata); 674 (Vriesea
carinata var. flavominiata); 707 (Canistrum ex. wittr giganteum); 707, 709 (Vriesea carinata); 709 (Vriesea interrogatoria); 709,
711 (Nidularium bicolor); 711, 714 (Vriesea paraibica); 717 (Canistropsis marceloi); 719 (Nidularium apiculatum var.
apiculatum); 720, 721 (Nidularium bicolor); 724 (Vriesea morrenii); 724, 770 (Nidularium rutilans); 887 (Nidularium
purpureum); 934 (Billbergia x claudioi); 937 (Nidularium marigoi); s.n. (Canistrum ex. wittr tenuisepala); s.n..
Leoni, L.S. 1049 (Dyckia cinerea); 1051 (Alcantarea extensa); 1051, 1051, 1252 (Vriesea heterostachys); 1252, 1252, 1291
(Portea petropolitana var. noettigii); 1360 (Vriesea ensiformis var. ensiformis bicolor (paula); 145 (Tillandsia recurvata); 1514
(Nidularium antoineanum); 1527 (Pitcairnia carinata); 1580 (Vriesea arachnoidea); 1581 (Canistrum ex. wittr lindenii var. rosea);
1664 (Billbergia iridifolia var. iridifolia); 1842 (Billbergia vittata); 1929 (Bromelia balansae); 1931 (Neoregelia oligantha); 1932
(Vriesea longicaulis); 1946 (Vriesea procera var. tenuis); 1966 (Billbergia euphemiae var. euphemiae); 1967 (Tillandsia
loliacea); 1967 (Tillandsia tricholepis); 1968 (Vriesea ruschii ssp. leonii); 1968 (Vriesea ruschii subsp. leonii); 1979 (Vriesea
itatiaiae); 1979, 1995 (Billbergia amoena var. robertiana); 1996 (Tillandsia geminiflora); 2 (Tillandsia recurvata); 2001
(Neoregelia chlorosticta); 2017 (Vriesea bituminosa); 2017, 2027 (Bromelia antiacantha); 2027 (Bromelia balansae); 2042
(Dyckia bracteata); 2176 (Nidularium antoineanum); 2188 (Vriesea crassa); 2194 (Canistrum ex. wittr giganteum); 2196
(Aechmea organensis); 2202 (Vriesea carinata var. flavominiata); 2221 (Aechmea ramosa var. ramosa); 2234 (Aechmea
pineliana); 2234, 225 (Tillandsia polystachia); 2255 (Aechmea roberto-anselmoi); 2261 (Neoregelia sp. possível sp nova); 2304
(Dyckia bracteata); 2345 (Neoregelia farinosa); 2350 (Aechmea pineliana); 2357 (Vriesea racinae); 2361 (Ananas bracteatus);
2378 (Nidularium sp o elton viu e ñ identi); 2379 (Billbergia lymanii); 2445 (Tillandsia gardneri); 2459 (Vriesea scalaris); 2485
(Pitcairnia decidua); 2485, 2495 (Billbergia porteana); 2515 (Pitcairnia decidua); 253??? (Nidularium antoineanum); 2573
(Aechmea lamarchei); 2594 (Dyckia cinerea); 2604 (Aechmea lamarchei); 2636 (Quesnelia strobilispica); 2681 (Vriesea ruschii
subsp. leonii); 2703 (Neoregelia lymaniana); 2704 (Vriesea guttata); 2741 (Pitcairnia carinata); 2760 (Vriesea billbergioides);
2761 (Vriesea crassa); 2783 (Pitcairnia flammea var. flammea); 2805 (Aechmea organensis); 2818 (Tillandsia recurvata); 2850
(Tillandsia tenuifolia); 2856 (Vriesea heterostachys); 2880 (Vriesea saxicola); 2891 (Vriesea ruschii subsp. leonii); 2899
(Nidularium antoineanum); 2913 (Billbergia pohliana); 2916 (Vriesea ensiformis); 2920 (Tillandsia tricholepis); 2941 (Tillandsia
stricta); 2954 (Vriesea guttata); 2985 (Dyckia cinerea); 3015 (Quesnelia quesneliana); 3030 (Tillandsia geminiflora); 3037
(Aechmea lamarchei); 304 (Aechmea phanerophlebia); 304, 308? (Quesnelia quesneliana); 309? (Quesnelia strobilispica); 3173
(Pitcairnia decidua); 3262, 3291 (Vriesea billbergioides); 3298 (Billbergia vittata); 3298, 3299 (Vriesea gutatta); 3300 (Vriesea
inflata); 3384 (Quesnelia kautskyi); 3384, 3385 (Aechmea nudicaulis); 3401 (Aechmea vanhoutteana); 3401, 3415 (Tillandsia
geminiflora); 3415 (Tillandsia stricta); 3445 (Canistrum ex. wittr giganteum); 3475 (Dyckia bracteata); 3581 (Billbergia
euphemiae); 3654 (Tillandsia recurvata); 3654, 3672 (Vriesea billbergioides); 3691 (Billbergia lymanii); 3691, 3708 (Quesnelia
strobilispica); 3709 (Aechmea pineliana); 373 (Tillandsia usneoides); 373, 3753 (Nidularium antoineanum); 3788 (Pitcairnia
carinata); 3933 (Quesnelia strobilispica); 3994 (Tillandsia stricta); 4021 (Billbergia euphemiae); 403 (Tillandsia stricta); 403,
4110 (Pitcairnia carinata); 4158 (Billbergia lymanii); 4225 (Vriesea carinata var. flavominiata); 4281 (Bromelia balansae); 4355
(Vriesea lubbersii); 4357 (Tillandsia juncea); 4387 (Aechmea roberto-anselmoi); 450 (Billbergia amoena); 464 (Billbergia
tweedieana); 464 (Billbergia tweedieana var. latisepala); 4679 (Aechmea phanerophlebia); 4687 (Aechmea lamarchei); 4752
(Quesnelia strobilispica); 4808 (Alcantarea nahoumi); 4916 (Pitcairnia decidua); 4970 (Tillandsia usneoides); 4971 (Tillandsia
tricholepis); 5044 (Nidularium antoineanum); 5050 (Aechmea lamarchei); 5077 (Quesnelia quesneliana); 54 (Tillandsia stricta);
5402 (Aechmea lamarchei); 5470 (Billbergia horrida); 5471 (Tillandsia recurvata); 5477, 5479 (Billbergia iridifolia); 5483
(Dyckia cinerea); 5663 (Billbergia vittata); 5871 (Nidularium antoineanum); 6067 (Vriesea ensiformis); 6091 (Pitcairnia
carinata); 6099 (Vriesea crassa); 6134 (Dyckia bracteata); 6295 (Aechmea ramosa); 6352 (Alacantarea extensa); 6479
(Nidularium antoineanum); 6483 (Aechmea organensis); 6500 (Billbergia vittata); 6577 (Tillandsia recurvata); 6609 (Billbergia
iridifolia); 718 (Pitcairnia decidua); 730 (Billbergia porteana); 730 (Billbergia zebrina); 812 (Aechmea lamarchei); 824
(Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 824, 832 (Aechmea lamarchei); 832, 832, 956 (Tillandsia globosa); 956, s.n. (Nidularium
antoineanum); s.n. (Tillandsia stricta); s.n. (Acanthostachys strobilacea); s.n. (Aechmea lamarchei); s.n. (Aechmea nudicaulis
var. aureo-rosea); s.n. (Aechmea nudicaulis var. nudicaulis); s.n. (Aechmea phanerophlebia); s.n. (Aechmea ramosa var. ramosa);
s.n. (Billbergia amoena var. amoena); sem nº, s.n. (Billbergia horrida var. horrida); s.n. (Billbergia iridifolia var. iridifolia); s.n.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
310
Apêndices
(Billbergia lymanii var. angustifolia); s.n. (Billbergia vittata); s.n. (Nidularium marigoi); s.n. (Tillandsia globosa var. globosa);
s.n. (Tillandsia tenuifolia var. vaginata).
Lima, H.C. 2538 (Fernseea itatiaiae); 2569 (Dyckia bracteata).
Lima, H.C. de 1780 (Billbergia sp.); 2538 (Fernseea itatiaiae).
Lindenberg 564 (Billbergia distachia var. distachia).
Loefgren, A. 3569 (Pitcairnia flammea var. glabrior); 462 (Dyckia tuberosa).
Lombardi, J.A. 2354 (Billbergia horrida); 2383 (Aechmea ramosa); 4397 (Billbergia distachia); 524 (Billbergia leptopoda).
Lopes, M.A. 43 (Aechmea ramosa).
Lourenço, R.A. 165 (Dyckia sp - lavras).
Luetzelburg, V. s.n. (Billbergia amoena var. amoena); s.n. (Billbergia pyramidalis ? pyramidalis).
Luiz 20 (Pitcairnia flammea var. flammea).
Luther, H.E. s.n. (Aechmea bruggeri); s.n..
Lutz 20 (Pitcairnia flammea var. flammea).
Lutz, A. 1193 (Dyckia bracteata); 1194 (Pitcairnia carinata); 562 (Fernseea itatiaiae).
Lutz, B. 2 (Aechmea ramosa); s.n. (Vriesea ensiformis); s.n., s.n. (Aechmea nudicaulis var. cuspidata); s.n. (Fernseea itatiaiae).
Lüderwaldt, H. 103 (Vriesea itatiaiae).
Magalhães 2317 (Vriesea interrogatoria).
Magalhães, H. 1020 (Vriesea modesta); 1221 (Tillandsia stricta); 1223 (Vriesea ensiformis); 1228 (Tillandsia tenuifolia); 1296
(Aechmea nudicaulis); 1354 (Billbergia minarum); 1395 (Nidularium ferdinando-coburgii); 1413 (Tillandsia gardneri); 1504
(Vriesea longicaulis); 1585 (Canistrum ex. wittr giganteum); 1586 (Vriesea cacuminis); 1603 (Billbergia sp); 1618 (Billbergia
distachia); 1645 (Aechmea ramosa); 2230 (Vriesea pardalina); 298 (Dyckia minarum).
Magalhães, M. 5296 (Billbergia amoena var. minor).
Marigo, L.C. s.n. (Vriesea billbergioides ? billbergioide).
Marilene 11577 (Vriesea ensiformis var. ensiformis); 9975 (Aechmea nudicaulis).
Marquete, R. 3082 (Billbergia distachia); 3224 (Pitcairnia flammea); 329 (Billbergia amoena); 3418 (Vriesea ensiformes); 3418
(Vriesea sp.).
Martinelli, G. 10763 (Vriesea interrogatoria); 10763, 10763, 10763, 10763, 10763, 10808 (Nidularium itatiaiae); 10808, 10808,
10808, 10847 (Fernseea itatiaiae); 10847, 10847, 1088, 1088, 1090 (Nidularium marigoi); 1090, 1090, 1091 (Aechmea
distichantha var. glaziovii); 15170 (Pitcairnia carinata); 15170, 15171 (Dyckia bracteata); 15173 (Vriesea billbergioides ?
billbergioide); 15173 (Vriesea billbergioides var. billbergioides); 15173, 15175 (Vriesea crassa); 15178 (Vriesea guttata var.
guttata); 15179 (Pitcairnia decidua); 15184 (Quesnelia kautskyi); 15184, 15185 (Vriesea ruschii ssp. leonii); 15186 (Tillandsia
geminiflora); 15186, 15187 (Vriesea longicaulis); 15193 (Vriesea heterostachys); 15196 (Tillandsia geminiflora); 15197
(Nidularium marigoi); 15199 (Neoregelia lymaniana); 15201 (Neoregelia ruschii); 15201, 15201 (Vriesea heterostachys); 15202,
15202, 15206, 15208 (Tillandsia geminiflora); 15208, 15210 (Vriesea arachnoidea); 15210, 15213 (Vriesea longicaulis); 15213,
15221 (Pitcairnia carinata); 15221, 15226 (Quesnelia strobilispica); 15226 (Quesnelia stroblispica); 15229 (Billbergia horrida);
15231 (Billbergia zebrina); 15236 (Portea petropolitana var. noettigii); 15254 (Vriesea interrogatoria); 15255 (Tillandsia
geminiflora var. geminiflora); 15256 (Tillandsia tenuifolia); 15256, 15257 (Tillandsia recurvata); 15257, 15258 (Vriesea
friburgensis); 15258, 15259 (Billbergia distachia); 15260 (Nidularium marigoi); 15260, 15264 (Vriesea itatiaiae); 15265 (Vriesea
platynema var. platynema); 15267 (Vriesea sceptrum); 15267, 15271 (Tillandsia geminiflora); 15271 (Tillandsia stricta); 15271,
15271-A (Tillandsia geminiflora); 15273 (Pitcairnia flammea); 15273, 15275 (Vriesea hoehneana); 15275, 15279 (Billbergia
distachia); 15281 (Vriesea friburgensis); 15281, 15283 (Billbergia alfonsijoannis); 15283 (Billbergia porteana); 15290
(Nidularium bicolor); 15290, 15290, 15290, 15291 (Billbergia distachia); 15293 (Neoregelia oligantha); 15293, 15293, 15293,
15293, 15293, 15293, 15297 (Nidularium bicolor); 15301 (Vriesea heterostachys); 15304 (Tillandsia stricta); 15304, 15307
(Vriesea cacuminis); 15307, 15307, 15307, 15307, 15308 (Dyckia saxatilis); 15309 (Vriesea hoehneana); 15309, 15309, 15310
(Vriesea friburgensis); 15310, 15311 (Vriesea penduliflora); 15311, 15311, 15311, 15311, 15313 (Canistrum ex. wittr
giganteum); 15313, 15314 (Vriesea longicaulis); 15314, 15314, 15314, 15314, 15317 (Neoregelia ibitipocensis); 15317, 15317,
15325 (Aechmea phanerophlebia); 15325, 1551 (Aechmea bambusoides); 1551, 1593 (Neoregelia sp.); 1594 (Tillandsia
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
311
Apêndices
polystachia); 1595 (Aechmea ramosa var. ramosa); 1606 (Fernseea itatiaiae); 1606, 1623 (Vriesea itatiaiae); 3213 (Vriesea
bituminosa); 3213, 3215 (Aechmea vanhoutteana); 3219 (Fernseea itatiaiae); 3219, 3243 (Aechmea distichantha var. glaziovii);
3253 (Nidularium itatiaiae); 3253, 3259 (Vriesea gradata var. gradata); 3261 (Neoregelia chlorosticta); 4777 (Aechmea
distichantha var. distichantha); 4779 (Tillandsia recurvata); 4781 (Cryptanthus schwackeanus); 4783 (Tillandsia gardneri); 480
(Fernseea itatiaiae); 480, 4811 (Tillandsia usneoides); 4811, 4814 (Dyckia argentea); 4825 (Tillandsia stricta); 4825, 5781
(Fernseea itatiaiae); 6193 (Racinaea aerisincola); 6193, 7389 (Fernseea itatiaiae); 7389, 7767, 7767, 7769 (Aechmea distichantha
var. glaziovii); s.n. (Neoregelia chlorosticta); sem nº.
Martins, A.B. 35667 (Tillandsia tenuifolia).
Martins, M. s.n. (Dyckia argentea).
Martins, S.E. 868 (Nidularium sp parece dif. de marigoi); 869 (Ananas bracteatus); 870 (Aechmea vanhoutteana).
Matozinhos, C.N. 157 (Vriesea friburgensis); 17 (Dyckia princeps); 175 (Vriesea heterostachys); 182 (Aechmea nudicaulis); 183
(Canistrum ex. wittr giganteum); 185 (Vriesea heterostachys); 186 (Vriesea longicaulis); 187 (Vriesea hoehneana); 213
(Tillandsia tenuifolia); 25 (Tillandsia globosa); 26 (Billbergia distachia); 27 (Vriesea modesta); 271 (Racinaea aerisincola); 28
(Aechmea bruggeri); 284 (Vriesea heterostachys); 294 (Dyckia princeps); 34 (Tillandsia geminiflora); 76 (Vriesea gradata); 79
(Tillandsia globosa); 80 (Tillandsia geminiflora); 91 (Billbergia zebrina); 97 (Vriesea procera var. tenuis).
Matteo, B.C. 538 (Billbergia sp não achei).
Mattos, J. 14958 (Vriesea sazimae); 14993 (Tillandsia stricta var. disticha); 14994 (Billbergia distachia); 14996 (Aechmea
distichantha); 14997 (Vriesea sazimae); 14998, 150001 (Nidularium marigoi); 15001, 15002, 15026 (Canistrum ex. wittr
cyathiforme); 15026, 15155 (Aechmea vanhoutteana); 15250 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 15250.
Mazzini s.n. (Pitcairnia decidua).
Mee, M. 55 (Aechmea vanhoutteana); s.n. (Billbergia vittata); sem nº, sem nº.
Meireles, L.D. 1029 (Vriesea bituminosa).
Mello Barreto, H. 4424 (Acanthostachys strobilacea); 4424.
Mello Barreto, H.L. 4424.
Mello Filho, L.E. 1304 (Quesnelia liboniana).
Mello Silva, R. CFCR 5821 (Dyckia sp - são tomé).
Mello, L.E. 3941 (Billbergia distachia var. distachia).
Mello-Silva, R. 2850 (Pitcairnia curvidens); 2850, 2850 (Pitcairnia flammea); 2850, 2878, 5875 (Dyckia sp - são tomé); s.n.
(Dyckia brevifolia); s.n. (Tillandsia gardneri).
Melo, G.A.R. 38 (Dyckia lagoensis).
Mendes Magalhães, G. 5669 (Tillandsia recurvata); 8432 (Billbergia amoena); 9888 (Dyckia lagoensis); 9888, s.n. (Pitcairnia
flammea var. macropoda); s.n., s.n., sem nº.
Menescal, R. s.n. (Canistrum ex. wittr cyathiforme); s.n. (Nidularium apiculatum var. apiculatum); sem nº.
Menezes-Junior, A. s.n. (Tillandsia recurvata).
Menini Neto, L. 298 (Vriesea penduliflora).
Menini-Nero, L. s.n. (Nidularium bicolor).
Menini-Neto, L. s.n. (Tillandsia tenuifolia).
Menu, H. s.n. (Dyckia sp - perto de lavras).
Mexia 4967 (Billbergia horrida var. horrida); 4975a (Billbergia iridifolia ? iridifolia); 5563 (Billbergia porteana).
Mexia, Y. 4316 (Aechmea lamarchei); 4967 (Billbergia horrida); 4972 (Aechmea lamarchei); 4972, 4998 (Billbergia iridifolia);
5239 (Tillandsia geminiflora).
Mez, H. 1354 (Billbergia elegans).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
312
Apêndices
Mimura, I. 357 (Bromelia antiacantha); 556 (Dyckia tuberosa).
Mimure, I. 206 (Bromelia antiacantha).
Molasco, P. 32 (Aechmea vanhoutteana).
Monteiro, L. 132 (Dyckia brevifolia).
Monteiro, R.F. 1 (Vriesea cacuminis); 10 (Vriesea friburgensis); 11, 12 (Tillandsia streptocarpa ? streptocarpa); 13 (Aechmea
nudicaulis); 14 (Tillandsia gardneri); 15 (Tillandsia geminiflora); 2 (Dyckia saxatilis); 20 (Vriesea heterostachys); 21 (Vriesea
hoehneana); 22 (Vriesea penduliflora); 23 (Pitcairnia flammea); 24 (Nidularium ferdinando-coburgii); 25 (Vriesea guttata); 26
(Billbergia distachia); 26, 27, 28 (Vriesea bituminosa); 29 (Canistrum ex. wittr giganteum); 3 (Tillandsia geminiflora); 34
(Vriesea longicaulis); 35 (Pitcairnia curvidens); 36 (Dyckia saxatilis); 37 (Billbergia distachia); 38 (Neoregelia oligantha); 39
(Aechmea phanerophlebia); 4 (Vriesea penduliflora); 40 (Nidularium ferdinando-coburgii); 41 (Dyckia saxatilis); 42 (Nidularium
ferdinando-coburgii); 47 (Vriesea friburgensis); 48 (Aechmea nudicaulis); 48, 49 (Nidularium ferdinando-coburgii); 50
(Tillandsia recurvata); 51 (Tillandsia gardneri); 52 (Vriesea longicaulis); 6 (Tillandsia stricta); 7 (Billbergia distachia); 8
(Billbergia alfonsijoannis); 9 (Tillandsia gardneri).
Moraes, M. 164 (Billbergia amoena); 165 (Billbergia sp.); 182 (Tillandsia globosa).
Moreira, C. 5 (Tillandsia crocata).
Moreira, O.S.T. 24576 (Ananas bracteatus); 24578 (Billbergia euphemiae); 24591 (Vriesea ensiformis); 24591 (Vriesea
gradata).
Mosén, H. 1729 (Aechmea distichantha var. distichantha); 1731 (Acanthostachys strobilacea); 4430 (Billbergia zebrina); 4434
(Pitcairnia flammea var. floccosa).
Mota, R.C. 1274 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 1274, 1275 (Aechmea nudicaulis); 1275, 1276 (Billbergia distachia); 1276,
1277 (Aechmea distichantha); 1277, 1278 (Tillandsia geminiflora); 1279 (Tillandsia tenuifolia); 1280 (Vriesea sceptrum); 466
(Aechmea distichantha).
Moura, R. 189 (Aechmea nudicaulis); 340 (Tillandsia globosa); 341 (Tillandsia stricta); 342 (Tillandsia usneoides); 344
(Neoregelia sarmentosa); 73 (Aechmea distichantha); 74 (Billbergia elegans); 75 (Aechmea distichantha); 77 (Tillandsia
tenuifolia); 78 (Billbergia elegans); 79 (Tillandsia polystachia); 80.
Moutinho 41 (Billbergia vittata);.
Mynssen, C.M. 747 (Billbergia euphemiae var. nudiflora); 967 (Pitcairnia flammea).
Nahoum, P. s.n. (Neoregelia chlorosticta); s.n. (Nidularium bicolor).
Nahoumi, P. sem nº.
Neves, A. 125 (Acanthostachys strobilacea).
Nicolau, S.A. 721 (Vriesea ensiformis).
Nolasco, P. 03 (Aechmea ramosa var. ramosa); 19 (Tillandsia recurvata); 19.
Occhioni, P. 1120 (Billbergia distachia).
Ogusuku, L.M. s.n. (Tillandsia recurvata).
Oliveira s.n. (Aechmea ramosa var. ramosa).
Oliveira, A.R. s.n. (Vriesea heterostachys).
Oliveira, J.E. 365 (Pitcairnia flammea var. floccosa); 365 (Pitcairnia flammea var. macropoda); 365, 365, 578 (Pitcairnia
decidua); 579, s.n. (Pitcairnia flammea var. macropoda).
Oliveira, J.R.V. s.n. (Tillandsia stricta).
Oliveira, R.C. 116, 76 (Pitcairnia flammea).
Ostermeyer, R. s.n. (Pitcairnia flammea var. floccosa); s.n. (Tillandsia gardneri); s.n. (Tillandsia tenuifolia var. saxicola).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
313
Apêndices
Pabst, G.F.J. 4073 (Billbergia distachia); 4129 (Dyckia pectinata); 4258 (Dyckia monticola); 4628 (Tillandsia tenuifolia var.
vaginata); s.n..
Paiva, R.L. 93-040-00 (Tillandsia tricholepis).
Palhais, C.B. 149 (Quesnelia augusto-coburgii); 150 (Nidularium longiflorum); 35 (Tillandsia globosa); 37 (Tillandsia
polystachia); 38 (Tillandsia geminiflora); 44 (Aechmea lamarchei); 46 (Tillandsia recurvata).
Pansarim, E.R. 97/82 (Tillandsia streptocarpa).
Paula, C.C. 09 (Aechmea distichantha); 1000 (Tillandsia recurvata); 1001 (Tillandsia tenuifolia); 1002 (Vriesea schwackeana);
1003 (Vriesea heterostachys); 1004 (Aechmea organensis); 1005 (Tillandsia usneoides); 1006 (Vriesea billbergioides); 1006,
1007 (Vriesea guttata); 1008 (Alcantarea extensa); 1009 (Vriesea longicaulis); 1010, 1011 (Pitcairnia decidua); 1012 (Neoregelia
brownii); 1013 (Tillandsia recurvata); 1014 (Tillandsia stricta); 1015 (Vriesea heterostachys); 1019 (Tillandsia recurvata); 1020
(Tillandsia gardneri); 1021 (Aechmea nudicaulis var. aureorosea); 1022 (Aechmea ramosa); 1023 (Canistrum ex. wittr lindenii
var. rosea); 1023, 1024 (Pitcairnia flammea); 1025 (Dyckia cinerea); 1026 (Pitcairnia decidua); 1027 (Vriesea arachnoidea); 1028
(Billbergia horrida); 1029 (Quesnelia strobilispica); 1030 (Pitcairnia flammea); 1031 (Tillandsia geminiflora); 1032 (Aechmea
lamarchei); 1033 (Neoregelia simulans); 1034 (Nidularium antoineanum); 1036 (Vriesea heterostachys); 1037 (Nidularium
rutilans); 1038 (Vriesea ensiformis var. bicolor (paula 1998)); 1038, 1039 (Aechmea nudicaulis); 1044 (Tillandsia geminiflora);
1045 (Aechmea lamarchei); 1047 (Quesnelia strobilispica); 1048 (Billbergia horrida); 1051 (Aechmea nudicaulis); 1052, 1055
(Canistrum ex. wittr giganteum); 1056 (Aechmea nudicaulis); 1058 (Billbergia euphemiae); 1059 (Billbergia vittata); 1062
(Vriesea guttata); 1064, 1064 (Vriesea scalaris); 1065 (Tillandsia stricta forma nivea); 1066 (Aechmea vanhoutteana); 1067
(Bromelia antiacantha); 1068 (Nidularium antoineanum); 1068, 1071 (Vriesea ruschii ssp. leonii); 1072, 1073 (Billbergia vittata);
1074 (Pitcairnia carinata); 1075 (Vriesea morrenii); 1076 (Vriesea bituminosa); 1077 (Vriesea schwackeana); 1078 (Billbergia
vittata); 1079 (Dyckia cinerea); 1080 (Pitcairnia carinata); 1087 (Tillandsia stricta); 1088 (Tillandsia gardneri); 1089 (Aechmea
organensis); 1090 (Pitcairnia carinata); 1092 (Alcantarea extensa); 1095 (Vriesea guttata); 1096 (Tillandsia tenuifolia); 1097
(Aechmea nudicaulis); 1098 (Billbergia lymanii); 1099 (Billbergia euphemiae); 1100, 1108 (Vriesea bituminosa); 1129
(Billbergia vittata); 1130 (Aechmea lamarchei); 1132 (Dyckia cinerea); 1133 (Alcantarea extensa); 1138 (Acanthostachys
strobilacea); 1139 (Vriesea longicaulis); 1142 (Billbergia horrida); 1154 (Billbergia zebrina); 1170 (Nidularium antoineanum);
1199 (Tillandsia stricta); 1240 (Billbergia horrida); 1263 (Neoregelia lymaniana); 1264 (Dyckia cinerea); 1265 (Ananas
bracteatus); 1266 (Quesnelia strobilispica); 1268 (Neoregelia brigadeirensis); 1268, 1269 (Aechmea phanerophlebia); 1272
(Portea petropolitana); 1277 (Acanthostachys strobilacea); 1280 (Billbergia zebrina); 1281 (Alcantarea imperialis); 1328 (Vriesea
procera); 1345 (Aechmea pineliana); 2530 (Alcantarea sp2); s.n. (Acanthostachys strobilacea); s.n. (Aechmea organensis); s.n.
(Aechmea phanerophlebia); s.n. (Aechmea vanhoutteana); s.n. (Alcantarea nahoumii); s.n. (Ananas ananassoides); s.n. (Ananas
bracteatus); s.n. (Billbergia iridifolia); s.n. (Billbergia lymanii); s.n., s.n., s.n., s.n. (Billbergia zebrina); s.n., s.n. (Dyckia cinerea);
s.n. (Neoregelia brigadeirensis); s.n. (Nidularium bicolor); s.n., s.n. (Pitcairnia carinata); s.n., s.n. (Pitcairnia sp.); s.n. (Quesnelia
augusto-coburgii); s.n. (Tillandsia pruinosa); s.n., s.n. (Tillandsia stricta); s.n. (Vriesea billbergioides); s.n. (Vriesea carinata);
s.n., s.n. (Vriesea ensiformis); s.n., s.n. (Vriesea racinae); s.n. (Vriesea scalaris); s.n. (Billbergia porteana); s.n. (Nidularium
purpureum); s.n. (Pitcairnia carinata); s.n. (Vriesea longicaulis); s.n. (Vriesea procera).
Paula, J.A. s.n. (Aechmea ramosa); s.n. (Billbergia leptopoda).
Pereira, A.B. 19 (Billbergia distachia var. concolor).
Pereira, E. 100 (Quesnelia augusto-coburgii); 100, 101 (e.p.) (Billbergia distachia var. distachia); 10576 (Aechmea ramosa);
10576, 10576 (Aechmea ramosa var. ramosa); 10593 (Portea petropolitana var. noettigii); 10593, 10594 (Vriesea ensiformis);
10595 (Billbergia zebrina); 10596 (Nidularium azureum); 10597 (Billbergia pohliana); 10597, 10600 (Aechmea pineliana);
10600, 10600 (Aechmea pineliana ? pineliana); 10610 (Vriesea longicaulis); 10611 (Billbergia distachia); 10611, 10611
(Billbergia distachia var. distachia); 10615 (Aechmea bromeliifolia var. albobracteata); 10615, 10616 (Aechmea distichantha);
10617, 10619 (Quesnelia liboniana); 10619, 10646 (Neoregelia chlorosticta); 10693 (Billbergia zebrina); 10694 (Aechmea
ramosa); 10694, 10694, 10694, 10738 (Tillandsia globosa); 10739 (Billbergia tweedieana var. latisepala); 10744 (Aechmea
ramosa); 10816 (Aechmea distichantha); 5781 (Fernseea itatiaiae); 5781, 5781, 5781, s.n. (Neoregelia ampulacea); s.n.
(Pitcairnia flammea var. glabrior).
Peron, M. 316 (Aechmea nudicaulis var. cuspidata); 336 (Dyckia argentea).
Pickel, D.B.J. 1248 (Vriesea flava).
Pifano, D.S. 345 (Pitcairnia flammea); 414 (Portea petropolitana); 471 (Pitcairnia flammea).
Pijam, D.S. 715.
Pinheiro, F. 27 (Alcantarea extensa).
Pirani, J.R. 2560 (Tillandsia geminiflora); 3641 (Bromelia antiacantha); 5730 (Tillandsia usneoides); 5737 (Dyckia saxatilis);
CFCR 5737 (Dyckia argentea).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
314
Apêndices
Pirani, J.R.P. 3631 (Aechmea distichantha).
Piratelli, A.J. 23977 (Pitcairnia platypetala).
Pires, A.S. s.n. (Pitcairnia flammea var. flocosa); s.n. (Tillandsia globosa).
Pires, F.R.S. s.n. (Aechmea bruggeri).
Pontes, R.A. 70 (Aechmea ramosa); 72 (Aechmea roberto-anselmoi); 75 (Aechmea lamarchei); 77.
Porto, P.C. 1168 (Quesnelia kautskyi).
Rabello, R. s.n. (Billbergia distachia).
Regnel, A. I-437 (Aechmea distichantha var. distichantha); II-1258 (p.p.) (Bromelia regnellii); III-1258 (p.p.) (Aechmea
nudicaulis var. cuspidata); III-1259 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); III-1262 (Ananas macrodontes); III-529 (Dyckia
minarum).
Regnell, A.F. 1210 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 1251 (Tillandsia usneoides); 1253 (Pitcairnia lanuginosa); 1254 (Vriesea
sceptrum); 1255 (Aechmea nudicaulis var. cuspidata); 1257 (Pitcairnia lanuginosa); 1259 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 132
(Tillandsia tenuifolia); 1798 (Tillandsia gardneri); 1799 (Vriesea regnellii); 182 (Tillandsia geminiflora); 1850 (Tillandsia
tenuifolia var. vaginata); 282 (Tillandsia stricta); 283 (Dyckia minarum); 283, 285 (Bromelia regnellii); 437 (Aechmea
distichantha var. schlumbergeri); III-1255 (p.p.) (Aechmea nudicaulis); s.n. (Dyckia minarum).
Reis, C.L. 123 (Dyckia argentea).
Reis, J.R.M. s.n. (Aechmea bromeliifolia); s.n. (Aechmea distichantha); s.n. (Billbergia distachia); s.n. (Tillandsia stricta); s.n.
(Tillandsia usneoides); s.n. (Vriesea friburgensis).
Rente, E.C. 434 (Billbergia euphemiae).
Resende, M.D.V. s.n. (Tillandsia tenuifolia).
Ricardo sem nº.
Rita 15747 (Tillandsia stricta).
Rocha, M.J.R. 63.
Rodela, L.G. 25-11 (Vriesea cacuminis); 25-6.
Rolla, M. 6720 (Fernseea itatiaiae).
Romariz, D. 430 (Tillandsia stricta); s.n..
Roppa, O. 860 (Dyckia minarum).
Rosa, M.R. Q11-116 (Tillandsia sp); Q12-101.
Sabino, M. 18508 (Dyckia minarum); 18508, 21296 (Tillandsia tricholepis); 21296, 21296, 21296.
Saddi, E. 214 (Acanthostachys strobilacea); 214.
Saint-Hilaire A-143 (p.p.) (Billbergia porteana); A-546 (Billbergia pyramidalis ? pyramidalis); s.n. (Billbergia zebrina).
Sakane, P.T. s.n. (Billbergia distachia).
Sakuragui, C.M. 1633 (Portea petropolitana).
Salimena, F.R. 196 (Aechmea lamarchei); 197 (Vriesea gradata).
Salimena, F.R.G. 1127 (Tillandsia stricta var. stricta); 1214 (Tillandsia stricta); 1228 (Tillandsia recurvata); 1246 (Vriesea
corcovadensis); 1283 (Billbergia pohliana); 1300 (Tillandsia geminiflora); 1304 (Tillandsia usneoides); 1304, 1319 (Vriesea
paraibica); 1327 (Vriesea procera var. tenuis); 1331 (Dyckia princeps); 1333, 1333, 1334 (Quesnelia indecora); 1343 (Vriesea
paraibica); 1345 (Aechmea bruggeri); 184 (Nidularium ferdinando-coburgii); s.n. (Tillandsia streptocarpa).
Salino, A. 3559 (Tillandsia stricta); 3763 (Aechmea lamarchei); 3764 (Aechmea nudicaulis); 3809 (Acanthostachys strobilacea);
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
315
Apêndices
3859 (Tillandsia gardneri); 4193 (Aechmea purpureorosea); 5840 (Tillandsia geminiflora); 5927 (Vriesea sceptrum); 5970
(Tillandsia stricta); 6797 (Vriesea lubbersii); 6797, 6819 (Tillandsia gardneri).
Salvador, J. 22594 (Canistrum cyathiforme); s.n. (Canistrum ex. wittr cyathiforme).
Sampaio 6042 (Billbergia porteana); 6905 (Billbergia vittata).
Sampaio, A. J. W. ? 6042 (Billbergia porteana).
Sampaio, A.J. 154 (Tillandsia usneoides); 248 (Tillandsia stricta); 342 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata); 6192 (Tillandsia
stricta); 6193, 6224 (Tillandsia usneoides); 813 (Quesnelia augusto-coburgii); 813.
Sano, P.T. 137 (Billbergia distachia).
Santos, H.G.P. 341.
Santos, N. 5570 (Vriesea sceptrum); 5748 (Aechmea distichantha); 5751.
Santos, R.S. 24325 (Tillandsia loliacea).
Sazima, I. 32541 (Tillandsia stricta).
Sazima, M. 31791 (Tillandsia tenuifolia); 32324 (Vriesea sceptrum); 32325 (Nidularium marigoi); 32326, 32532 (Tillandsia
stricta); 32536 (Vriesea bituminosa); 32536 (Vriesea sazimae); 96/0004 (Tillandsia tenuifolia var. vaginata).
Scariot, A.O. s.n. (Vriesea heterostachys).
Schenck 2090 (Neoregelia compacta).
Schuchter, V. 024 (Tillandsia geminiflora); 09 (Vriesea corcovadensis); 10 (Vriesea vagans); 13 (Billbergia zebrina).
Schwacke 11121 (Tillandsia geminiflora); 11608 (Tillandsia stricta); 13370 (Tillandsia polystachia).
Schwacke, P. 10538 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 11103 (Acanthostachys strobilacea); 11119 (Aechmea ramosa var.
ramosa); 11121 (Tillandsia geminiflora); 11565 (Tillandsia usneoides); 11911 (Alcantarea imperialis); 11969 (Aechmea
phanerophlebia); 11970 (Aechmea nudicaulis); 11972 (Aechmea phanerophlebia); 12086 (Vriesea saxicola); 12102 (Tillandsia
recurvata); 12296 (Vriesea cacuminis); s.n. (Cryptanthus schwackeanus).
Schwacke, W. 11098 (Pitcairnia sp.); 11103 (Acanthostachys strobilacea); 11119 (Aechmea ramosa); 11121 (Tillandsia
geminiflora); 11319 (Vriesea bituminosa); 11540 (Tillandsia tenuifolia); 11565 (Tillandsia usneoides); 11608 (Tillandsia stricta);
11909 (Vriesea morrenii); 11910 (Tillandsia stricta); 11911 (Alcantarea imperialis); 11966 (Neoregelia sarmentosa); 11969
(Aechmea phanerophlebia); 11971 (Vriesea gradata); 11972 (Aechmea nudicaulis); 11972 (Aechmea phanerophlebia); 12296
(Vriesea cacuminis); 12296, 12421 (Tillandsia geminiflora); 13393 (Pitcairnia sp.); 14208 (Billbergia sp. (mat. sem flores)).
Seidel, A. 1049 (Canistrum auratum); 1049, 1049, 1052 (Billbergia amoena); 1090 (Nidularium fraudulentum); 1098 (Vriesea
regnellii); 1099 (Canistrum ex. wittr tenuisepala); 1099 (= 1133), 526 (Aechmea bambusoides); 526, 526, 783 (Aechmea
lamarchei); 820 (Nidularium bicolor); 897 (Aechmea gamosepala); 951 (Aechmea nudicaulis); s.n. (Canistrum auratum).
Semir, J. 19540 (Dyckia argentea).
Shepherd, G.J. 5793 (Dyckia bracteata); s.n. (Dyckia argentea).
Sick, H. 7 (Billbergia distachia).
Silva Neto s.n. (Billbergia nutans).
Silva, B.M.F. 128 (Tillandsia polystachia); 81 (Tillandsia gardneri); 82 (Pitcairnia decidua).
Silva, B.R. 13 (Nidularium marigoi); 1317 (Neoregelia oligantha); 14 (Vriesea sazimae); 293 (Billbergia nana); 729 (Billbergia
amoena var. carnea); 9 (Acanthostachys strobilacea); s.n. (Nidularium (est. bil billbergioides).
Silva, C.R. da 9 (Acanthostachys strobilacea).
Silva, J.A. 14928 (Pitcairnia flammea).
Silva, M.F.B. 11 (Tillandsia recurvata); 110, 113 (Aechmea phanerophlebia); 115 (Tillandsia usneoides).
Silva, R.R. 44 (Aechmea ramosa); 45 (Aechmea phanerophlebia); 6 (Aechmea weilbachii); 9 (Aechmea phanerophlebia).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
316
Apêndices
Silveira, A. s.n. (Tillandsia recurvata).
Silveira, A.A. 11 (Tillandsia geminiflora); 34 (Tillandsia recurvata); 5 (Aechmea lamarchei); 6 (Tillandsia tenuifolia); 713
(Tillandsia streptocarpa); s.n. (Tillandsia recurvata).
Silveira, M. 2937 (Acanthostachys strobilacea).
Simonelli, M. 343 (Tillandsia recurvata).
Simão-Bianchini, R. 202 (Acanthostachys strobilacea); 272 (Quesnelia kautskyi).
Simões, A.O. 37 (Tillandsia tenuifolia); 416 (Billbergia zebrina); 464 (Dyckia sp); 560 (Tillandsia streptocarpa); 890 (Vriesea
interrogatoria); 894 (Aechmea phanerophlebia).
Siqueira, P. s.n. (Tillandsia gardneri).
Slib, J.E. s.n. (Tillandsia usneoides).
Smith, L.B. 1474 (Aechmea distichantha var. glaziovii); 1610 (Bromelia antiacantha).
Sousa, H.C. s.n. (Aechmea phanerophlebia); s.n. (Billbergia distachia); s.n. (Dyckia saxatilis); s.n. (Tillandsia gardneri); s.n.
(Tillandsia geminiflora); s.n., s.n., s.n. (Vriesea bituminosa); s.n. (Vriesea cacuminis).
Souza, A.B. 101 (Quesnelia kautskyi); 42.
Souza, A.B. de 101.
Souza, F.S. 134 (Vriesea cacuminis); 135 (Pitcairnia flammea).
Souza, P. 5803 (sp.).
Souza, R.L. 077 (Tillandsia usneoides).
Souza, V.C. 12130 (Canistrum cyathiforme); 12133 (Pitcairnia sp não achei); 12220 (Billbergia sp não achei); 12221 (Tillandsia
stricta); 2007, 23322 (Vriesea sp. não achei); 23467 (Dyckia sp); 23552 (Dyckia bracteata); 23595 (Vriesea sp. não achei); 23659
(Tillandsia sp. não achei); 23660 (Neoregelia sp); 23718 (Vriesea sp. não achei); 5077 (Billbergia zebrina).
Spósito, T.C.S. 72 (Aechmea lamarchei); s.n. (Tillandsia stricta).
Stehmann, J.R. 1008 (Dyckia saxatilis); 2445 (Aechmea distichantha); 2445, 2561 (Tillandsia tenuifolia); s.n. (Tillandsia sp.
não achei).
Strang, H. 1033 (Vriesea bituminosa); 285 (Vriesea sceptrum); 843 (Fernseea itatiaiae); 955 (Nidularium itatiaiae).
Strang, H.E. 107 (Aechmea nudicaulis); 623 (Neoregelia lactea); 623, 665 (Billbergia vittata); 956 (Canistropsis marceloi).
Strong, H.E. 107 (Billbergia distachia).
Sucre, D. 10674 (Fernseea itatiaiae); 3015 (Canistrum ex. wittr cyathiforme); 4671 (Fernseea itatiaiae); 4671, 4907 (Vriesea
ensiformis); 5155 (Nidularium itatiaiae); 5155, 5155, 5766 (Fernseea itatiaiae); 5766, 5810 (Aechmea distichantha); 5810
(Aechmea distichantha var. schlumbergeri); 7147 (Racinaea aerisincola); 7184 (Tillandsia geminiflora); 7184, 7184, 7234
(Tillandsia recurvata); 7234, 7234, 7266 (Billbergia distachia); 7266 (Billbergia distachia var. distachia); 7267 (Vriesea
cacuminis); 7267, 7306 (Aechmea phanerophlebia); 7306.
Sylvestre, L. 1590 (Billbergia pyramidalis).
Tameirão Neto, E. 2887 (Vriesea interrogatoria); 2888 (Aechmea nudicaulis); 2889 (Vriesea friburgensis); 2890 (Tillandsia
tenuifolia); 2890, 2891 (Pitcairnia curvidens); 2892 (Aechmea distichantha); 2893 (Tillandsia stricta); 2893, 2957 (Billbergia
distachia); 2957, 672 (Tillandsia stricta); 788 (Tillandsia tenuifolia var. saxicola); 788, 789 (Tillandsia geminiflora); 790
(Tillandsia pohliana); 791 (Tillandsia usneoides); 791.
Tameirão-Neto, E. s.n. (Tillandsia tenuifolia).
Tatagiba, F.C.P. 66 (Pitcairnia flammea).
Teixeira, E.M. s.n. (Tillandsia geminiflora).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
317
Apêndices
Temponi, L.G. 372 (Billbergia distachia); 372.
Toledo, C.B. 730 (Fernseea itatiaiae).
Torres, R.B. s.n. (Tillandsia sp. não achei); s.n. (Tillandsia sp. não achei); s.n. (Vriesea sp. não achei); s.n. (sp.); sem nº, sem nº.
Trindade-Lima, T. 01 (Aechmea distichantha); 02 (Vriesea interrogatoria); 03, 04, 05 (Aechmea distichantha); 06 (Tillandsia
stricta); 09 (Tillandsia tenuifolia); 10 (Bromelia antiacantha); 109 (Vriesea gutatta); 11 (Tillandsia gardneri); 114 (Fernseea
itatiaiae); 12 (Tillandsia gardneri); 13 (Vriesea bituminosa); 14 (Tillandsia usneoides); 17 (Aechmea distichantha); 181
(Nidularium bicolor); 193 (Dyckia bracteata); 194, 198 (Pitcairnia decidua); 202 (Quesnelia indecora); 209 (Vriesea
billbergioides); 22 (Nidularium marigoi); 223 (Tillandsia recurvata); 224 (Tillandsia tricholepis); 225 (Vriesea gradata); 227
(Bromelia antiachantha); 228 (Vriesea pardalina); 229 (Neoregelia ibitipocensis); 23 (Nidularium marigoi); 230 (Vriesea
heterostachys); 231 (Nidularium ferdinando-coburgii); 232 (Vriesea procera var. tenuis); 234 (Vriesea lubbersii); 235 (Vriesea
paraibica); 236 (Neoregelia simulans); 237 (Dyckia sp 1); 238 (Cryptanthus sp); 239 (Dyckia sp 2); 241 (Cryptanthus
tiradentensis); 242 (Pitcairnia sp); 244 (Tillandsia sp (parece milagrensis)); 245 (Tillandsia aeranthus); 247 (Dyckia pectinata);
249 (Dyckia sp 2); 250 (Vriesea interrogatoria); 251 (Dyckia argentea); 252 (Dyckia sp 4); 253 (Vriesea sp nova); 254 (Dyckia
sp 1); 255 (Dyckia sp 3); 256 (Dyckia sp 4); 257 (Pitcairnia sp); 26 (Billbergia distachia); 28 (Vriesea interrogatoria); 31
(Tillandsia tenuifolia); 32, 33 (Tillandsia recurvata); 35 (Tillandsia tenuifolia); 36, 37 (Tillandsia stricta); 38 (Tillandsia
usneoides); 39 (Tillandsia pohliana); 50 (Billbergia distachia); 53 (Aechmea distichantha); 54 (Vriesea bituminosa); 59
(Aechmea distichantha); 60 (Tillandsia tenuifolia); 61 (Tillandsia stricta); 62, 65 (Tillandsia tenuifolia); 84 (Tillandsia recurvata);
85 (Tillandsia pohliana); 86 (Tillandsia recurvata); 88 (Aechmea bromeliifolia var. albobracteata); 91 (Vriesea altodaserrae); 92
(Aechmea nudicaulis); 93 (Tillandsia tenuifolia); 94 (Tillandsia stricta); 95 (Tillandsia geminiflora); 96 (Ananas bracteatus); 99
(Tillandsia loliaceae).
Ule, E. 289 (Vriesea itaiaiae); 290 (Nidularium marigoi); 291 (Fernseea itatiaiae); 291, 302 (Vriesea paraibica); 390 (Nidularium
marigoi); 4038 (Neoregelia compacta); 4042 (Portea petropolitana var. noettigii).
Urbano 8923 (Tillandsia geminiflora); 8923, 8923, 9267 (Vriesea gradata); 9576 (Vriesea psittacina).
Urbano, P.L.K. 9199 (Aechmea ramosa).
Valente, A. 258 (Billbergia zebrina); 263 (Ananas bracteatus); 373 (Vriesea procera var. tenuis); 376 (Vriesea vagans); 382
(Aechmea phanerophlebia); 383 (Vriesea penduliflora); 388 (Pitcairnia flammea).
Valente, A.S.M. 157 (Vriesea heterostachys); 157, 221 (Aechmea distichantha); 222 (Pitcairnia flammea); s.n. (Tillandsia
stricta).
Valente, G.E. 137 (Tillandsia usneoides); 140 (Aechmea nudicaulis); 155 (Acanthostachys strobilacea).
Vasconcellos, M.B. 20757 (Aechmea distichantha); 31373.
Vasconcelos, M.F. s.n. (Aechmea phanerophlebia); s.n. (Nidularium marigoi); s.n. (Vriesea interrogatoria); s.n. (Vriesea
itatiaiae); s.n. (Vriesea vagans).
Vidal 3 (Billbergia iridifolia ? iridifolia).
Vidal, J. s.n. (Billbergia distachia); s.n. (Tillandsia tenuifolia var. vaginata).
Vidal, W.N. 510 (Tillandsia tenuifolia); 634 (Pitcairnia decidua).
Viegas, A.P. 4786 (Ananas bracteatus); 6653 (Aechmea distichantha var. distichantha); s.n. (Tillandsia geminiflora);
Vieira, C.M. 831 (Aechmea distichantha var. schlumbergeri); 871 (Vriesea longicaulis); 871, 975 (Quesnelia quesneliana); 985
(Quesnelia augusto-coburgii).
Vieira, M.C.W. 399 (sp.).
Vieira, M.F. 389 (Vriesea heterostachys); 390 (Vriesea longicaulis).
Viégas, A.P. 6653 (Aechmea distichantha var. schlumbergeri); s.n. (Aechmea distichantha); s.n. (Ananas comosus); s.n.
(Tillandsia geminiflora).
Vosgueritchian, S. 6 (Dyckia tuberosa); 7, 8, 9.
Wanderley, M.G.L. 2549 (Nidularium ferdinando-coburgii); 2550 (Billbergia pohliana); 2551 (Aechmea bruggeri); 2552
(Tillandsia polystachia); 2553 (Tillandsia tricholepis); 2554 (Tillandsia globosa); 2555 (Vriesea procera var. tenuis); 2556
(Vriesea longicaulis); 2557 (Vriesea hoehneana); 2558 (Billbergia reichardtii); 2559 (Quesnelia indecora); 2560 (Vriesea
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
318
Apêndices
heterostachys); 2561 (Dyckia princeps); 2562 (Aechmea bruggeri); 2563 (Nidularium bicolor); 2564 (Quesnelia indecora); 2565
(Nidularium purpureum).
Warming, E. 2172 (Billbergia reichardtii).
Wasum, R.A. 8742 (Billbergia distachia).
Wawra 330 (Pitcairnia flammea); II-108 (Portea petropolitana var. noettigii); II-197 (Billbergia reichardtii); II-330 (Pitcairnia
flammea).
Wendt, T. 264 (Aechmea nudicaulis); 264, 318 (Ananas bracteatus); 318, 319 (Bromelia antiacantha); 319.
Willians, L.O. 6761 (Tillandsia recurvata).
Zagatto, O. s.n. (Ananas comosus).
Zampa, P.C. 60 (Vriesea gradata).
Zerny s.n. (Aechmea vanhoutteana).
Zikán, J.F. s.n. (Canistrum ex. wittr giganteum).
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
319
Apêndices
Espécime originário do
holótipo de Aechmea
bruggeri Leme (Brugger
s.n.), SEL.
Isótipo Aechmea
distichantha var.
schlumbergeri E.
Morren ex Mez (Morren
Hortus s.n.), B.
Holótipo de Aechmea
nudicaulis var. cuspidata
(Burchell 3150 ), K.
Holotipo de Aechmea roberto-anselmoi Pereira &
Leme
(Leme 94), HB.
A
PÊNDICE
IV
-
F
OTOGRAFIAS DE TIPOS
Holótipo de Aechmea bambusoides L.B. Sm. & Reitz,
Leme (Seidel 526), US.
Isótipo de Aechmea
bambusoides L.B. Sm. &
Reitz, Leme (Seidel 526),
HBR.
Holótipo de Aechmea
bocainensis Pereira &
Leme (Gurken 9), HB.
Holótipo de Aechmea
bruggeri Leme (Brugger
s.n., fl. cult. Leme 3404),
HB.
Isótipo de Aechmea
bruggeri Leme (Brugger
s.n. fl. cult. Leme 3404),
CESJ.
Holótipo de Aechmea
distichantha var. glaziovii
(Baker) L.B. Sm. (Glaziou
8986
)
, K.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
320
Apêndices
Isótipo de Billbergia
elegans Mart. ex Schult.
f. (Martius s.n.), SEL
Holótipo de Billbergia lymanii var. lymanii
Pereira & Leme (Kautsky nº 670), HB.
Holótipo de Billbergia x
claudioi Leme
(Leme 934), HB.
Isótipo de Billbergia
lymanii var.
angustifolia Pereira &
Leme ( Martinelli),
HB.
Isótipo de Billbergia
x claudioi Leme
(Leme 934), HB.
Holótipo de
Billbergia
tweetidiana var.
tweetidiana Baker
(Tweedie 1313), K.
Isótipo de Billbergia
euphemiae var.
nudiflora L.B. Sm.
(Foster 159), R.
Isótipo de Bromelia regnelli Mez (Regnell
II-285), US.
Holótipo de
Canistropsis
marceloi E. Pereira
(Araujo 9), HB.
Holótipo de Canistrum
auratum Leme (Seidel 1049),
SEL.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
321
Apêndices
Isótipo de Canistrum
auratum Leme (Seidel
1049), RB.
Holótipo de
Canistrum
cyathifomis Vell
(Schwacke 10558),
RB.
Isótipo de Canistrum
ingratum Mez (Magalhães
1585), basiônimo de
Canistrum giganteum
(Baker) L.B. Sm. RB.
Isolectótipo de
Cryptanthus
schwackeanus (Glaziou
17823) P.
Isótipos de Dyckia argentea (Glaziou 17279, 17280), P.
Holótipo de
Canistrum auratum
Leme (Seidel 1049),
HB.
Holótipo de Dyckia
argentea Mez ( Glaziou
17280), B.
Holótipo de Dyckia
bracteata Mez
(Schenck 3510), B.
Holótipo de Dyckia cinerea Mez (Glaziou
18570), B.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
322
Apêndices
Isólectótipo de Dyckia minarum Mez (Regnell 283
II). R.
Holótipo de Dyckia pectinata Smith & Reitz (Pabst 4129), SP, HB.
Isolectótipos de Dyckia minarum (Regnell II-283), US.
Isolectótipos de Dyckia minarum (Regnell II-283),
US.
Holótipo de Dyckia
dissitiflora Schult.
(
Martius s.n.
)
B.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
323
Apêndices
Holótipo de Neoregelia
brigadeirensis Paula &
Leme (Paula 1268), VIC.
Isótipo de Neoregelia
brigadeirensis Paula &
Leme (Paula 1265),
GFJP.
Isótipo de Neoregelia brownii Leme (Leme 2174), HB.
Holótipo de
Neoregelia brownii
Leme (Leme 2174),
GFJP.
Holótipo de Dyckia saxatilis Mez (Schwacke, W. 8948), B.
Isótipo de Dyckia
saxatilis Mez
(Schurcke 8948),
RB.
Holótipo de
Neoregelia cyanea
(Beer) L.B. Sm.
(Hortus s.n.), B.
Holótipo de Neoregelia angustibracteolata Pereira &
Leme (Leme 691), HB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
324
Apêndices
Holótipo de Neoregelia ruschii Leme & B.R.Silva,
(Leme 4896), HB.
Isótipo de Neoregelia
oligantha L.B. Smith
(Foster 742), US.
Holótipo de Neoregelia
sanguinea Leme (Leme
1917), HB.
Holótipo de Nidularium
azurea L.B. Sm.
(Heringer 1536), SP.
Isótipos Nidularium
apiculatum var.
serrulatum (Foster 121 ),
R.
Holótipo de Neoregelia lactea Luther & Leme
(Menescal s.n.), HB.
Holótipo de Neoregelia
lymaniana R. Braga
(Braga 32 ). RB.
Holótipo de
Neoregelia
ibitipocensis Leme
(Leme 2174), HB.
Holótipo de Nidularium
bicolor (E. Pereira),
HB.
Parátipo de Nidularum
coralinum B.A. Moreira
& Wand.
(Catharino s.n.), HB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
325
Apêndices
Holótipo de Pitcairnia
carinata Mez (Glaziou
13256), B.
Isótipo de Pitcairnia
decidua L.B. Sm.
(Foster 893), SP.
Holótipo de Pitcairnia
flammea var. flocosa
L.B. Sm. (Ostermeyer
s.n.), SP.
Holótipo de Pitcairnia
flammea var. macropoda
L.B. Sm. (M.
Magalhães), HB.
Holótipo de Pitcairnia
flammea var. glabrior
L.B. Sm. (Hoehne s.n.),
SP
Parátipo de Quesnelia
kautsky Vieira
(Bianchini 272), SPF.
Holótipo de Nidularium itatiaie L.B. Sm.
(Foster 118), R.
Holótipo de Nidularium
rubens Mez (Glaziuou
13248),B.
Holótipo de Quesnelia kautsky Vieira
(Vieira 967), RB.
Holótipo de Tillandsia
gardneri var. gardneri
Lindl.
(
Gard
ner
134)
, K.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
326
Apêndices
Holótipo de Tillandsia
parvispica Baker
(Glaziou 13258), P.
Holótipo de Tillandsia
streptocarpa Baker
(Balansa 615), K.
Holótipo de Tillandsia
stricta forma nivea
Leme (Nahoum s.n.),
HB.
Holótipo de Tillandsia
tenuifolia var. saxicola
L.B. Sm. (Gerht s.n.), SP.
Holótipo de Tillandsia
tricholepis var. tricholepis
(Mandon, G. 1179), K.
Isótipo de Vriesea billbergioides E. Morren ex
Mez (Glaziou 3630), P.
Holótipo de Vriesea cacuminis L.B. Sm.
(Schwacke 12296), RB. Isótipo, US.
Isótipo de Tillandsia
stricta var. albifolia
(Hromadnik 6135), HB.
Holótipo de Tillandsia gardneri var. rupicola
Pereira (
Araujo 24
), HB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
327
Apêndices
Holótipo de Vriesea crassa
(Glaziou 13261), K.
Isótipo de Vriesea crassa
(Glaziou 13261), P.
Holótipo de Vriesea fontellana (Leme 692), HB.
Holótipo de Vriesea
friburgensis var.
friburgensis (Glaziou
16467), K.
Holótpo de Vriesea gradata
(Glaziou 15473), K.
Isótipo de Vriesea
heterostachys
(Glaziou 13260), P.
Isótipo de Vriesea
interrogatoria (Foster
1039), SP.
Holótipo de Vriesea
longicaulis (Glaziou 8988),
K.
Neótipo de Vriesea
corcovadensis (Glaziou A.
11683), K.
Holótipo de Vriesea
ensiformis, P.
Holótipo de Vriesea
ensiformes var. bicolor
(Hoehne s.n.), SP.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
328
Apêndices
Isótipo de Vriesea
modesta (Magalhães
1020), R.
Isótipo de Vriesea
pardalina (Glaziou
15
4
74
), P.
Isótipo de Vriesea morrenii (Wawra 72), B.
Holótipo de Vriesea
rafaelii (Leme 3410),
HB.
Isótipo de Vriesea ruschii subsp. leonii (Leoni
1968), HB.
Holótipo de Vriesea pardalina (Glaziou 15474),
B.
Isótipo de Vriesea procera
var. tenuis (Gehrt 1820),
SP.
Isótipo de Vriesea saxicola
(Schwacke 12086), US.
Isótipo de Vriesea
menescalii (Leme
693), RB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
329
Apêndices
Isótipo de Vriesea
schwackeana (Schwacke
9209), RB.
Isótipo de Wittrockia tenuisepala (Seidel, A.
1099), RB.
Holótipo de Vriesea sceptrum
(Regnell III-1254), US.
Holótipo de Vriesea
schwackeana
(Schwacke 9209), B.
Holótipo de Vriesea saxicola (Schwacke
12086), RB.
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
329
Apêndices
A
PÊNDICE
V.
F
OTOGRAFIAS DAS ESPÉCIES
Aechmea bocainensis
Aechmea bromeliifolia
Aechmea brueggeri
Aechmea distichantha var.
schlumbergeri
Aechmea lamarchei
Aechmea organensis
Aechmea phanerophlebia
Alcantarea extensa
Aechmea gamosepala
Aechmea pineliana
Aechmea purpureo-
rosea
Aechmea roberto-
ansemoi
Ananas bracteatus
Alcantarea regina
Alcantarea odorata
Al
cantarea
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
330
Apêndices
Billbergia
tweedieana
Billbergia zebrina
Cryptanthus regius
Billbergia x claudioi
Billbergia amoena var.
robertiana
Billbergia distachia var.
concolor
Billbergia lymanii var.
lymanii
Billbergia porteana Billbergia sanderiana
Billbergia vittata Billbergia iridifolia Canistrum auratum
Dyckia pectinata
Cryptanthus
schwackeanus
Cryptanthus
tiradentesensis
Billbergia horrida
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
331
Apêndices
Dyckia sp 4 Dyckia sp 1 Dyckia sp 2 Dyckia sp 3
Nidularium
antoineanum
Nidularium azureum
Nidularium
corallinum
Nidularium itatiaie
Nidularium meanum
Nidularium rubens
Pitcairnia carinata
Portea petropolitana
var. petropolitana
Portea petropolitana
var. noettigii
Pitcairnia decidua
Portea silveirae
Neoregelia
brigadeirensis
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
332
Apêndices
Quesnelia kautskyi
Quesnelia augusto-
coburgii
Quesnelia liboniana
Quesnelia
strobilispica
Quesnelia testudo Tillandsia chapeuensis Tillandsia juncea
Tillandsia loliacea
Tillandsia
polystachia
Tillandsia stricta var.
albiflora
Vriesea altodaserrae
Vriesea arachnoidea
Vriesea carinata
Quesnelia quesneliana
Vriesea corcovadensis
Vriesea cacuminis
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
333
Apêndices
Vriesea friburgensis
var. friburgensis
Vriesea gradata Vriesea grandiflora
Vriesea hoehneana
Vriesea incurvata Vriesea interrogatoria Vriesea itatiaiae
Vriesea longicaulis Vriesea lubbersii Vriesea pardalina Vriesea pauperrima
Vriesea ensiformis
Vriesea penduliflora Vriesea platynema Vriesea rafaelii Vriesea sceptrum
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
334
Apêndices
Acanthostachys
strobilacea
Aechmea bambusoides
Aechmea bromeliifolia var.
albobracteata
Aechmea distichantha Lem.
var. distichantha
Aechmea distichantha var.
glaziovii
Aechmea nudicaulis var.
nudicaulis
Aechmea vanhoutteana
Aechmea nudicaulis var.
cuspidata
Ananas ananassoides
Ananas comosus
Billbergia distachia var. distachia Billbergia euphemiae var.
euphemiae
Alcantarea nahoumii
Billbergia leptopoda
Billbergia pyramidalis
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
335
Apêndices
Bromelia antiacantha
Bromelia balansae
Canistropsis marceloi
Canistrum cyathiforme
Canistrum giganteum
Canistrum lindenii
Dyckia bracteata
Dyckia cinerea
Dyckia princeps
Dyckia tuberosa
Fernseea itatiaiae
Neoregelia farinosa
Neoregelia ibitipocensis
Dyckia argentea
Neoregelia chlorosticta
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
336
Apêndices
Neoregelia simulans
Neoregelia lymaniana Neoregelia ruschii
Neoregelia sanguinea
Nidularium apiculatum var.
apiculatum
Nidularium apiculatum Nidularium bicolor
Nidularium ferdinando-
coburgii
Nidularium longiflorum Nidularium marigoi Nidularium purpureum
Pitcairnia lanuginosa
Neoregelia lactea
Nidularium rutilans
Pitcairnia flammea var.
flammea
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
337
Apêndices
Racinaea aerisincola Tillandsia aeranthus
Tillandsia globosa
Tillandsia pohliana
Tillandsia streptocarpa Tillandsia recurvata
Tillandsia stricta var. stricta
Tillandsia tenuifolia var.
tenuifolia
Tillandsia tenuifolia var.
vaginata
Tillandsia usneoides Vriesea bituminosa
Quesnelia indecora
Tillandsia geminiflora
Tillandsia pruinosa
Tillandsia tricholepis
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
338
Apêndices
Vriesea crassa
Vriesea flava
Vriesea gigantea Vriesea guttata
Vriesea heterostachys Vriesea inflata
Vriesea ensiformes var.
bicolor
Vriesea paraibica
Vriesea procera var. tenuis
Vriesea sazimae
Vriesea carinta var.
flavominiata
Vriesea procera var. procera
Vriesea simplex Vriesea vagans Wittrockia tenuisepala
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
336
C
RÉDITOS
:
F
OTOGRAFIAS DAS ESPÉCIES
ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME
Aechmea bambusoides, Aechmea gamosepala, Aechmea pineliana, Aechmea purpureo-rosea,
Aechmea roberto-ansemoi, Alcantarea extensa, Alcantarea imperialis, Alcantarea odorata,
Billbergia amoena var. robertiana, Billbergia distachia var. concolor, Billbergia iridifolia,
Billbergia leptopoda, Billbergia lymanii, Billbergia porteana, Billbergia pyramidalis, Billbergia
sanderiana, Billbergia tweedieana, Billbergia vittata, Billbergia x claudioi, Canistrum auratum,
Cryptanthus regius, Cryptanthus schwackeanus, Cryptanthus tiradentesensis, Dyckia argentea,
Dyckia pectinata, Dyckia, Dyckia sp 1, Dyckia sp 2, Dyckia sp 3, Dyckia sp 4, Neoregelia
brigadeirensis, Neoregelia lymaniana, Neoregelia ruschii, Neoregelia sanguinea, Nidularium
apiculatum, Nidularium apiculatum var. serrulatum, Nidularium azureum, Nidularium itatiaie,
Nidularium corallinum, Nidularium meanum, Nidularium rubens, Pitcairnia carinata, Pitcairnia
lanuginosa, Portea petropolitana var. petropolitana, Portea petropolitana var. noettigii, Portea
silveirae, Quesnelia augusto-coburgii, Quesnelia kautsky, Quesnelia liboniana, Quesnelia
quesneliana, Quesnelia strobilispica, Quesnelia testudo, Tillandsia chapeuensis, Tillandsia
loliacea, Tillandsia tenuifolia var. vaginata, Vriesea arachnoidea, Vriesea carinata, Vriesea
corcovadensis, Vriesea gradata, Vriesea grandiflora, Vriesea pauperrima, Vriesea procera var.
procera, Vriesea rafaelii, Vriesea sceptrum, Wittrockia tenuisepala.
LÚCIO LEONI
Alcantarea nahoumii, Tillandsia juncea.
SUZANA ELHINS MARTINS
Aechmea bocainensis, Aechmea bromeliifolia var. bromeliifolia, Aechmea brueggeri, Aechmea
distichantha var. glaziovii, Aechmea distichantha var. schlumbergeri, Aechmea lamarchei,
Aechmea organensis, Aechmea vanhoutteana, Ananas ananassoides, Ananas bracteatus,
Bromelia anthiacantha, Canistrum cyathiformis, Canistrum lindenii, Dyckia tuberosa, Fernseea
itatiaiae, Neoregelia simulans, Nidularium ferdinando-coburgii, Nidularium longiflorum,
Quesnelia indecora, Tillandsia aeranthus, Tillandsia geminiflora, Tillandsia polystachia,
Tillandsia tenuifolia var. tenuifolia, Tillandsia tricholepis, Vriesea altodaserrae, Vriesea
Thaís Trindade de Lima – 2008. Bromeliaceae da Serra da Mantiqueira
337
ensiformis var. ensiformes, Vriesea heterostachys, Vriesea interrogatoria, Vriesea itatiaiae,
Vriesea longicaulis, Vriesea paraibica, Vriesea scalaris.
LUIS MENINI NETO
Aechmea nudicaulis var. nudicaulis, Aechmea phanerophlebia Canistropsis marceloi, Dyckia
princeps, Neoregelia ibitipocensis, Tillandsia recurvata, Vriesea hoehneana, Vriesea procera
var. tenuis.
ANDERSON LUIS SANTOS
Neoregelia farinosa, Tillandsia globosa.
THAÍS TRINDADE DE LIMA
Aechmea bromeliifolia var. albobracteata, Aechmea distichantha var. distichantha, Aechmea
nudicaulis var. cuspidata, Ananas comosus, Billbergia distachia Billbergia euphemiae,
Billbergia horrida Billbergia zebrina, Bromelia balansae, Dyckia bracteata, Neoregelia
chlorosticta, Nidularium antoineanum, Nidularium bicolor, Nidularium marigoi Nidularium
purpureum, Nidularium rutilans, Pitcairnia flammea var. flammea, Racinaea aerisincola,
Tillandsia pohliana, Tillandsia streptocarpa, Tillandsia stricta, Tillandsia usneoides, Vriesea
bituminosa, Vriesea cacuminis, Vriesea carinata var. flavominiata, Vriesea ensiformes var.
bicolor, Vriesea friburgensis var. friburgensis, Vriesea gigantea, Vriesea guttata, Vriesea
inflata, Vriesea lubbersii, Vriesea pardalina, Vriesea penduliflora, Vriesea sazimae.
LEONARDO DE MELLO VERSIEUX
Alcantarea regina, Vriesea crassa.
PEDRO VIANA
Canistrum giganteum.
MARIA DAS GRAÇAS LAPA WANDERLEY
Neoregelia lactea, Vriesea flava.
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